terça-feira, 12 de abril de 2011

Coisas do Brasil. “Cleópatra”, por exemplo

Miguel Falabella e Alessandra Negrini como Júlio Cesar e Cleópatra. Alguém viu?
Fico por vezes alarmado como o cinema brasileiro tem coisas inexplicáveis. Enquanto os filmes de Daniel Filho ficam meses nas salas de exibição, “Cleopatra” de Julio Bressane (1), passou, mas muito mal divulgado e poucos “eleitos” ou “sortudos” o assistiram.

Mas ganhou vários prêmios no Festival de Brasília. Segue a ficha técnica:
Diretor: Julio Bressane - Elenco: Alessandra Negrini, Miguel Falabella, Bruno Garcia, Heitor Martinez, Lúcio Mauro, Taumaturgo Ferreira - Produção: Lúcia Fares, Tarcísio Vidigal - Roteiro: Júlio Bressane - Fotografia: Walter Carvalho - Duração: 100 min - Ano: 2007 - País: Brasil - Gênero: Drama - Cor: Colorido - Estúdio: Grupo Novo de Cinema e TV

1. Um dos representantes do “cinema marginal brasileiro”, Júlio Bressane começou a fazer cinema como assistente de direção de Walter Lima Júnior, em 1965. Dirigiu, entre outros “Cara a cara”, 1967 (seu primeiro filme), “Matou a família e foi ao cinema”, 1969, “O mandarim”, 1995 e “A erva do Rato”, 2008, sua última realização.

13 comentários:

Joelma disse...

Eu também achei um absurdo que um filme de um cineasta como Bressane não tenha sido divulgado como deveria. Apesar das controvérsias que surgiram após ter sido vaiado no Festival de Brasília, onde ganhou alguns prêmios. Mas só foi lá mesmo que ele foi premiado.
Você ouviu falar alguma coisa sobre isso?

Mário disse...

Assisti o filme aqui no Rio quando passou. Até porque havia lido sobre ele e fiquei curioso. Gostei do filme, o elenco é bom.
Não tem aquela grandiosidade da superprodução com Elizabeth Taylor, Richard Burton e Rex Harrison, mas Alessandra Negrini que muitos acham uma má atriz está bem. Talvez pela direção de atores do Julio Bressane. E o Fallabela como Julio Cesar convence!

Jonga Olivieri disse...

Ouvi falar sobre as vais no 'Festival de Brasília' em 2007. Mas é curioso mesmo que tenha ganho prêmios naquele mesmo festival. Terá sido um 'lobby' de outros diretores insatisfeitos? Pois o que assisti do filme até o momento me agrada; como 'clima', fotografia e outros aspectos.
Vou indagar ao professor Setaro!

Jonga Olivieri disse...

Certamente que não tem a 'grandiosidade' e a 'riqueza' do filme de Joseph L. Mankiewicz (1964) com Liz Taylor no papel título.
Mas eu acredito que Alessandra Negrini e Miguel Falabella tenham feito bem os seus papéis, sob a 'batuta' de Júlio Bressane.

Jonga Olivieri disse...

Pelo jeito, esta versão de "Cleópatra" vai bater o seu próprio recorde de audiência.

André Setaro disse...

Gostei muito do novo visual do blog, que ainda não conhecia. Parabéns

Anônimo disse...

É impressionante como as comediazinhas do Daniel Filho (da p...) conseguem tanto sucesso.
Só ´pode ser pela ignorância das massas aliada à massisa propaganda que faz parte do s lançamentos comercialóides de seus filmes ancorados pela Rede Globo.
É um processo alienante mesmo!!!

Valdir

Jonga Olivieri disse...

Meu caro professor Setaro. Sei de suas dificuldades com a web nos dias que passam, mas comentei nesta blogue:
"Ouvi falar sobre as vaias no 'Festival de Brasília' em 2007. Mas é curioso mesmo que tenha ganho prêmios naquele mesmo festival. Terá sido um 'lobby' de outros diretores insatisfeitos? Pois o que assisti do filme até o momento me agrada; como 'clima', fotografia e outros aspectos.

Vou indagar ao professor Setaro!"

E gostaria de saber o que sabe disso...

Jonga Olivieri disse...

Concordo em pleno com você, Valdir!

André Setaro disse...

Um dos poucos autores do cinema brasileiro, Júlio Bressane tem um modo de fazer cinema bastante pessoal, e, com o passar dos anos, adquiriu, por assim dizer, uma marca registrada. Mas porque seus filmes não seguem um modelo narrativo 'mastigável', por assim dizer, não é um cineasta para qualquer público. Suas tomadas são demoradas, e, em 'Cleópatra' há um tom recitativo que desagrada aos mais afoitos na querência de uma narrativa que lhes dê um crescendo dramático, um evoluir progressivo e com uma resolução do conflito definido. Não é, portanto, um épico, como o de Mankiewicz com a recém-falecida Elizabeth Taylor. Mas o seu avesso.

Jonga Olivieri disse...

Salve o professor Setaro de volta à cena com suas importantes contribuições em comentários.
Bem vindo André... Bem vindo!

Creio que não vou me arrepender da compra deste DVD!

Ieda Maria disse...

Adorei a volta do professor Setaro ao blog.
Principalmente no tocante a cinema, tu ganha muito.

Jonga Olivieri disse...

Sem dúvida Ieda. Vamos ter mais informações e análises sobre cinema.
No caso de "Cleópatra" ele já nos trouxe alguns esclarecimentos não somente sobre o filme, como também quanto a Júlio Bressane, seu realizador.