segunda-feira, 18 de abril de 2011

Professor Jorge Moreira, a entrevista


Em entrevista a “Rebelión”, nosso colaborador, o Professor Jorge Moreira(1) tece comentários diversos, mas enfocados essencialmente no sistema capitalista, sua infra estrutura e os conseqüentes reflexos sobre o ser humano, individual e coletivamente.
No inicio da entrevista o prof. fala sobre a sua primeira viagem aos EUA e como se deu conta da violencia das relações entre o capital e o trabalho após uma visão de um único trabalhador no campo com seu trator. A partir deste ponto ele aprofunda suas reflexões sobre o lupem proletariado. Em outras palavras, “o acúmulo de capital a partir do ‘exército industrial de reserva’ do proletariado, uma grande massa de homens e mulheres desempregados”, segundo suas próprias palavras.
Depois analisa também a ilusão estimulada pela burguesia acerca da URSS sob o comando de Stalin, onde, para ele, de fato nunca existiu uma sociedade socialista, mas sim o processo de acumulação de capital através de uma nova classe burocrática, que, devido à ausência de uma classe burguesa, estabeleceu uma ditadura cuja finalidade era a formação do capitalismo. Porém um capitalismo de estado altamente centralizador.
Chega, finalmente, ao aprofundamento da atual crise do capitalismo, baseado na atualidade do próprio livro “O Capital” de Marx, quando diz que: “(...) para conseguir seus gigantescos lucros, os capitalistas criaram um processo escandaloso de transferir riquezas dos que teem menos (trabalhadores urbanos, rurais e a classe média) para os que possuem mais, beneficiando sempre aos mais ricos.” E continua: “(...) Por exemplo, nesta crise atual os bancos ganharam mais dinheiro (muitos bilhões de dólares) que antes do início da crise; oficialmente, os grandes bancos lucraram até com a queda e a falência do Banco dos irmãos Lehman (Lehman Brothers) uma das cinco maiores companhias de serviços financeiros dos EUA”... O resultado? Transformaram a redução do emprego em mais lucro e mais riqueza para a burguesia: criaram um processo de expansão do crédito através do mercado imobiliário e da especulação do sistema hipotecário que produziu a gigantesca crise capitalista atual.
O Professor pondera: “A mim, me parece que não existirá nenhuma possibilidade de sobrevivência para a humanidade dentro do modo de produção capitalista. Em definitivo, o capitalismo produziu uma sociedade onde não se pode deixar de produzir, necessária e simultaneamente a destruição da natureza, da espécie humana e de outras espécies do planeta. Basta para comprovar isto usar a razão e a sensibilidade consultando os dados disponíveis”.
O professor Jorge apóia as suas considerações teóricas expondo os dados sócio-economicos mais recentes da ONU, da FAO, da OMS e do NIH (U. S. National Institute of Health) que mostram a terrível situação de BILHÕES de seres humanos (adultos e crianças) que vivem miseravelmente sob o capitalismo; que vivem cronicamente desnutridos, sem acesso a medicamentos, à água potável, à eletricidade, a sistema de esgotos; sem acesso a trabalho, a escolas e hospitais.
E finaliza dizendo que “(...) O sistema capitalista não serve nem para os Estados Unidos, nem para o mundo.” Clique no link abaixo e leia a entrevista completa.


(1) Jorge Vital de Brito Moreira é baiano e estudou Ciências Sociais na UFBa. Fez estudos de pós-graduação em Sociologia (México) e Literatura (EUA) onde recebeu o titulo de doutor (Ph.d) com uma tese sobre o escritor Antonio Callado.
Nos EUA, tem ensinado na University of California San Diego (La Joya), University of Minnesota, Washinton University, Lawrence University e University of Wisconsin.
Tem publicado ensaios (sobre diferentes escritores brasileiros e latinoamericanos) e é autor-colaborador do livro Notable Twenty Century Latin America Women (2001).
Em 2007, publicou na Bahia o livro Memorial da Ilha e Outras Ficcões romance e contos).
Atualmente escreve artigos e ensaios para o destacado diário www.rebelion.org de grande circulação em Espanha e América Latina.

8 comentários:

Joelma disse...

Gostei demais da entrevista do professor, que muito embora esteja em espanhol é de fácil compreenção.
E aproveitei para conhecer o Eebelión que até marquei em Favoritos.

Jonga Olivieri disse...

A entrevista aborda vários aspectos do capitalismo, tanto nos EUA quanto no mundo. E, como você disse muito bem é bem fácil de ler.
Quanto a "Rebelión" é uma publicação que vale a pena ler alguma coisa... Sempre!

Anônimo disse...

Uma entrvista que como diz o professor é focada essencialmente no capitalismo, em sua infra-estrutura e os consequentes reflexos sobre o ser humano.
Porque aí é que esta a moral da história: Nós pagamos a aventura do capital.
L.P.

Jonga Olivieri disse...

Tem toda razão, caro Luis Paiva.
Quem paga o pato somos nós, o povo!

Mário disse...

Já havia lido publicações anteriores do Professor, aliás agora (oficialmente) seu Colaborador, pois vi uma janela que você inseriu abaixo do título do 'Novas Pensatas'.
Mas falndo da entrevista, achei ela bastante ampla no sentido de suas análises e conclusões.
Trata-se o Professor é um Marxista com M maiúsculo.

Jonga Olivieri disse...

Exato, Mário, o professor Jorge Moreira é agora colaborador oficial deste blogue. O que vem a contribuir para o seu engrandecimento acadêmico.
Sim, o professor está inserido no pensamento Materialista Histórico,ou a Práxis, vulgarmente conhecido como Marxista.
Apesar de que Karl Marx não o aprovava, chegando a manifestar-se contra isto, que, por incrível que pareça acabou sendo uma grande homenagem póstuma.

André Setaro disse...

A colaboração do Professor Jorge Moreira no estimado blog 'Novas Pensatas' é um estímulo a mais para os leitores dos escritos de Jonga, pois um 'connaisseur' de política, um estudioso e um investigador que não tem 'papas' na língua quando ataca, com lucidez e coragem, o sistema capitalista no qual não vê esperança para a humanidade.

Não sabe os senhores, porém, que o professor, ainda que já há vários anos como PHD nos Estados Unidos, viveu sua tenra infância na Ilha de Maré, Bahia, belo e prazeroso recanto, principalmente na época em que o menino Moreira pescava e brincava sob a luz esplendorosa do céu baiano. Publicou um livro de ficção a respeito, que tenho a honra de tê-lo comigo, com dedicatória do Professor Moreira, que, diga-se de passagem, também é colaborador de meu blog (há alguns meses não envia nada porque passei muito tempo ausente da internet, e, por consequência, do meu blog).

Parabéns, caro Don Oliva, pelo 'post' de hoje. Parabéns pelo inclusão dos dados do 'pescador baiano' na sua página inicial. E parabéns atrasado pelo seu aniversário.

Jonga Olivieri disse...

Falou tudo, professor Setaro. E obrigado pelos votos ao meu natalício!