Assisti Intervalo Clandestino (2006)
no Canal
Curta, e me impressionou sua profundidade descritiva do país frente a
questões políticas. No melhor estilo Cinema Verdade, a película expõe pensamentos,
opiniões, reações e julgamentos do povo em suas diversas classes sociais e várias
cidades do Brasil, mesclados com depoimentos de políticos e intelectuais da época,
como Brizola e Lula. Infelizmente não consegui a sua versão completa; no
entanto publiquei na postagem abaixo algumas cenas significativas que mostram a
alma e o clima do filme. A seguir uma sinopse:
“Em ano de eleição, a esperança
parece estar acima de tudo na voz e no coração do povo. Espera-se superar
crises e o anúncio de novos tempos com a escolha dos governantes que cuidarão
do futuro da nação. Na prática, entretanto, não funciona desta maneira. Intervalo Clandestino faz uma
tentativa de extrair das pessoas tudo o que este momento pré-eleitoral
representa no imaginário e no cotidiano da população
” Tudo a ver com o momento
que vivemos.
O currículo do diretor Eryk Rocha (19/1/1978), que vem a ser
filho, de, nada mais nada menos que Glauber
Rocha e Paula Gaitán (1), inclui
os filmes Rocha que Voa, o
curta Quimera e este
brilhante Intervalo Clandestino,
no qual o cineasta procurou rostos anônimos e revelou cenas de um ritmo alucinante
em meio à multidão que discute diante das câmeras o provável futuro político do
país.
1. Se Glauber Rocha dispensa apresentações,
Paula Gaitán (Paris, 18/11/1954)
é uma cineasta, artista plástica, fotógrafa e poeta brasileira. Graduada em Artes
Visuais e Filosofia pela Universidade de Los Andes (Bogotá), mudou-se
para o Brasil em 1977. No ano seguinte trabalhou com Glauber, assinando a
direção de arte do filme A Idade da
Terra. Ensinou Cinema
Experimental na Escola de Artes Visuais do Parque Lage (RJ). Dirigiu
documentários e videoarte, entre eles Diário de Sintra, Uaka, Vida. Como
artista plástica, expôs no MALBA (Museu de Arte Latinoamericana de
Buenos Aires). É viúva de Glauber Rocha, e mãe, para além de Erik Rocha, da
também cineasta e cantora Ava Rocha. Seu filme Exilados do Vulcão,
baseado no romance Sobre a Neblina, de Christiane
Tassis, recebeu o Candango de Melhor
Filme no Festival de Brasília de 2013.
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