segunda-feira, 8 de outubro de 2018

O mundo perdeu Montserrat Caballé, uma grande voz do século XX


A soprano Montserrat Caballé morreu na madrugada deste sábado, aos 85 anos, na clínica Sant Pau de Barcelona, onde estava internada desde meados de setembro por um problema de vesícula, informaram fontes do hospital. O funeral da artista, de voz prodigiosa, foi hoje (segunda-feira, 8) na funerária Les Corts. O velório foi realizado ontem, no mesmo local.
  
De Montserrat Caballé podemos ter muitas imagens, a maioria certamente nos palcos de teatros de ópera de qualquer parte do mundo. Ela foi, sem dúvida, uma das cantoras da estatura de mitos como Maria Callas, Joan Sutherland e Renata Tebaldi. Era também uma soprano com uma tremenda humanidade e sentimentos à flor da pele. Para a história, ficaram imagens como as lágrimas da artista/mulher/barcelonesa no Grande Teatro do Liceo (Barcelona), que foi sua segunda casa, transformado em cinzas em 1994, e em cuja reconstrução ela se envolveu pessoalmente.
  
Montserrat Caballé Folch nasceu em 12 de abril de 1933 no bairro de Gràcia de Barcelona, no seio de uma família modesta, onde sua mãe lhe deu sua primeira formação musical que lhe serviu para entrar aos 11 anos no Conservatório Superior de Música do Liceo com uma bolsa.
    
Caballé ganhou inúmeros prêmios e distinções ao longo da carreira, entre eles o Prêmio Príncipe das Astúrias das Artes, em 1991, com mérito igual ao de outros grandes nomes da música lírica espanhola: Victoria de los Ángeles, Teresa Berganza, Pilar Lorengar, Alfredo Kraus, Plácido Domingo e Josep Carreras. Seu marido era o tenor aragonês Bernabé Martí (Martínez) Remacha, com quem se casou em 1964. O casal teve dois filhos, incluindo a soprano Montserrat Martí, que acompanhou a mãe em espetáculos nos últimos anos.
  
Em seu repertório, figuraram La Serva Padrona (Pergolesi); Così Fan Tutte (Mozart); Norma e I Puritani (Bellini); La Favorita (Donizetti); Il Trovatore, La Traviata, Un Ballo in Maschera e Aida (Verdi); as heroínas Isolda e Sieglinde, de Wagner; o quarteto de Puccini (Tosca, La Bohème, Madame Butterfly e Turandot); Adriana Lecouvreur (Cilea); e Salomé (Strauss).


Nenhum comentário: