A frase acima é de autoria do maior
escritor da língua portuguesa pós Camões:
José de Sousa Saramago, mais
conhecido simplesmente como José Saramago.
E ontem (sexta feira, 5) tive a honra de postar alguns depoimentos políticos
importantes dele (um marxista) neste blogue. Todos pertinentes ao momento histórico por que passa o
Brasil.
Nascido em
Azinhaga de Ribatejo, Concelho de Golegã, Portugal, no dia 16 de novembro de
1922, Saramago foi membro do Partido Comunista Português, diretor adjunto
do Diário de Noticias, sendo tambem
um dos fundadores da Frente Nacional
para a Defesa da Cultura (FNDC), em 1992. Casado com a espanhola Pilar del Rio, viveu na ilha espanhola de Lanzarote, nas
Ilhas Canárias.
Passou
grande parte de sua vida em Lisboa, para onde a família mudou-se em 1924 quando
tinha dois anos de idade. Demonstrava desde cedo interesse pelos estudos e pela
cultura, sendo que essa curiosidade perante o mundo o acompanhou até à morte.
Dificuldades econômicas o impediram de fazer os estudos universitários.
Formou-se numa escola técnica e teve o seu primeiro emprego como serralheiro
mecânico.
Aos 25 anos,
publicou o seu primeiro romance, Terra
do Pecado (1947), coincidentemente no mesmo ano do nascimento de sua
única filha, Violante dos Reis Saramago,
fruto do primeiro matrimônio com Ilda
Reis, a quem desposou em 1944, permanecendo casado até 1970. Depois viveu (entre
1970 e 1986) com a escritora Isabel da
Nóbrega. E em 1988, veio a se casar com a jornalista e tradutora espanhola Maria del Pilar del Rio Sánchez (Pilar del Rio) que conheceu em 1986 e ao
lado da qual viveu até morrer.
Depois de Terra do Pecado, Saramago
apresentou ao seu editor o livro Clarabóia
que, depois de rejeitado, permaneceu inédito até 2011. Persistiu, contudo, nos
esforços literários e, após 19 anos, trabalhando então na Editorial Estudos Cor, trocou a prosa pela poesia, lançando Os Poemas Possíveis. Num
espaço de cinco anos, publicou, sem alarde, mais dois livros de poesia: Provavelmente Alegria (1970) e O Ano de 1993 (1975).
Foi quando trocou
também de emprego, saindo da Estudos
Cor para trabalhar no Diário
de Notícias e, depois, no Diário
de Lisboa. Em 1975, retornou ao DN como Diretor Adjunto, onde permaneceu
por dez meses, até 25 de novembro do mesmo ano, quando os militares portugueses
interviram na publicação (reagindo ao que consideravam os excessos da Revolução dos Cravos e demitiram vários
funcionários). Demitido, Saramago
resolveu dedicar-se apenas à literatura, substituindo de vez o jornalismo pela
ficção. Anteriormente, para aumentar os rendimentos, começou a fazer traduções
de Hegel, Tolstói e Baudelaire, entre outros.
Da
experiência vivida nos jornais, restaram quatro crônicas: Deste Mundo e do Outro, 1971, A Bagagem do Viajante, 1973, As Opiniões que o DL Teve, 1974 e Os Apontamentos, 1976. Mas não foram as crônicas as
responsáveis por fazer de Saramago um
dos autores portugueses de maior destaque – esta missão estava reservada aos
seus romances, gênero ao qual retornou em 1977.
José Saramago pertenceu à primeira direção da Associação
Portuguesa de Escritores. Foi presidente da assembléia geral da Sociedade
Portuguesa de Autores, entre 1985 e 1994. O escritor publicou um título
no campo da literatura infanto juvenil, A Maior Flor do Mundo (2001), livro
escrito em parceria com o ilustrador João
Caetano, que recebeu o Prêmio Nacional de Ilustração.
Recebeu o Prêmio
Nobel de Literatura (1998), o Prêmio Camões (1995) e outros prêmios e condecorações, entre eles os de Comendador
da Ordem Militar de Santiago de Espada (1985), Cavaleiro da Ordem das Artes e
das Letras Francesas (1991), Doutor Honoris Causa (1999 e 2004),
pelas Universidade de Nottinghan (Inglaterra) e Universidade de Coimbra
(Portugal) respectivamente, para citar os principais.
Saramago
faleceu no dia 18 de Junho de 2010, aos 87 anos de idade, na sua casa em
Lanzarote, vítima de leucemia crônica. O escritor estava doente havia algum
tempo e o seu estado de saúde agravou-se na sua última semana de vida. O seu
funeral teve honras de Estado, tendo o seu corpo sido cremado no Cemitério do Alto de São João, em
Lisboa. Suas cinzas foram depositadas aos pés de uma oliveira, também em Lisboa.
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