sábado, 8 de setembro de 2018

A esquerda diverge sobre o atentado a Bolsonaro


As opiniões vieram, respetivamente, de dois candidatos ao Senado em São Paulo, Nivaldo Orlandi (PCO) e Eduardo Suplicy (PT), num evento paralelo às paradas militares do 7 de setembro.
"Ninguém viu sangue nenhum. Vimos um grande chororô da imprensa, das lideranças ditas democratas. Agora, esse anjinho fascista, será que merece a nossa solidariedade?", questionou Nivaldo Orlandi.
"Estou indignado com a facada que recebeu Jair, ainda que discorde das suas ideias, das suas provocações. Não podemos tomar do cálice da violência, do ódio, da vingança", disse o candidato do PT.
"Muito se fala que Bolsonaro sofreu violência. Ele é a própria violência, quando diz que as mulheres podem ser estupradas. Quando a gente planta vento, colhe tempestade", referiu, por seu lado, a líder da Marcha Mundial das Mulheres, Sônia Coelho.
Seu filho, Flávio Bolsonaro mandou uma mensagem para os atacantes do seu pai: "Uma mensagem para esses bandidos: eles acabaram de eleger o novo Presidente, e isso será feito no primeiro turno". Segundo a sondagem do IBOPE divulgada na quinta-feira - a primeira após o Tribunal Superior Eleitoral ter rejeitado a candidatura de Lula -, Jair Bolsonaro lidera a corrida eleitoral com 22% das intenções de voto.
Na campanha, Bolsonaro defende os valores tradicionais da família cristã, o porte de armas e 'prega' o combate à violência num país que atingiu a marca de 63.800 homicídios em 2017 de forma individual. E entre as propostas mais polêmicas para a área de segurança pública está a implantação de uma figura jurídica no sistema legal que impediria o julgamento criminal de homicídios cometidos por polícias em serviço.
O candidato declarou, também, que se for eleito não vai aplicar recursos do Governo em instituições que atuam em defesa dos direitos humanos, afirmando pretender retirar o Brasil do Comitê de Direitos Humanos da ONU.
Bolsonaro foi acusado pela Procuradoria-Geral da União do crime de racismo, em 2016, quando comparou com animais os descendentes de negros africanos que fugiram antes da abolição da escravatura e vivem em quilombos. Bolsonaro também responde a processo por declarações homofóbicas, feitas num programa de televisão e é investigado por suposta apologia à tortura. Esta última acusação baseia-se na homenagem que fez ao coronel Brilhante Ustra, reconhecido torturador, no momento em que votava a favor da destituição de Dilma Rousseff, que foi presa e torturada durante a ditadura militar.


Nenhum comentário: