segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Um descaso de “autoridades” que quem pagará seremos nós, o povo brasileiro


Enquanto Temer e seus asseclas gastavam milhões comprando parlamentares para absolvê-los de acusações de corrupção, e endividando o país, o Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, que foi consumido por um incêndio de grandes proporções na noite deste domingo, já vinha sofrendo de problemas na sua infraestrutura pelo menos desde 2016, segundo relatório interno.

Em junho deste ano, o BNDES assinou um contrato de financiamento de R$ 21,7 milhões para restauração do local, e uma parcela da verba deveria ser investida em segurança contra incêndio.

Além disso, os recursos seriam destinados para uma reforma da biblioteca, e para a restauração de estruturas como o telhado do museu e os aposentos do imperador Dom Pedro II. Antes uma vitrine do Império, o museu vinha sofrendo de goteiras, infiltrações e outros problemas gerais, segundo apontou relatório de 2016 da Biblioteca do Museu Nacional.

O diretor do Museu Histórico Nacional, Paulo Knauss, considerou o incêndio "uma tragédia". Paulo lembrou que o museu foi residência da família real e sede da 1ª Assembleia Constituinte Republicana do Brasil.

"É uma tragédia lamentável. Em seu interior há peças delicadas e inflamáveis. Uma biblioteca fabulosa. O acervo do museu não é para a história do Rio de Janeiro ou do Brasil. É fundamental para a história mundial. Nosso país está carente de uma política que defenda os nossos museus", afirmou Paulo Knauss.

O vice-diretor do Museu Nacional, Luiz Fernando Dias Duarte, reclamou da falta de apoio do governo na conservação do espaço: "Nunca conseguimos nada do governo federal. Recentemente estávamos finalizando um acordo com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para um aporte de recursos volumoso, onde iríamos fazer finalmente a restauração do palácio e, ironicamente, planejávamos um novo sistema de prevenção de incêndios”.

Apesar de sua importância histórica, o Museu Nacional também foi afetado pela crise financeira da UFRJ e está há pelo menos três anos funcionando com orçamento reduzido.

A situação chegou ao ponto de o museu anunciar uma "vaquinha virtual" para arrecadar recursos junto ao público para reabrir a sala mais importante do acervo, onde fica a instalação do dinossauro Dino Prata. A meta era chegar a R$ 100 mil.

O museu continha um acervo histórico desde a época do Brasil Império, destacando-se:

- o mais antigo fóssil humano já encontrado no país, batizada de "Luzia", pode ser apreciado na coleção de Antropologia Biológica, entre outros;

- a coleção egípcia, que começou a ser adquirida pelo imperador Dom Pedro I;

- a coleção de arte e artefatos greco-romanos da Imperatriz Teresa Cristina;

- as coleções de Paleontologia que incluem o Maxakalisaurus topai, dinossauro proveniente de Minas Gerais.

E o pior de tudo isto: mais uma vez Temer e sua quadrilha tentam sair impunes de uma responsabilidade inerente à preservação da cultura neste inculto país!!!



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