O cineasta Carlos José Fontes Diegues, para nós
apenas Cacá Diegues foi merecidamente eleito nesta quinta-feira para
ocupar a cadeira número sete da Academia Brasileira de Letras. O mais novo
imortal concorreu com outros 11 candidatos e recebeu 22 votos dos 24 acadêmicos
presentes, alem de 11 por cartas.
Diegues que nasceu em Maceió (AL) no
dia 19 de maio de 1940, realizou desde 1962, quando dirigiu seu primeiro filme
no CPC (1) da UNE mais de 20 longas, entre eles “Ganga Zumba” (1964), “Os
herdeiros” (1969), “Joanna Francesa” (1973), “Xica da Silva” (1976), “Bye Bye
Brasil” (1980), “Quilombo” (1984), “Um trem para as estrelas” (1987),
"Veja esta canção" (1994), “Tieta do Agreste” (1995), “Orfeu” (1999),
“Deus é brasileiro” (2003), “O maior amor do mundo” (2005) e o mais recente,
ainda a estrear, “O grande circo místico” (2018), inspirado na obra do poeta
Jorge de Lima.
“As virtudes de Cacá coincidem
com o sucesso de bilheteria, com o reconhecimento da crítica e um grande
escritor, porque o autor é também um grande escritor na qualidade dos seus
próprios roteiros. Representa, de uma certa forma, uma saudação circunstancial
à saudade do nosso querido Nelson Pereira dos Santos”, disse Lucchesi
referindo-se ao recém-imortal.
Segundo o cineasta Zelito Viana,
a eleição de Cacá Diegues é uma vitória do cinema brasileiro. “Acho que é o
reconhecimento da academia da importância do cinema. A gente batalhou tanto a
vida toda para isso. É uma vitória. Eu estou me sentindo como se tivesse
ganhado a Copa do Mundo”.
Com esta conquista Carlos Diegues
alcançou um nível que o coloca entre os expoentes da cultura brasileira. E só
podemos dizer que ELE MERECE... é isso aí!
1. CPC era o “Centro Popular de Cultura” da UNE, e o filme foi “Escola de Samba, Alegria de Viver”,
episódio de “Cinco Vezes Favela”,
sendo os demais episódios dirigidos por Joaquim Pedro de Andrade, Leon
Hirszman, Marcos Farias e Miguel Borges. Pelo CPC passou toda uma geração
importante para a cultura brasileira, como Vianinha, José Wilker, Edu Lobo,
Nara Leão, Ferreira Gullar, Ruy Guerra, Geraldo Vandré, somente para citar
alguns.
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