sábado, 1 de setembro de 2018

Ele merece! Ele merece!



O cineasta Carlos José Fontes Diegues, para nós apenas Cacá Diegues foi merecidamente eleito nesta quinta-feira para ocupar a cadeira número sete da Academia Brasileira de Letras. O mais novo imortal concorreu com outros 11 candidatos e recebeu 22 votos dos 24 acadêmicos presentes, alem de 11 por cartas.
Diegues que nasceu em Maceió (AL) no dia 19 de maio de 1940, realizou desde 1962, quando dirigiu seu primeiro filme no CPC (1) da UNE mais de 20 longas, entre eles “Ganga Zumba” (1964), “Os herdeiros” (1969), “Joanna Francesa” (1973), “Xica da Silva” (1976), “Bye Bye Brasil” (1980), “Quilombo” (1984), “Um trem para as estrelas” (1987), "Veja esta canção" (1994), “Tieta do Agreste” (1995), “Orfeu” (1999), “Deus é brasileiro” (2003), “O maior amor do mundo” (2005) e o mais recente, ainda a estrear, “O grande circo místico” (2018), inspirado na obra do poeta Jorge de Lima.
“As virtudes de Cacá coincidem com o sucesso de bilheteria, com o reconhecimento da crítica e um grande escritor, porque o autor é também um grande escritor na qualidade dos seus próprios roteiros. Representa, de uma certa forma, uma saudação circunstancial à saudade do nosso querido Nelson Pereira dos Santos”, disse Lucchesi referindo-se ao recém-imortal.
Segundo o cineasta Zelito Viana, a eleição de Cacá Diegues é uma vitória do cinema brasileiro. “Acho que é o reconhecimento da academia da importância do cinema. A gente batalhou tanto a vida toda para isso. É uma vitória. Eu estou me sentindo como se tivesse ganhado a Copa do Mundo”.
Com esta conquista Carlos Diegues alcançou um nível que o coloca entre os expoentes da cultura brasileira. E só podemos dizer que ELE MERECE... é isso aí!

1. CPC era o “Centro Popular de Cultura” da UNE, e o filme foi “Escola de Samba, Alegria de Viver”, episódio de “Cinco Vezes Favela”, sendo os demais episódios dirigidos por Joaquim Pedro de Andrade, Leon Hirszman, Marcos Farias e Miguel Borges. Pelo CPC passou toda uma geração importante para a cultura brasileira, como Vianinha, José Wilker, Edu Lobo, Nara Leão, Ferreira Gullar, Ruy Guerra, Geraldo Vandré, somente para citar alguns.



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