O pós II Guerra Mundial foi marcado por uma
política bastante agressiva e/ou tática dos Estados Unidos em função da guerra
fria e da necessidade de consolidar o american
way of life como padrão e modelo ideal para o mundo, em função do avanço da
URSS, principalmente na Europa e na Ásia.
E claro que Hollywood seria importantíssima nesta
estratégia. O Starsystem, afinal, era
uma forma eficiente para influenciar pessoas ao redor do mundo. E uma de suas
faces mais evidentes era a beleza de suas estrelas, como Clark Gable, Rita
Hayworth, Gary Cooper, Lana Turner, etc., sempre brancas e carismáticas.
Os anos 1950 foram o berçário para uma nova geração
de stars como Marilyn Monroe, James
Dean, Elisabeth Taylor, Marlon Brandon ou... Doris Day: a “inocentinha namoradinha
da América”.
Assisti muitos filmes de Doris Day nos idos dos
anos 1950/60. Ela era apaixonante com aquele olhar translúcido e inocente, com o
seu jeitinho de eterna namorada.
Conhecida pelo sorriso permanente nos lábios, a
vida de Doris Day foi repleta de desafios. Sua paixão inicial era o balé,
porém, após um grave acidente aos 13 anos, quando o carro em que estava
chocou-se contra um trem, ela teve que abandonar o sonho de infância e tentar a
carreira de cantora. Com sua voz e carisma, acabou tornando-se uma das mais
brilhantes estrelas de Hollywood entre os anos 1950 e 1960, conhecida durante
décadas como "a namoradinha da América", pelo seu jeito ao mesmo
tempo sexy e ingênuo em mais de 40 filmes.
Em 24 de janeiro de 1948, já circulavam aqui no
Brasil pelas revistinhas de fofocas de cinema, notícias como: “Doris Day, cujo
romance com Jack Carson está de vento em popa, trabalha no seu próximo filme Two guys from the Mountles ”. Também no
mesmo ano, ela era destaque numa foto especial para a imprensa, como "uma
cantora de rádio e 'night clubs' de
Nova York, que começa a fazer muito sucesso no cinema", ao apresentar um
vestido para o verão... e blá, blá, blá.
Ela nasceu no dia 3 de abril de 1924 em Cincinnati,
Ohio. Na infância, aos 10 anos, Doris Mary Ann von Kappelhoff descobriu que o
pai, professor de piano, estava tendo um caso com a mãe de sua melhor amiga. “Isto
acabou com minha carreira de bailarina, sonhada com carinho desde que comecei a
estudar dança...” disse em sua biografia, “Doris
Day - Her own story”, escrita por Aaron E. Hotchner:
Seu primeiro disco, “Sentimental Journey”, foi gravado com a orquestra Les Brown, em
1944, com a qual iniciou sua carreira, aos 16 anos, e onde conheceu Al Jordan,
que se tornou seu primeiro marido. Paralelamente à música, fez algumas
participações em filmes menos importantes, até o lançamento de "Rouxinol da Broadway" (1951), no
qual canta a música-tema numa sequência antológica, além de mostrar seu talento
como dançarina.
Entre os anos 1950 e 1960, a atriz estrelou filmes
como "Ardida Como Pimenta"
(1953), "Ama-me ou Esqueça-me"
(1955), "O Homem Que Sabia Demais"
(1957), "Confidências à Meia-noite"
(1959) e "Onde Estavas Quando as
Luzes se Apagaram" (1968). E também gravou mais de 200 músicas, entre
elas clássicos como “Sentimental Journey”
ou “Love Me or Leave Me”.
A alegria à frente das câmeras escondia histórias
difíceis, que só seriam reveladas décadas depois, como o fato de que seu
primeiro marido Al Jordan era um psicopata, que a ameaçava de revólver em
punho, ou a tentativa de estupro de seu agente e amigo Al Levy, que foi
substituído por Martin Melcher, com quem acabou se casando em 1951. Antes desse
casamento, Doris namorou alguns atores, como Ronald Reagan, com quem atuou em
dois filmes, e que depois se tornou presidente dos EUA, entre 1981 e 1989.
Doris fez inúmeras comédias ao lado de Rock Hudson,
Jack Lemmon, Tony Randall, Clark Gable, Cary Grant, David Niven, Rex Harrison,
entre outros. Melcher cuidava das finanças da estrela, investindo seus cachês
milionários em projetos que fracassaram, como campos petrolíferos que não
tinham petróleo e cadeias de hotéis que faliram.
Com a morte de Melcher, em 1968, ela descobriu não
só que os 20 milhões que tinha ganho durante “meses inteiros acordando às 5h,
trabalhando o dia todo e indo para a cama às 9h da noite” haviam desaparecido,
como tambem que teria que pagar uma dívida de quase meio milhão de dólares,
fruto de declarações falsas de Imposto de Renda entre 1953 e 1957.
Em 2004, após a morte do filho Terry Melcher, a
estrela, que havia abandonado a carreira em 1968, tornou-se reclusa, passando a
se dedicar à proteção dos animais e à Doris
Day Pet Foundation.
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