sexta-feira, 30 de novembro de 2018

O plano que é uma maçã podre... por fora e por dentro!


O plano de governo de Jair Bolsonaro é um plano de direita hipocritamente disfarçado de “esquerda” em muitas de suas propostas. Não precisa ir muito longe; a direita, historicamente sempre tentou uma aparência de “esquerda” em suas “pretensões”... haja vista, apenas como exemplo que o partido de Adolf Hitler era o Nacional “Socialista”. E aqui no Brasil diversos partidos de direita se intitulavam como “Social” isso ou aquilo. Como o de Ademar de Barros que se entitulava Partido “Social” Progressista. Ou o velho PSD (Partido “Social” Democrático), um partido de “centro” direita criado pós ditadura Getúlio Vargas (1937/1945) para se opor ao PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), este de”centro” esquerda. Após a ditadura militar, surgiram o PSDB (Partido da “Social” Democracia Brasileira) que além do mais aludia à social democracia européia, símbolo da II Internacioal Socialista e o PDS (Partido Democrático “Social”).

Meus comentários estão grifados em amarelo.

Em primeiro lugar ainda nas eleições deste ano, o candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, seguia o plano de governo chamado de O Caminho da Prosperidade. Neste plano, propõe uma gestão “decente, diferente de tudo aquilo que nos jogou em uma crise ética, moral e fiscal. Um governo sem toma ‘lá dá cá’, sem acordos espúrios. Um governo formado por pessoas que tenham compromisso com o Brasil e com os brasileiros”.
Prepotente o tal “... um governo formado por pessoas que tenham compromisso com o Brasil e com os brasileiros”. E “um governo sem ‘toma lá dá cá’, sem acordos espúrios”...

A promessa é a de realizar um governo liberal democrata, tendo como prioridade a segurança, a saúde e a educação. O candidato do PSL também destacava que teria “tolerância zero” com o crime, com a corrupção e com os privilégios. A ideia de focar no liberalismo como solução econômica para o país, é porque este “reduz a inflação, baixa os juros, eleva a confiança e os investimentos, gera crescimento, emprego e oportunidades”.
Será que veremos de fato “tolerância zero” com o crime, com a corrupção e com os privilégios”? E afirmar que “...focar no liberalismo como solução econômica para o país, é porque este “reduz a inflação, baixa os juros e blá, blá, blá”, é balela antiga que já não de certo desde FHC!

O texto destaca ainda que o problema atual do Brasil é o legado deixado pela gestão do PT, que culminou no deficit primário R$ 139 bilhões em 2019. A meta é reduzir esse número para equilibrar as contas públicas e ao mesmo tempo “organizar e desaparelhar as estruturas federais”. O presidenciável também prometeu reduzir o número de ministérios, considerado “ineficiente” e que não atende “os legítimos interesses da Nação”. O plano aponta que a grande quantidade de pastas tem apenas o intuito de promover um loteamento do Estado para atender demandas políticas.
Nesta etapa fica claro o propósito de entregar toda a economia brasileira às multinacionais. Quanto a reduzir ministérios, até que neste sentido ele tem razão.

SAÚDE
  
Para a Saúde, o candidato do PSL prometeu melhorar o uso dos recursos na área. Uma das propostas é unificar o prontuário dos pacientes de maneira nacional, para que ele possa ser acessado por outros médicos de diferentes postos de atendimento ou hospitais em consultas futuras. Um dos campos será grau de satisfação do paciente. A medida iria reduzir os custos na área e permitir uma cobrança no desempenho dos profissionais de saúde.
Será que ele fará isto? Se fizer resolverá um sério problema; mas a direita (vide Crivella no Rio de Janeiro, está mesmo é querendo fechar definitivamente os postos do SUS.

Outra das ideias era o de realizar um credenciamento universal dos médicos, permitindo que toda força de trabalho da saúde possa “ser utilizada pelo SUS, garantindo acesso e evitando a judicialização. A intenção seria permitir às pessoas maior poder de escolha, compartilhando esforços da área pública com o setor privado. Todo médico brasileiro poderá atender a qualquer plano de saúde”. O plano ainda prevê a criação de um cargo de médico do estado, que irá atender em áreas carentes do Brasil, o aperfeiçoamento do treinamento de agentes comunitários de saúde para que possam atuar na área de prevenção e ainda a permissão para que as famílias de médicos cubanos possam imigrar para o Brasil.
Misturou “alhos com bugalhos”. Essa de mesclar saúde pública com saúde privada!? A corda sempre arrebenta do lado mais fraco. No tocante aos médicos cubanos, foi mais fácil eliminá-los de uma vez. Ainda ontem, Bolsonaro declarou que eles estavam apenas financiando a “ditadura” caribenha...

EDUCAÇÃO
  
Bolsonaro planeja modernizar a educação e para isso, pretende expurgar a ideologia de Paulo Freire, utilizada atualmente. Ele planeja ainda alterar a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e acabar com a aprovação automática. Outro foco será dado na questão de disciplina dos alunos na sala de aula.
Uma velha aspiração da direita é acabar com Paulo Freire, cujo método é consagrado no mundo inteiro; uma prática didática fundamentada na crença de que o educando assimila o objeto de estudo fazendo uso de uma prática dialética com a realidade, em contraposição à por ele denominada educação bancária, tecnicista e alienante: o educando cria sua própria educação, fazendo ele próprio o caminho, e não seguindo um já previamente construído; libertando-se de chavões alienantes, o educando seguiria e criaria o rumo do seu aprendizado. As outras propostas são irrelevantes e/ou inúteis.

O candidato planeja integrar o ensino superior, gerido em sua maioria pelo governo federal, o ensino médio, de responsabilidade dos governos estaduais, e o ensino básico, a cargo dos municípios. A ideia é permitir a qualificação de alunos e professores nas áreas em que existe carência, assim como detectar e corrigir as falhas no processo de formação dos alunos.
Isto é mais ou menos como mexer em “casa de marimbondos” (rs)

No ensino superior, Bolsonaro planeja estimular o ensino do empreendedorismo em todos os cursos, para fazer com que o jovem possa sair “da faculdade pensando em como transformar o conhecimento obtido em produtos, negócios, riqueza e oportunidades”. As pesquisas em universidades também serão focadas na atuação com empresas, de modo que cada região do Brasil possa se concentrar em suas “vantagens comparativas”.
Uma ideia típica e tecnicamente de direita, uma visão capitalista, meramente utilitarista do ensino.

SEGURANÇA
  
Na questão da segurança, o plano de governo de Jair Bolsonaro apresenta dados de criminalidade no Brasil e em outros países e os compara com a liberação das armas de fogo, um dos principais pontos de sua campanha. O texto também destaca os crimes violentos no Brasil e aponta que a Esquerda está mais preocupada com as mortes decorridas em ações policiais do que com os assassinatos de agentes de segurança.
A visão “faroestiana” de cada cidadão com uma cartucheira na cintura, sem a menor visão do que acontecerá com uma simples discussão no trânsito não tem propósito! No tocante às mortes decorridas em ações policiais, “bah”, proponha-se uma melhor maneira de formar e conscientizar uma polícia totalmente despreparada.

Bolsonaro então propõe oito tópicos “para reduzir os homicídios, roubos, estupros e outros crimes”:
  
1 – Investir fortemente em equipamentos, tecnologia, inteligência e capacidade investigativa das forças policiais.
Sim, isto é mesmo necessário.
2 – Prender e deixar preso! Acabar com a progressão de penas e as saídas temporárias!
Um problema complexo a ser estudado. Cada caso é um caso!

3 – Reduzir a maioridade penal para 16 anos!
Pode ser. A prisão de “menores” é hoje um problema serissimo!

4 – Reformular o Estatuto do Desarmamento para garantir o direito do cidadão à LEGÍTIMA DEFESA sua, de seus familiares, de sua propriedade e a de terceiros!
Será sempre LEGÍTIMA DEFESA mesmo?

5 – Policiais precisam ter certeza que, no exercício de sua atividade profissional, serão protegidos por uma retaguarda jurídica. Garantida pelo Estado, através do excludente de ilicitude. Nós brasileiros precisamos garantir e reconhecer que a vida de um policial vale muito e seu trabalho será lembrado por todos nós! Pela Nação Brasileira!
Isto é nazi-fascismo!

6 – Tipificar como terrorismo as invasões de propriedades rurais e urbanas no território brasileiro.
Nem sempre poderia ser um ato “terrorista”...

7 – Retirar da Constituição qualquer relativização da propriedade privada, como exemplo nas restrições da EC/81 (1).
Leia explicações nas notas no final do texto.

8 – Redirecionamento da política de direitos humanos, priorizando a defesa das vítimas da violência.
Desde que se prove, tudo bem!

ECONOMIA
O plano de governo do candidato deixa claro que sua prioridade será “gerar crescimento, oportunidades e emprego, retirando enormes contingentes da população da situação precária na qual se encontram”. Para alcançar o resultado, estabelece como foco o controle fiscal, se afastando de políticas populistas, e o controle da inflação.
Em outras palavras: “vamos privatizar tudo o que for possível... e, quem sabe alguns itens considerados impossíveis!”

Uma das propostas é a de dividir a área econômica em duas, o Ministério da Economia e o Banco Central atuando de forma independente. A nova pasta seria criada a partir da junção dos ministérios da Fazenda, do Planejamento e da Indústria e Comércio, assim como a Secretaria Executiva do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI). Os bancos públicos, a Caixa Econômica Federal, o Banco do Brasil e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) seriam vinculados à nova pasta.
Seguinte “meu”: de tudo isto, o importante mesmo é o “Programa de Parcerias de Investimento” (PPI). Nele, afinal, estão as multinacionais...

O documento também destaca um plano de privatizações de empresas públicas. Os recursos arrecadados deverão ser utilizados para a redução da dívida pública brasileira. Na questão da Previdência, Jair Bolsonaro defende a adoção de um modelo de capitalização, funcionando em paralelo com o atual, que será reformado. Apresenta ainda uma unificação de tributos, que também serão simplificados. Com a medida, o candidato planeja trabalhar pela redução de impostos no futuro.
Ou seja: daí a César o que não é, mas será de César. Capitalização na Previdência? Ora vejam só! E daí ao povo o que é do povo!

Outro destaque será a criação de uma nova carteira nas cores verde e amarela. Ela será voluntária para todos os trabalhadores e permitirá a “todo jovem que ingresse no mercado de trabalho escolher entre um vínculo empregatício baseado na carteira de trabalho tradicional (azul) – mantendo o ordenamento jurídico atual –, ou uma carteira de trabalho verde e amarela (onde o contrato individual prevalece sobre a CLT, mantendo todos os direitos constitucionais).
Ai caramba! Pior que Temer!”


1. As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, nos termos do § 3º do art. 60 da Constituição Federal, promulgam a seguinte Emenda ao texto constitucional:
Art. 1 O art. 243 da Constituição Federal passa a vigorar com a seguinte redação:
"Art. 243. As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo na forma da lei serão expropriadas e destinadas à reforma agrária e a programas de habitação popular, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei, observado, no que couber, o disposto no art. 5º.
Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e da exploração de trabalho escravo será confiscado e reverterá a fundo especial com destinação específica, na forma da lei." (NR)
Art. 2º Esta Emenda Constitucional entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, em 5 de junho de 2014


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