Estudioso das ditaduras brasileiras, o historiador Carlos Fico (1) analisa
a atual crise como desdobramento do impeachment de Dilma – com a instauração de
um quadro de quase anomia. Para o professor titular do Instituto de História, a
prisão do ex-presidente Lula se transformou em troféu da Lava-Jato. O docente
alerta para o risco de exacerbação da violência física na política brasileira.
O ex-presidente se transformou num troféu da Lava-Jato, alguém que,
segundo os procuradores, tinha de ser preso. A correria para a emissão do
mandado de prisão mostra o quanto ele se transformou num troféu muito ansiado.
A decisão judicial não me compete analisar. Compete à Justiça. Simbolicamente,
Lula se tornou um troféu. Para culminar, houve essa pressa na emissão do
mandado de prisão. Existe na sociedade uma percepção do que seria uma situação
diferenciada em relação a outros investigados. Vamos acompanhar a situação do
ex-governador mineiro Eduardo Azeredo, do PSDB, julgado e condenado em primeira
e segunda instâncias. Agora vão ser julgados seus embargos. Ele vai ser preso?
Se for preso com a mesma celeridade é uma coisa. Se não, dá uma impressão
negativa.
“Eu era um troféu que a Lava Jato precisava entregar. Não sei por que
que não gostam de mim, mas era um troféu que precisava entregar. Eu via pela
imprensa vários jornalistas dizendo que se não entregar o Lula não vale, se o Lula
não for preso não vale.” Declarou o ex-presidente
ao final do julgamento.
1. Carlos Fico é bacharel em história pela UFRJ (1983), mestre em história pela UFF (1989), doutor em história pela USP (1996), onde também fez um estágio de pós-doutoramento em 2006/2007. É Professor Titular de História do Brasil da UFRJ e pesquisador do CNPq. Dedica-se ao ensino de teoria e metodologia da história e de história do Brasil republicano e desenvolve pesquisas para a história dos seguintes temas: ditadura militar no Brasil e na Argentina, historiografia brasileira, rebeliões populares no Brasil republicano e história política dos Estados Unidos durante a Guerra Fria.
1. Carlos Fico é bacharel em história pela UFRJ (1983), mestre em história pela UFF (1989), doutor em história pela USP (1996), onde também fez um estágio de pós-doutoramento em 2006/2007. É Professor Titular de História do Brasil da UFRJ e pesquisador do CNPq. Dedica-se ao ensino de teoria e metodologia da história e de história do Brasil republicano e desenvolve pesquisas para a história dos seguintes temas: ditadura militar no Brasil e na Argentina, historiografia brasileira, rebeliões populares no Brasil republicano e história política dos Estados Unidos durante a Guerra Fria.
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