quinta-feira, 15 de novembro de 2018

Uma revelação “divina” nos traços de um gênio


O livro em quadrinhos de Robert Crumb foi publicado em 19 de outubro de 2009 pela editora W. W. Norton & Company, com capa dura, contendo 224 paginas nas medidas de 22,6 x 28,4 cm, tendo 2,5 cm de lombada, pesando 862 g. Publicado no Brasil pela Conrad Editora também em 2009.

Segundo uma crítica de Luiz Santiago em @planocritico: “(...) Mesmo que você não tenha lido o livro de Gênesis, é muito provável que saiba alguns de seus temas principais: a criação do mundo e de toda a matéria viva, as gerações a partir de Adão e Eva, o dilúvio, Sodoma e Gomorra, os patriarcas e José do Egito, o poderoso braço direito do Faraó. Quando falamos desses fatos bíblicos, em sua forma natural de leitura, não paramos para pensar nas implicações dos acontecimentos ou para aplicar juízos de valor às ações dos Homens e de Deus. E é nesse ponto que a escolha de Crumb não poderia ser mais importante: ao optar pelo texto original e distanciar ao máximo o leitor da obra através de seus desenhos, além de diagramar as páginas em uma lógica narrativa para cada capítulo, o autor logra abrir os nossos olhos para o que sempre esteve lá e para o que nunca prestamos a devida atenção...”

E continua: “...Robert Crumb não precisou desfigurar Deus para deixar claro o genocídio que foi o dilúvio e Sodoma e Gomorra; ou que o Todo Poderoso manteve seu poder ativo através de alianças reafirmadas de geração a geração (um Deus político!), ligando o seu poder diretamente à existência do Homem. Também não precisamos de palavrões ou diálogos sarcásticos para perceber que Deus nunca se importou muito com quem não fosse hebreu, ou que há histeria, incesto, traição, assassinato, mentiras, adultério, prostituição, roubo, engano, parricídio, sexo e guerra a perder de vista nos 50 capítulos do livro bíblico, que também é uma fonte histórica, se soubermos lê-lo. Não são necessárias incursões políticas ou feministas para percebermos a caótica adequação de governos e a enorme importância das mulheres até um determinado momento da história. E por mais incrível que pareça, está tudo lá na Bíblia, o que Crumb faz foi tornar a leitura mais vívida, com detalhes escancarados e aberturas para debates de conceitos morais e éticos que não necessariamente ocorrem através de outro modo de consulta...”

Sem duvida um trabalho genial do idem Robert Crumb...


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