Amanhã fazem oito meses que Marielle
Franco e o motorista Anderson Gomes foram assassinados. O ministro da Segurança
Pública, Raul Jungmann, afirmou na quinta-feira (1/11/18) que a PF (Polícia
Federal) irá investigar a existência de uma organização criminosa, envolvendo
agentes públicos, milícias e contravenção, que atuaria com o objetivo de
obstruir a elucidação do homicídio. Essas denúncias são extremamente graves
porque remetem ao duplo homicídio de Marielle Franco e Anderson. Esses
depoimentos foram tomados recentemente, o primeiro há um mês e meio e o segundo
há 15 ou 20 dias ", afirmou o ministro. "Ao constatar a gravidade das
denúncias de corrupção e ocultamento fazendo referências a agentes públicos,
milicianos e organizações criminosas para impedir que se chegue aos reais
mandantes e executivos a PGR (Procuradoria Geral da República) tomou essa
atitude."
A partir
desta quinta-feira, a Polícia Federal está à frente das investigações sobre
como ocorreu a morte da vereadora Marielle e Anderson. "A investigação é
para confirmar os depoimentos das testemunhas. Cabe instaurar o inquérito para
investigar as denúncias existentes", disse. Após oito meses do
assassinato, as investigações não tiveram um claro encaminhamento, "uma
resolutividade", segundo o ministro. "Quando se cala uma
representante popular, uma mulher que defende minorias, que leva a conhecimento
denúncias e problemas, se ataca no fundo a própria democracia, a representação
popular e os direitos humanos", disse.
"A
Polícia Federal investigará quem está na máquina pública, agentes públicos, e
quem está ligado ao crime organizados ou a interesses políticos que fazem de
tudo para impedir que se elucide esse crime", afirmou Jungmann.
"Haverá cooperação entre as duas partes." Com base na lei
12.850 de 2013, que trata de organizações criminosas, e na lei 10.446 de 2012,
que trata de crimes de repercussão interestadual e internacional, a procuradora
Raquel Dogde determinou que a PF abra inquérito para investigar a atuação de
uma organização criminosa "que envolve agentes públicos, milicianos,
organizações criminosas e a contravenção para impedir que se chegue a mandantes
e executores reais do duplo homicídio de Marielle e do motorista Anderson
Gomes."
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