Donald Trump e os principais
Governos satélites da América Latina cumprimentaram no penúltimo domingo (28/10) o
presidente eleito do Brasil, expressando seu desejo de fortalecer as relações
bilaterais e trabalhar de mãos dadas. Em alguns casos foi questão de minutos.
Argentina, México, Colômbia, Peru e Chile saudaram o resultado de uma eleição
que levou a extrema direita ao poder com uma margem de mais de 10 pontos
percentuais, inaugurando uma nova era na política do país sul-americano.
As posições políticas de
Bolsonaro podem colocar em aperto os presidentes conservadores do continente,
sobretudo os mais moderados, mas os laços econômicos e a diplomacia obrigam a um
trato cordial. “Nosso desejo (é) para que esta nova etapa do país vizinho seja
de bem-estar e união. Esperamos continuar nossa relação de irmandade para
fortalecer vínculos políticos, comerciais e culturais”, escreveu o mandatário
colombiano, o conservador Iván Duque, em sua felicitação. Antes dele, um
comunicado oficial da Chancelaria destacou uma relação estratégica
caracterizada pela “bem sucedida cooperação” no âmbito político, comercial e de
investimento.
Um dos primeiros em disparar sua
mensagem foi o mexicano Enrique Peña Nieto, que no próximo 1º. de dezembro
passa a faixa ao esquerdista Andrés Manuel López Obrador. “Em nome do povo e do
Governo do México felicito a Jair Bolsonaro por sua eleição como presidente da
República Federativa do Brasil, em uma exemplar jornada que reflete a fortaleza
democrática desse país”, afirmou pelo Twitter, enquanto seu sucessor, ao menos
por enquanto, evitou se pronunciar.
O argentino Mauricio Macri, que
há alguns dias já recebeu uma ligação de Bolsonaro para tratar de ações
conjuntas, insistiu na colaboração entre os dois Executivos. “Felicitações pelo
triunfo no Brasil”, disse. “Desejo que em breve trabalhemos juntos pela relação
entre nossos países e o bem-estar de argentinos e brasileiros.” O presidente
chileno, o direitista Sebastián Piñera, já tinha afirmado que o programa
econômico do Bolsonaro ia numa “boa” direção. Neste domingo aplaudiu “seu
grande triunfo eleitoral”. “Felicito ao povo brasileiro por uma eleição limpa e
democrática (...). Convido-o a visitar o Chile e estou seguro de que
trabalharemos com vontade, força e visão de futuro em favor do bem-estar de
nossos povos e da integração”, ressaltou.
O peruano Martin Vizcarra
desejou a seu futuro homólogo brasileiro “os maiores sucessos em sua gestão”,
uma mensagem semelhante à do equatoriano Lenín Moreno, que expressou “os
melhores augúrios” ao ganhador de uma eleição que qualificou de “nova façanha
democrática”. O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA),
Luis Almagro, foi além e, em vez de se ater à cordialidade diplomática, aplaudiu
a “mensagem de verdade e paz” do presidente-eleito. “Conta com o compromisso da
Secretaria Geral da OEA de trabalhar de forma conjunta pela democracia, os
direitos humanos, a segurança e o desenvolvimento de região”, disse.
Do outro lado do mundo, na
França, o presidente Emmanuel Macron afirmou na segunda feira (29/10), através
de um comunicado, que seu país continuará cooperando com o Brasil, inclusive em
políticas relacionadas ao meio ambiente. “A França e o Brasil teem uma parceria
estratégica baseada em valores comuns de respeito e promoção de princípios
democráticos. É no respeito desses valores que a França deseja continuar sua
cooperação com o Brasil na resolução de grandes questões, como paz, segurança
internacional e meio ambiente, no contexto do Acordo Climático de Paris",
afirmou.
A Alta Comissária das Nações
Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, disse que vigiará o
respeito pelos direitos humanos no Brasil. "É uma decisão soberana dos
brasileiros a quem eleger presidente da República. Como houve alguns
comentários preocupantes durante a campanha, só posso dizer que, como um
escritório (da ONU), vamos estar muito atentos, porque queremos que, em uma
democracia tão importante da América Latina, os direitos humanos continuem a
ser respeitados e que a democracia continue consolidada", afirmou a
ex-presidente chilena.
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