domingo, 15 de fevereiro de 2015

Pensatas de domingo, ou Dilma na berlinda



Daqui a exatamente um mês (15 de março), o Brasil saberá o tamanho do movimento que até agora se expressa de forma mais presente via web, área em que se multiplicam inúmeras convocações para essas manifestações.

O certo é que a direita como um todo está a apostar neste evento para desestabilizar o governo reformista e de “Frente Popular” do PT (Partido dos Trabalhadores). No PSDB, em particular, existem três vozes reconhecidas como de maior participação. A de FHC (o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso) e as dos dois candidatos derrotados ao  Palácio do Planalto, os atualmente senadores Aécio Neves e José Serra.

Com atos esvaziados e sem ibope, aderir ao “Fora, Dilma'' seria uma opção um tanto quanto arriscada. Com o respaldo das multidões, apoiar a derrubada da presidente constitucional alimentaria o sonho presidencial de Serra e Aécio. E Dilma Rousseff poderá medir se enfrenta uma gritaria típica das torcidas de clubes de futebol (pequenas, porem barulhentas) ou se uma mobilização de peso. O resultado dessas passeatas deverá influenciar a atitude tanto do governo quanto da oposição.

Independentemente de se colocar um número para o risco de Dilma enfrentar um processo de impeachment, que hoje ainda não deveria ser o cenário base de investidores e empresários, os ruídos causados por notícias relacionadas a esse tema vão tornar o ambiente macroeconômico muito difícil. As conclusões que podemos tirar antecipadamente, são de que a burguesia está apostando no sucesso com o apoio gradativo da Grande Imprensa. E os interesses do capital multinacional são os de conseguir estabelecer –a partir de um impedimento da presidente–, um governo mais submisso aos seus interesses imperialistas.

domingo, 8 de fevereiro de 2015

PMDB e seu fisiologismo seguem no comando do Congresso




Luciana Genro

O PMDB seguirá no controle do Senado com Renan Calheiros e, agora, com Eduardo Cunha, na Presidência da Câmara. Isso significa que as piores práticas políticas seguem no comando do Congresso. O fisiologismo e o clientelismo seguem dominando o Legislativo, na contramão das críticas da sociedade e das mobilizações de junho de 2013.

A crise política que o Brasil vive será aprofundada com a revelação dos políticos envolvidos na Operação Lava Jato. Talvez o Congresso fique acéfalo, caso se confirme o beneficiamento direto de Renan e Cunha no escândalo. O governo Dilma e o PT foram decisivos para a vitória de Renan. Mas mesmo a vitória de Cunha não abala o Planalto, já que ele segue se reportando ao vice-presidente Michel Temer.

O resultado mostra que o Congresso segue voltado para si e para os privilégios dos deputados, de costas para o povo. O PSOL fez sua parte. Chico Alencar e o programa apresentado marcaram um contraponto ao fisiologismo. A luta segue!





quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Luciana Genro sempre vale a pena!


No vídeo abaixo, veiculado fazem quatro meses, durante a campanha eleitoral, Luciana Genro dá um verdadeiro show em suas interpretações históricas a partir de uma visão marxista do momento histórico brasileiro...
    


Luciana Genro: "Marina é a segunda via do PSDB"

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

"Revoada" - Cangaço Shakesperiano


O cineasta sergipano radicado na Bahia, José Umberto Dias, já é um veterano
do cinema brasileiro. Mas seu longa "Revoada" apresenta um apuro estético tão vivaz que torna a narrativa cheia de vigor, algo que muitos jovens cineastas não possuem.
Ao falar do filme, o cineasta fez uma relação entre arquitetura e arte barrocas vistas em Tiradentes coma estética de seu próprio filme. Nada mais apropriado, pois "Revoada" alimenta-se do excesso e do rebuscamento formal para narrar o fim do cangaço.
“Lampião é uma figura barroca, poderia ser um personagem shakespeariano”, observou o diretor.

Lua Nova

O filme acompanha um grupo de cangaceiros liderados por Lua Nova (vivido por Jackson Costa) que recebem a notícia da morte de Lampião e seu bando.
Resta fugir ou partir para o enfrentamento, já que a polícia (ou os macacos, como são chamados) está em seu encalço.
São evidentes no filme referências cinemanovistas. José Umberto parte do excesso, seja nos cortes rápidos e secos, nos diálogos marcados por uma fala sertaneja bastante carregada, na trilha sonora retumbante e até mesmo no colorido das roupas dos personagens, tudo para dar uma atmosfera quase operística ao longa.

Rafael Carvalho
Especial para A Tarde, Salvador, sábado, 31/01/2015