terça-feira, 28 de setembro de 2010

Crimes de guerra

Uma publicação do Washington Post relata que provas contra cinco soldados estadunidenses acusados de matar civis por diversão e, em alguns casos, de desmembrar corpos e conservar ossos das vítimas, começaram a ser examinadas na segunda-feira (27 de setembro) pelo Exército dos Estados Unidos.
O assunto é extremamente delicado para o exército que se “esforça” para ganhar a “confiança” da população afegã, em particular na província de Kandahar, principal concentração de Talebans, onde os fatos ocorreram.
A audiência tratou do caso do soldado Jeremy Morlock (1), de 22 anos, originário do Alasca. Ele lidera o grupo de militares acusados dos assassinatos. Outros sete soldados serão julgados por obstruir a investigação do caso. E também indiciados por ter surrado um de seus companheiros, para obstruir uma investigação sobre o consumo de haxixe.
As autoridades ainda acusam Michael Gagnon, outro militar, de ter conservado o crânio de um cadáver e um terceiro, Corey Moore, de ter esfaqueado um dos corpos, alem de vários soldados de tirar fotos de suas vítimas.
A publicação informou que a “brincadeira” dos soldados teria começado no último inverno, quando um afegão se aproximou de um soldado na localidade de La Mohammed Kalay. À medida que o homem se dirigia a eles, Morlock criou uma situação de tumulto para dar a impressão que estava sob ataque. Seus companheiros abriram fogo e mataram o afegão.
Segundo o jornal, as mortes em questão teriam sido cometidas puramente “por esporte” da parte de soldados alcoolizados e drogados.
Um caso macabro!

(1) Coincidentemente, os “Morlocks” são uma espécie degenerada da humanidade que no romance “A máquina do tempo” de H.G. Wells tornam-se antropófagos, vivendo no subsolo e devorando passivos humanos engordados por eles mesmos, que restaram a vagar pela superfície em um futuro bastante distante.

domingo, 26 de setembro de 2010

Pensatas de domingo

Durante os anos de ditadura militar criamos o hábito do voto útil. Votei muitas vezes em quem eu não acreditava apenas para me opor ao regime e eleger alguém que estivesse do lado oposto deles.
Hoje, com a pseudo democracia (1) instalada, as coisas mudaram de feição. Existe um quadro político dos mais caóticos possíveis. Por um lado o PT, querendo se perpetuar de qualquer forma no poder. De outro uma oposição tentando armar um golpe à base de escândalos. E correndo no meio disto a raia miúda, os “nanicos” como são chamados, alguns desejando realizar uma “revolução” dentro do próprio sistema. Mais do que uma utopia, uma verdadeira insanidade.
Vamos começar pelo que chamo de pseudo democracia, que é essa estupidez de se achar que o voto é algo válido para o povo. O voto na democracia ocidental é uma máscara para esconder os poderosos grupos econômicos que a financiam. Uma eleição custa milhões, algumas bilhões, em que os capitalistas jogam suas cartas em troca de favores futuros. O eleito já surge com o rabo preso. Daí os escândalos, o tráfico de influencias, a corrupção deslavada.
Nossa classe política em particular é o reflexo deste quadro, principalmente porque no Brasil a punibilidade é dúbia. Em outros países os jogos desse tipo são camuflados porque quem é surpreendido no meio deles não escapa de um severo revés. Aqui impera a cara de pau, o cinismo. Vejam por exemplo os muitos casos dos que estão concorrendo a cargos políticos, mas legalmente não deveriam nem se candidatar. Somente no caso do “Ficha Limpa” são mais de 170 nomes. Mas correm o risco... Se colar, colou!
O Partido dos Trabalhadores chegou ao poder após várias e seguidas tentativas frustradas. Sem dúvida o governo atual criou uma base política com os mais pobres através de “esmolas” bem geridas, como o Bolsa Família. Isto elevou o poder aquisitivo de uma população antes marginalizada do mercado de consumo. Mas com isto o PT fez um jogo que beneficiou e enriqueceu muito mais a burguesia, ao criar condições para fortalecer o capitalismo internamente.
Por outro lado, nas duas gestões do PT surgiram comprovados atos de corrupção, escândalos e abusos de poder. O “mensalão” talvez tenha sido o maior deles, mas agora o também corruptíssimo PSDB, na sua ambição de voltar às rédeas do governo, anda fuçando novos tropeços da classe dirigente em Brasília. E tem conseguido alcançar o seu objetivo apoiado por amplos setores da grande imprensa.
Quando afirmo que eu voto nulo, é porque não vejo saída possível neste cenário. Primeiro temos um tipo de regime que chamam de democracia, porem está longe de sê-lo. E quando digo isto não me refiro apenas ao Brasil, mas a todos os países que o adotam. Infelizmente, aqui não nos oferecem nem a possibilidade de não se comparecer às urnas por ser o voto obrigatório. Segundo e simplesmente porque entre os candidatos não vejo nenhum em quem possa votar.
Pelo menos a minha consciência fica tranquila.

(1) Leia mais sobre o assunto em “A grande Utopia” publicado neste blogue em 13 de fevereiro de 2009.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

E o palhaço o que é?

Palhaço era ladrão de mulher! Agora é de voto mesmo!
Certa vez atribuiu-se a Charles de Gaulle, então presidente francês, a frase: “O Brasil não é um país sério”. Sempre achei que ele tinha razão, mas outro dia ao ler que o ridículo comediante Tiririca estava liderando a contagem dos votos de São Paulo em todos os tempos (vejam bem, em todos os tempos), sendo também, pelas projeções o deputado mais votado do país conclui que o general presidente da França tinha razão absoluta.
Palhaçadas à parte, assistimos hoje uma disputa presidencial entre a defesa do indefensável por parte dos governistas e a tentativa de um golpe eleitoreiro a partir de escândalos por parte da oposição. Ridículo! Por outro lado, Romário sendo um dos mais votados entre os eleitores do Rio de Janeiro, famosos e popozudas se candidatando por aí afora às dúzias.
O pior de tudo é que quem pensa que com isto está anulando o voto (como nos tempos do “Cacareco” ou do “macaco Tião” (1) está plenamente enganado. O seu voto está a reforçar algum “candidato real” cuja possibilidade de defender alguma plataforma, seja lá qual seja inexiste. Note-se o slogan de Tiririca que é “Pior que tá, não fica”. E o pior é que vai ficar pior mesmo!
Nem preciso me estender muito no assunto. A questão está aí, claramente exposta. Que se candidatem ainda vá lá. Mas que se elejam? E expressivamente... Aí é que pega! E nos faz pensar seriamente que este não é mesmo um país sério.

(1) Durante a ditadura as pessoas, expressaram seus votos em animais do zoológico como forma de manifestar seu repúdio ao regime de então, anulando o voto ainda escrito à mão. Foram os casos acima citados que tiveram uma grande representatividade.

domingo, 19 de setembro de 2010

De volta às pensatas de domingo

Volto a este blogue, após ausência, no auge da sucessão presidencial. E que sucessão? Campanhas beirando o que há de mais baixo em artimanhas e baixarias.
Li no dia 15 deste mês na Tribuna da Imprensa um artigo em que Helio Fernandes cita uma matéria publicada na Carta Capital referindo-se à divulgação por Verônica Serra – filha do candidato do PSDB –, do vazamento na internet das contas de 60 milhões de correntistas em 2001 pela empresa Decidir.com da qual era sócia. Para não me deter demasiado no assunto, a quem interessar, maiores informações em http://www.tribunadaimprensa.com.br/?p=11565
Cada dia chego à conclusão que a minha decisão pelo voto nulo continua sendo a melhor possível. Afinal, no nebuloso caso do acesso aos dados da própria Verônica, quem pode provar de quem foi a culpa? Terá sido da corrupção na máquina governamental? Ou simplesmente uma armadilha plantada pelo próprio candidato do PSDB? Afinal este partido já nos deu dois governos de FHC que entregou o país a preços de banana em privatizações suspeitas. E, pelo jeito herdou a vocação moralista e golpista da antiga UDN. Não tomo partido de ninguém, porque suspeito de todos. Mas vale a pena ler a matéria citada acima.
Quanto à “renúncia” da ex-ministra Erenice e os novos escândalos envolvendo funcionários da Casa Civil, a “coisa” inicialmente parece que deixou uma situação feia para o lado da candidata do PT! As próximas pesquisas, no entanto, é que dirão...
Volto também com o Jornal do Brasil somente em sua versão digital. E o anúncio de que o New York Times especula esta mesma saída para a sua crise. E, por falar em imprensa, o Estadão chegando aos 415 dias de censura. Uaaau! Que “democracia” é esta?
No Afeganistão a coisa continua meio estranha para os estadunidenses que até nesses idos de setembro perderam mais soldados do que no ano passado inteiro: 333 a 317 segundo o site icasualties. Enquanto isso, Obama anunciou uma retirada de tropas do Iraque, enviando 53 mil para casa e mantendo 50 mil no país ocupado a título de apoio logístico. Pra quê tanta gente? Não dá pra engolir...
Em Nova Iorque o prefeito Michael Bloomberg projeta estender a proibição ao fumo em áreas não cobertas da cidade. Deixei o cigarro na década de 1980, lá se vão cerca de trinta anos, mas acontece que acho um absurdo este papo de fumante “passivo”. Há um exagero apoiado pela mídia a reforçar o duvidoso argumento – que repetido mil vezes já se transformou numa verdade. Bloomberg declara que as pessoas poderão de fato respirar “ar puro” nos parques e nas praias. Mas e a poluição causada pelos automóveis, fábricas, etc? Isto é ar puro desde quando?
E mais uma vez os ciganos, vítimas “pobres” do nazismo e outras tantas perseguições, protestam, mas sua voz não tem força para repercutir e se espalhar pelo mundo. O que ficou evidente foi que o “furioso” Sarkozy tomou uma atitude que lhe fez cair a máscara. Se é que já vestiu alguma!
Afinal, o quê o Papa foi fazer na Inglaterra?
Mas o pior é saber que Resident Evil está na sua quarta versão... E enchendo os cinemas. Sem trocadilhos: que horror!