segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Finalmente

Ipanema já tem um novo visual.
No último domingo, 120 homens, cinco caminhões, guindaste e martelo hidráulico derrubaram a passarela construída em 1996 na esquina da Avenida Ataulfo de Paiva com a Rua Henrique Dumont (local conhecido como Bar 20). Moradores do Leblon e de Ipanema comemoraram a vitória, treze anos após o início da luta.
Polêmica desde a construção, a obra de gosto duvidoso, projetada pelo arquiteto – depois prefeito – Luis Paulo Conde e que inclui o obelisco (sabe-se lá por que este também não foi demolido), teria custado à época R$ 100 mil. Projetada para ser uma passarela, nunca foi terminada por passar muito próxima a janelas de apartamentos. No final ligava mesmo o “nada ao coisa alguma”.
A população pegou pedaços de concreto como suvenir e alguns chegaram a vendê-los.
Como resultado, Ipanema está livre de uma das construções mais inúteis e monstruosas da cidade. Finalmente!

domingo, 30 de agosto de 2009

Piadinhas de domingo

Domingo é dia de descanso. Mais para alguns do que para outros. É o que acontece hoje em que estou a trabalhar e me sobra muito pouco tempo. Pra quem está com tempo, ir a um cineminha é uma boa atividade. Mas, caso prefira ficar em casa, leia. Ou lembre-se de coisas inúteis, como piadas. O “aparentemente” inútil às vezes é fundamental em momentos pra relaxar.

Tem aquela do funcionário que não conseguia chegar cedo no trabalho. Perdia a hora porque sofria de uma insônia tenebrosa. Rolava na cama a noite inteira. Seu chefe, sempre olhando, com aquele olhar de desaprovação quando ele chegava na repartição além da hora. Invariavelmente além da hora.
Não agüentando mais aquela situação, procurou um médico. Este, após examina-lo passou um remédio e disse:
- Tome um por dia, À noite. Vai dormir como um cordeirinho... Mas não se esqueça de botar o despertador, senão é capaz de você continuar dormindo. (risos)
O sujeito foi pra casa. Na hora de dormir, olhou para a caixa do remédio. Pensou bem, e tomou quatro, pensando com os seus botões que sua insônia era muito violenta. E que o médico não tinha como imaginar a gravidade da mesma. Botou o despertador para as sete da matina.
Acordou, Olhou o relógio. Eram dez para as sete. Ficou feliz porque ainda acordou antes do relógio tocar. Teve o prazer de desligar o alarme antes que fizesse qualquer tipo de ruído. Levantou-se, lavou o rosto, fez a barba com calma, escovou os dentes, tomou um café. Era desses que só gostava de um cafezinho pela manhã. Nada mais. Aprontou-se. Ficou a imaginar a cara do chefe quando ele fosse o primeiro a adentrar o recinto. He-He-He!!!
Pegou o carro. Chegou no trabalho. Entrou quietinho. Sentou-se na sua mesa, Viu o chefe aproximando-se. Falou imediatamente:
- Viu chefe, hoje eu fui o primeiro a chegar! Seu olhar era de vitória.
O chefe olhou para ele, coçou o queixo e disparou:
- Sim. Mas ontem... Aonde o senhor esteve o dia inteiro que não apareceu aqui!
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O sujeito entrou no bonde. Vale explicar que bondes tinham um banco comprido em que as pessoas sentavam-se enfileiradas lado a lado.
Quando ia sentar-se uma senhora chamou-lhe a atenção dizendo:
- Senhor, cuidado com os ovos!
O sujeito pegou o pacote e levantou-o para entregar à senhora e observou:
- Pesados, não?
A velhinha sorriu marotamente e respondeu:
- Lógico... São pregos!
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O indiozinho, sentado na porta da oca, com o avô chamado Urso Pequeno, perguntou:
-Vovô, porque nós índios temos esses nomes assim tão engraçados?
O avô deu uma baforada no seu cachimbo e começou a explicar:
- Veja bem... quando sua mãe nasceu, sua avó, minha mulher, abrir porta da oca e ver luar prateado... daí, sua mãe ser Luar de Prata. Fez uma pausa e continuou:
- Seu pai quando nasceu, seu outro avô abrir porta da oca e ver cavalo enlouquecido. Daí seu pai ser Cavalo Louco...
O menino dando-se por satisfeito disse:
- Obrigado, vovô, acho que agora entendi.
Ao que o avô respondeu:
- De nada Cachorro Trepando.

Falar em índio, aqui em casa, meu filho e eu temos uma brincadeira de índios. Eu o chamo de Lobo na Toca, e ele me chama de Urso Brincalhão.
Mas, o importante é que você tenha um bom domingo. E aproveite, porque este, sem dúvida é o melhor dia da semana. Apesar de ser véspera de segunda-feira.

sábado, 29 de agosto de 2009

Acredite... Se quiser

Abaixo, manchetes de alguns jornais (on-line) do país em 28/08/2009...

“Palocci acerta candidatura ao governo de São Paulo”
(Folha de São Paulo – SP)

“STF deve arquivar denúncia contra Antônio Palocci”
(Jornal do Brasil – RJ)

“Supremo livra Palocci de processo e ex-ministro pode ser candidato”
(O Estado de São Paulo – SP)

“Sobrou para Francenildo” (1)
(Estado de Minas – MG)

“STF absolve Palocci por quebra do sigilo bancário do caseiro”
(Jornal do Commercio – PE)

“Maioria do Supremo garante arquivamento da ação contra Palocci por quebra de sigilo”
(Correio Braziliense – DF)

Havia pizzas nos sabores Margherita, Calabreza, Carbonara, Alicci, Peperone, Quatro Fromaggi e Portuguesa... Agora podemos acrescentar mais um sabor: Palocci. Contudo, sinceramente, prefiro não provar.

(1) Francenildo Pereira, o caseiro que gerou a exoneração e o processo contra Palocci.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Hoje como ontem

Lembra quando ia sair um “pacote” econômico? Bem, o primeiro sintoma de que estava pra decolar era uma nota do governo a desmentir o fato.
As coisas não mudaram nada neste sentido. Quando a crise econômica mundial surgiu na linha do horizonte, presidente, ministros, secretários, contínuos, declaravam aos quatro ventos que o Brasil não ia sofrer deste mal. Como eu não sei.
Mais recentemente foi com a gripe mexicana. “... Não, não vai chegar ao país...” Como? Essa eu também não sei. Será que é a tal historinha de que deus é brasileiro? Ou por acaso estamos em outra galáxia milhares de anos-luz distante deste mundo?
A notícia corrente em toda a imprensa internáutica é que o país assumiu o maior número de vítimas fatais no mundo: 557, deixando os EUA e Argentina em segundo e terceiro. Aí vem aquela desculpa: “mas isto em números absolutos, porque proporcionalmente estamos em sétimo lugar”. Hummm, que maravilha! Prêmio de consolação...
Mas agora, todos sabemos, se desmentir pode saber que aí vem chumbo grosso.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

A gaveta

Mais uma incursão literária. Esta foi escrita em 1997 e publicada no “Pensatas” em março de 2007.

Selma chegou com uma sacola na mão. Abriu a gaveta.
- Ih, não vai caber. Observou Sérgio olhando para ela.
Selma, como que ignorando o comentário dobrou a sacola de plástico e com maestria a ajeitou na gaveta. Fechou. Olhou para o lado na direção de Sérgio com ar de vitória e retrucou orgulhosa:
- Eu sei os limites da minha gaveta!
Risos.

Antônio chegou ao lado de Sérgio. Seu jeito era malicioso, um tanto jocoso.
- Você reparou naquela lourinha nova da contabilidade?
- Claro... respondeu Sérgio com mais malícia ainda.
- Sabe o nome dela?
- Não. Ainda não sei.
- Sislene. Vê se pode. Tão gostosa, com um nome tão escroto.
- Puta merda, ela não merecia. Mas, bem que ela, no fundo no fundo... tem um jeitinho tão suburbaninho! - Pausa - Mas que é gostosinha, ah, isso é.
Houve um breve silêncio.
- Sabe o que que eu acho? Acho que a gente tem que chamar as mulheres com o nome que a gente acha que elas devem ter. Por exemplo. Essa tal de Sislene, foi esse o nome que você falou, não foi? Acho que ela tinha que se chamar... Débora. Sim, Débora é um nome que combina com ela. Tem cara de Débora.
- Bem melhor. Ah! Débora, que bundinha linda. Que peitinhos, hummm!
- Tem alguém comendo?
- Já?... Sei lá!
- Bom, sabe como é aqui, né!? É uma comilança danada. - Sérgio aproximou-se mais de Antônio e sussurou - Sabe a secretária do Albano, aquela gostosíssima?
Antônio balançou a cabeça.
- Pois bem, sabe quem está comendo?
- Quem?
- O Alfredo.
- É mesmo. Puta que pariu! E eu que não tirava o olho dela. Achava até que ela dava bola pra mim. Ah, que filha da puta!

Sérgio estava impaciente, inquieto. O ambiente era saturado, abafado, enfumaçado. Sérgio sempre sofrera um pouco de claustrofobia. Virou-se bruscamente para Júlia:
- Aquele cara está olhando para você.
Júlia franziu a testa.
- Que é isso, Sérgio... você bebeu um pouquinho demais, vai!
- Não, Júlia, não. Eu tenho certeza que aquele crápula, aquele imbecil, aquele sei lá o quê olhou pra você, e eu vou...
- Você não vai a lugar algum, Sérgio. Olha o tamanho dele...
- Quer dizer que você já notou até o tamanho dele, né?
- Sérgio, querido, que babaquice! Sérgio, vou propor uma coisa.
- Fala...
- Vamos pedir a conta... Vamos embora.
- Mas antes eu vou tomar satisfações com aquele cara.
- Sérgio! Tô falando sério! Deixa isso pra lá!
- Não.
Sérgio levantou-se bruscamente, meio que cambaleante. Júlia tentou segurar. Levou um safanão. Ficou estatelada na cadeira.

- Alô!... Selma, como vai. Bom, eu estou... é... ah foi terrível. Também eram três. Não deu pra começar sequer. Hum... Júlia terminou comigo, ficou puta da vida. Quê que eu posso fazer, né? Como? É, só vou trabalhar amanhã. Por enquanto estou meio quebrado. Obrigado... tá... obrigado mesmo por ter ligado.. Ok. Ah, Selma... Sabe de uma coisa... sabe mesmo? Eu não sei os limites da minha gaveta, sabe, não sei.
Risos.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Quem viu quem?


Ivo viu a uva

Vovó viu a ave

Vovô viu o ovo

Lina viu a Dilma

Mas...

Quem viu a Lina?


terça-feira, 25 de agosto de 2009

Um pouco mais sobre o PT

“(...) Com o tempo, cresceu em mim a suspeita de que o PT não era tão de esquerda assim, pois, na hora de decisões que pudessem realmente abalar as estruturas corroídas da ditadura, voltava atrás. Enquanto isso, o partido crescia tomando lugares que pertenciam ao PDT, ao PCB e ao PC do B. Para o mundo, a esquerda brasileira era o PT. Pessoalmente, sempre votei em Brizola e, quando ele perdia a eleição no primeiro turno, votava em Silva...
... Quando Lula foi eleito o constituinte mais votado de São Paulo para não fazer nada, Mário Garnero enviou-lhe uma carta, cujo texto principal é o seguinte: ‘Não sei como o nobre parlamentar anda de memória. Não custa, porém, lembrar-lhe de que esteve recebendo aulas de sindicalismo na John Hopkins University, entre 72 e 73, onde todos se lembram de um certo Lula com carinho’. Enfim, Garnero deixa claro que Lula foi fabricado com o nihil obstat da ditadura, como tantos líderes sindicais da América Latina...”

Acima, parte do texto de Fausto Wolff (1) em sua coluna do JB no domingo (09/09/2007). Como ele, sempre que votei no sr. da Silva o foi no segundo turno (pelo menos enquanto Brizola estava vivo). Infelizmente na última eleição acabei votando nos dois turnos. Motivado até por uma profunda repulsa ao Alkmin. Voto útil? Ou terá sido inútil? Também concordo – e tenho enfatizado – as minhas desconfianças ao comportamento do PT. Mais ainda, quanto às suas origens duvidosas. No movimento sindical, Mr.da Silva poderia perfeitamente ser um membro da AFL/CIO (1), pelo menos é o que deixa nas entrelinhas a supracitada declaração de Mário Garnero.

(1) Esta postagem foi publicada no antigo “Pensatas” em outubro de 2007, quando Wolff ainda era vivo e mantinha uma coluna diária de tão saudosa memória quanto ele. Acho-a de muita atualidade, principalmente depois de certas “alianças” e acontecimentos recentes em Brasília.

(2) AFL/CIO são as iniciais das “Unions” estadunidenses de pelêgos/sindicais criadas em 1955 pelo sistema para evitar o avanço de idéias revolucionários entre o proletariado daquele país. E significam: “American Federation of Labor and Congress of Industrial Organizations”.

Um aparte... Uma sentença

"Quando Vossa Excelência observou que não cometeu qualquer falta, que não sente culpa de coisa alguma, ora presidente Sarney. Há ocasiões que, se erros cometemos, é importante reconhecermos. Se Vossa Excelência não se deu conta que alguns procedimentos não foram adequados, seria importante ouvir seus companheiros no Senado sobre algumas coisas que muitos de nós não consideramos o mais adequado e gostaríamos de transmitir isso a Vossa Excelência. O reconhecimento dos próprios erros também é importante"

Aparte do Senador Eduardo Suplicy, no Senado Federal, em 24 de agosto de 2009 a um cínico discurso sobre Euclides da Cunha.

domingo, 23 de agosto de 2009

Pensatas dominicais

Meu pai conta um caso passado na Bahia, em que um parente, em fins da década de 1960, reclamava que era um absurdo a indústria automobilística estar tornando o trânsito tão difícil. Pois em outros tempos, o tráfego fluia e ele podia estacionar o carro em qualquer lugar.
Independente de demonstrar as razões absurdas do transporte individual, dos pontos de vista da ecologia e ideológico (1), o “causo” acima refletia um outro grave problema, qual não seja o do egocentrismo social de uma elite brasileira ligada à formação agrário-oligarquica.

Será que Dilma resiste à investida de Marina? Bem, já divulgaram hoje as férias da Ministra-Chefe da Casa Civil, agora em setembro. Por que será?

Estive a conversar com meu primo André Setaro sobre bares do Rio. Sim senhor, existem nesta maravilhosa cidade bares que atravessam os tempos mantendo a qualidade. Começamos o papo porque havia me lembrado que ele gosta do Bracarense. E, na sexta-feira havia ido naquele bar com um casal amigo (mineiro) e sua encantadora filhota de quatro anos.
O Bracarense, de fato mudou muito. Sofisticou-se, até por estar numa região idem. Mas, apesar dos pesares que veem por trás desta sofisticação, ainda mantém um “quê” do velho boteco em que tomei chope em pé no início dos 1980. O bom é que a lourinha gelada continua muito bem tirada.
Mas daí ele se lembrou do Manolo... Aquele Manolo da Marques de Olinda, esquina com Bambina, lá pelos lados de Botafogo. Conheci este bar quando seu nome ainda era Olinda. Só que o espanhol Manolo já estava lá e tinha um polvo, que, sai da reta, já era delicioso.
Este foi um cuja sofisticação não atrapalhou em nada o seu desempenho. O Manolo, a exemplo do Olinda tem também um filé de primeira qualidade. E, pelo menos até pouco tempo atrás ,uma inequecível paella aos domingos.

(1) Apesar da geração de empregos e outros fatores, a indústria automobilística é uma das grandes deformações comportamentais geradas pelo sistema em busca de aprofundar o comportamento individualista. Mas indo para a ecologia. Tudo o que querem atribuir ao fumo, no fundo no fundo, é consequência direta da poluição provocada por esses monstrinhos de quatro rodas.

sábado, 22 de agosto de 2009

“Dize-me com quem andas e...

... te direi quem és!”
Os ditados populares teem tudo a ver com a realidade. O Sr. da Silva, cada dia que passa mostra um pouquinho mais a sua verdadeira face, o seu verdadeiro tom.
Não é necessário se estender por demais no assunto de uma obviedade explícita. Mas não se pode deixar passar em branco o fato de uma liderança (dita popular) estar aliada ao escracho da política brasileira, à fina flor da canalhice. Aquilo quê de pior, nós, o povo, fomos obrigados a suportar neste país que – baseado em frase do Millôr – “voa por este planeta com um péssimo serviço de bordo”...
Para finalizar podemos alertar o Sr. da Silva que “quem com porcos convive, com porcos come!”

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

As veias abertas do PT

Apesar de pertencer aos quadros da sujíssima Igreja “Universal” Romana, Dom Pedro Casaldáliga – assim como outros sacerdotes ligados à “Teologia da Libertação” –, é uma personalidade que merece respeito, por pertencer a este movimento que no Brasil, como também em outros países do Terceiro Mundo representa um grito de protesto contra a exploração e a espoliação provocadas pelo império em sua sede vampiresca de sugar tudo o que temos... Até a última gota.
Li no site “América Latina en Movimiento” (1), importante análise de sua autoria sobre o esfacelamento do PT, após o duvidoso apoio a Sarney, gerado por uma manobra de politicagem barata e eleitoreira que fez com que o Sr. da Silva tirasse a sua máscara.
Transcrevo a seguir alguns trechos desta matéria, a qual nos apresenta um retrato fiel da situação de um partido cujas origens suspeitas (2) vão-se tornando mais evidentes a cada dia que passa.
“Está difícil pensar o Brasil. Os últimos acontecimentos, desmoralizando o Congresso Nacional – que deveria ser para o povo a grande referência da ‘ordem e o progresso’ e estraçalhando o PT – que parecia ser ‘a esperança vencendo o medo’, tornam difícil pensar o Brasil. Que Brasil temos? Que Brasil queremos? Que Brasil podemos ter já? E que Brasil forjamos para um futuro próximo, um verdadeiro ‘Brasil de todos’?...”
“(...) Certamente, o PT (e com ele o Governo de Lula) tem que reconhecer suas culpas e aprender a lição. Certas alianças só levam a certas concessões e a certas claudicações. O fim justo não justifica os meios injustos. E o Partido e o Governo não são o fim. A reeleição não é o fim. Não se deve assegurar o poder para continuar no poder mas, em todo caso, para servir ao povo. Já sabemos, por longa experiência mundial, que o poder facilmente corrompe. Rubem Alves escreve muito sabiamente: ‘A política, como vocação, é a mais nobre das atividades do ser humano; como profissão, a mais vil’. O PT- cúpula tem que entender também que o Brasil povo não precisava nem queria continuar sendo uma colônia do FMI ou do BM, nem um escravo do sistema financeiro, nem uma marionete das elites privilegiadas. Para isso, bastava continuar com os partidos da direita e suas corrupções de sempre...”
“(...) Entidades políticas, sociais, sindicais, culturais, religiosas, a cidadania, a sociedade civil, vêm lançando manifestos e programas. ‘Ética na política’...”
“(...) Retomando os temas fundamentais da esquerda, começando pela ética na política e pela prioridade das políticas sociais, mas, também, por um modelo econômico centrado no mercado interno de consumo popular, pela reforma agrária, pela economia familiar camponesa, pela luta contra os transgênicos, pelos direitos dos povos indígenas, pela defesa da Amazônia, pelo orçamento participativo, por uma reforma política democrática e pluralista, pela integração latino americana e do Sul do Mundo...".

(1) A matéria completa pode ser lida em:
http://alainet.org/active/9113&lang=es
(2) A versão mais grave sobre o PT é a de que, ao ser fundado, teve o apoio da CIA com o propósito de esvaziar o “perigo Brizola”. Devemos ressaltar que esta movimentação era sigilosa, mas o certo é que alguns integrantes da cúpula do recém-fundado partido sabiam de tudo.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Tira a máscara, José Metralha

Hoje completam 20 dias que continua a censura ao Estado de São Paulo, motivada por manobras da quadrilha Sarney.
E décadas de permanência no poder de uma das figuras mais repugnantes deste “infeliz” pedaço do mundo. Uma figura que nasceu na UDN (1), o partido de cunho golpista que possibilitou os militares, a manobrar setores da pequena burguesia urbana, arraigada a preconceitos sociais, políticos, raciais e religiosos em conjunto com a oligarquia rural brasileira e Mr. Lincoln Gordon (então embaixador dos EUA no Brasil), a conspirar e concretizar o golpe de Estado de 1º de abril de 1964.
Uma figura que participou da ARENA, o partido que sustentava os milicos (testas-de-ferro) na manutenção da “ordem” de um Brasil vetusto. Uma figura que após militar no execrável PDF, como “rolha” flutuante entrou para o PMDB, ex-oposição aos seus antigos partidos (desde a ocasião em que ainda era o MDB), que passou para a história deste país como o símbolo da resistência “legal” aos excessos cometidos pelos generais de plantão no poder, e que nos deixou nomes como Ulysses Guimarães e Pedro Simon.

(1) União Democrática Nacional
A imagem dos irmãos Metralha pertence legalmente à Walt Disney Produções.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Comédias ou Tragédias?

Comédia I
A secretária de Estado estadunidense, Hillary Clinton, afirmou que o acordo de colaboração militar com a Colômbia respeita a soberania deste país e não afeta outras nações da região.
Risos... Ou choros...
Hillary insistiu em que o acordo “não estabelece a criação de bases americanas na Colômbia. Estabelece o acesso dos Estados Unidos às bases colombianas, mas dirigidas, controladas, administradas e com o controle de segurança nas mãos da Colômbia”, disse.
Mais risos... Ou mais choros...
Hillary deixou claro também que este acordo não provocará um aumento “significativo nem permanente” da presença de militares ianques na Colômbia, que é regida e limitada por um estatuto do Congresso emitido em 2004. Insistiu também em que o acordo bilateral “não afeta” outros países. “Trata-se de um acordo de cooperação bilateral entre Estados Unidos e Colômbia, relacionado a questões de segurança que incumbe a Colômbia”, concluiu.
Gargalhadas... Ou prantos...

Comédia II
Após idas e vindas, o PT deve dar hoje os três votos que faltam para arquivar definitivamente as 11 representações contra o presidente do Senado, José Sarney no Conselho de Ética, segundo informações obtidas no jornal Folha de S. Paulo.
Risos... Ou choros...
A decisão deixa isolado o líder da bancada, Aloizio Mercadante, que defende que pelo menos um processo, referente à suposta participação do presidente do Senado em atos secretos, seja aberto. Ontem, Mercadante ameaçou renunciar ao cargo de líder.
Mais risos... Ou mais choros...
O PT tem três representantes no conselho: Ideli Salvatti, Delcídio Amaral e João Pedro. Ideli e Delcídio fazem parte da ala pró-Sarney da bancada petista e sempre fizeram pressão pelo arquivamento das denúncias.
Gargalhadas... Ou prantos...

terça-feira, 18 de agosto de 2009

O calcanhar de Alexandre...

Ainda ontem faltei em um dos comentários neste blogue sobre o livro de Steven Pressfield (1) que recria a invasão de Alexandre, o Grande, aos reinos afegãos em uma campanha que prenuncia as táticas, terrores e frustrações dos conflitos contemporâneos no Iraque e no Afeganistão. Segue abaixo uma transcrição dos comentários sobre a referida obra publicada no site da Editora Objetiva.

“Para Steven Pressfield, um dos maiores autores de ficção histórica da atualidade, a Guerra do Iraque travada pelos Estados Unidos e a invasão de Alexandre, o Grande aos reinos afegãos em 330 A.C. são conflitos bastante semelhantes. Em Campanha no Afeganistão, o escritor recria a batalha que se iniciou há mais de 2 mil anos e que, segundo ele, foi marcada pelas mesmas táticas, frustrações e terror das disputas contemporâneas: ‘Essa guerra é exatamente igual à guerra que as tropas americanas estão lutando hoje no Iraque. Mesmas táticas, mesmos parceiros de conflito, mesma dinâmica Oriente versus Ocidente. E completa: ‘A campanha do Afeganistão é absolutamente o protótipo das guerras atuais no Oriente Médio.’

Liderando o exército mais poderoso de sua época, Alexandre, o Grande invadiu os territórios hoje conhecidos como Iraque e Afeganistão depois de ter conquistado uma vitória arrasadora contra o império Persa. Muito confiante, acreditava que seria capaz de em pouco tempo pacificar estes lugares, que considerava um conjunto heterogêneo de tribos primitivas. Pensava que conseguiria atingir seus objetivos em um único verão. Porém, ao contrário do que imaginou, ficou lá por três longos e brutais anos, na mais amarga batalha de sua carreira ― mais macedônios foram massacrados nesse período do que em todas as campanhas de Alexandre e de seu pai Philip juntas. Somente uma combinação de novas técnicas de luta, diplomacia e intrigas pessoais e políticas livraram Alexandre e seu exército de uma derrota vergonhosa.

Campanha no Afeganistão mostra o que um grupo de homens do exército invasor ocidental, com código humanista e secular, é capaz de suportar para impor sua vontade ao inimigo, violentos guerreiros orientais, pessoas de profunda religiosidade, orgulho irredutível e uma ardorosa aptidão para defender sua pátria a todo custo.
No livro, Mattias, um jovem soldado da infantaria do exército de Alexandre, é o narrador. Por meio do personagem, Steven Pressfield revela os desafios, tanto militares quanto morais, que Alexandre e seus soldados enfrentam quando se envolvem num novo tipo de guerra e são forçados a se adaptar aos métodos de um impiedoso adversário, que emprega terrorismo e táticas insurgentes, esconde-se entre a população civil e recruta mulheres e meninos como combatentes.”

(1) Pressfield, nascido em setembro de 1943, é escritor e autor de peças teatrais. Seus livros retratam principalmente a ficção histórica militar em ambientes da antiguidade clássica. Suas obras de ficção histórica têm alto valor de pesquisa, mas, para dar andamento ao drama, Pressfield pode alterar alguns detalhes, como a seqüência dos eventos, ou fazer uso de termos contemporâneos e nomes de locais celebrados, com o objetivo, segundo ele, de tentar capturar o “espírito dos tempos”. (dados coletados na Wikipédia)

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Guerra é guerra!

O total de soldados estadunidenses mortos no Afeganistão já superou 700. Os gravemente feridos ultrapassa os 2.000. Pouco, se comparado aos números no Iraque que totalizam 4.500 mortos e 31.158 feridos com gravidade.
Por outro lado os britânicos estão a questionar a “guerra santa” no Afeganistão, quando o número de soldados mortos superaram os 200, mais da metade do total de 382 da “Coligação” que já tombaram em terras afegães.
Para eles, o Afeganistão lembra a invasão daquele pedaço do mundo no século XIX ao tentar proteger a Índia das tentativas de expansão russa e impedir as invasões do império do Czar na Ásia Central. Os britânicos instalam-se em Cabul em 1839 iniciando uma guerra com o Afeganistão, a qual se estenderia até 1842, causando severas perdas às tropas da Rainha Vitória.
Enfim, um balanço sangrento.

domingo, 16 de agosto de 2009

Pensatas de domingo

Estou a reler “Folhas mortas que ressuscitam” de Marieta Alves (minha avó materna).
Historiadora e jornalista, baiana de Salvador (1892/1981), Maria Amália de Carvalho Santos Alves foi autora de importantes obras de referência sobre a arte na Bahia e de inúmeros ensaios e artigos para a imprensa, tendo mantido uma coluna n’A Tarde (jornal soteropolitano) por muitos anos. Marieta Alves também ocupou lugar de destaque em vários institutos de pesquisa, onde publicou diversos estudos e pesquisas sobre mestres artesãos desde os tempos da colônia.
Seu mais importante livro foi sobre a Ordem Terceira de São Francisco. Entre outras coisas ela descobriu, lendo os empoeirados arquivos da construção, que esta havia sido caiada, o que provocou a limpeza do prédio revelando as belas pedras que o revestiam.

A briga de foice entre as quadrilhas Marinho e Macedo está a se consumar como um choque violento. Pelo menos foi o que ficou evidente esta semana que passou.
O estopim do embate entre os dois canais foi uma reportagem (cerca de 10 minutos) pelo Jornal Nacional na terça-feira, 11, sobre denúncia do Ministério Público de São Paulo que incriminou o bispo Edir Macedo e outros nove membros da Igreja Universal por formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. No dia seguinte, em reportagem com mais de 15 minutos veiculada pelo Jornal da Record, a emissora recorreu a imagens de arquivo para vincular a Globo à ditadura militar e aos escândalos Time-Life e Proconsult.
Tudo, no fundo – e apenas – para encobrir uma disputa pela liderança na audiência televisiva. A Rede Globo, senhora absoluta nos últimos trinta anos, está, pela primeira vez ameaçada de perder o seu trono.

E a pizza de cuxá (1) está cada vez mais saborosa para Sarney & Cia. O resultado das manobras espúrias do velho e matreiro político resultaram em sua manutenção no cargo de presidente do Senado.
Por outro lado, a população começa a esboçar um movimento de repulsa ao prolongamento de velhos hábitos e vícios políticos. É o caso do movimento “Fora Sarney!” http://www.forasarney.com/ que realizou manifestações públicas em diversas capitais neste sábado, 15.
Em um país sem tradição de lutas e movimentos de massa tais atitudes mostram o quanto o povo começa a ficar incomodado com as abusivas politicagens que remontam aos costumes medievais da oligarquia rural, uma das principais causas de nosso atraso social. O feudo dos Sarney domina um dos Estados mais intensamente massacrados pelas desigualdades que marcam a nossa história desde a colônia.
É necessário repensar o Brasil e adequa-lo ao século XXI...

(1) Prato típico maranhense. Do tupi = “o que conserva”, + o tupi = “azedo”. Substantivo masculino. Brasileirismo Guineensismo Botânica - Caruru-azedo. Brasileirismo Culinário - Molho feito com folhas de caruru-azedo, gengibre e outros temperos.

sábado, 15 de agosto de 2009

Quinta-feira, 13

Segue abaixo matéria intitulada Fingindo que a crise acabou, amestrados esbanjam “otimismo” (1), em que Helio Fernandes faz um balanço comportamental das classes dominantes frente à crise. Fica clara a intenção nos “poderosos” de que “uma mentira repetida mil vezes pode se tornar uma verdade”...

“Durante o pregão inteiro, bateram forte no fato não verdadeiro: ‘Acabou a crise na Alemanha e na França’. O que não é verdade. E pior: não diminuiu o desemprego na UE, que continua em 18 milhões, não aumentou, mas não diminuiu. E se agravou muito nos EUA.
Os números nas últimas 4 horas e 25 minutos na Bovespa, pouco alteraram o total. O índice de SP fechou em alta de 0,57%, quase o mesmo, 56.911 pontos. O dólar acabou em 1,82 alto, menos 0,62%.
Sem os leilões finais, volume de 5 bilhões.”

(1) publicada dia 13 na Tribuna da Imprensa (link ao lado)

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Os novos sabores da leitura

O texto a seguir foi apresentado por mim em junho de 2002 – à época em que cursava jornalismo na Faculdade Pinheiro Guimarães – para a matéria Teorias do Jornalismo, lecionada pela professora Renata Feital. Foi publicado no jornal da faculdade.

A moça lê seu livro atentamente naquele bar agradável. Na sua mesa, um prato com convidativo pedaço de bolo e o café pela metade, ainda esfumaçante. Ao seu redor, gente em outras mesas e livros, muitos livros. Afinal, estamos numa livraria no coração de Ipanema. Livrarias como esta vêm-se transformando em verdadeiros points, com a inclusão de cafés, lanchonetes e até restaurantes em seus ambientes.

A primeira livraria do Rio a possuir um bar foi a Bookmakers, na Gávea. Isto, segundo a proprietária da Argumento no Leblon, Laura Gasparian, 46 anos. Ela garante que a sua loja foi a segunda a disponibilizar este tipo de serviço a seus clientes.
"A minha clientela é tradicional, mas o café trouxe, inegavelmente, um certo incremento nas vendas.Pessoas que vêm aqui tomar um expresso ou comer alguma coisa, acabam levando um livro ao circularem pela livraria", garante Laura, que afirma, no entanto, não gostar que os clientes levem livros para o bar, porque muitas vezes eles simplesmente os recolocam em suas prateleiras, completamente sujos ou borrados. "Os educados acabam pagando pelos mal-educados, que não têm certos cuidados", conclui a proprietária.
O Café Severino, que fica dentro da Argumento, já existe há seis anos. Local aprazível, com uma decoração rústica composta de fotos abordando aspectos do Brasil, além de músicos e intelectuais do Rio de Janeiro. Serve, não somente o tradicional café expresso, mas também uma série de pratos como sopas de alho-poró ou cebola, além de saladas diversas como a do chef e até um penne ao molho de presunto cru e tomate seco. Trabalhando ali há cinco anos, Maria dos Anjos, copeira (e faz-tudo, segundo ela), 34 anos, garante que o movimento é bastante intenso e a clientela muito fiel e assídua.
Quando se entra na Letras & Expressões de Ipanema, não fosse pela tabacaria do lado direito, poder-se-ia dizer que se está entrando numa livraria como outra qualquer. Ao subir a escada, vem a surpresa bem à frente: o Café Ubaldo, um bar ocupando toda a metade esquerda do segundo andar. Ali, o movimento é grande, e, em alguns momentos, quase todas as pessoas estão lendo algum livro. Subindo mais um lance da mesma escada, a surpresa é ainda maior. No terceiro andar funciona o Bar do Zira, um ponto de encontro noturno para "ipanemenses" de todos os bairros da cidade. Todo decorado com desenhos do Ziraldo, este bar nos remete aos velhos tempos da Ipanema boêmia, do Zepellin, do Jangadeiros e da "turma do Pasquim". Durante o dia, o Bar do Zira serve eventualmente a exposições.
A professora Ana Maria Vieira, 23 anos, acha que as livrarias hoje em dia têm uma política de relação muito mais simpática com os seus clientes. O próprio fato de poder pegar um livro, sentar no bar, pedir um café, um chá ou um refrigerante, saborear uma torta e poder ler à vontade é uma forma de ter a possibilidade, inclusive, de avaliar se um determinado livro vale a pena ou não. No seu ponto de vista isso evita enganos ou perda de tempo e dinheiro. Ela acha também, que com os bares, as livrarias passam a ser pontos de encontro entre amigos.
Já o advogado Antônio Gonçalves, 28 anos, ressalta no mesmo sentido que livros, são na maioria das vezes dispendiosos e que poder pesquisa-los antes da compra é um grande facilitador."Bem melhor do que no tempo em que até dar uma 'olhadinha' nos livros da prateleira, era motivo para um olhar torto e recriminador por parte dos vendedores", finaliza.
Curiosamente, a sede da Letras & Expressões não é na loja de Ipanema, e sim, na do Leblon. Seu gerente, Raílson Araújo, 33 anos, trabalha ali há nove anos, e a Letras & Expressões foi o seu primeiro emprego em livrarias. Raílson, anteriormente trabalhava com bancas de revista. Ele fala sobre as modificações que estão acontecendo na loja, que tem como diferencial um atendimento 24 horas e a exemplo da outra, uma tabacaria completa logo na sua entrada. "É muito bom termos o nosso bar e computadores como pontos para internautas. Estamos ampliando o nosso espaço, e é bem melhor a loja ter entrada não somente pela Ataulfo de Paiva, mas também pela Dias Ferreira", afirma Raílson com grande entusiasmo.
Do outro lado da cidade, bem no centro, encontra-se a Travessa do Ouvidor, uma ruela estreita que liga a igualmente estreita rua do Ouvidor à Sete de Setembro. Bem no meio dela, tem um interessante monumento a Pixinguinha. E logo adiante a Livraria da Travessa. Uma livraria que tem a luz, a música e o atendimento na medida ideais. Num ambiente que, aliás, transmite peso cultural e credibilidade. Seu layout perfeito é aconchegante e uma proposital "informalidade" complementa o clima intelectualizado e sofisticado que a caracteriza tão fortemente. Ao fundo o café e lanchonete. E, como se não bastasse, virando à direita uma papelaria completíssima, a Papel Kraft, que também tem entrada independente pela Travessa do Ouvidor, em porta contígua à da livraria.
A Travessa, costuma ser freqüentada por diversos artistas, intelectuais e escritores do cenário carioca. Antônio Torres é um deles. Escritor traduzido em várias línguas, este baiano de 61 anos, cujo primeiro livro foi "Um Cão Uivando para a Lua", que está sendo reeditado pela Record, agora que o livro completa 30 anos de sua primeira edição, considera-se um verdadeiro "fuçador de livrarias". Torres, que também carrega em sua bagagem sucessos como "Essa Terra" e "Um Táxi para Viena D'Áustria", considera a Travessa um dos pontos mais requintados da cultura na cidade do Rio de Janeiro. O fato, porém, é que, na realidade, o escritor está sendo mesmo homenageado pela Letras & Expressões ao inaugurar, o seu bar na sede do Leblon, cuja marca, criada pelo cartunista Ziraldo leva o nome de Bar D'Antônio Torres.
A vendedora Roberta Siqueira, 35 anos, diz freqüentar a Travessa casualmente, por estar à procura de um livro para a sobrinha. "Eu não conhecia esta livraria e entrei aqui por acaso... mas fiquei impressionada com o que eles oferecem, e também com o ambiente bastante agradável... a papelaria tem coisas lindas". Roberta não resistiu ao charme do bar.
Mas isso tudo não é uma exclusividade apenas da sede. Numa das lojas de Ipanema, encontramos as mesmas características, embora em um espaço físico bem mais reduzido. O bar, neste caso, fica num mezzanino, de onde se avista boa parte da requintada loja. Isto, sem contar a nova loja no centro (existe há cerca de um ano), que chama a atenção pelo prédio antigo em que está situada em plena avenida Rio Branco, próxima à Teófilo Otoni. A Travessa também inaugurou em maio de 2002 outra loja em Ipanema.
Ao contrário da Travessa, a Saraiva Mega Store assume muito mais a característica de um hipermercado. Sendo extremamente claras, modernas e bem sinalizadas, suas lojas têm semelhanças com lanchonetes de fastfood. A Saraiva, em algumas das suas filiais, também oferece serviços de internet para seus clientes. A loja situada na Rua do Ouvidor é muito grande e completa, ocupando três andares. A sede do grupo é em São Paulo, onde a Saraiva foi fundada em 1914, por Joaquim Inácio da Fonseca Saraiva, imigrante português de Trás-os-Montes.
A gerente de Comunicação do Grupo Saraiva Vera Esaú, explicou, por telefone, não ser permitido o depoimento de funcionários à imprensa por uma questão de política da empresa. No entanto, liberou à reportagem entrevistar os clientes.
Tomando um café numa mesa, no bar da Saraiva do Rio Sul e folheando um volumoso livro (que ressalta ser de sua propriedade), Mary Moreno, médica, 36 anos, acha que este tipo de livraria, além de muito boa, é realmente uma tendência para o futuro. "Hoje em dia, até compro mais livros do que antigamente", finaliza.
Já o estudante Felipe Souza Ramos, 17 anos, é mais motivado em suas visitas à Saraiva, pela papelaria, pelos cadernos e "canetinhas" que encontra ali. "Sempre que venho ao shopping dou uma passada por aqui, porque tem sempre uma novidade", afirma ele com entusiasmo.
Em Botafogo, encontra-se a Livraria Prefácio, bem no início da rua Voluntários da Pátria. O seu "café" fica logo na entrada. Contudo, várias mesas se espalham por dentro da loja, inclusive num jirau. O acervo da loja é bem completo, e ela ainda possui uma tabacaria. A Prefácio fica muito próxima aos cinemas do Espaço Unibanco, que, aliás, também tem um bar e a pequena, porém decente Livraria do Espaço, esta voltada em grande parte (embora não exclusivamente) para literatura ligada à sétima arte.
Pequena também é Livraria do Museu da República, que, a exemplo da Livraria da Estação Unibanco, não tem um café no seu interior, embora o possua no perímetro do seu espaço cultural. Aliás, bem ao seu lado, e também ao lado do cinema (Estação Museu da República). Ali também se encontra o Museum, restaurante de primeira grandeza que se inclui no complexo do Museu, antigo Palácio do Catete, que, muito embora não tenha sido a única, foi a principal sede do Poder Executivo desde a República Velha até a sua transferência para Brasília no início dos anos 60. Complementam este complexo o teatro, o espaço multimídia e o vasto jardim do palácio, que, constantemente é o cenário de exposições e perfomances de artistas plásticos ou músicos.
Mas até os "sebos" têm seus "cafés". No Paço Imperial - outro importante centro cultural da cidade -, no mesmo local em que existiu a Livraria Dazibao, funciona hoje a Livraria Imperial, especializada em livros usados e que possui um bar bastante movimentado.
É certo que existem outras livrarias pela cidade que não constam nesta matéria. Até porque, estão presentes nesta reportagem apenas algumas das lojas que oferecem serviços complementares de bar ou restaurante aos seus clientes. Provavelmente, a cada dia surgirão mais e mais livrarias que ofereçam este tipo de serviço. É um atrativo, uma tendência e um sintoma de renovação e modernidade no comércio de livros, que, certamente abre uma nova dimensão a esse tipo de negócio. E, sem dúvida alguma, um novo sabor.”

A matéria continuava com um Box intitulado “Os melhores espaços” com uma relação de livrarias e endereços.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Pensamento vivo de Leon Trotsky

Reproduzo abaixo algumas reflexões de Leon Trotsky, com os devidos créditos de quando foram publicados. Creio que elas esclarecem a sua linha de pensamento e o quanto se opôs à implantação do caminho stalinista da “construção do socialismo em um só país”, ação diretamente oposta às ideias de Marx, e, consequentemente do Materialismo Histórico. Textos como estes fizeram com que Isaac Deutscher o considerasse o “profeta da história”.

“Alguns nobres ‘amigos’ da revolução formaram uma idéia muito brilhante da ditadura do proletariado e ficam completamente transtornados com o fato de que a ditadura real, com a sua herança de barbárie de classe, com as suas contradições internas, com os erros e crimes da direção, não se parece em nada à bela imagem que fizeram. Destruídas as suas mais formosas ilusões, dão as costas à União Soviética”
(A natureza de classe na URSS, 1933).

“As terríveis dificuldades da construção socialista num país isolado e atrasado, unidas à falsa política da direção que, em última instância, também reflete a pressão do atraso e do isolamento, levaram a burocracia a expropriar politicamente o proletariado para proteger suas conquistas sociais com seus próprios métodos. As relações econômicas da sociedade determinam sua anatomia. Enquanto as formas de propriedade criadas pela revolução de outubro não forem liquidadas, o proletariado continuará sendo a classe dominante”
(A natureza de classe da URSS, 1933).

“A burocracia soviética não abandonará as suas posições sem combate. O desenvolvimento leva obviamente ao caminho da revolução. (...) Diante de uma pressão enérgica das massas, e a desintegração inevitável em tais circunstâncias do aparato governamental, a resistência dos dirigentes pode ser bastante mais fraca do que parece. Mas essa é só uma hipótese possível. Seja como for, a burocracia só poderá ser removida revolucionariamente. (...) Preparar essa ação e estar à frente das massas em uma situação histórica favorável é a tarefa da seção soviética da IV Internacional. (...) A revolução que a burocracia prepara contra si própria não será social como a Revolução de Outubro de 1917; não se tratará de mudança das bases econômicas da sociedade, de substituir uma forma de propriedade por outra. (...) A derrubada da casta bonapartista terá, naturalmente, profundas conseqüências sociais; mas não irá além dos limites de uma revolução política”
(A revolução traída, 1936).

“Uma grande prova histórica talvez uma guerra determinará a relação de forças. Mas é evidente que não se poderá continuar a manter o poder soviético só com o apoio das forças internas, se continuar o retrocesso do movimento proletário mundial e a extensão da dominação fascista. A condição fundamental para reformar totalmente o poder soviético é a expansão vitoriosa da revolução mundial. (...) Na URSS o grupo da Oposição de Esquerda só poderá transformar-se em um novo partido como conseqüência do êxito na formação e no crescimento da nova internacional”
(A natureza de classe da URSS, 1933).

“O primeiro choque social, externo ou interno, pode lançar à guerra civil a atomizada sociedade soviética. Os operários, perdido o controle do Estado e da economia, podem fazer das greves de massa uma arma defensiva. Isto romperia a disciplina da ditadura. Perante o ataque dos trabalhadores e a pressão das dificuldades econômicas, os trustes se veriam obrigados a abandonar a planificação e entrar em concorrência entre si. A dissolução do regime repercutiria no campo com um eco violento e caótico e, inevitavelmente, recairia sobre o exército. O Estado socialista desapareceria, dando lugar ao regime capitalista ou, mais precisamente ao caos capitalista”
(A natureza de classe da URSS, 1933).

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Um blogue a não perder*

http://mcolivieri.blogspot.com/ é o link para o blogue de minha irmã Cecé, autora de clipes fantásticos, que vocês podem encontrar no YouTube procurando por Maria Célia Olivieri ou em sites como por exemplo: http://vbgaming.org/forum/yt.php?author=MariaCeliaOlivieri
Aproveitem!

(*) Já que falei em vinhos de Portugal, nada melhor do que uma expressão lusitana que significa algo como “não perca!”

Vinhos à mesa

Tenho falado de quando em vez alguma coisa da culinária portuguesa. Acho que complementar uma boa refeição com um vinho adequado é uma forma de degustar qualquer prato. Os vinhos portugueses, além de serem reconhecidamente de boa qualidade, teem regiões demarcadas que veem a ser um conjunto de áreas que produzem vinhos com características específicas, obtidos de uvas provenientes de castas colhidas naqueles locais. Apesar de serem produzidos em todo o país, as principais regiões demarcadas são as do Douro, do Dão, da Bairrada e a dos Vinhos verdes. Vamos falar um pouco de cada uma delas.
O Douro produz o famoso vinho do Porto. Suas origens remontam a séculos de cultivo e fama, além de ser uma região belíssima em que os vinhedos são localizados em encostas às margens do rio do mesmo nome. Conheci bem esta área, pois, muito próxima à cidade do Porto, cruzei por ela inúmeras vezes em passeios ou até mesmo a trabalho. Aliás, viajar pelas estradas que acompanham o belo rio é uma experiência gratificante que recomendo a qualquer um que tenha a oportunidade de fazê-lo. O Douro foi a primeira região vinícola demarcada em Portugal.
O clássico vinho do Porto tinto é conhecido e tido como um dos melhores digestivos do mundo. Mas há também o branco, igualmente muito saboroso e que deve ser tomado como aperitivo, e que os portugueses até acompanham em refeições. São diversas as marcas deste precioso vinho. Porém o mais curioso é que as suas caves estão localizadas na cidade de Vila Nova de Gaia, que fica bem defronte à cidade do Porto, separada apenas pelo rio Douro, num trecho bastante estreito.
Os vinhos da região do Dão, são vinhos de mesa maduros bastante conhecidos no Brasil. O Dão é produzido na região que também é cortada pelo rio do mesmo nome, além de outro muito conhecido em Portugal de nome Mondego. É uma região bastante montanhosa, bem próxima à serra da Estrela. Suas marcas mais difundidas são Grão Vasco e Duque de Viseu, ou o Aliança Garrafeira Grão Tinto, mas eu recomendo o Reserva Dão Tinto. Um vinho inesquecível. São todos de primeira qualidade para acompanhar uma boa refeição.
Também assim são os vinhos da Bairrada, região bem próxima ao Porto, indo em direção a Coimbra e que é famosa pelo seu leitão, muito semelhante ao nosso à pururuca. Vinhos excelentes, cultivados em um delicioso clima temperado mediterrâneo, e que também são exportados para todo o mundo, tendo sua qualidade reconhecida em larga escala. Há um que conheço, o Angelus. Vale a pena provar. Não são tão difundidos no Brasil quanto os Dão, mas podem ser encontrados aqui com certa facilidade, em casas especializadas.
E o vinho verde? Este sim, um vinho autenticamente português. Uma verdadeira exclusividade daquele país. E, por sinal, delicioso. Deve ser servido com a garrafa em rápido movimento ascendente em relação ao cálice para que possa borbulhar e liberar alguns gases. É uma operação difícil, mas ao final de algum tempo de treino dá certo. É produzido no extremo norte de Portugal, no Minho, uma das áreas mais lindas e verdes do país. O seu nome, deve-se ao fato de ser pouco maturado, tornando-se assim o oposto dos vinhos maduros. Mas, suas uvas excelentes propiciam um sabor e leveza fora de série. Os vinhos verdes são os meus preferidos. Pena que por aqui o mais famoso deles não é um dos melhores. O Casal Garcia é considerado por lá apenas razoável, sendo os mais apreciados o Quinta do Azevedo, o Gazela, o Quinta de Aveleda ou o Loureiro, somente para citar alguns. Na verdade, existe uma infinidade de outras boas marcas que podem ser encontradas no Brasil.
Isto feito, podemos sentar à mesa, fazer um bom brinde e saborear o melhor dos pratos... Que tal um bacalhau?

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Uma briga que vale



A Vitelli Calçados tentou processar a Vale por ter criado uma marca semelhante à sua. O processo começou em 2007, mas não foi adiante, porque os advogados da empresa – descaradamente doada por FHC – descobriram que a fábrica ainda estava em questão sobre os direitos ao nome, devido à existência de outra empresa com denominação semelhante.
No entanto, a Vitelli Calçados entrou cinco anos antes (1) com o pedido de registro da marca sob o número 825.079.721 nos canais competentes para o registro de marcas e patentes.

(1) Na época em que a Vale ainda era do Rio Doce.

Não deixem de ler

O blogue da Tribuna da Imprensa (Helio Fernandes) é imperdível. Nele você acompanha o desenrolar dos acontecimentos, principalmente em Brasília com uma precisão e velocidade que chega a ser difícil conseguir acompanha-lo.
Por estas razões, não só o tenho marcado em meus links (ao lado), como também sou seu seguidor, o que facilita sempre estar a par da última matéria publicada.
Um outro blogue que sempre procuro é o do Pedro Porfírio, também uma fonte de informações sobre o que acontece por aí e a grande mídia não tem o menor interesse em publicar.
São blogues em que, para além de boa informação, há um acompanhamento das principais questões que nos cercam. E a podridão das classes dominantes, devidamente revelada e divulgada.
Para maiores informações, cliquem nos links abaixo.

Helio Fernandes
http://www.tribunadaimprensa.com.br/

Pedro Porfírio
http://pedroporfirio.blogspot.com/

domingo, 9 de agosto de 2009

Os “marcianos” atacam novamente

Com o acordo Colômbia-EUA, achei que esta matéria publicada em março de 2008 é tão atual quanto à época, cerca de um ano e meio após. Para mim ela é importante também por reforçar a minha tese do “Partido Único da Burguesia” no país sede do império. Enfim, mudam as facções, mudam os nomes, mas o direcionamento é o mesmo.

Na década de 1950, nomeadamente durante o período macartista, a propaganda ianque era contra os comunistas. Aqueles que comiam criancinhas ou as bondosas velhinhas do meio-oeste especializadas em fazer tortas de maçã. Com a queda do império soviético, a guerra fria acabou. Acabou? A secretária de Estado estadunidense, Condoleezza Rice (a atual é Mrs. Clinton), justificou a incursão colombiana no Equador. E afirmou: “As fronteiras são importantes, mas não podem ser usadas como um esconderijo para terroristas que depois vão matar civis inocentes”. Concluiu: “Temos que nos preocupar com o terrorismo e o bem-estar dos Estados da região”.
Ao longo da história, a principal ameaça real de agressão em toda a América teem sido os Estados Unidos. As intervenções ianques no continente, como o incentivo aos golpes militares nos anos 1960 e 70, contra governos legalmente eleitos, causaram milhares de mortos e deixaram sequelas principalmente nos países do cone sul (1). No Chile os ianques financiaram e foram articuladores do sangrento golpe de Pinochet contra o governo de Salvador Allende. Anteriormente já estimulavam regimes ditatoriais, como o de Jimenez na Venezuela e Stroessner no Paraguai. Na América Central, a Nicarágua sofreu intervenção dos Estados Unidos – durante o governo do “progressista” Franklin Delano Roosevelt – para assassinar Sandino em uma covarde emboscada. Além disso, houve violentas intervenções em El Salvador, na Guatemala, e mais recentemente em Granada. Só para citar algumas.
Condoleezza confirmou, na sua visita ao Brasil, a nova doutrina das relações internacionais do império com o mundo. A de que as fronteiras não podem ser refúgio para terroristas. Mas o que são ou quem são os terroristas? A CIA assassina e financia golpes, mas não é terrorista, por que é estadunidense? Agora só falta mesmo voltarem os filmes de ficção científica em que a alusão aos comunistas era muito clara. Desta vez, os “maus da fita” serão os terroristas. E certamente teremos “marcianos” de turbante e barbas (como bin Laden) ou fantasiados de guerrilheiros colombianos das FARC.

(1) Aqui, por terras tupiniquins, o golpe de primeiro de abril de 1964 foi sabidamente manobrado por Lincoln Gordon embaixador dos EUA na ocasião.

sábado, 8 de agosto de 2009

Poeminha

Neste mundo cheio de Sarneys, Collors e Renans da vida, temos que valorizar o lado infantil e puro das coisas. Senão, fica apenas aquela vontade louca de vomitar!
Maurilo Andréas (link ao lado para o seu blogue “Pastelzinho”) publicou este poeminha para sua filha Sophia. Achei tão bom, tão gostoso, que pedi a ele para publica-lo. Segue:

O ovo

O que é que tem do lado de dentro do ovo?
Um pato, uma cobra ou algum bicho novo?

Guardado da casca, no escuro quentinho
tem alguém encolhido que já sonha um pouquinho

Tem pena ou escama, tem bico ou tem dente
Não sei o que é, mas não deve ser gente

Devia estar em seu ninho ou talvez enterrado
Mas veio rolando chegar do meu lado

O ovo ia rachar, eu podia sentir
E de pensar no filhote, começava a sorrir

Eu já queria dar no bichinho um beijo
Mas meu pai preferiu omelete de queijo

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Pensatas de um dia qualquer

Ou... "Finalmente estou de volta", ou... “Um passo atrás, dois à frente”, ou... “Há vida além do computador”, ou... “Quem perde ganha (1)”, enfim, pensei em tantos títulos para esta postagem...

Fiquei paí uns sete ou oito dias fora do ar. Pra mim, parecia muito mais... Gente, como a web passou a fazer parte da vida da gente! Por outro lado, como passamos a depender tanto desta ferramenta??? It’s not mole não!
Conclui que ela tem muitas coisas úteis. Mas, e daí? Também tem horas que teríamos que esquecer um pouco o danado do computador e entender que há alguma vida além dele... Ora bolas...
O bichinho deu problemas e nos dois primeiros dias eu fiquei totalmente sem rumo. Sentia um vazio dentro de mim. Algo estranho... Era como se faltasse um pedaço. “Quê que eu faço?”, perguntava c’os meus botões a encarar o silêncio da madrugada.
Fui salvo pelo meu projeto de reativar em mim o “eu” pintor. No terceiro dia descobria que sem computador na frenta era muito melhor para pintar. Aquela engenhoca me atrapalhava as ações. Lembrei-me dos tempos idos de 1989/90, talvez a minha melhor fase produtiva em pinturas e desenhos, em que levantava e ia pintar, pintar e desenhar. Nestes menos de dez dias tive uma produção tão ou mais intensa do que aquela.
E a leitura? Estava lendo “Pelo fundo da agulha”, de autoria de meu amigo Antônio Torres, que, aliás, me deu de presente com direito a dedicatória. Antes do computador pifar eu tinha que encaixar a leitura entre momentos que me sobravam aqui e ali. Quando aconteceu o “desastre”, ficou fácil devorar o livro de uma tacada. E valeu a pena!
Madrugada afora – pois sempre acordei com os passarinhos – fui reinventando as ações que podemos ter para além da internet, para além do computador...
Não posso negar que o diabo da maquininha e seu mundo virtual facilitam a vida da gente demais da conta. Mas, como seria um dos títulos que pensei: pode crer, "existe vida além do computador".
Todavia, estou feliz de voltar a este blogue, com o meu computer devidamente reajustado e ativo. Prazer em revê-los!

(1) Título de um livro do autor inglês Graham Greene.