O fim da II Guerra Mundial levou ao desaparecimento das influências coloniais francesa e britânica no mundo árabe, enquanto o rápido declínio destes antigos impérios transformava a política do Oriente Médio. Os territórios que lhes haviam sido concedidos pela Liga das Nações após a I Guerra Mundial tornaram-se independentes. Entre eles a Síria, a Jordânia, o Líbano e o Egito. O mandato inglês sobre a Palestina terminou e um território judeu foi criado. O Estado de Israel surgia em 1948.
Em 1947, ao fim do mandato britânico, já era evidente a violência entre árabes e judeus. Para conciliar esta situação, a ONU propôs e foi aceito um Plano de Partilha da Palestina, para a formação de dois estados: um judeu e outro árabe. Plano este que até hoje não foi cumprido.
Entretanto, a criação do Estado de Israel, em paralelo à consolidação de Nasser no comando do Egito, foram fatores marcantes para a modernização da região. Até porque, em seu início os israelenses estavam imbuídos de um ideal igualitário e socializante, o que lhes trouxe a simpatia de parte do mundo dito progressista. A formação de Kibutz (1) em território do novo país, que não aceitava dinheiro circulante dentro de sua área e outras medidas avançadas e inovadoras era um novo dado comportamental para a humanidade.
Mas, o Sionismo, em seu nascedouro era um movimento político que defendia o direito à autodeterminação do povo judeu e à existência de um Estado Judaico. Ele se desenvolveu a partir de finais do século XIX, em especial entre judeus de várias regiões da Europa, sobre a pressão de pogroms (2) e de um forte anti-semitismo. Particularmente após o famoso “caso Dreyfus” (3).
“O estado judaico” (1895) de Theodor Herzl, fundador do movimento, pregava que o problema do anti-semitismo só seria resolvido quando os judeus dispersos pelo mundo pudessem se reunir e se estabalecer num estado nacional independente. A dispersão dos judeus pelo mundo (a chamada diáspora), foi o principal argumento para o estabelecimento de uma pátria judaica na Palestina. Surgia o Nacionalismo Judaico.
Embora não se especificasse de início o local exato, a tese do retorno ao lugar de origem ganhou muitos adeptos por ter forte apelo religioso baseado na redenção do povo de Israel na “terra prometida. No entanto, quando o movimento sionista moderno se consolidou, a Palestina já era cultural e etnicamente uma nação árabe, enraizada por uma consistente e longa migração iniciada por volta do ano 350 de nossa era.
Mas, afinal, de quem é a Palestina? Poderia ser de judeus e árabes, se os primeiros não tivessem se apossado de forma brutal e possessiva do território. Desde o início da ocupação sionista, iniciou-se a demonstração de uma dura realidade e conflito. Tanto que, em novembro de 1975, com a violência a estrapolar, a Assembléia Geral da ONU aprovou a resolução de nº 3379 que contém uma clara censura : “O sionismo é uma forma de racismo e discriminação racial”.
(1) A origem da palavra Kibutz vem de Kvutzá, que, traduzindo do hebraico, significa grupo, comunidade. Sua origem provém de jovens imigrantes judeus da Europa Oriental inspirados pelo socialismo.
(2) Pogrom consiste em um ataque violento a grupos raciais específicos, com a destruição do seu ambiente (casas, negócios, centros religiosos). O termo tem sido usado para denominar atos de violência em massa, contra minorias étnicas.
(3) Famoso caso de erro judicial na história da França, com fortes características de anti-semitismo e fraude jurídica. Envolveu Alfred Dreyfus (1859-1935), capitão do exército francês, numa acusação de espionagem, por terem sido encontrados documentos com a sua caligrafia (falsificada). Foi condenado à prisão perpétua, mas em 1898, encontraram-se evidências de sua inocência e provada a culpa de um major francês. O caso envolveu Emile Zola, que publicou o famoso “Eu acuso” em defesa do oficial e mobilizou toda a opinião pública francesa.
Em 1947, ao fim do mandato britânico, já era evidente a violência entre árabes e judeus. Para conciliar esta situação, a ONU propôs e foi aceito um Plano de Partilha da Palestina, para a formação de dois estados: um judeu e outro árabe. Plano este que até hoje não foi cumprido.
Entretanto, a criação do Estado de Israel, em paralelo à consolidação de Nasser no comando do Egito, foram fatores marcantes para a modernização da região. Até porque, em seu início os israelenses estavam imbuídos de um ideal igualitário e socializante, o que lhes trouxe a simpatia de parte do mundo dito progressista. A formação de Kibutz (1) em território do novo país, que não aceitava dinheiro circulante dentro de sua área e outras medidas avançadas e inovadoras era um novo dado comportamental para a humanidade.
Mas, o Sionismo, em seu nascedouro era um movimento político que defendia o direito à autodeterminação do povo judeu e à existência de um Estado Judaico. Ele se desenvolveu a partir de finais do século XIX, em especial entre judeus de várias regiões da Europa, sobre a pressão de pogroms (2) e de um forte anti-semitismo. Particularmente após o famoso “caso Dreyfus” (3).
“O estado judaico” (1895) de Theodor Herzl, fundador do movimento, pregava que o problema do anti-semitismo só seria resolvido quando os judeus dispersos pelo mundo pudessem se reunir e se estabalecer num estado nacional independente. A dispersão dos judeus pelo mundo (a chamada diáspora), foi o principal argumento para o estabelecimento de uma pátria judaica na Palestina. Surgia o Nacionalismo Judaico.
Embora não se especificasse de início o local exato, a tese do retorno ao lugar de origem ganhou muitos adeptos por ter forte apelo religioso baseado na redenção do povo de Israel na “terra prometida. No entanto, quando o movimento sionista moderno se consolidou, a Palestina já era cultural e etnicamente uma nação árabe, enraizada por uma consistente e longa migração iniciada por volta do ano 350 de nossa era.
Mas, afinal, de quem é a Palestina? Poderia ser de judeus e árabes, se os primeiros não tivessem se apossado de forma brutal e possessiva do território. Desde o início da ocupação sionista, iniciou-se a demonstração de uma dura realidade e conflito. Tanto que, em novembro de 1975, com a violência a estrapolar, a Assembléia Geral da ONU aprovou a resolução de nº 3379 que contém uma clara censura : “O sionismo é uma forma de racismo e discriminação racial”.
(1) A origem da palavra Kibutz vem de Kvutzá, que, traduzindo do hebraico, significa grupo, comunidade. Sua origem provém de jovens imigrantes judeus da Europa Oriental inspirados pelo socialismo.
(2) Pogrom consiste em um ataque violento a grupos raciais específicos, com a destruição do seu ambiente (casas, negócios, centros religiosos). O termo tem sido usado para denominar atos de violência em massa, contra minorias étnicas.
(3) Famoso caso de erro judicial na história da França, com fortes características de anti-semitismo e fraude jurídica. Envolveu Alfred Dreyfus (1859-1935), capitão do exército francês, numa acusação de espionagem, por terem sido encontrados documentos com a sua caligrafia (falsificada). Foi condenado à prisão perpétua, mas em 1898, encontraram-se evidências de sua inocência e provada a culpa de um major francês. O caso envolveu Emile Zola, que publicou o famoso “Eu acuso” em defesa do oficial e mobilizou toda a opinião pública francesa.