sexta-feira, 30 de agosto de 2013

“Operação 7 de setembro”: a direita organiza manifestação patrioteira reacionária para desmoralizar o governo Dilma




Publicado no blogue da LBI-QI (Liga Bolchevique Internacionalista – Quarta Internacional) , em 26 de agosto de 2013 e que reproduzo na íntegra:

Três meses depois das denominadas “jornadas de junho”, quando multidões saíram às ruas para protestar em todo o país, que pela ausência da intervenção organizada do movimento operário com suas próprias reivindicações classistas abriu espaço tanto para demandas direitistas (contra a PEC 37, prisão dos “mensaleiros” do PT) como para manobras distracionistas por parte das centrais “chapa branca”, vem se conformando uma ampla frente política em torno da convocação de manifestações no dia 07 de Setembro, cuja pauta tem um caráter abertamente reacionário, apesar de estar camuflada em torno do ponto central de “Abaixo a corrupção no Brasil”.
Grupos como o Anonymous, bandos neonazistas e o PIG¹, que tiveram relativo sucesso em pautar o final das manifestações de junho de um sentimento patrioteiro e anticomunista, articulam uma “grande manifestação” nas capitais do país para o Dia da Independência, cujo eixo central na verdade é o desgaste do governo da frente popular, visando claramente atacar o PT para fortalecer em 2014 a oposição conservadora (PSDB) e a “nova” direita (Marina). No lastro da sanha contra a gestão petista e seus aliados, atacam tudo que simboliza a “esquerda”! Os acólitos deste setor pregam através da internet em várias páginas do facebook e diariamente pela boca dos comentarias da Rede Globo, como Merval Pereira, que este ato de protesto será apartidário e patriótico, já que representa a vontade “autônoma da cidadania por um Brasil melhor”. Esta tese como se observa não se sustenta nem por um segundo sequer!

Diante desta realidade desintegra-se por completo a tentativa deste espectro político direitista em apresentar a “Operação 7 de Setembro” como uma manifestação popular espontânea. Puro engodo. Toda a articulação política parte de uma confluência entre o grupo Anonymous, que dá uma cobertura “progressista” ao chamado à manifestação, com a ONG criada pela família do não menos asqueroso Jair Bolsonaro (PP-RJ) e de um “cyber-ativista” tucano, Ari Cristiano Nogueira, conhecido funcionário fantasma da Assembleia Legislativa do Paraná, ligado ao deputado Valdir Rossoni (PSDB-PR), ambos enfrentam processos na justiça por corrupção ativa. Estas espinhosas figuras têm como aliado útil um agrupamento estranho ao proletariado, o “Anonymous” que em seu site lança seu manifesto: “O objetivo da operação, é protestar contra a corrupção no Brasil e reverter esse quadro de impunidade que faz com que os politicos sujos continuem a abusar do poder que têm. Então se você tem esse sentimento dentro do peito, façamos o real DIA da independencia no BRASIL! Lembrando, que esse manifesto é totalmente APARTIDÁRIO e PACÍFICO. Levantar bandeiras de ideologias individuais será considerado um ato de desrespeito às pessoas que lá estão lutando por objetivos comuns”.
Enquanto o Anonymous levanta sua pauta “moralizadora”, a extrema-direita aproveita para inflar a “operação” com o objetivo de atingir o governo Dilma, tendo como principais motes “Eu não voto em Dilma”, “eleição 2014 Brasil sem PT”, “fora os comunistas do governo”, “fora Dilma” e até mesmo “intervenção militar já!”, com alguns bandos fascistas exaltando quase que de forma doentia símbolos das FFAA espalhados pelo “Facebook”. Esta é a verdadeira frente política que tenta vender a falsa ideia de organizar o “maior protesto da história do Brasil”.

Ao lado de abjetas figuras fascistóides como verificamos está o “Anonymous”, grupo que não representa as posições clássicas da direita brasileira, mas que em seu cerne programático concentra um ódio de classe contra os partidos e organizações de esquerda, o que lhe confere uma grande simpatia por parte dos setores mais conservadores do capitalismo tupiniquim e atua, portanto, como aliado útil do PIG. Sua atuação remonta desde a fracassada experiência dos “Indignados” e do “Ocuppy” (We are the 99% - Nós somos os 99%), que abriram espaço para a ascensão dos partidos de direita nos países em que deram a linha como em Portugal, Espanha... Houve inclusive tentativas de “exportar” tal experiência para o Brasil há alguns anos durante protestos no Dia da Independência, a qual foi tomada por empresários, profissionais liberais e mauricinhos de classe média, configurando-se em manifestações direitistas pela “ética na política” que rejeitam a participação dos partidos de esquerda, mesmo assim a esquerda revisionista, PSOL, LER e PSTU, lambeu como pode este movimento até serem expulsos das passeatas.

A expectativa dos “organizadores” da “Operação 7 de Setembro” é que um milhão e meio de pessoas adiram à campanha que tem como eixos a “prisão dos mensaleiros”, “fim do voto obrigatório” e “reforma tributária”, “fora os petralhas corruptos” e até mesmo “fechamento do Congresso Nacional”. Seus diversos convocantes afirmam que quase 200 protestos já foram confirmados em todo o país. Os revolucionários não devem participar dos protestos programados para este 7 de Setembro, nem apoiar as referidas reivindicações porque elas respondem aos anseios da classe média reacionária. A ausência do proletariado e a falta de uma perspectiva classista nos protestos de junho abriram as porteiras para que os setores mais reacionários e golpistas emergissem no cenário político, insuflados principalmente pelo PIG (Rede Globo, Veja, Folha de S.Paulo...). Agora tentam reeditar o mesmo cenário no 7 de Setembro, o que desde já nos parece que não conseguirão seu intento, justamente porque a frente popular saiu das cordas e aos poucos recompõe sua base política e social de sustentação!

A vanguarda classista e combativa do proletariado não deve manter a menor expectativa política na pauta do “Anonymous”, uma vez que não são nossos aliados “táticos” como defendem os revisionistas do trotskismo, hoje profundamente adaptados a OTAN e suas ações criminosas contra os povos e nações. O caráter reacionário das manifestações programadas para o 7 de Setembro somente confirma nossas caracterizações já realizadas em outras partes do mundo, nas quais manifestações “apartidárias” e sem qualquer perspectiva revolucionária abriram caminho para a ascensão da extrema-direita, ao contrário do que afirmava a LIT² e seus satélites, segundo os quais estava aberto o caminho da revolução em uma Europa mergulhada na crise política e econômica. Contudo, esta grande aposta da direita golpista está fadada ao fracasso porque não representa os reais sentimentos das massas exploradas e suas necessidades imediatas (saúde, moradia, educação, transporte público de qualidade). Cabe aos lutadores e ativistas classistas denunciar o caráter fascistizante da “Operação 7 de Setembro” e intervir criticamente nas atividades programadas em torno do “Grito dos Excluídos” cujo tema é “Juventude que ousa lutar constrói o projeto popular”, em defesa de um programa revolucionário para a luta da juventude oprimida e contra este regime de exploração burguesa, balizado por um norte programático que coloque na ordem do dia a perspectiva da revolução proletária, já que não será exigindo pequenas reformas cosméticas no regime político bastardo que nossas reivindicações mais sentidas serão atendidas.

1. Partido da Imprensa Golpista, comumente abreviado para PIG ou PiG (este último, numa alusão ao portal “ig”, da Rede Globo).

2. A Liga Internacional dos Trabalhadores - Quarta Internacional (LIT-QI) é uma das correntes internacionais do Trotskismo, e existe desde 1953, tendo como um dos seus principais organizadores e fundador o argentino Hugo Miguel Bressano Capacete, conhecido como Nahuel Moreno.


terça-feira, 27 de agosto de 2013

Uma peça de teatro imperdível


Imperdível mesmo esta “Fish & Ships”, texto brilhante de Tereza Briggs-Novaes, feita para rir do início ao fim... Para os mais sensíveis, rir sim, mas com uma lágrima a escorrer (sutilmente) no canto esquerdo do olho esquerdo e no mais profundo da alma, em solidariedade ao ser humano...


A equipe de criação, é formada por feras, como Marcos Flaksman no cenário, Kika Lopes no figurino, Aurélio de Simoni no desenho de luz e a direção impecável de Ary Coslov.

No elenco encontramos Bruno Ferrari, Marcello Escorel, Rubens de Araujo, Thaís Portinho, Gustavo Ottoni e minha amiga, e Musa, Zaira Zambelli, que retratam num verdadeiro show de interpretação, o dia a dia daqueles imigrantes em suas difíceis tentativas de sobrevivência num país cada dia mais fechado à clandestinidade. 

Não percam, porque os preços são tão bons quanto a peça: inteira R$ 20,00(vinte Reais)  e a meia entrada por R$ 10,00 (dezeais). 
 


http://pinturas-jonga.blogspot.com.br/  

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Por que devemos continuar a ler a obra de Manuel Sacristán


Salvador López Arnal (1)
traduzido para Novas Pensatas por Jorge Vital de Brito Moreira

O filósofo, professor, lógico, lutador político antifranquista, tradutor, maestro e referencia de várias gerações Manuel Sacristán Luzón (1925-1985) faleceu em 27 de agosto há 28 anos. Ele foi enterrado em Guils de Cerdanya, com sua primeira esposa e parceira, Giulia Adinolfi.

Será que faz sentido ler (ou reler) a obra de Manuel Sacristán décadas depois? Será frutífero depois de trinta anos de sua morte? Claro que sim. Apontarei algumas razões que, em minha opinião, justificam sua leitura  ou releitura:

1. Manuel Sacristán [MS] foi um filósofo (não sistemático nem praticante de qualquer ortodoxia no seu filosofar) decisivo na consolidação dos estudos de lógica formal na Espanha. Com obras inéditas para serem publicadas, sem esquecer que seus principais trabalhos (didáticos, não de pesquisa) são datados de meados da década de sessenta, muito pode ser aprendido (lógica, história, filosofia da ciência e da lógica) em se lendo ou estudando seus dois livros Introdução à Lógica e à Análise formal e Lógica Elementar, este último publicado postumamente por sua filha, Vera Sacristán Adinolfi, em meados dos anos 90 pela editora Vicens Vives.

2. Tradutor, editor e prologuista (como seu discípulo e amigo Francisco Fernández Buey) da obra do revolucionário Antonio Gramsci de Sardenha, Manuel Sacristán nos deixou, além de inúmeros artigos (o último foi escrito para a apresentação da tradução espanhola do décimo primeiro livro realizada por seu aluno e colega Miguel Candel) um livro interrompido sobre a vida e obra de Gramsci: A Ordem e o Tempo, uma pequena obra prima que ainda é leitura imprescindível em tempos como os nossos, em que a figura e a obra do autor dos Quaderni é revisado tendenciosamente e sem documentação. Giulia Adinolfi e um colega de MS no Instituto de Lógica e Fundamentos da Ciência da Universidade de Münster, Ettore Casari, aproximaram Sacristán da vida e da práxis do companheiro, do seu admirado parceiro Palmiro Togliatti.

3. Aspecto nem sempre lembrado e destacado, Manuel Sacristán foi um excelente crítico teatral, literário e musical. Desde jovem, desde as revistas dos anos quarenta e cinquenta do século passado como Qvadrante e Laye de Barcelona. Um grande exemplo de suas contribuições nesta área pode ser visto atualmente em Lecturas, o quarto volume de seus Panfletos y Materiales. Seu trabalho sobre a obra de Heine, Goethe, Joan Brossa, Thornton Wilder e Eugene O'Neill ainda são excelentes exemplos de sua criatividade artística. Seria igualmente injusto esquecer de sua pesquisa sobre a obra musical e o significado poliético do cantautor valenciano Raimon; ou de sua elogiada crítica de Alfanhui de Rafael Sanchez Ferlosio, o ganhador do Prêmio Cervantes e amigo de  juventude de MS; ambos trabalhos referidos podem ser lidos também em Leituras.

4. Seus textos sobre epistemologia marxista, seu ensaio sobre "Karl Marx como um sociólogo da ciência", e seu artigo-conferência intitulado “El trabajo científico de Marx y su noción de ciencia” (objeto de estudo do jovem analista, Professor José Sarrión) estão entre os destaques da literatura sobre a obra do revolucionário e  científico de Tréveris, desde o ponto de vista da filosofia e da sociologia da ciência. Sua compreensão dos clássicos da tradição marxista está muito bem refletida em uma de seus grandes ensaios, o prefácio de sua própria tradução espanhola do Anti-Dühring de Friedric Engels.

5. A tese doutoral de Manuel Sacristán sobre a epistemologia de Heidegger, publicada em 1959 pelo CSIC e reeditada em 1995 pela editora Critica com um prólogo inescapável de Francisco Fernández Buey, escrito em um castelhano excelente, às vezes deslumbrante, continua sendo uma referência obrigatória. Segundo Emilio Lledo (uma das grandes figuras da filosofia contemporânea espanhola) o crítico capítulo final da tese doutoral, está entre as melhores páginas do autor. Tudo isso, além do mais, quando quase ninguém no campo marxista ousou se aproximar criticamente da obra filosófica de Heidegger, o ex-reitor de Freiburg nos momentos do furacão de ódio e aço (alguns anos mais tarde, em 1964, dois dos seus discípulos, o referido Francisco Fernández Buey e Joaquim Sempere, trataram do filósofo alemán em um artigo intitulado "Heidegger ante de humanismo", publicado na revista clandestina do PCE, Realidad).
6. Tradutor, interlocutor, editor e prologuista do grande filósofo e revolucionário húngaro, George Lukeacs, Sacristán não só fez uma conferência imprescindível sobre as Conversaciones do último Lukács (publicado no livro póstumo Seis Conferências de MS - mas também  é autor de uma das abordagens mais equilibradas e críticas a O assalto à Razão, texto publicado no primeiro volume - Sobre Marx y marxismo- dos seus "Panfletos y Materiales". De recomendação obrigatória.

7. Manuel Sacristán (MS) foi, sem nenhuma dúvida, um dos primeiros filósofos marxistas e ativistas que se tornou consciente da importância das questões ecológicas, incluindo a luta anti nuclear, quando eram poucas as vozes atentas a esta dimensão destrutiva do capitalismo tardio. Há muitos vestígios de tudo isso nos textos incluídos em Pacifismo, ecologismo y política alternativa, um volume editado, logo após seu falecimento, por seu discípulo e amigo Juan-Ramón Capella que contem grande parte dos seus últimos textos. O surgimento de toda essa problemática obrigava, em sua opinião, a mudar as nossas abordagens desenvolvimentistas em torno da sociedade comunista. Wolfgang Harich foi um de seus professores nesta área essencial e seu amigo Francisco Fernández Buey desenvolveu e expandiu-se em vários textos algumas das ideias de MS. A colaboração critica de Eduard Rodriguez Farré também foi decisiva nas sua elaborações críticas sobre a indústria nuclear e a guerra atômica.

8. A ciência com consciência (e às vezes sem ela) e as potencialidades fausticas da tecnociência contemporânea ("o mal da ciência moderna é que ela é muito boa", costumava dizer), foram uma das últimas preocupações centrais de MS, que nunca incentivou qualquer tipo de irracionalismo científico. Com trabalhos ainda não publicados, alguns de seus textos sobre a política de ciência (originais, críticos, muito avançado para a época) foram coletadas em Papeles de filosofia, o segundo volume de Panfletos y Materiales e Seis Conferencias.

9. Crítico do capitalismo desde jovem, pode-se observar um excelente exemplo de suas reflexões em Pacifismo, ecologismo y política alternativa, junto a evidência de que elas não estão afetadas nem pelo passar dos anos, nem por suas referências pontuais. Sua enérgica e informada pulsão anticapitalista é evidente nesta passagem do seu artigo - "Intoxicação de massas, massas intoxicadas" – de 1981. "[...] Porém o que diferencia estes prohomens enriquecidos, exemplares do azeiteiro homicida que não sabia que sua mistura era tóxica? Nem o móvel- o lucro, a vocação capitalista, por todos legitimadas, de "obter um centavo honesto" do exercício da sua astúcia- nem a moralidade: nem seu sistema de valor, nem sua cultura. Simplesmente o empresário honesto tem tido sorte e o empresário homicida tem tido desgraça ao executar a mesma função: o complicado fundo causal último da intoxicação espanhola de 1981 é a necessidade capitalista de manter tão baixo quanto seja possível o valor da força de trabalho ".
10. Comentarista, entre outros, de Lenin, de Rosa Luxemburgo, dos dois grandes clássicos Marx e Engels (Sacristán traduziu os dois primeiros livros do Capital e a metade do terceiro), de Labriola, de Lukács, e é claro, de Meinhof (que conheceu em Münster), de Dutschke (com quem se correspondeu), de Harich (seu amigo), de Berlinguer, de Bukharin, de Mattick, de Marcuse e Adorno (que os traduziu), MS foi autor não somente de um excelente texto sobre -e contra- o stalinismo (que se encontra em Seis Conferências), como de algumas excelentes observações de antropologia política e cultural na sua tradução da biografia de Geronimo (recentemente editado pela Editora El Viejo Topo: Sobre Geronimo) ou de uma excelente aproximação em “Bertrand Russell e o socialismo” ou a ecodinâmica de Boulding; todos estes textos de MS também devem merecer a nossa atenção. Há neles, sempre, análises rigorosas, informadas, originais, nada triviais, e sugestivas.

Acrescento, para concluir em algum ponto, um lado às vezes esquecido de MS: sua magnifica, aberta, rica e politicamente anti sectária aproximação ao diálogo sincero e não servil entre comunistas e cristãos; um diálogo atual e frutífero onde quer que ele se encontre.
Os decálogos exigem um resumo. Resumirei deste modo: Comentando um artigo de Lucio Colleti (o finalmente berlusconiano e exitoso filósofo marxista de anos anteriores), Manuel Sacristán fez uma das suas excelentes observações: "Não se deve ser marxista. A única coisa que tem interesse é decidir se a gente se move ou não,  numa tradição que tenta avançar, pela crista, entre o vale do desejo e o da realidade, em busca de um mar onde ambos podem confluir.” (   ) Não conheço nenhuma definição melhor das tradições emancipatórias e da prática política transformadora.

Notas do Autor

(*) Francisco Fernández Buey (que morreu em 25 de agosto de 2012 e foi lembrado por todos nós, dois dias depois, no dia 27 de agosto, em uma cerimônia inesquecível), adotou a observação, como se fosse sua própria pois ela continua tão válida como nunca:  avançar movendo ao longo do cume entre o vale dos nossos desejos e a realidade cada vez mais injusta, tentando (não é uma tarefa fácil e exige a participação de todos) sua confluência num mar oceânico moldado por  nossos esforços e por nossos ideais mais consistentes de justiça, liberdade, igualdade e fraternidade. "Rhodus Hic, hic salta" como costumava escrever aquele que fora mestre de Manuel Sacristán e de todos nós. (2 )


Notas do Tradutor

(1) Salvador Lopez Arnal, o autor deste texto contribuiu anteriormente com dois textos para Novas Pensatas: o primeiro texto intitulado “Manuel Sacristan Luzon, o compromisso do filósofo” pode ser encontrado no seguinte link: http://novaspensatas.blogspot.com/2011/03/manuel-sacristan-o-compromissodo.html;o segundo, intitulado “Francisco Fernández Buey, um marxista qu e amava  Gramsci e Simone Weil” pode ser lido no seguinte link: http://novaspensatas.blogspot.com/2013/05/francisco-fernandez-buey-um-marxista.html, ambos textos traduzidos por Jorge Vital de Brito Moreira.

2) “Hic Rhodus, hic salta!” (Aqui está Rodes, salta aqui!) é uma expressão de uma fábula de Esopo sobre um fanfarrão que, invocando testemunhas, afirmava que uma vez, na ilha de Rodes, conseguira dar um salto enorme. Os que o escutavam responderam-lhe: "Para que é preciso testemunhas? Aqui está Rodes, salta aqui!" No sentido figurado significa: aqui é que está o essencial, aqui é que é preciso demonstrar. Carlos Marx usou a expressão “Hic Rhodus, hic salta!”  tanto no  tomo I  do livro “O Capital”, como em “O 18 Brumario de Luis Bonaparte”.