domingo, 24 de setembro de 2017

Pensatas de Domingo. Será?



O general Antonio Hamilton Martins Mourão, secretário de economia e finanças do Exército, sugeriu em evento promovido pela comunidade maçônica em Brasília na sexta-feira (15) que o "Alto Comando do Exército" considera liderar uma nova intervenção militar caso "os Poderes não encontrem uma solução para os problemas políticos do país".
"Quando olhamos com temor e com tristeza os fatos que estão nos cercando, a gente diz 'por que não vamos derrubar esse troço todo?'", afirmou. "Ou as instituições solucionam o problema político, com a ação do Judiciário retirando da vida pública esses elementos envolvidos em ilícitos, ou então nós teremos que impor isso", continuou o general ao sugerir uma intervenção militar .
O secretário do Exército garantiu que as Forças Armadas não pretendem ser "um fator de instabilidade" para o Brasil e criticou o que chamou de "sucessivos ataques de forma covarde" dirigidos ao Exército por conta do período da ditadura militar, entre 1964 e 1985. "Não são coerentes com o que aconteceu no período", pontuou Mourão.
Apesar desses "ataques", o general garantiu que os militares não irão titubear quando considerarem que é o momento de promover uma intervenção no Poder.
"No presente momento, nós vilumbramos que os Poderes terão que buscar a solução. Se não conseguirem, chegará uma hora que teremos que impor uma solução. E essa imposição não será fácil. Ela trará problemas", disse. "O nosso compromisso é com a Nação, independente de sermos aplaudidos ou não. Então, se tiver que haver, haverá."

A notícia acima nos deixa à beira de um ataque de nervos. Será possível um novo golpe militar no Brasil? Os chamados anos de chumbo não nos terão ensinado o que aconteceu naquele período de trevas de nossa história?
O fato é que, apesar do apoio do imperialismo a Temer e sua quadrilha, e apoiado por setores de direita, a correlação de forças deve estar a avaliar o quanto se desgastou esta solução e o quanto uma ditadura militar pode facilitar o encaminhamento de reformas elitistas com a finalidade de favorecer o capital multinacional e as elites neste país.

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Retrato falado do anti-Cristo



Quem assistiu o discurso de Trump na Assembléia da ONU no dia 10 de setembro de 2017 deve ter ficado assustado com suas palavras. Em sua fala, Trump também foi categórico ao dizer que vai defender os interesses dos Estados Unidos acima de tudo.
E afirmou que vai destruir totalmente a Coreia do Norte caso não haja outra escolha. Sim, TOTALMENTE, ou seja tirar aquele país do mapa...

Em sua fala, Trump também fez severas críticas ao Irã, ao afirmar que o país é dirigido por uma "ditadura corrupta". Ele também chamou o acordo nuclear concluído em 2015 com as grandes potências de uma "vergonha".
"O acordo com o Irã é uma das piores transações (...) Francamente, este acordo é uma vergonha para os Estados Unidos". Em 15 de outubro, Trump vai se pronunciar no Congresso estadunidense se ele considera que Teerã respeita seus compromissos, como indicado pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
"É hora de o mundo inteiro se unir a nós para exigir que o governo iraniano pare de semear a morte e a destruição", declarou na tribuna da ONU, criticando as "atividades desestabilizadoras" de Teerã.

Quer dizer: nas mais delicadas questões, naquelas em que a diplomacia poderia encontrar soluções, Trump radicaliza e assume perigosas e nítidas posições belicistas. Posições estas que levam a crer que ele deseja confrontos que colocam em risco a humanidade e o próprio planeta.
O que me leva a crer que yo no creo en brujas, pero que las hay... las hay... Será Donald Trump o tal do “anti- Cristo”?

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

E Temer despenca mais e mais!



Pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT) com o Instituto MDA, divulgada nesta terça-feira (19), indica que 3,4% dos brasileiros entrevistados consideram positivo o governo do presidente Michel Temer e 75,6 % o avaliam como negativo. Para 18% dos entrevistados, o governo é regular e 3% não responderam ou não souberam opinar.
Na pesquisa divulgada em fevereiro, 10,3% avaliaram o governo Temer como positivo e 44,1% como negativo. Os que consideraram o governo regular foram 38,9% dos entrevistados e 6,7% não souberam opinar.

Em relação ao desempenho pessoal do presidente, a pesquisa divulgada ontem mostra que 84,5% desaprovam a maneira de Temer governar, frente a 62,4% da pesquisa anterior; e 10,1% aprovam, enquanto na consulta anterior o percentual era de 24,4%.

O levantamento traz avaliações de expectativas da população sobre emprego, renda, saúde, educação e segurança. A edição também aborda as eleições de 2018, a reforma política, a Operação Lava-Jato e os hábitos de consumo de notícias no Brasil, entre outros temas.
A CNT/MDA ouviu 2.002 pessoas, em 137 municípios de 25 Unidades Federativas, das cinco regiões do país, entre os dias 13 a 16 de setembro. 

domingo, 17 de setembro de 2017

Pensatas de Domingo. De sonhos e pesadelos

O Aurura


O furacão que assola Brasília, e porque não dizer, todo o Brasil, e está nos enojando a todos, pelo cinismo e calhordice levou-me a outro prisma e enfoque nesta pensata de hoje. Resolvi esquecer um pouco o comentário político sobre o pesadelo real por que passa o país e recordar-me de passagens do passado que valham a pena serem contadas. Sem cair na alienação, preferi este comportamento e postura escapista. E tenho dito!

Corria o ano de 1958... ou seria 1957? Não importa, era por ali. Aliás, os anos daquela década foram marcantes para mim e trazem boas recordações. Nestes anos, ia muito à casa de minha madrinha, tia Celina(1), que morava perto de onde morávamos. Com a vantagem de ser bem maior. Era uma casa de pedras e dois andares. Lá, tinha dois primos e uma prima mais velhos. Alem disso, uma ampla área em torno e o Corcovado bem em cima. Uma passagem do quarto de empregadas (que ficava acima da garagem) para a casa através de uma ponte... e aquilo eu achava um barato!
O fato é que a casa de tia Celina sempre me traz muitas boas recordações. Havia uma enciclopédia, que não me recordo qual, mas na qual lia e via imagens da história como Henrique VIII e Napoleão Bonaparte, as pirâmides do Egito ou a Muralha da China num tempo em que era difícil conseguir tudo isto.
E o elevador para roupa suja? Uma vez entrei e desci nele e levei um “carão” daqueles... no quarto do casal, havia um jacaré empalhado que tinha sido caçado por tio Heitor, o marido dela. Era mesmo uma viagem! E saindo daquele quarto, me deparava com uma larga varanda em “ele” que ia até o quarto da minha prima. Nela, eu e minha irmã corríamos e deslizávamos em seu chão. E adorávamos fazer isso.
Quando podia, chegava na hora do almoço só pra filar a boia, que era muito boa! Bem, na pior das hipóteses, pelo menos a sobremesa eu pegava. Hmmm!
E numa dessas vezes ainda presenciei o tio Heitor sair do escritório a tocar seu violino afinadamente, executando um trecho de algum clássico que, infelizmente não me lembro mais qual. Porque aquele tio era de uma cultura sem par, falando, escrevendo e lendo oito línguas. Nos 30 anos seguintes, em que ainda convivi com ele tinha grande prazer em conversar (e aprender) com sua vasta cultura. Autor de muitos livros, me orgulho de ter sido autor de duas capas de seus escritos.
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Dez anos depois fui trabalhar em São Paulo, numa época conturbada em que corria meu processo na 2ª Auditoria da Aeronáutica e eu precisava me resguardar um pouquinho longe dos milicos e do Rio de Janeiro.
Fui de carro com tio Fernando, irmão caçula de minha mãe e uma figura divertida de se conviver. Quando chegamos em Sampa, ainda me lembro muito bem, fomos lanchar no “Salada Paulista”, um bar que existia na avenida Ipiranga, quase em frente à praça da República, e que era muito curioso porque constituía-se num grande balcão alto em formato de “U”. e tambem não esqueço que nele comi dois saborosos salsichões com chucrutes muito bem acompanhados de um chope geladão. Eita São Paulo de boas lembranças!
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Agora, quando me lembro de bar, me vem à cabeça o Aurora --dos bons tempos(2)—, que existe até hoje, mas eu garanto que o antigo, apesar de mais bagunçado era muito melhor.
Quando trabalhava na saudosa L&M, a turma toda religiosamente estava lá às sextas feiras. Era uma farra só. O Favilla, redator que era meu dupla e eu sempre levávamos um joguinho de xadrez para passar o tempo enquanto esperávamos os demais. Como o Aurora não tinha horário para fechar a turma saia tarde... tudo bebum, claro.
Entretanto, o Rio de Janeiro tem bares inesquecíveis em todos os níveis. Desde a Adega Pérola ao Bar Luís passando pelo Lamas e a Pizzaria Guanabara todos teem o seu lugar na memória de todos que os conheceram.
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1. Na verdade, minha tia avó, mas sempre a chamei de tia.
2. Lá pelos ido de 1977...

domingo, 10 de setembro de 2017

Pensatas de Domingo. Temer entrega o que resta de nossa soberania




Quarenta e quatro bilhões. É o quanto vale o Brasil para este governo golpista e ilegítimo. Seu pacote de privatizações tem coragem de prever a venda até da Casa da Moeda. Uma das instituições mais antigas e respeitadas do país, criada ainda no Império, e hoje uma das únicas empresas do mundo a dominar a tecnologia para a confecção não só de dinheiro, mas de passaportes e selos fiscais. Um símbolo da soberania nacional. E isso não é tudo. O governo pretende vender ainda o controle dos nossos recursos hídricos, com a privatização da Eletrobras.

Apesar do absurdo que esses dois fatos representam, o pacote de Michel Temer não para por aí. A intenção é vender 57 empresas e serviços hoje sob controle do Estado, muitos deles estratégicos para o Brasil. Com a privatização da Eletrobras, o governo pretende arrecadar 20 bilhões de reais. Um troco para uma empresa que conta com 114 termelétricas, 47 hidrelétricas, 69 usinas eólicas e gera mais de 47 mil megawatts de energia.
Mais importante do que esse serviço prestado, é o papel estratégico de regular a geração de energia elétrica no país, principalmente se considerarmos que praticamente toda a energia brasileira tem geração hídrica, de baixo custo de geração e com pouco impacto ambiental.

Todos sabem que a nova fronteira do desenvolvimento, e mesmo da manutenção do padrão civilizatório atual, depende da geração de energia renovável, exatamente o caso da produção brasileira. Por isso a ânsia da iniciativa privada em controlar esse mercado. E esse governo, claro, está muito disposto a, mais uma vez, prestar seus serviços a quem controla o capital.
A cada dia fica mais claro que não foi por acaso que se perpetrou um golpe de Estado. O que estava em jogo naquele momento, e continua em disputa agora, era a soberania do Brasil. É claro que o “deus mercado” não poderia permitir que um país periférico no capitalismo continuasse a deter o controle absoluto de suas reservas naturais – como água e petróleo – e, desta forma, fazer frente a interesses privados poderosos.

Não por acaso, a primeira medida aprovada após a chegada de Temer ao poder foi a mudança do regime de exploração do pré-sal. Pelo regime de partilha, quem decide quando e como explorar as reservas é o Estado. Claro que não poderia continuar assim. Por isso alteraram novamente a legislação para transferir essa decisão ao mercado. Com o regime de concessão, o governo até arrecada uma parte do lucro, mas fica fora das decisões estratégicas a respeito da gestão de uma de suas maiores fontes de riqueza.
E agora o governo pretende entregar o outro bem que hoje é o mais disputado no mundo, inclusive em guerras, o controle das nossas águas. Sim, pois a privatização da Eletrobras nada mais significa do que entregar ao mercado a gestão dos nossos recursos hídricos, uma vez que, como foi dito, a quase totalidade da energia consumida no Brasil vem dos rios.
O servilismo não tem limites. E o governo quer repassar também o controle do nosso espaço aéreo. Parece inacreditável. O pacote de privatizações prevê a concessão à inciativa privada do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea). Em qualquer lugar do mundo, o controle do espaço aéreo é considerado item sagrado da soberania. Por isso, não basta vender os aeroportos, inclusive os mais lucrativos, até porque está claro que não é disso que se trata, é preciso vender tudo que resta da nossa soberania.