quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Qualidade em primeiro lugar

Na minha última pensata, domingo passado cheguei a comentar que queria escrever sobre a diminuição de postagens neste blogue. Ora, um compromisso que tenho com os meus leitores é o de manter um nível qualitativo e não o quantitativo nas publicações. Mas sinto que estou em período no qual está difícil alcançar este objetivo.
Às vezes, chego a escrever alguma coisa, mas quando vou reler, examinar os detalhes, concluo que é um texto burocrático, sem aquele algo mais que é necessário: o mínimo de corpo e sabor. É como um vinho; tem que estar devidamente maturado. No caso de uma matéria tem mais ainda, como humor dosado de forma correta, ou mesmo dramaticidade na medida exata, dependendo do que se proponha.
Por isso mesmo já deixei de publicar várias delas. E não tem desculpa. A falta de tempo e problemas de ordem pessoal que venha a estar enfrentando podem até prejudicar um pouco, mas se conseguisse pelo menos gostar de alguma coisa seria mais fácil. Pode até ser uma exigência excessiva da minha parte, mas...
Todavia acho muito importante dar satisfações a meus leitores, por poucos que sejam. É uma questão que me incomoda demais saber que alguem acesse o Pensatas para ler algo e não encontre. Portanto não poderia encerrar o ano sem esta sincera satisfação que devo a todos vocês. E torcer para que logo tudo volte ao seu ritmo normal na quantidade, mas sempre objetivando a qualidade.

domingo, 27 de dezembro de 2009

Pensata para o último domingo do ano

Estive a pensar em vários assuntos para esta última pensata dominical de 2009.
Coisas sérias, como o colapso no metrô do Rio, fato que já havia sido previsto por especialistas, ou outras, mais leves, como piadas, receitas de drinques e até assuntos mais íntimos como aprofundar o fato de estar a escrever menos.
Por enquanto aproveito este espaço para desejar à meia dúzia de leitores deste blogue um feliz 2010, pois sou-lhes muito grato pela presença.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Violência e imprensa

Um tema sempre me vem à cabeça quando estou a ler alguma notícia na internet que fala sobre tiroteios e assaltos em São Paulo, tanto na capital quanto no interior. Domingo parei numa manchete de um portal paulista que me tornou curioso em ler a matéria, pois dizia respeito a um tiroteio em pleno shopping na cidade de São José dos Campos, pois, aparentemente, achamos shoppings locais mais seguros. Na chamada, uma pessoa havia morrido e duas ficaram feridas.
Quando estava a ler a dita reportagem, aparece no meio dela o seguinte título-link para uma outra: “Morador é ferido por estilhaços em tiroteio no Rio”. Na hora, passou pela minha cabeça o fato de que paulistas não podem falar de sua violência sem não ter como deixar de citar o Rio de Janeiro. Sim, há uma campanha intensa por parte da mídia, principalmente a paulistana em querer provar que a cidade chamada maravilhosa é mais perigosa do que aquele paraíso da neurose.
Já foi provado que a cidade mais violenta do Brasil é São Paulo. Os índices mostram uma quantidade maior de assaltos e outras coisinhas que somadas a fazem ser a campeã na categoria. Mas eles não admitem esta realidade. Como são provincianos e “bairristas” ao extremo, competem com o Rio e suas belezas desta forma. É o tal negócio do: “em compensação...” E isto se dá nos jornais, em noticiários televisivos e tambem na web.
Acontece que os bolsões de miséria na capital paulista estão situadas na periferia. São raríssimas as inseridas na região urbana. No Rio é diferente. As favelas fazem parte da cidade. As classes dominantes criaram em torno de si uma forma prática de ter empregados a pouca distância, o que facilitava o seu acesso ao trabalho sem atrasos. O fenômeno remonta à época da colonização portuguesa.
Com o aumento do tráfico de drogas a violência alcançou essas populações tão próximas da elite. Em São Paulo, por serem longe, o tiro corre solto, a polícia entra e mata sem testemunhas. Fica por isto mesmo...
Não podemos esquecer que o que houve na capital paulista em 2007, quando uma facção entrou em ação, fechando a cidade inteira, ainda não aconteceu no Rio. Aqui os acontecimentos são setorizados nos locais em que o tráfico ou as milícias se concentram em maior escala. O resto é um trabalho da imprensa marrom paulistana a querer aumentar a violência no Rio de Janeiro. Não que não tenha. A péssima distribuição de renda, a miséria do país intensificou o ódio e a guerra em todas as grandes cidades do país.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Pensata de domingo

O último a sair, apague a luz
A conferência em Copenhague para controle dos gases que poluem a atmosfera, provocando o chamado efeito estufa, e, consequentemente limitando as possibilidades da existência de nós mesmos – humanos – à sobrevivência é uma prova de que a sociedade, como um todo, não está a enxergar a gravidade do problema, atendo-se a discutir pormenores sutis entre países ricos e “emergentes”, cotas, e outras banalidades, que, na realidade estão a encobrir uma grande farsa.
Desde Kioto os Estados Unidos fogem das suas responsabilidades. Acontece que eles e a China (dita emergente) são hoje responsáveis por mais de 40% das emissões desses gases em todas as suas variações e modalidades. E ambos estão a fugir em assumir qualquer medida que impeça o crescimento do problema. Um problema real, claro, evidente, tendo em vista a própria reação da natureza às transformações que a humanidade pós-revolução industrial tem-lhe causado.
Alguns alegam que as mudanças climáticas são um ciclo natural, que já aconteceram em outras épocas, etc. Mas mesmo que sejam fenômenos naturais, sem dúvida a mão do homem agrava a cada instante que se passa. E a tão aguardada presença de Obama, resultou apenas numa encenação fraca e pouco convincente. A coisa ficou pro ano que vem. Se for deste jeito, vai se empurrando com a barriga e...
O fato é que certos países, notadamente alguns insulares que estão a desaparecer rapidamente não podem esperar. E com razão. Se deixar para depois alguns deles não existirão mais na próxima reunião. Além deles, outros, não reconhecem o acordo e as conclusões da cúpula. Em outras palavras, tá feia a coisa. Em outras ainda, pimenta no dos outros é refresco.
Conclusão: o capitalismo em pouco mais de dois séculos conseguiu transformar a Terra num planeta inóspito, à beira do extermínio das espécies animais que necessitam do equilíbrio ecológico para sobreviverem em seu solo.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Algumas frases para pensar

Aproveitando a conferência em Copenhague sobre o controle do clima, Helio Fernandes na sua Tribuna da Imprensa publicou algumas frases dignas de nota sobre a questão ambiental, para a qual a cegueira da humanidade em sua desenfreada busca pelo lucro parece realmente não enxergar.
Pesquei apenas algumas delas e as transcrevo abaixo. Parem, leiam e pensem...

Stephen Jay Gould, paleontologista: “É melhor assinar os papéis, enquanto o planeta está querendo fazer acordo”.

Carl Sagan, astrônomo: “O Universo não é obrigado a estar em perfeita harmonia com a ambição humana”.

Edward O. Wilson, professor de Entomologia de Harvard: “Se toda a humanidade desaparecesse, o mundo voltaria ao rico estado de equilíbrio que existia há 10 mil anos. Se os insetos desaparecessem, o ambiente iria do colapso ao caos”.

John Young, ex-astronauta: “Se você quiser ver uma espécie em perigo, levante-se e olhe no espelho”.

Herman Daly, ecologista: “Há algo fundamentalmente errado em tratar a Terra como se fosse um negócio em liquidação”.

Einstein: “Sobreviver irá exigir da raça humana uma maneira substancialmente nova de pensar”.

domingo, 13 de dezembro de 2009

De um domingo ao outro

Semaninha cheia de dias surpreendentes. Do tipo Dia da Corrupção e Dia do Palhaço. O da corrupção, obviamente contra ela. Mas no Brasil a coisa fica difícil. Pelo menos os estudantes em Brasília levaram uma coça da cavalaria, coisa de que não me lembro desde os tempos da ditadura. Cenas, aliás, difíceis de esquecer.
E o Dia do palhaço? Bom, os palhaços protestaram alegando que o que se passa na política brasileira não é palhaçada coisa nenhuma. Pelo menos no bom sentido, claro!
Mais? Barack Obama recebeu o Prêmio Nobel da “Paz”, defendendo a guerra (???). Dessa nem o Bush seria capaz.
Chuvas em São Paulo param a cidade, que segundo a lenda não pode parar. Será? Enquanto isso, o Estadão continua censurado, não podendo publicar notícias sobre o filho do Sarney. A censura já passa dos 130 dias.
Continuando, o Sr. da Silva continua manobrando as suas possibilidades continuístas. No fundo, no fundo ele sabe que com Dilma não dá. O que estará a pensar? Quanto mais passa o tempo, mais podemos considerar perfeita a definição de Brizola para o PT: “a UDN de macacão”. Durante a semana Helio Fernandes publicou na Tribuna da Imprensa toda uma possível articulação golpista voltando ao assunto “terceiro mandato”.
O presidente completou a semana com uma pérola em discurso no Maranhão no qual disse alto e bom som que “quer tirar o povo da merda”. Deu o que falar.
E por falar em PT, alem de ser comparado à UDN, pode ser considerado hoje o novo PSDB, pois a política do partido (e do próprio presidente) está cada vez mais, e, de forma clara, em cima do muro. Já o PSDB saiu deste muro faz muito tempo...
A conferência sobre mudanças climáticas de Copenhague está a se debater com contradições e impasses de acordo com os interesses de cada país, ou até grupos de países. Pelo jeito, pouco ou nada vai se avançar em relação a esforços anteriores no mesmo sentido. Estão tratando um ciclo evolutivo do planeta com descaso, pois mesmo que se diga que é uma tendência natural, é inquestionável que a destrutiva sociedade humana está a acelerar de forma assustadora o seu desenvolvimento.
Este sábado foi marcado por protestos não somente na capital dinamarquesa, como em outros pontos do mundo, exigindo posturas mais enérgicas e representativas dos integrantes da conferência quanto a um real combate às mudanças climáticas. Em Copenhague mais de 300 foram detidos pela polícia em manifestação que envolveu milhares pessoas.
Zelaya continua na embaixada do Brasil em Tegucigalpa tentando definir se vem ou vai para o México, uma posição bem mais estratégica para os seus prováveis planos futuros. E Evo Morales acusa os EUA e Hillary Clinton de praticar um ato terrorista ao “alertar” países americanos a evitar aproximação com o Irã. “Eles não podem acusar ninguem de terrorismo se eles são os primeiros a praticá-lo”, disse o recem-eleito presidente.
Li esta semana no “Observatório da Imprensa” uma matéria sobre a crise que começa a se esboçar na área do jornalismo televisivo. A internet, que já havia provocado uma redução na venda de jornais impressos, agora se estende ao telejornalismo. Que coisa!
Quanto a este tal de Tiger Woods? Como golfe, para mim, é um esporte que nem existe nunca havia ouvido falar na peça...

domingo, 6 de dezembro de 2009

Pensatas de domingo. Ou uma coisa puxa a outra

Fico a pensar o quanto é difícil manter determinadas práticas – que se tornam compromissos – em momentos mais difíceis, seja por falta de tempo, seja por motivação ou qualquer tipo de imprevisto que surja na vida. E refiro-me precisamente a este blogue... A essas pensatas de domingo que se transformaram com o passar dos anos uma rotina quase que obrigatória.
Lembro-me que às vezes, durante semanas em que sobravam poucas horas eu dizia para mim mesmo: “a postagem de domingo não poderá faltar...” E não faltava. Lá estava ela. Firme.
Do mês passado para cá tenho tido muitos compromissos externos. Nem sempre de trabalho, mas que me teem mantido um pouco afastado do computador. Acontece que tenho o hábito de, quando em casa, trabalhando nesta engenhoca, dar uma parada de quando em vez para ler notícias nos sites de jornais ou portais. É até bom, uma pausa, uma atualização com os assuntos correntes. Areja a cabeça.
Daí é aquela motivação para uma nova postagem. Um assunto qualquer que me inspira e me leva a escrever sobre ele, ou o simples fato de estar a vagar pela web.
Na rua é diferente. Chega-se em casa e depois de algum tempo, vai-se ao computador conferir os e-mails recebidos, e então leem-se tambem as últimas. Mas acontece que, na maioria das vezes o pique é outro. Estou cansado. O calorão da rua me esgotou. Tenho que tomar um banho, ligar o ar condicionado para refrescar as ideias. E neste meio tempo, na maioria das vezes já se foi aquele momento da inspiração para escrever.
Por isso mesmo sempre disse que quanto mais trabalho tenho em casa, mais escrevo no blogue. Uma coisa puxa a outra.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Pensatas para um dia qualquer

Só para resumir, enquanto a gente anda por aí sem tempo nem para escrever, em Brasília sobra tempo para esconder dinheiro em meias e cuecas. Infelizmente hábitos deste tipo estão a se tornar tão comuns quanto a impunidade geral que os acompanha.
Não é moralismo falar de gestos tão imorais. Mas é contra qualquer moral existente em cada um de nós, acompanhar o noticiário que os cerca já prevendo uma grande pizza no seu final. E dizer que o país melhorou posições no ranking das nações mais corruptas! Acho quase inacreditável acreditar nisso.
Mundo afora, a crise em Honduras, quem diria, acabou sabe-se lá onde. Quem teria razão? Difícil até dizer, mas o fato é que os Estados Unidos, na calada da noite conduziu o golpe e manteve sua posição na republiqueta de bananas (1) até o final. E desta vez sem precisar recorrer a militares, sejam os seus ou os de ninguem. O fato é que Zelaya não reassumiu e fim de papo.
Também os estadunidenses, por intermédio de ato de seu presidente (dito “progressista”) chegará aos 100 mil soldados em sua nova “santa cruzada” no Afeganistão. Com uma promessa de sair de lá a partir de 2011. Acredite... Se quiser! Também a data foi estipulada em seu início, mas em nenhum momento especificou quando será retirado o último.
Aí eu penso se pode ser transmitida ou passada alguma notícia boa durante a última semana, e juro que não me lembro de nenhuma. Teem algumas mais corriqueiras, algumas menos importantes, mas parece que a mídia fica em cima dos escândalos, da violência e das desgraças alheias. Além das fofoquinhas das “celebridades”, claro. Isso é que dá audiência às TVs, ou aumenta a leitura de jornais e revistas.

(1) Aliás, Honduras é a origem do termo...

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Bush e Obama. Uma comparação

A política do governo Bush era explícita e belicista. Ficamos acostumados nos seus oito anos de guerras declaradas ou não, intervenções abusivas e todo tipo de opinião, por mais estapafúrdia que fosse, nos deixando acompanhar de queixo caído à prepotência de um “imperador” desvairado.
O ainda incompleto primeiro ano de Obama tem-se caracterizado pela sutileza e a hipocrisia de um governo que se quer dizer “progressista”, mas não é tanto quanto tenta aparentar. Na verdade, Obama tem até assumido algumas medidas mais à “esquerda” no plano doméstico, mas sua política internacional em pouco difere da do seu antecessor.
No entanto, diversos presidentes democratas passaram para a história assim. Kennedy foi um. Enquanto apoiava internamente os direitos civis e outros aspectos sociais da época, invadia Cuba pela Baía dos Porcos e aumentava a presença de tropas estadunidenses no Vietnam... Que deu no que deu.
A situação em Honduras, o golpe em que os Estados Unidos estiveram por trás, mas se negam a assumir – muito embora pelas suas posições, isto fique cada dia mais claro – deixa bem evidente a posição do governo Obama no cenário mundial. O fato é que, ao apoiar as eleições do próximo dia 29, os EUA marcham para uma posição de isolamento em relação às demais nações do continente, bem como da própria Europa e entidades como a OEA e a ONU.
Posições dúbias também no Afeganistão. Esta semana, Obama fez declarações deixando no ar uma nova política que os estadunidenses tomarão daqui para frente, quando é mais do que sabido que mais e mais tropas seguirão para aquele país. Aliás, desde sua campanha eleitoral ele afirma que diminuirá o número de soldados no Iraque (a grande trapalhada de Bush), mas que aumentará no Afeganistão. Até porque ali a situação é quase que irreversível.
O mais grave de tudo, no entanto, está na crise econômica e na impossibilidade de combatê-la de forma rápida e eficaz. Daí a necessidade de tomar algumas providências internas mais populares e tentar desta forma angariar a simpatia do povo, pois ela (a crise) não terminará tão cedo. E este é o “xis” da questão.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Números velados

Curiosas as cifras referentes ao total de soldados ianques que tombaram no Afeganistão. E digo isto porque andei a procurar tais números e somente aparecem 297, o total deste ano, quando, na realidade os EUA estão lá desde 2001. E os outros, onde foram parar?
Talvez a contagem no Iraque, bem mais aberta tenha influenciado um comportamento cauteloso das autoridades daquele país, mas a verdade é que os números são difíceis de encontrar. O fato é que em determinada matéria encontrei um total de 5.000, mas refere-se de forma não determinada às frentes no Iraque e no Afeganistão.
Outrossim, em outubro deste ano morreram 24 soldados dos EUA em apenas 48 horas. Alguns setores da imprensa referem-se ao mês como “outubro negro”, pois certamente que o restante das horas daquele mês supera este número. O recorde anterior, de 51 soldados, era em agosto passado.
Enquanto isso, Obama está a tentar cumprir a sua promessa em campanha eleitoral de reforçar o número de soldados no Afeganistão, que hoje está em torno de 68 mil. Sabe-se que o general Stanley McChrystal, chefe das forças estadunidenses naquele país solicita cerca de 40 mil, o que levaria à assustadora presença de mais de 100 mil...
E Alexandre (o Grande), com quantos mil guerreiros invadiu o Afeganistão? Ou a Rainha Vitória? Ou ainda mais recentemente a União Soviética? Os Estados Unidos já deram um verdadeiro vexame no Vietnam. Mas a história é irônica e nem sempre os teimosos aprendem com ela. Por enquanto, números confusos – velados mesmo –, tentam esconder uma realidade, mas o certo é que também está comprovado que o número de suicidas nas tropas ianques é altíssimo.

domingo, 22 de novembro de 2009

Saúde, que saúde?

A taxa de aprovação ao governo do presidente Barack Obama caiu abaixo dos 50 por cento, numa indicação de que sua popularidade está sendo afetada por um interminável debate sobre o sistema de saúde e pelo enfraquecimento da economia a gerar o aumento de desempregados, segundo o Instituto Gallup. E apesar da Câmara dos Estados Unidos ter aprovado na semana passada a decantada reforma da saúde proposta por ele.
O projeto segue para avaliação do Senado. A intenção do presidente é estender a assistência médica para os quase 50 milhões de estadunidenses sem seguro saúde. O projeto prevê a criação de um plano de saúde público, que concorrerá com os privados.
A reforma tambem proíbe as seguradoras privadas de se negarem a estender uma apólice a pessoas que sofrem de uma doença, e de cobrar mais de acordo com o histórico médico das pessoas.
Amplia o programa destinado aos pobres. Calcula-se que 15 milhões de pessoas a mais poderão somar-se a ele, número incluído nos 36 milhões de cidadãos que receberão cobertura do plano. Os EUA, um dos países mais ricos do mundo, possui quase 50 milhões de habitantes carentes de cobertura médica e outros milhões com assistência precária.
Essa história é longa. Em 1993, o ex-presidente democrata Bill Clinton também tentou emplacar uma reforma da política de saúde nos EUA. Em 1994, após meses de ataques, atrasos e táticas obstrucionistas, os republicanos conseguiram derrotar o projeto, apesar de os democratas controlarem as duas casas do Congresso.
Quer dizer: haja saúde para lutar pela garantia a uma saúde mais abrangente ao povo dos Estados Unidos. Não somente às suas elites, pois são estas que usufruem os benefícios do sistema ali implantado.

domingo, 15 de novembro de 2009

Pensatinhas de domingo

A melhor piada que li esta semana foi aquela do apagão em que falaram para o estagiário: “Quando sair desliga tudo.”

Esta semana, no centro da cidade lembrei como tinham mulheres bonitas por aquelas bandas. Gente, para todos os lados que se olhava era um mulherio feio, sem charme nenhum. Onde foram parar?

Falar em centro, creio que o melhor chope ainda está no Bar Luís... Pelo menos eu acho.

Não gostei do twitter. Entrei na coisa e não senti atrativo nenhum. Apesar de que estou fazendo hoje uma pensata nos seus moldes. Com poucas palavras.

O verão chegou mais cedo com a porcaria do horário que criaram para atrapalhar o sono da gente.

Em São Paulo foi apreendida uma grande quantidade de carne de cachorro que era vendida a restaurantes da cidade. Que cachorrada!

E o governador do Rio que anunciou em larga escala almoço com Madona. Brincadeira, sô!

Outro dia Dilma disse que não havia risco de blecaute. Após o apagão ela declarou que poderão acontecer mais (?). Eu hein!

Chávez tem toda razão quando diz que as tropas ianques na Colômbia são uma ameaça para a Venezuela. Mas será que é só para a Venezuela?

Chega-se a uma conclusão meio óbvia que os ateus teem menos medo de morrer do que os religiosos. Porque não acreditam no inferno.

Aliás, crentes, principalmente monoteístas hebraicos e pós hebraicos dizem que o homem foi feito à imagem de seu criador. Com toda certeza, e pelas atitudes, tanto de um quanto do outro, a besta.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Gorbachev e Obama. Uma comparação

Li no UOL uma matéria sobre Emmanuel Todd que previu entre outras coisas a queda do império soviético, e agora prevê a do estadunidense. Vejam abaixo o que ele (Todd) diz sobre o Afeganistão:

"(...) será a guerra que eles irão perder. É uma guerra perdida, uma catástrofe que se desenvolve. A grande questão para os historiadores será entender por que os dois grandes impérios, o império soviético e o império americano (sic), decidiram morrer militarmente no Afeganistão.
Há algo de surpreendente. Não sou crente, mas se tivesse alguma crença, eu veria nas duas guerras do Afeganistão uma espécie de maldição divina. Uma região do mundo totalmente desprovida de interesse: é um problema para os metafísicos, para os moralistas, não para os especialistas em geopolítica."

A seguir a matéria de Haroldo Ceravolo Sereza do UOL Notícias que nos dá uma ideia do pensamento de Todd:

“Em 1976, um demógrafo francês, após analisar dados sobre a população soviética, publicou seus estudos com um título ousado: "A Queda Final - Ensaio sobre a Decomposição da Esfera Soviética" ("La Chute Finale - Essai Sur La Décomposition de la Sphère Soviétique").
Antes que Ronald Reagan chegasse ao governo dos Estados Unidos, antes que a Igreja Católica escolhesse um papa polonês e muito antes que as palavras ‘Glasnost’ e ‘Perestroika’ fossem popularizadas no Ocidente pelo secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética, Mikhail Gorbachev, Emmanuel Todd previu que problemas estruturais estavam minando de forma definitiva o poder do PC.
Um dos dados que mais chamaram a atenção de Todd foi a supressão, nas estatísticas oficiais, de dados relacionados à mortalidade infantil. Isso indicava que elas deviam estar subindo. Essa e outras informações oficiais indicavam que o planejamento econômico centralizado no modelo stalinista estava em crise.
Treze anos depois, as previsões começaram a se confirmar.
‘A Rússia saiu de forma muito elegante do comunismo, sem muito sofrimento, sem grande derramamento de sangue, quase nenhum. A história real é cheia de paradoxos, não é a história dos sistemas ou das ideias puras. A verdade é que quem venceu o nazismo foram os russos. O grande paradoxo da história é que o sistema stalinista contribuiu largamente para salvar a humanidade’, disse Todd, em entrevista ao UOL Notícias.
Na combinação de estatística e geopolítica, Todd foi além. Passou a defender que também o sistema imperial norte-americano vivia uma crise, e o mundo, depois da bipolaridade da Guerra Fria e da tendência unipolar dos anos 1990, conheceria o poder multipolar. É a tese central do seu livro ‘Depois do Império: a Decomposição do Sistema Americano’ (Record, 2003).
Sobre o governo norte-americano de Barack Obama, ele faz uma ligação com a crise do sistema soviético: ‘Será que Obama é o presidente da renovação ou será o Gorbachev americano? Quando vemos a massa de problemas não resolvidos, volta do desemprego, guerra do Afeganistão... Há, no entanto, uma última força para os EUA. É que o mundo tem medo do vazio.’
Para Todd, as estruturas familiares ajudam a explicar porque o sistema soviético ruiu enquanto o Partido Comunista chinês sobreviveu, apesar de até hoje a China manter fortes traços da organização stalinista.
‘Se pensarmos que na China há 1,3 bilhão de pessoas hoje, e que na Rússia há 140 milhões, vamos perceber que, do ponto de vista populacional, a maior parte do comunismo sobreviveu’, diz ele. Na sua opinião, o sistema familiar chinês, mais autoritário que o russo, ajudou o PC chinês a ter condições de comandar uma aproximação controlada com a economia capitalista.”
...
É importante ressaltar que o Afeganistão (invadido sem sucesso desde os tempos de Alexandre) também foi invadido pelos britânicos durante o período Vitoriano, que instalam-se em Cabul em 1839 iniciando uma guerra que se estenderia até 1842, causando severas perdas às tropas da Grã Bretanha que se retiraram da região.

domingo, 8 de novembro de 2009

Pensatas de domingo

Tempo para Drummond
“Difícil compreender como no vasto mundo falta espaço para os pequenos”
Carlos Drummond de Andrade (O Avesso das Coisas)

Frases & efeitos
O sr. da Silva, acusou recentemente o presidente Barack Obama de dar muito pouca importância à América Latina, em entrevista ao Financial Times.
Perguntado se já que Chávez preocupa os estadunidenses, que conselho daria a eles, respondeu: “Não sei se os americanos (sic) deveriam estar preocupados com o Chávez ou o Chávez com os americanos. Um discurso justifica o outro".
Em outra entrevista, o presidente brasileiro também se referiu às bases ianques na Colômbia, ressaltando que elas teem que se limitar ao território daquele país, já que o acordo foi estabelecido entre eles.
Será que o “efeito” eleições 2010 o está forçando a tomar posições mais definidas em relação às ações do império do norte?

Um prato típico
Falar em Obama e bases dos Estados Unidos, o massacre em Fort Hood, o maior quartel daquele país, situado no Texas (tinha que ser naquele famigerado Estado) demonstrou a completa falta de visão psicológica das autoridades do país ao programar enviar um militar de origem palestina e religião islâmica para combater num país onde a maioria dos habitantes professa a mesma fé. Será que não tinham outra atividade para o gajo?
A referida tragédia ocasionou a morte de 13 soldados e deixou mais de 30 feridos.

E Zelaya?
Enquanto isso em Honduras... Bom, já se previa que a coisa ia acabar do jeito que está a acabar mesmo. Os estadunidenses, tendo à frente Mrs. Clinton, estavam por trás do golpe, ficaram caladinhos e a força dos que lideraram o movimento cresceu.
Não estou aqui a questionar se a constituição do país permitia ou não a reeleição. A brasileira também não. A argentina, idem. E a colombiana? Claro que não. Mas Uribe está a partir para lutar pelo terceiro mandato. É como comentei outro dia: são dois pesos e duas medidas. Uma para quem apóia os EUA e outra para quem não está do lado deles.

Coisas de bandidos (1)
E no Maranhão? Bem, o lançamento do livro “Honoráveis Bandidos – Um Retrato do Brasil na era Sarney” de Palmério Dória transformou-se num tumulto de grandes proporções, que, segundo o autor partiu de ordens do Palácio dos Leões, sede do governo, e acusou a governadora Roseana Sarney de estar por trás de toda a articulação que causou verdadeiro pânico no auditório do Sindicato dos Bancários. O lugar foi escolhido após as livrarias da cidade se recusarem a abrigar o evento, com medo da “poderosa” família.
Afinal, são honoráveis, mas antes de tudo são bandidos!

Coisas de bandidos (2)
E hoje se completam 100 dias de censura ao jornal O Estado de São Paulo. Lastimável...

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Mocinhos ou bandidos?

Estava a assistir “Os Imperdoáveis” (The Unforgiven), de Clint Eastwood, 1992, um dos melhores westerns de todos os tempos, e a observar Little Bill, o personagem vivido por Gene Hackman e classificá-lo, naquele instante, como o “bandido”. Parei para refletir o quanto, pela “receita típica”, ele poderia vir a ser o “mocinho”. Ora, fica evidente que Little Bill estava a tentar manter a ordem na cidade, combatendo pistoleiros errantes em busca da recompensa oferecida por prostitutas para vingar a agressão a uma delas. E mais, Little Bill, com as próprias mãos, estava a construir uma casa.
Ora, os clichês do faroeste sempre foram no caso do “mocinho”, o good guy que lutava pela “lei e a ordem”, e planejava o seu futuro para ter um lar e uma família a ser formada com amor, fé religiosa e bons costume (1). E neste sentido, do ponto de vista clássico, Little Bill é o “mocinho” da história. Resultado de valores puritanos a tentar – e a conseguir – prevalecer de forma “simplista”, mas imposta na mitologia da construção de um vasto e selvagem território, na realidade formado por uma população brutalizada, e conquistado com os tiros de “bandidos”, e as “prostitutas”, a dançar Can-Can nos Salloons regados a litros de uísque. Estes, símbolos reais do homem e da mulher (padrão) da sociedade estadunidense.
O moralismo puritano criou, e o cinema ajudou a consolidar, os Tom Mixes, Gene Autrys, Roy Rogers e tantos outros esteriótipos do chamado mocinho bonzinho e perfeito... Tão perfeitos que ao se degladiarem com os bandidos “maus”, seus lenços não desamarravam, as fartas franjas de suas roupas não desfiavam ou rasgavam e seus chapéus sequer caiam. Foi a fase ingênua do western, num país também ingênuo, sem muitos questionamentos quanto ao seu modus vivendis. Pelo contrário, no auge de enaltecê-lo, chegaram a batizá-lo de “american way of life” e achar que era um exemplo para o mundo.
Mas é claro que isto passou. A partir da guerra do Vietnam os Estados Unidos descobriram um lado nada “puro” de sua sociedade. Heróis do comix, como o Super-Homem, passaram a ter clones maldosos, e, no próprio faroeste seus mocinhos fantasiados (prontos para entrar num carro alegórico de qualquer Escola de Samba), cederam seu lugar a um personagem ambíguo, sujo e maltratado pela aspereza de um ambiente hostil. Roupas empoeiradas, barba por fazer, guimba de cigarro pendurada no canto da boca, influência direta do western spaghetti e do despertar para uma auto-crítica como nação... Seus erros e fraquezas a transformá-los em homens comuns.
Neste ponto, “Os Imperdoáveis” é uma lição ao questionar estes valores. Os outros personagens, a começar pelo próprio Eastwood no papel de William Munny, um antigo pistoleiro aposentado, que se regenerara a partir de um casamento, tornando-se decadente após a viuvez, responsável por duas crianças órfãs de mãe, a criar porcos nos confins do Kansas. Um ex-assassino profissional, um homem “mau” que se arrependeu do passado cruel, mas que se vê tentado pela recompensa oferecida por prostitutas de uma pequena vila para vingar-se de alguns cowboys, especialmente o que marcou a faca o rosto de uma delas, deformando-a.
Mocinho ou bandido? Pela narrativa e pelo enfoque da história, William Munny é o “bom da fita” (ou mocinho). Mas será? Nos valores do western ingênuo seria o bandido. E aí o valor sociológico deste filme. Eastwood questiona a moral clássica da sociedade estadunidense passo a passo, a cada instante de sua narrativa. Uma obra prima como western. Uma obra prima como análise de um país e sua “moral”. Como diretor, e dada a sua experiência no gênero, Eastwood demonstra um senso de observação em detalhes e uma sutileza, que, quanto mais se assiste, mais se gosta e mais se aprende.
Ao colocar de ponta cabeça mitos do faroeste, aproxima-os muito mais de uma realidade plausível. Li em determinada ocasião um livro sobre aquele período histórico que diz que emboscadas e tiros pelas costas eram muito mais comuns do que os famosos duelos frente a frente, que a literatura novelesca de autores (na sua maioria medíocres), e o próprio cinema glamorizaram. Em “Os Imperdoáveis”, até o mito do direito de estar armado para morrer, tão vangloriado em historinhas do faroeste tomba por terra. Um sujeito é fuzilado na “casinha”, simplesmente fazendo suas “necessidades”, sentado, desarmado, completamente vulnerável e indefeso.
E o mais importante de tudo: a visão maniqueísta do bem e do mal... o bom e o mau, o “mocinho” e o “bandido”, mesclam-se em valores reais, palpáveis que mostram que nem sempre se pode ser apenas um ou outro, mas que todo ser humano por vezes é bom ou mau, dependendo das circunstâncias, momento ou ambiente em que vivem. Hoje, é o mocinho, mas amanhã... Bom, amanhã, se não tomar cuidado pode ser o bandido. E vice-versa.

(1) É importante ressaltar que neste universo também existia o “herói” solitário, que vinha de algum lugar, e, ao final, posta a ordem na cidade seguia o seu caminho errante. Um dos melhores exemplos deste tipo está em Shane (Os Brutos Tambem Amam) de George Stevens, 1953. Mas é fundamental levar em conta que este também é o “bonzinho”, cujo caráter é impecável.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Dependendo do lugar, tudo pode

O primeiro turno das eleições afegãs foi vergonhoso e marcado por fraudes em quase dois milhões de votos. Agora com a desistência do candidato oposicionista, uma comissão eleitoral declarou o controverso Hamid Karzai, reeleito sem a necessidade de um segundo turno. E o mais grave, a constituição afegã não indica nenhum comportamento previsível quanto a situações deste tipo.
Ah, se isto fosse no Irã! Ou em qualquer outro país que não seja aliado dos Estados Unidos. Aliás, pelo contrário, o Irã realizou eleições nas quais, apesar de setores da imprensa ocidental acusarem irregularidades, nada ficou provado. Ficou sim, mais uma vez evidente que, para o império estadunidense, seus aliados podem tudo, seus adversários, nada.
Israel tem a “Bomba” e ninguem se opõe ao fato. Agora, o Afeganistão comete graves irregularidades no campo eleitoral e eles não comentam ou criticam absolutamente nada. Curioso (e até grotesco), mas é como se fosse normal roubar na contagem de milhões de votos. Desde que seja a favor da “democracia”, que não tem nada a ver com uma democracia de fato (1).
Não indo longe, as falcatruas de Bush, na recontagem de votos, mostrou que dentro de seu próprio território esta “democracia” é manipulada. Que o sistema eleitoral estadunidense de “colégios eleitorais” é uma imensa farsa repleta de fendas que permitem a corrupção e que adulteram a verdade direta das urnas e a vontade dos “cidadãos”.
Como farsa é tudo que cerca o chamado voto secreto universal e toda a montagem teatral amplamente divulgada pela mídia em torno deste grande engodo da mitologia ocidental contemporânea, a ilusão da “democracia”, que é apenas fruto dos interesses de grandes grupos econômicos e de suas finalidades lucrativas e monopolizadoras. A enganar as massas com a mera retórica de fachada e de mentiras repetidas milhões de vezes a tentarem se tornar verdades.
Está aí o Afeganistão como mais um exemplo de tudo isso.

(1) Tenho insistido nesta tese de que a “democracia” tal e qual a conhecemos hoje, é falsa e instituída a partir de necessidades das classes dominantes e do sistema capitalista visando os seus interesses imediatos de domínio econômico. E que a verdadeira democracia, é, na atual conjuntura inatingível. Leia em “A grande Utopia”, postado anteriormente no Pensatas, republicado neste blogue em 13/02/2009, e tambem em outros ensaios.

domingo, 1 de novembro de 2009

Sonho de domingo

Alice no País das Maravilhas. É muito difícil retratar ou interpretar esta história sem uma compreensão razoável do período histórico (Vitoriano) em que ela está inserida. O cinema, particularmente, destruiu bastante este caminho a partir da versão produzida pela Disney em 1951. Uma interpretação “pueril”, não infantil, mas infantilizada e superficial da obra bem mais profunda de Lewis Carroll. Além do mais, totalmente descaracterizada de um clima de época. Existem filmes, como Desventuras em Série (Lemony Snicket's. A Series of Unfortunate Events), de Brad Silberling (2004) que retratam bem mais a atmosfera típica daqueles anos góticos (1) que perduraram por um século inteiro.
Lewis Carroll era o pseudônimo de Charles Lutwidge Dodgson (1832/1899), matemático com cerca de uma dezena de obras cientificas publicadas entre 1860 e 1886 e alguns romances entre os anos de 1871 e 1888, incluindo os dois mais famosos, ambos tendo como personagem central a pré-adolescente Alice.
E justamente a passagem entre a infância e a adolescência é matéria de análise nesta personagem. Suas variações de tamanho, ao crescer ou diminuir, tentam analisar um lado psicológico típico desta conturbada fase da vida. E o sonho, como fuga numa Inglaterra monótona e sonolenta em busca de uma fantasia mais temperada e emocionante dão o toque final.
Entretanto é importante esta abordagem naquela sociedade excessivamente moralista. Quando, no início do livro, Alice está no campo, quase a adormecer ao lado da irmã, e surge um coelho vestido com trajes humanos a consultar um relógio, aflito, começa uma louca corrida em busca do novo e do sonho e a sua ruptura, ao despencar num mundo fantasioso e crítico em relação aos costumes de então.
Carroll questiona a partir daí a dura e típica educação de uma criança no período abordado. Alice passa a ter um comportamento diverso do que estabeleciam o pensamento e as exigências do rigoroso padrão vigente. Mesmo sendo, na realidade um sonho, ao encontrar um mundo às avessas, em que existiam rainhas loucas (e sem autoridade), chapeleiros (que acham que o tempo parou) e gatos risonhos, Alice desbanca a rígida moral da época, ao colocar em cheque instituições a princípio intocáveis. E descobre um mundo mágico em Alice’s Wonderland.
Mas quando falo tudo isto é porque ontem assisti ao trailer de um filme a ser lançado em março do próximo ano, em nova versão do romance de Carroll. E, pelo visual, creio estar muito mais inserida no contexto e ambientação Vitorianos do que filmes como o de Walt Disney – muito embora, e curiosamente, seja produzido pelos Estúdios Disney, hoje uma indústria mais eclética do que à época da versão “infantilóide” anterior.
Claro que será necessário conferir, assistindo o filme de Tim Burton, mas a primeira impressão que ficou, pelo trailer, foi esta. O que pode nos dar a esperança de que fantasias devem ser fiéis ao seu original... Ou será apenas um sonho de domingo?

(1) Apesar dos romances de Daniel Handler (que originaram o filme) serem ambientados em país ou locais fictícios e atemporais, a densidade opressiva captada em Desventuras em Série é um bom exemplo simbólico da moral dominante na Inglaterra ao tempo da Rainha Vitória.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Mais uma sarneyzada

Em torno de três meses atrás, o jornal O Estado de S. Paulo, publicou matéria em que ligava a Fundação José Sarney a desvio de recursos oriundos da Petrobras. Ainda de acordo com o jornal, esses recursos teriam sido desviados para firmas fantasmas e empresas da família. O episódio integra as inúmeras denúncias que levaram não somente à criação, no Senado, da CPI da Petrobras, como tambem à censura do jornal paulistano, por iniciativa do senador (1) e que se estende até hoje.
O senador divulgou na segunda-feira (26) por meio de sua assessoria em nota oficial, que as denúncias “infundadas e divulgadas pela imprensa inibiram as pessoas de fazerem doações”. E por esse motivo, a fundação ficou sem recursos para continuar e foi forçada a fechar as portas. Localizada no centro histórico da capital maranhense, no Convento das Mercês, prédio tombado que pertence ao governo maranhense, é mais uma evidência daquele Estado ser um feudo do senador.
Nesta nota sobre o fechamento da fundação que leva o seu nome, ao explicar “com profundo sofrimento” (sic) que sua fundação precisou baixar as portas ele elege a imprensa como a culpada pelo fim do patrocínio e pelo fechamento da entidade e omite qualquer referência às denúncias de corrupção.

(1) Sarney foi parlamentar da Arena e sempre esteve alinhado com a ditadura militar. Para ele, censura é algo normal, desde que algo ou alguém incomode os seus interesses de “coronel” nos confins do Maranhão.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Micróbios ou ácaros?


Olhando-se fotos do espaço, nota-se que a espécie humana é como uma doença a contaminar o planeta. Uma doença que a gente aqui em baixo não vê com uma visão tão privilegiada, muito embora, por vezes não nos escapem aos olhos... Tão grotescas e evidentes que são.
A ilustração acima (captada na internet) é uma fantasia, mas explica de forma quase didática o que acontece à Terra, provocado por nós – habitantes “ditos racionais” – nesta desenfreada gana pelo lucro, independente de suas consequências.
A quantidade de automóveis (individuais) movidos a energia fóssil multiplica-se de forma desenfreada. As devastações nas áreas florestais não teem limites. Os despejos tóxicos são despejados nos rios e mares sem controle. As cidades transformaram-se em megalópolis, não se vendo perspectivas ou planos de reestudá-las, diminuindo o seu crescimento desordenado, como um câncer a se espalhar, multiplicando células doentes ao redor do mundo.
Enfim, o desmatamento, a acidificação dos oceanos e a poluição provocada pelo modelo de desenvolvimento ao qual não renunciamos, está a nos transformar em verdadeiros micróbios a devastar a nossa própria moradia. Ou seremos ácaros gigantes? Minúsculas e insignificantes criaturas, praticamente invisíveis às dimensões do universo, a nos julgar os “donos da natureza”.

domingo, 25 de outubro de 2009

Duas pensatas para um domingo


Como?
“O governo dos Estados Unidos se mostrou hoje "muito preocupado" com a decisão da Justiça da Nicarágua que abre caminho para a reeleição do presidente do país, Daniel Ortega.
O porta-voz do Departamento de Estado americano, Ian Kelly, disse em comunicado que esta decisão, adotada na segunda-feira passada, segue uma pauta de comportamento que ‘ameaça minar a base da democracia da Nicarágua’.”

A notícia acima (Folha Online) tem uma incongruência notável. Como o governo estadunidense, que sempre manteve a reeleição de seus presidentes, sendo que inclusive somente veio a limitá-las (a apenas duas vezes) em meados do século passado, pode opor-se a isto? E o mais grave de tudo, condenar a receita como antidemocrática.
É muita falta de se olhar no espelho, ou de olhar para o próprio umbigo. Ou será que lá é diferente dos outros países? Sim, são perguntas que ficam no ar à espera de uma resposta à altura de sua gravidade.

Risos matinais na Eldorado
Aconteceu quando eu morei em São Paulo em finais dos anos 60 e princípios dos 70.
Toda manhã, ao acordar eu ia ao banheiro levando um radinho de pilha. E ligava na Rádio Eldorado, do Grupo do Estado de São Paulo, onde havia um jornal sério e bastante informativo de cerca de uma hora de duração. Era uma forma de sair de casa bem informado sobre as notícias, condições de trânsito aqui ou ali. Enfim, tudo o que se precisa saber para estar em dia com as coisas.
A Rádio Eldorado era tão austera que não permitia nem spots, jingles, ou qualquer tipo de comerciais gravados. A propaganda era lida de forma séria por locutores de cabine. Normas de uma emissora que pecava pela austeridade.
O rádio jornal era apresentado por dois locutores que também falavam pausadamente sem estardalhaços. Mas, justamente o que eu gostava era esta personalidade própria que destoava das outras rádios privadas, e, me deixavam mais ligado na informação propriamente dita.
Um dia, um dos compenetrados locutores, em determinado instante começou a rir. Sim... Surpreendente, mas soltou (embora as prendendo) umas boas risadinhas. Daí a instantes, o outro também se riu de algo que até hoje não sei o que foi. Achei estranho, mas passou. No dia seguinte, lá pelas tantas, novamente a mesma situação de risos descontrolados.
Mas, até hoje me intriga o que possa ter causado a situação. Provavelmente alguma palhaçada, algum gesto ou situação engraçada. Sempre fico a imaginar que ambos devem ter levado um “esporro” em regra, e, sem dúvida, até a ameaça de serem despedidos. Eu sei que a coisa terminou e tudo voltou ao normal.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Pérolas de Saramago

Saramago estava inspirado nas respostas às acusações da “Igreja ‘Universal’ (1) Apostólica Romana”, devido aos seus comentários por ocasião do lançamento de seu novo livro, "Caim", no domingo passado.
Nesta mais recente obra, ele conta de forma irônica a história de Caim, filho de Adão e Eva que assassinou premeditadamente seu irmão Abel, retomando o tema bíblico que tocara em seu livro “O evangelho segundo Jesus Cristo”, lançado em 1992.
Mas vamos às pérolas antológicas do autor, sem sombra de dúvidas, maior escritor contemporâneo da língua portuguesa, na sua polêmica com a Máfia do Vaticano, que se “ofendeu”, até porque o autor havia deixado claro – ironicamente – que “... sua obra não causará problemas com a Igreja Católica porque os católicos não lêem a Bíblia”.
“A Bíblia é um "manual de maus costumes... Um catálogo de crueldade com o pior da natureza humana”.
"O deus da Bíblia é vingativo, rancoroso, má pessoa e não é confiável".
"Na Bíblia há crueldade, incestos, violência de todo tipo, carnificinas. Isso não pode ser desmentido; mas bastou que eu o dissesse para suscitar esta polêmica... Há incompreensões, já sabemos que sim, resistências, também sabemos que sim, ódios antigos".
"O que eles querem e não conseguem é colocar ao lado de cada leitor da Bíblia um teólogo que diga à pessoa que aquilo não é assim, que é preciso fazer uma interpretação simbólica, e a isto chamam exegese (2)".
"Sou uma pessoa que gera anticorpos em muita gente, mas não ligo. Continuo fazendo meu trabalho".
"Às vezes dizem que sou valente. Talvez seja valente porque hoje não há Inquisição. Se houvesse, talvez não teria escrito este livro. Me apóio na liberdade de expressão para poder escrever".
“Deus e o demônio não estão no céu e no inferno, mas ‘na nossa cabeça’; deus não fez nada durante a eternidade, depois criou o Universo, ao sétimo descansou e não fez mais nada”.
"É obra! É magia! Quase um milagre que certos setores tenham conseguido dizer tanto em relação a um livro que não leram".
Como refresco, o autor esclarece que “A Bíblia tem coisas admiráveis do ponto de vista literário”.
E sobre o seu próximo livro a ser lançado no próximo ano:
"Espero que não seja tão polêmico. Não ando atrás das polêmicas. Tenho convicções e as expresso".

(1) Mais uma vez a lembrar que Universal em latim é Católico. No caso do Brasil é curioso, pois coincidentemente a sua rival do bispo Macedo vem a ser a “Igreja ‘Católica’ do Reino de Deus”.
(2) A palavra exegese deriva do grego exegeomai, exegesis; ex tem o sentido de ex-trair, ex-ternar, ex-teriorizar, ex-por; quer dizer, no caso, conduzir, guiar.

Fontes: “Folha Online” e “O Publico” (Portugal) de 21/10/2009.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

O mistério do quarto 311

Recebi o texto abaixo diretamente de Portugal e o publico aqui.

“Vejam como é fácil desvendar os mistérios...

(parece anedota, mas não é!)

Assim vai a saúde em Portugal. Se não fosse trágico seria para rir... só cá nesta terra, mesmo!
O mistério do quarto 311 do Hospital D. Pedro em Aveiro (facto verídico).
Durante alguns meses acreditou-se que o quarto 311, do hospital Dom Pedro em Aveiro, tinha uma maldição. Todas as sextas-feiras de manhã, os enfermeiros descobriam um paciente morto neste quarto da unidade de cuidados intensivos. Claro que os pacientes tinham sido alvo de tratamentos de risco mas, no entanto, já se não encontravam em perigo de morte.
A equipa médica, perplexa, pensou que existisse alguma contaminação bacteriológica no ar do quarto.
Alertadas pelos familiares das vítimas, as autoridades conduziram um inquérito.
Os doentes do 311 continuaram, no entanto, a morrer a um ritmo semanal e sempre às sextas-feiras.
Por fim, foi colocada uma câmara no quarto e o mistério resolveu-se:
Todas as sextas-feiras de manhã, pelas 6 horas, a mulher da limpeza, desligava os aparelhos do doente para ligar o aspirador!!!”

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Andança. Ou, um tempinho para a poesia



O vídeo clipe acima foi criado e executado por minha irmã (veja em “A arte de viver” na “minha lista de blogs”, ao lado) e mostra a música “Andança”, de Paulinho Tapajós. Os dois se conheceram na Faculdade de Arquitetura da UFRJ, e, desde então são amigos. A música é uma das mais bonitas de toda uma rica musicografia (1) do autor.
Gostei tanto do clipe que estou a postá-lo aqui... Aliás, caso tenham interesse em conhecer mais um pouco dela, além do blogue, acesse o seu canal no YouTube:
http://www.youtube.com/user/MariaCeliaOlivieri#p/c/u

(1) Conheça todas as músicas de Paulinho Tapajós em:
http://www.paulinhotapajos.com.br/musicas2.php

domingo, 18 de outubro de 2009

“Pornôsatas” de domingo

Domingo passado publiquei a triste foto do prédio do Cine Plaza em decomposição. Alias, tenho feito uma série de outras sobre antigas salas de exibição, verdadeiros teatros – hoje decadentes –, a colaborar com o blogue de meu primo André (Setaro’s Blog, aí ao lado), crítico de cinema, pesquisador e professor da sétima arte na UFBa em Salvador.
No dia em que fui à cidade, e, coincidentemente o Rio de Janeiro ganhava a disputa para sediar os Jogos Olímpicos de 2016 passei pela “Pornolândia”, ou o que resta da Cinelândia. Sim, porque à excessão do Odeon, o que sobrou ali foram o Rex, na Álvaro Alvim e o Orly na Alcindo Guanabara. Num lampejo de inspiração bati fotos de ambos (acima).
Entretanto, apesar de não saber se o nome (Pornolândia) existe de fato ou se estou a batizar agora aquele pedacinho meio escondido, atrás da Praça Floriano, a partir do Amarelinho, o Orly, desde que me entendo só passava eróticos ou pornôs. O Rex, eu sou capaz de jurar que não... Pelo menos durante o dia. No entanto, um autêntico “poeira”, exibia antigos filmes “B” na parte da tarde. À noite... Bem, naquelas paragens tudo é possível.
Ao lado deste último sempre houve boates e casas de “Rebolado” (1). Mara Rúbia, Brigitte Blair, Virgínia Lane ou Nélia Paula, entre tantas outras, exibiram seus corpões carnudos no trecho que se estende do Teatro Rival (que até hoje existe) à outra esquina da Álvaro Alvim onde havia a famosa Night and Day, casa noturna no Edificio Serrador, local chic em que eram exibidos emplumados shows de Carlos Machado e Walter Pinto (os chamados reis da noite). E ali mesmo, até o sol raiar, prostitutas e travestis desfilavam pelas estreitas ruas por detrás da Cinelândia em um trottoir frenético.
.......

Outra pornografia? Enrabaram a gente, pois começou o horário de verão...

.....
(1) Teatro de Rebolado era a designação popular do Teatro de Revista, que se estendeu dos 1930 à década de 60 e começou a sua decadência durante a ditadura militar, sob os auspícios do “moralismo” da Universal Romana...

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Obamis


Já circulava pela Rede a imagem da réplica de um cartaz da campanha de Barack Obama/Mussum.
Agora entrou um outro com a mesma figura (talvez a simbolizar o Pelé) a gozar o “imperador do universo” pela derrota de Chicago na disputa dos Jogos Olímpicos de 2016. Achei oportuna e engraçadis. Por isso a publico. Afinal o que é ruim para os Estados Unidos é sempre bom para o resto do mundo.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Uessan

A luta pelo direito de nos chamarmos americanos é um princípio básico e realístico de nossa situação geográfica. Somos americanos todos aqueles que nasceram do Alasca à Patagônia. No entanto, e, principalmente gentes de gerações anteriores à minha diziam: “Fulano está na América” com a maior naturalidade quando alguém ia aos Estados Unidos. Como? E aqui, onde estamos?
Os povos hispânicos, tanto na América, quanto em Europa (os próprios espanhóis) referem-se aos ianques como “estadunidenses”. Eu adotei, de uns anos para cá, esta designação. Pelo simples direito de ser tambem um americano. E creio que todos, brasileiros, argentinos ou dominicanos, deveríamos estar a exigir isto.
Mas em inglês e outras líguas deveria haver um movimento neste sentido. “É interessante lançar o termo "Uessan" em inglês pra que, algum dia, eles se deem conta de que eles não são exclusivamente Os Americanos ...” É também importante dizer que este texto, bem como a proposta do título de nacionalidade em inglês é de meu filho, Gustavo, que inclusive, em determinada ocasião publicou no antigo Pensatas (1) uma matéria a defender a tese de que somos todos americanos e não apenas os estadunidenses.

(1) O artigo foi postado no Pensatas em fevereiro de 2007 e republicado no Novas Pensatas em 6 de novembro de 2008.

domingo, 11 de outubro de 2009

Uma só pensata de domingo...

... Mas para pensar muito! Fiz esta foto do que resta do cinema Plaza para o blogue do meu caro Professor André Setaro (link ao lado) que a publicou.
O Plaza não era o melhor cinema da cidade, nem sequer da velha Cinelândia. No entanto, acredite, era um cinema do tempo em que os cinemas existiam. Antes desta era em que surgiram lanchonetes, por acaso com telas de projeção.
As salas de então podiam ser menos confortáveis. O som era horrível em 80% deles. Havia muitos com as famosas cadeiras de pau... Diversos sem ar condicionado e por aí afora... Mas eram cinemas com características próprias e personalidade. Muito mais baratos dos que os que estão “pelaí”, justificavam o título de entretenimento de massas.
Hoje são estandartizados, e, como bem lembra o Professor Setaro, nem nos lembramos em qual vimos o filme “tal”, tal a sua similitude. Afora o fato de, por serem encontrados geralmente inseridos dentro de shoppings, se transformaram em mais algumas lojinhas de consumo volátil, tal e qual as outras existentes nestes locais.
Os velhos e bons cinemas, aqueles que o espectador escolhia ao ler a programação nos jornais, e, portanto a dedo, pelo filme que exibia, ou por suas estrelas, diretores ou gêneros, estão a acabar, sobrando uns poucos remanescentes... Porque a maioria se travestiu em igrejas evangélicas, academias de ginástica, ou, nos tempos em que eram permitidos, bingos. Ainda, para agravar, ruínas como o triste caso acima exemplificado.
Saudosismo? Sem dúvida que sim. Mas boas lembranças de um tempo em que a cultura atingia todas as classes. De um tempo em que havia respeito e atenção àquilo a que se ia assistir; em que não existiam celulares a tocar frequentemente, ou o barulho desagradável de pipocas em sacos... Um verdadeiro saco.
Um minuto de silêncio aos cinemas que morreram. Outro minuto de silêncio à sétima arte, que Hollywood, hoje em dia contribuindo a vulgarizá-la, ajudava então a torná-la imortal. Em época em que se produziam filmes idem...

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

E Sartre tinha razão...

Barack Obama acaba de ganhar o Prêmio Nobel da Paz. E daí? Em 1973 o assassino de massas Henry Kissinger o ganhou tambem.
Ainda é cedo para julgar a que veio Obama à frente do império... Talvez, pelo fato de ser um negro merecesse, por vencer preconceitos em um país onde há alguns poucos anos isto seria inimaginável. Talvez, por ter derrotado Bush, o Calígula estadunidense (ou seria o Nero?) o maior débil mental a assumir algum tipo de governo nos tempos modernos (1).
Jogada de marketing? Certamente. Obama sempre investiu pesadamente nesta área. Aliás, não é uma excessão. Nos Estados Unidos tudo se resume a promoção e todos são simplesmente marca, produto... Propaganda. Aprenderam muito com a publicidade local e com as estratégias de Paul Joseph Goebbels.
O fato é que ao ler a notícia hoje pela manhã, lembrei-me que em 1964, Jean-Paul Sartre recusou o Prêmio Nobre de Literatura. Talvez tenha sido o maior e mais significativo ato público/político de sua vida...

(1) Eu me refiro a países do primeiro mundo. Pelos nossos lados, estamos cansados de ver...

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Uma teoria sobre “a Voz”

Estava a observar no dueto Sinatra/Jobim (“Medley” - 1967) um detalhe que vem a comprovar uma coisa que penso sobre o Sinatra (the Voice), o maior fenômeno musical de todos os tempos na música popular, não só estadunidense, mas mundial. Houve alguém igual? Ele conseguiu ser clássico no popular. Ele sempre se superou a todo instante.
E um detalhe importante a observar é que o cigarro afinava a sua voz. Notem o cigarrinho na mão antes mesmo de acender, a fumacinha a subir, o prazer das tragadas aliado à sua arte “carusiana” do cantar, já que um ítaloamerican, não poderia deixar de tê-la. Deixei o cigarro há mais de vinte e cinco anos, mas quando vejo uma cena dessas dá vontade, juro, de acender um novamente.
Mas, resumo da ópera, a teoria é a seguinte: Sinatra tinha um músculo extra no canto da boca. Um algo mais físico, para além de sua imensa bossa, sensibilidade e garra na interpretação. Pode parecer maluquice, e, quem sabe é. No entanto, basta observar suas expressões quando diz: “... Yes I will give my heart gladly”... E tambem em outros momentos.
Observem os detalhes: http://www.youtube.com/watch?v=l5qQNsP1Edc&feature=related

domingo, 4 de outubro de 2009

Pensatas variadas para um domingo

Sai do metrô justamente no momento em que a candidatura do Rio vencia a disputa para as Olimpíadas de 2016. O Amarelinho abarrotado de gente. Pena que segundos antes (enquanto pegava a câmera), estavam todos de braços para cima a comemorar. Teria sido um instantâneo fora de série. Mas está aí, registrado o bom e velho bar da Cinelândia com a multidão a assistir pela TV um momento histórico para a Cidade Maravilhosa.

Olimpíadas 1
O Rio de Janeiro ganhou a peleja. Curioso, mas quando Obama compareceu eu temi que fossemos perder. Chicago foi a primeira a cair. Pasmem! Foi uma vitória. Para o povo carioca isto pode vir a ser muito bom. Para os bolsos de uns poucos também.
Mas, vamos torcer para que isto aumente o nosso – um tanto quanto pequeno – metropolitano, cujas linhas não chegam ainda aos 40 km num aglomerado de 6 milhões de habitantes. Que se urbanizem favelas, como fizeram com a Dona Marta. Que se ampare o menor abandonado que vaga pelas ruas da cidade, etc... etc...
Aguardemos pois, o início das medidas que terão que ser tomadas a partir de muito mais breve do que pensa bastante gente por aí. Até porque em 2014, dois anos antes estaremos sediando uma das chaves da Copa do Mundo. Pau na obra!

Olimpíadas 2
Saravá Drummond, Tom e Vinícius, Caymmi, Cartola, Zé Kéti, Nara Leão, Glauber, Oscarito e Grande Otelo, Dercy, Ankito, Portinari, Eliana Macedo, Ivon Curi, Paulinho Costa, João Moacyr de Medeiros e Cid Pacheco, Gonzagão, Alfredo Souto de Almeida, Gonzaguinha, Nelson Rodrigues, Cyll Farney, Fernando Torres, Adolfo Celi, Caio Domingues, Di Cavalcanti, Elis, Carequinha, Villa Lobos, Vianinha, Abelardo Barbosa, Bruno Giorgi, João Saldanha e incontáveis outros “cariocas”, poetas, compositores, publicitários, comediantes, pintores, e por aí afora, nascidos em qualquer parte do mundo, mas que aqui estiveram e se foram amando este pedaço ímpar de terra. A eles devemos o sucesso desta cidade tão maravilhosa pela imagem que eles tanto ajudaram a construir e que culminaram nas Olimpiadas de 2016. Porque ser carioca é, antes de mais nada um estado de espírito!

Hollywood dos espíritos
Não se trata apenas de um “filme de terror”. Hollywood é um centro espírita, sobretudo um forte divulgador da filosofia kardecista.
Costumo dizer que sou contra qualquer religião (1). Mas aí eles vêem com aquele papo furado de que são uma “ciência”. Que ciência? A ciência da crendice, do esoterismo. Olha este tipo de ciência existe desde que um primitivo antepassado do homem jogava ossos na tentativa de adivinhar o futuro de uma tribo ou de simples membros dela.
É evidente que Hollywood, desde que surgiu está impregnada de uma forte dose do pensamento espírita. E isto se faz notório nas temáticas de filmes a defender teorias integradas neste segmento filosófico-religioso.
Para citar os mais representativos, podemos recordar filmes como “Os outros”, “Ghost”, “Os órfãos”, “Voltar a morrer”, “Em algum lugar do passado” ou “O sexto sentido”. Todas, obras que tiveram pesado suporte publicitário quanto de seus lançamentos.
Isto fora a série incontável de filmes “B” com espectros, morto-vivos, vampiros e outras aberrações do gênero, que demonstram o quanto a capital do cinema ianque está impregnada dessa crença.
Não que não os assista. Vi muitos deles, mas de uns tempos para cá, passei a pensar o quanto elas não são pura obra do acaso, mas parte de uma engrenagem propositadamente dirigida à lavagem cerebral das multidões.

Hitler, Bush e outros, pelo menos não eram hipócritas
Mas Barack é. E como!
Veio-me à cabeça que o ditador fascista, pelo menos era claro em suas intenções. Um instrumento do capital está sempre à busca de conquistas para a expansão de seus patrões. E daí, o afroamerican de alma branquíssima fica a simular um comportamento humanista e/ou humanitarista, etc e tal.
Gente, ele foi claro desde o início. Suas promessas de concentrar o fogo sobre o povo do Afeganistão atrás do seu quase xará, mostram claramente o seu espírito revanchista contra aquele que atingiu o império em seu coração, deixando-o à caçoada, mostrando a sua fragilidade. Bush, neste e em outros sentidos também não disfarçava, como Obama disfarça.

Pra finalizar
Pensem, reflitam. Houve, há, haverá... Será? Música (tempo/espaço) mais linda (2) do que “Garota de Ipanema”? Ave Vinícius! Ave Tom!... Saudades!

(1) Sou contra do ponto de vista filosófico, no entanto defendo a liberdade de expressão religiosa.
---
(2) Uma versão da “Garota de Ipanema” que conheci ontem, mas vale a pena: http://www.youtube.com/watch?v=yW33r5X4uRs
Mas se preferir a clássica “The girl from Ipanema” com, nada mais nada menos, que Sinatra and Tom, veja em http://www.youtube.com/watch?v=B2UYVvkpYRo

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Brasil, o país do passado

Estava a assistir um trechinho do “Programa do Chacrinha” e pensei o quanto demos largos passos para trás em nível cultural. Para início de conversa, Chacrinha era o popular, em certo sentido brega, nem que kitsch, mas “o brega”...
E o que o povo assiste hoje? Gugu? Faustão? Pessoal a coisa tá cada dia pior.
Quem se apresentava no pedacinho do programa (do Chacrinha) era o Ivan Lins. Hoje só pinta pagode, sertanejo ou axé. De quando em vez tem-se a sorte de dar cara a cara com uma Maria Rita. Obviamente descuidos da “produção”.
A conclusão a que se chega é que o país já foi culturalmente muito melhor. Restam apenas as “ivetesangalos” e os “incríveishulcks” da vida. Fora os “robertoscarlos”, por sinal, origem desta postagem.
Coisa mais triste chegar à conclusão que o futuro já foi.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Tremendão

De todo aquele “povo” da Jovem Guarda, o único que se salva é o Erasmo. Sério! Roberto Carlos, se for rei de alguma coisa, está mais próximo da esdrúxula e aleijada (1) criatura conhecida como Clopin Trouillefou o “rei dos mendigos” em “Notre-Dame de Paris” de Victor Hugo.
O resto é o rebutalho do que foi o movimento... Por si só um rebutalho social, alienado, instrumento da reação e dos militares no combate a ideias que a MPB difundia através das músicas de protesto, na tentativa de conscientizar seus ouvintes.
Ora, Erasmo – o Tremendão – constitui-se numa exceção. Pelo menos, com o correr do tempo a mostrar uma maior transparência comportamental, bem como uma qualidade musical mais apurada.

(1) Não sou e nem quero ser “politicamente correto”... Roberto Carlos é perneta mesmo!

... da Tribuna da Imprensa

"O insensato Marco Aurélio Garcia, o irresponsável Ministro Celso Amorim, o inacreditável presidente Lula, os golpistas dos dois lados, colocaram Honduras à beira do tumulto, conseguirão escapar da guerra Civil?"

Este título do Helio Fernandes nesta segunda feira é uma das maiores conclusões que já li sobre o caso Zelaya...
Leia em http://www.tribunadaimprensa.com.br/?p=3708

domingo, 27 de setembro de 2009

Oficina de Cinema


Quem morar ou estiver em Salvador durante o período acima (para aumentar, clique na imagem), não pode perder a Oficina de Cinema, cuja programação completa encontra-se em link no final desta postagem.
Mas sobre o Professor André Setaro, pode-se acrescentar – além de seu excelente blogue de cinema –, que após ser graduado em Direito pela Universidade Federal da Bahia (1974 fez mestrado em História e Teoria da Arte pela Escola de Belas Artes, também na mesma Universidade (1998).
Atualmente é professor de Cinema na Universidade Federal da Bahia.
Crítico cinematográfico do jornal Tribuna da Bahia com uma coluna diária de crítica cinematográfica entre 1974 e 1994, ano em que passou a escrever semanalmente para o jornal baiano.
Colaborador do Suplemento Cultural do jornal A Tarde, onde publica ensaios e críticas sobra a 7ª Arte, é também colunista cinematográfico no portal Terra, publicando todas as terças feiras críticas e comentários no Terra Magazine.

http://setarosblog.blogspot.com/2009/09/nova-oficina-elementos-de-apreciacao.html

Dominicais

O mais novo membro da família, a encantadora Dalila (4 meses) que amanhã completa seu primeiro mês conosco.
......
Vivi uma Salvador, ou melhor dizendo, uma Bahia (1) barroca. Numa época em que Pituba era um lugar longe demais. Basta dizer que tinha uma tia que ia àquela praia para fazer topless. De uma Nazaré, símbolo da urbanidade latina, um lugar habitável, gostoso, um tanto quanto provinciano, mas como é bom o ar da província! Dali, descíamos a pé em direção da Baixa do Sapateiro, atravessando-a, subindo ladeiras tortuosas até alcançar a Praça da Sé. Reparem bem, da Sé, não da Catedral, ponto central de um Centro Velho que se dividia entre Cidade e Comércio, em outras palavras: Cidade Alta e Cidade Baixa.
Isto, há cerca de 45 anos atrás, quando a primeira capital do Brasil tinha pouco mais de 500.000 habitantes. Quer dizer, uma cidade populosa, mas ainda habitável, suportável, com resquícios de um convívio humano e “civilizado”. E uma latinidade evidente, mesclada pela negritude dos abarás, candomblés e capoeiras, numa fase pré-axé.
Tenho saudades daquilo tudo. De meus primos a caminhar comigo pelas tardes em busca de cinemas e noite adentro a caça de novas emoções. Duros, estudantes com o dinheiro contado, mas tantas vezes frequentando as casas noturnas de danças e meretrizes, as boates, os cabarés. Muitas vezes tendo que sair às pressas sob pressão de algum gerente mais exigente que não permitia menores no recinto.
Na primeira vez que lá voltei, depois que mudei – ainda criança – para o Rio de Janeiro, encantei-me tanto com tudo aquilo que pedi a meus pais que me transferisse para um colégio local e ficasse por lá. Visto concedido, fui estudar no Severino Vieira, no próprio bairro de Nazaré (aliás, na entrada da praça do mesmo nome) onde estudei por seis meses. Obriguei-me a sair de lá por encontrar uma professora de matemática que era um terror, logo na matéria que eu mais tinha horror.
A segunda, mais traumática, mas nem por isso menos gostosa. Perseguido pelos militares após quase dois anos de militância política, fui me esconder em fazendas de parentes amigos onde fiquei por um bom período. Mas, depois de algum tempo, lá estava eu, no aconchego da casa de minha avó... Em Nazaré. Pertinho de meus primos e primas, de minhas tias, das velhas tias-avós no final de seu curso vital, mas ali... No útero de minha existência.
O barulhinho do entroncamento do bonde, no 191 da Avenida Joana Angélica, onde moravam algumas de minhas tias, era algo que me levava a um passado distante, pois ali, quando meus pais se casaram, vivi meus primeiros momentos. Talvez viesse naquele ruído, uma recordação das mais antigas que poderia ter.E o “Jogo do Carneiro”? Por incrível que pareça era o nome de uma rua. Ali perto, os papos entre meu primo André, eu e um conhecido, num bar em que bebíamos uma cervejinha e comíamos uns sandubas como tira-gosto, trocando idéias sobre Bergman, Brecht e Marx.
Na esquina da Júlio Barbuda, a rua em que minha avó morava, bem no topo da ladeira, uma baiana preparava acarajés no mesmo local em que também se deliciavam milhos torradinhos na brasa, amendoins cozidos e deliciosos saquinhos de umbu, aquela fruta que só provando sabe-se o quanto é saborosa.
Fora as festas de carnaval. O lendário carnaval baiano dos tempos em que trio elétrico era exatamente isso. Um caminhãozinho com três sujeitos tocando músicas seguido pela multidão na Avenida Sete, cheia de cadeiras que as famílias colocavam para sentar-se e assistir ao espetáculo. O mesmo carnaval dos bailes à noite nos melhores clubes da cidade. O mesmo carnaval em que saíamos de “careta” (mascarados) a brincar com os conhecidos, voz de falsete para não sermos reconhecidos. Ou amanhecíamos, sol na cara, estendidos na praia do Porto da Barra, fantasiados de qualquer coisa que nos embalara nas festas da noite anterior. No Bahiano de Tênis, no Iate ou na Associação Atlética.
E as idas ao ICBA (Instituto Cultural Brasil Alemanha) no Corredor da Vitória, onde assisti grande parte dos filmes do Expressionismo Alemão, quando era difícil se conseguir isto, pois não existia vídeo, muito menos DVD e outras facilidades de hoje em dia. Era uma época em que se tinha que correr atrás dos clássicos em exibições especiais, que geralmente eram únicas.
Tudo isto fez parte de uma velha Bahia barroca, única, inesquecível, na qual havia uma boa atividade cultural, no momento em que surgiam Glauber, Gal, Caetano e outros talentos. E que eu tive a feliz oportunidade de conhecer e da qual jamais me esquecerei.

(1) o bahiano, não se refere à cidade como Salvador, mas como Bahia mesmo.

sábado, 26 de setembro de 2009

Se correr o bicho pega... Se ficar...

As Organizações Globo (seu pasquim incluído) são responsáveis pela maior máquina de alienação jamais montada neste país. Roberto (que o diabo o tenha) Marinho foi aliado dos militares, representante do imperialismo ianque e implantou o que hoje é a Rede Globo com o apoio ostensivo do grupo Time-Life.
Hoje, os Marinho estão finalmente ameaçados em sua hegemonia absoluta do monopólio televisivo. Mas por quem? Pelo bispo Macedo, o poderoso chefão da Igreja “Católica” (1) do Reino de Deus. Uma situação difícil. Torcer pra quem? Não se sabe o que é pior.
Poucas coisas me fariam mais feliz do que assistir à derrocada final do império de comunicação que mais fez (e ainda faz) mal a este país, apoiando e acobertando governos totalitários que assassinaram milhares de brasileiros da forma mais cruel. Ou, passados aqueles anos de chumbo, sempre a apoiar os políticos mais nocivos ao Brasil, chegando ao ponto de ser um veredicto do tipo “se a Globo apoiou, pode saber que não presta”.
A questão é a grande incógnita que representa o seu oponente principal. Nada é perfeito.

(1) Católica significa “Universal” em latim...

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Doença do capitalismo não tem cura (2)

No dia 14 do corrente publiquei neste blogue uma matéria com o mesmo título desta. Pois bem, cinco dias depois li (1) que “a crise financeira e econômica global está longe de ser superada e os riscos permanecem apesar de sinais positivos.”
A afirmação é de Yves Mersch – membro do Conselho do Banco Central Europeu e presidente do Banco Central de Luxemburgo –, sobre os riscos de manutenção da política de juros baixos, pois o BCE manteve a taxa de juros nos 16 países da zona do euro em um recorde de baixa (um por cento no mês de setembro).
"A crise não acabou. Problemas ainda são possíveis", declarou Mersch a uma estação de rádio de Luxemburgo.
E continuou: "Se as coisas estão melhores no momento, isso é por conta das intervenções fiscais e monetárias e também das medidas de liquidez, e ainda é preciso se saber como os bancos vão passar sem essas medidas".

(1) em reportagem assinada por Michele Sinner da Agência Reuters

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Uessan

É interessante lançar o termo "Uessan" em inglês pra que, algum dia, eles se deem conta de que não são exclusivamente os Americanos...

De gafes, avanços e recuos

Romário filiou-se ao PSB e declarou publicamente estar satisfeito em entrar para um partido sério... Como o PSDB. Apesar de prontamente corrigir o “ato falho”, esta ficou para a história. E com algumas agravantes: primeiro, o quê que o “Baixinho” quer com a política? Segundo: será que o PSB ainda se considera um partido político? Bom, depois que o Garotinho passou por lá, só faltava mesmo essa! Ééécaaa!

Enquanto isso em São Paulo, estudantes da USP e da PUC-SP fizeram um protesto contra Sarney. Após desfilarem por praças e avenidas no centro da cidade, vestiram estátua numa praça, com camiseta e a inscrição “Fora Sarney”. Pelo menos alguém ainda tem vergonha neste país de memória curta. Acho até que deveria haver um novo verbo “sarneizar”, cujo significado não necessita muito esforço para saber o real significado.

E por falar nessa coisa repugnante, seu filho, o empresário Fernando Sarney foi flagrado em escuta telefônica dizendo textualmente que põe e tira quem quiser do Senado, referindo-se a uma vaga no gabinete do senador Epitácio Cafeteira. Quem sai aos seus não degenera. Não foi encontrado pelos jornalistas. Simplesmente sumiu do mapa e deve estar em algum lugar da província mais atrasada do país. Pobre Maranhão...

E o “Dia Mundial sem Carro”? Alguém viu por aí?

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Mais um que não sabia de nada!

Li a matéria, cujos trechos transcrevo adiante, no Jornal do Brasil de 5ª feira, 17 (assinada por Camilla Lopes), com o título: “Cesar Maia não sabia que Cidade da Música tinha irregularidades”:
“Aparentando tranquilidade, o ex-prefeito Cesar Maia disse nesta quinta-feira, após depor na Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente, que cabia ao Inea (Instituto Estadual do Ambiente) o trabalho de fiscalizar a parte ambiental na construção da Cidade da Música, chamada por ele de ‘Taj Mahal’ carioca...
... O ex-prefeito foi convocado para depor no inquérito aberto pela DPMA que será encaminhado ao Ministério Público Estadual. A delegada Juliana Amorim já ouviu duas empreiteiras, o engenheiro chefe da obra, Luiz Severino Machado, e o arquiteto francês Christian Portzamparc.
O inquérito da DPMA aponta a falta de dois relatórios fundamentais para uma obra do porte da Cidade da Música: os de impacto viário e urbano. Os dois relatórios apontariam as possíveis modificações que o empreendimento traria ao trânsito e à comunidade do entorno.
Segundo o agente responsável pelo inquérito, que pediu para não ser identificado, caso o Ministério Público aceite a acusação, Maia será o principal responsável, já que foi ele o idealizador do projeto.
Mas o ex-prefeito, que exaltou o trabalho da delegacia, garantiu que tudo o que acontece é ‘muito bom’ para ele mesmo...”

Não é nem “se a moda pega”. Pelo jeito “não saber de nada” é um surto entre as “autoridades” brasileiras, lançada pelo Sr. “Mula” (1) da Silva.
-
(1) Mula é um copyright de André Setaro.

domingo, 20 de setembro de 2009

Domingueiras

Detalhe de um chopinho bem tirado na Adega Pérola. Fiz esta foto para o Professor André Setaro publicar no seu blogue, mas não resisti e coloquei aqui nesta “pensata” para que comecemos o domingo apreciando as boas coisas da vida.

Novelas... O moto contínuo...
Acabou “Caminho das Índias”, começou outra qualquer, nem sei o nome. A questão é que novelas são substituídas de imediato e empurradas goela adentro do telespectador, que a princípio rejeita a nova, mas depois, a pouco e pouco, as pesquisas e o marketing vão transformando em sucesso.
E a história se repete, num moto-contínuo...

Dia 22 de setembro. O Dia Mundial sem Carro
Domingo passado estava a falar de carros e poluição (1) numa dessas “pensatas” da vida. Pois bem, 3ª feira desta semana é o Dia Mundial sem Carro. Um apelo à preservação da espécie humana neste planeta.
Entretanto, pensei o quanto será um fracasso nesta terra de ninguém chamada Brasil, onde os oportunistas e sarneys da vida proliferam, onde poucas coisas além do futebol e do carnaval são levadas a sério, onde a meta das pessoas é adquirir um carrinho último tipo. E, principalmente, onde as consciências política e coletiva não existem. At last, onde os movimentos de massa são manipulados pela grande imprensa e pelas classes dominantes somente em prol de seus interesses.
Vamos ver... Faltam apenas dois dias para conferirmos.

De Goethe a Oscar Wilde
Fausto vendeu a sua alma a Mefistófilis em troca da imortalidade. Dorian Gray, a Lúcifer pela eternidade de sua beleza.
Quando olho ao meu redor, vejo quantos Faustos e Dorian Grays existem neste mundo de hoje. Os primeiros esses velhos que querem se perpetuar à base de remédios, e os segundos as dondocas de 80 anos que querem parecer ter 40. No máximo.
Por isso mesmo sou a favor do chope (foto acima), da pinga, do jabá com jerimum, do torresmim e concluo que cada um de nós tem a sua hora... Seja lá quando será, e enquanto isso a gente vai levando da melhor maneira possível.
Porque segundo Fausto, “Temos necessidade justamente daquilo que não sabemos e sabemos aquilo que não temos necessidade de utilizar.” (2)

(1) Fiquei de mandar um e-mail para organizações nacionais e internacionais com um texto sobre o fato, inclusive em inglês. Enviei para várias, como “Green Peace” e o” Movimento Respira São Paulo”, num total de mais de 15, uma delas na China.
(2) p.38 da obra de Goethe.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Andando para trás

Está sendo bastante discutido e até taxado como retrógrado o acordo Brasil-Vaticano assinado em novembro de 2008. Principalmente no tocante à educação, pode-se considerar a inserção do ensino religioso em escolas públicas um retrocesso à independência adquirida pelos Estados laicos. O documento pode ser a garantia uma espécie de reserva de mercado aos católicos, que teriam preferência no ensino religioso das escolas públicas.
Isto tudo no Brasil, país multirracial e que tem cidadãos das mais variadas formações religiosas, que devem ser respeitadas em suas particularidades.
É um absurdo que em pleno século XXI possa estar acontecendo isto entre lideranças que dizem querer se modernizar, dirigidas por um presidente que diz querer estar atualizado com o mundo de hoje e pertence a um partido que se diz de esquerda, porque na verdade um acordo deste com uma das instituições mais totalitárias da humanidade é estar dando passos largos para trás.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Pobreza aumenta nos EUA

A taxa de pobreza nos Estados Unidos atingiu em 2008 o maior nível, uma vez que a pior recessão desde a Grande Depressão tirou milhões de norte-americanos do mercado de trabalho, mostrou um relatório do governo no dia 10 de setembro.
O Census Bureau informou que a taxa de pobreza (percentual de pessoas vivendo nessa condição) saltou de 12,5% em 2007 para 13,2%. Isto significa que 39,8 milhões de norte-americanos estão vivendo na pobreza. O relatório também mostra que o número de pessoas sem seguro médico nos EUA aumentou para 46,3 milhões em 2008.
Segundo o estudo, o aumento no número de pessoas sem cobertura de saúde em 2008 – o primeiro ano completo de recessão após seu início em dezembro de 2007 – se deve à contínua perda de empregos nos EUA, onde a maioria dos trabalhadores recebe o plano de saúde embutido em seus salários.
É previsto também que a taxa de pobreza crescerá novamente neste ano e em 2010, à medida que o desemprego permanecer elevado, alertam analistas.
Quanto à falta de cobertura médica, o número de 46,3 milhões de pessoas em 2008 apontado pelo governo dos EUA não inclui quem perdeu o plano de saúde ao ficar sem emprego no final do mesmo ano. A cifra comumente usada na imprensa local fala em mais de 47 milhões.
A presidente do Comitê Econômico Conjunto do Congresso, a democrata Carolyn Maloney, disse que o relatório é resultado da "década perdida” por culpa das fracassadas políticas econômicas da administração do ex-presidente Bush.
As consequências de não fazer nada "são graves e, no que se refere a nossa economia, há muita coisa em jogo", advertiu a congressista.

domingo, 13 de setembro de 2009

Pensatas de domingo

Toda vez que um sujeito qualquer, em qualquer lugar do planeta, liga o motor de um automóvel, moto ou qualquer outro tipo de veículo movido a energia fóssil, ele está transformando muitos que são alcançados pelos gases tóxicos emitidos nesta simples ação em um “aspirante passivo” de monóxido de carbono e óxido de nitrogênio, responsáveis pela formação de partículas tóxicas e compostos fotoquímicos na atmosfera.
É necessário iniciar uma campanha no sentido de convencer o cidadão comum que ele está sendo um assassino em massa sem saber.
Nota: Assim como estou a publicar esta matéria no blogue, enviarei uma carta para organizações anti-poluição no Brasil e em outros países.

Sexta feira, li em algum sítio na rede que ainda este mês vão inaugurar um grande bar em São Bernardo do Campo. Aliás a notícia se referia ao “maior botequim” da região. Isto me fez lembrar que quando estive lá por três meses em 2004 a fazer campanha política, fiquei surpreendido com a qualidade dos bares e restaurantes daquela cidade do ABC paulista. Como o “Torá”, um japa de primeira que ficava ao lado de nosso hotel. Ou a “Cachaçaria Água Doce”, onde, apesar do nome, não se bebe apenas uma boa pinga.
Na avenida Kennedy, uma das principais da cidade, existem pelo menos uma dúzia de bares, pizzarias e restaurantes de excelente categoria, chope de primeiríssima e tira-gostos idem. Embaixo de nosso QG havia o “Bar Central”, decorado ao estilo dos anos 50. Às vezes tomávamos unszinhos ali, na hora da saída... Ao lado deste a “Bariloche”, uma sorveteria e doceria que não tinha hora certa para se ir, pois a todo instante alguém dava um pulinho por lá. Conheço poucas iguais aqui no Rio de Janeiro.
Fora alguns pontos para além deste miolinho da avenida acima citada e do centro da cidade, onde tem um restaurante especializado em comida paulista (e brasileira), cujo ponto alto é o mocotó, além de caldinhos de babar. Fomos almoçar num bar (a céu aberto), que não anotei o nome nem o bairro onde estava, onde se saboreavam grelhados excelentes dos mais variados tipos de carne. Graças à indicação de nossa colega Sumire (a Su), que sempre morou na região e conhece esses particulares “segredinhos” locais.

Tenho apregoado o voto nulo para cargos majoritários. Nas últimas eleições para prefeito e governador, anulei meu voto com um orgulho do qual não me arrependo só em testemunhar as desastrosas e asquerosas administrações dos vitoriosos.
Por outro lado, quanto mais vejo Cristóvam Buarque, mais gosto de sua coerência em torno da questão educação e de sua dignidade postural num Senado dilapidado por escroques da pior categoria. Justas exceções também a Pedro Simon, Eduardo Suplicy e talvez mais um ou dois de quem não me recordo o nome no momento.
Recentemente, Cristóvam afirmou em entrevista à Agência Estado que seu desejo é encabeçar uma chapa à Presidência da República pelo PDT, como fez em 2006. "Tem me animado bastante a hipótese de ser candidato à sucessão", disse então.
Aproveito para declarar neste blogue, da forma mais aberta possível, que voto em Cristóvam Buarque de olhos fechados, caso o PDT o mantenha candidato, como nas últimas eleições, em que infelizmente votei no Sr. da Silva nos dois turnos.
O nome é Cristóvam, caso contrário é voto nulo!

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Remember september eleven

O presidente estadunidense Barack Obama (o afro american de alma “ariana”) disse hoje em discurso no Pentágono, que os EUA "nunca irão ceder na perseguição à Al Qaeda".
É mesmo uma questão de acerto de contas. O império, naquele 11/09/2001 viu que pode ser alcançado e ferido, sentiu-se vulnerável em seu “complexo de intocabilidade”. E quanto mais eu penso nisso, mais eu digo “bem-feito!” e valorizo a ação daqueles que cometeram o ato, sejam lá quem tenham sido, tenham tido os motivos que tiveram... Concorde ou não com as suas ideias.
E não adianta dizer que morreram mais de duas mil pessoas no incidente. Os Estados Unidos matam bem mais do que isto de inocentes criancinhas por hora ao redor do planeta, principalmente neste pobre terceiro mundo, em que vivemos. Foi também um acerto de contas. Às avessas.

Doença do capitalismo não tem cura

Enquanto se alardeia que a crise está no final o ex-presidente do Fed (Federal Reserve) Alan Greenspan (1), em entrevista à BBC, afirmou que o mundo muito em breve sofrerá uma outra muito séria.
"A crise acontecerá novamente, mas será diferente", disse ele ao programa Love of Money, da emissora BBC Two. Segundo Greenspan, a nova crise viria como uma reação a um longo período de prosperidade.
As declarações do ex-presidente do Fed coincidem com o aniversário da quebra do banco de investimentos americano Lehman Brothers, que desencadeou a atual crise financeira global.
Greenspan afirmou ainda que a crise atual foi desencadeada pelas negociações das hipotecas subprime nos EUA, quando empréstimos foram liberados a pessoas com histórico de crédito não muito bons, mas ele afirmou que qualquer outro fator poderia ser o causador do problema.
Greespan alertou também que as instituições financeiras deveriam ter observado que uma crise estava a caminho. "Os banqueiros sabiam que estavam envolvidos em um risco de subavaliação e que em algum ponto uma correção seria necessária", disse.

(1) Alan Greenspan foi o presidente do Fed por 18 anos.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Foi feriado de quê mesmo?

Segunda feira foi o dia da independência. Foi? E daí? Dizendo assim, de forma tão clara parece anti-nacionalista e desdenhoso. Mas o pior é que é a pura verdade. Só que ninguém o diz... Apenas pratica. Será que alguém que esteja a passar o feriado na praia ou na montanha vai se lembrar de brindar a D. Pedro a sua atitude que gerou o nosso desligamento da coroa portuguesa?
Não quero entrar no mérito de como foi o fato em si, quero dizer, os momentos que sucederam ao que recebeu a carta, a leu e limpou-se com ela – segundo as más línguas. Quero apenas lembrar que a independência do Brasil é uma presopopéia montada passo a passo e definitivamente romantizada pelo quadro de Pedro Américo; que substituiu um jumento qualquer por um refinado cavalo de raça.
Nossa independência não tem muito a ver com o povo. Houve poucos focos de resistência portuguesa, a maior delas na Bahia que comemora a sua independência no dia 2 de julho com muito mais emoção e participação popular. Porque naquele dia, em 1823 os baianos viram os seus ex-colonizadores e suas tropas, baterem em retirada. Da mesma forma, na América inteira houve luta, contra espanhóis, ingleses ou franceses...
No Brasil aconteceu praticamente uma sucessão ao trono. Do tipo “o rei foi embora! Viva o imperador!” Imperador este que denominou-se Pedro I e depois de alguns anos voltou à sua terra natal (Portugal), onde coroado Pedro IV foi garantir o poder à sua filha Maria (1) o poder ameaçado pelo seu primo Miguel.
Esta a razão da falta de uma memória de nossa independência, somente festejada burocraticamente com alguns desfiles pelas autoridades. A nós, o povo, resta assisti-los. Quando o fazemos, claro... Até porque este ano apenas a TV Brasil transmitiu o evento.

(1) Esta a única rainha portuguesa nascida no Brasil.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Filmes polêmicos em Veneza

No domingo toquei no assunto Hugo Chávez x EUA. O documentário "South of the Border", de Oliver Stone (1), dedicado ao presidente venezuelano, foi aplaudido por vários minutos ao ser exibido (fora de concurso) no Festival de Cinema de Veneza.
Para questionar o pensamento anti-Chávez, difundido pelo governo estadunidense e pela imprensa daquele país, Stone foi à Venezuela, ao Equador, à Bolívia, Cuba, Brasil, Paraguai e Argentina, onde conversou com os respectivos presidentes. O filme mostra que este grupo de governantes tenta seguir os passos do venezuelano.
Também a exibição do documentário "Capitalism: A Love Story", de Michael Moore repercutiu o que se poderia esperar do diretor de "Tiros em Columbine" e "Fahrenheit 11 de Setembro".
O foco do filme é a crise econômica que abalou o capitalismo em 2008, provocando a quebra de instituições financeiras e a falência não só de empresas, como de pessoas físicas que perderam suas casas, nos EUA, impossiilitados de poder pagar as suas hipotecas.
O cineasta propõe que cada uma das pessoas que assistir ao filme também se rebele, seguindo os exemplos de trabalhadores que ocuparam indústrias desativadas ou alguns moradores que reocuparam suas casas, desobedecendo às ordens de despejo. Moore diz claramente que os EUA hoje "não são" o país que Franklin Roosevelt propunha.

(1) Oliver Stone, ganhador de dois Oscar’s como melhor diretor, realizou, entre outros, “Platoon” (1986),” Nascido em 4 de julho” (1989),” JFK” (1991) e” Alexandre” (2004).

domingo, 6 de setembro de 2009

Pensatas de domingo

Estava eu na semana passada a andar pela Domingos Ferreira, quase esquina de Barão de Ipanema, em Copacabana, quando dou de cara com o Braseiro, um galeto antigo. Fui lá pelos idos dos 1960, numa noite, quando zanzava pela cidade com meu primo Alberto, de Salvador. Ali, saboreamos um galetinho bem passado regado a bem tirados chopes.
Deu-me nostalgia, mas era um pouco cedo para almoçar (cerca das 10h30m) e o estabelecimento nem abrira as portas ao público. Mesmo assim, olhei o seu cardápio exposto na entrada e anotei seu telefone. Passei um e-mail pro meu primo e vou voltar lá uma hora dessas.
E, por acaso, aquele pedaço de Copa tem umas coisas antigas e de qualidade. Um boteco, mas boteco mesmo (decentíssimo) de galegos, a pizzaria Caravelle, um restaurante árabe de boa qualidade e o primeiro Bob’s da cidade. O Bob’s daquele tempo em que só empregava portugueses que gritavam o seu pedido: “Salta aiê um quechooorrooo queeente!”. Tempinho bão!

Zelaya continua deposto, à margem do poder legalmente conquistado. Se os ianques, como apregoam, são tão a favor dele, por que os “marines” – como de costume – não vão defender a “democracia” e garantir a sua volta à presidência?
São as duas caras do goveno Obama, que está a transformar o Afeganistão em um novo Vietnã. Ou ainda mais grave no que foi o Afeganistão para os macedônios de Alexandre na antiguidade, para os britânicos no século XIX ou os soviéticos no XX.
Tudo porque o Estado terrorista estadunidense comandado pelo “negro de alma branca” quer exterminar seu inimigo público nº 1, o quase xará Osama. Obama é um “Bush em pele de Martin Luther King”.

O Rio de Janeiro foi eleito pela revista Forbes como a cidade mais feliz do mundo. Na pesquisa, desbancamos cidades como Sydney (Austrália) e Barcelona (Espanha). Novidade? Nenhuma. O povo carioca, com toda a contra-propaganda sobre violência é fruto da inveja de paulistas, cujo índice de infelicidade está exposto no seu trânsito neurótico e na expressão (angustiada) de sua população.
"Belas imagens de jovens dançando e montanhas dão o tom de beleza do Rio. Não podemos esquecer que a cidade é a terra do carnaval", descreve a revista, que estampa uma foto do jogador Adriano, no dia do seu retorno ao Flamengo.
Segue o resultado do ranking da Forbes sobre a felicidade em cidades do mundo: 1º - Rio de Janeiro (Brasil); 2º - Sydney (Austrália); 3º - Barcelona (Espanha); 4º - Amsterdã (Holanda); 5º - Melbourne (Austrália); 6º - Madri (Espanha). 7º - São Francisco (EUA); 8º - Roma (Itália).; 9º - Paris (França); 10º - Buenos Aires (Argentina).

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, afirmou na última sexta-feira que a jornada mundial de protestos contra ele foi um "fracasso" e que a CIA está por trás da mobilização (alguém duvida disso?).
Houve protestos em vários países, a destacar Colômbia, Honduras e Estados Unidos, contra a suposta ingerência do líder venezuelano, em resposta a uma convocação batizada de "Não Mais Chávez", lançada nas redes virtuais Facebook e Twitter, mas a maioria das manifestações, pelo que foi divulgado, reuniu pouca gente. Inclusive em Caracas onde houve duas. Uma contra e outra a favor.
Chávez, por ser o único presidente americano que protesta e desafia abertamente os Estados Unidos, tem sido alvo constante de uma campanha de ridicularização e desgaste por parte da mídia estadunidense, a mais poderosa do mundo. Além do mais, ele não fez nenhum curso na Jonhs Hopkins University. Em outras palavras, não tem o “rabo preso” com a CIA e o império.