domingo, 31 de outubro de 2010

Pensatas de domingo

O quê você acharia da rainha da Inglaterra dando palpites nas nossas leis e nos nossos problemas internos? Ou do imperador do Japão? Ou do Dalai Lama? Indo mais longe, mesmo algum presidente de qualquer país!
Sei lá... Bate mal no meu íntimo ouvir ou ler a notícia de que o papa é contra o aborto no Brasil! Tudo bem que ele recomende aos bispos, seus representantes, qualquer opinião que possam dirigir aos seus “fiéis”. Mas divulgar isto publicamente?! Afinal eu não tenho nada a ver com o que ele pensa. E nem quero saber! Alem de se constituir em notória intervenção de um Estado nos negócios internos de outro.
Ainda mais ele, o representante de uma das últimas monarquias absolutistas. Vai se catar, Bento XVI... Vai cuidar das centenas de padres pedófilos que você acoberta, em nome do deus de quem se diz apóstolo (1)!

Hoje é dia de exercer o papel criado pelo poder, o poder de fato, o poder estabelecido pela burguesia em nos iludir de que “votar é importante”. Quando na realidade os eleitos o são pelo poder econômico e lobbies...
Mas o que nos resta? Minha intenção real era o voto nulo. Mas, num momento em que o energúmeno FHC (2) e sua quadrilha estão arriscados de voltar ao centro de direção deste país, só me resta mesmo votar na sua opositora. Voto triste, pois não confio na candidata, não sinto firmeza nas suas propostas, nem acredito nas suas promessas. Mas voto nela para derrubar o outro (muito pior em tudo). Infelizmente e mais uma vez o voto (in)útil!

Hoje tambem é noite de Halloween. Noite de que mesmo? Olha só isto não tem nada a ver com nossos costumes ou folclore. E não é xenofobia. É uma questão de apenas valorizar os ricos costumes populares nativos. Mas, a globalização tem dessas coisas. Impõe novos costumes e festas “populares”, como este que surgiu dos povos gauleses e britânicos entre os anos 600 e 800 e foram exportadas para os países colonizados pela Inglaterra.
Porem o terror mesmo vai ser enfrentar um dia 31 inteiro à espera do resultado das eleições. E ver se conseguimos banir pra longe Serra, FHC e toda a sua camarilha. Pelo menos por mais quatro anos.

(1) Historicamente os Ortodoxos foram a primeira grande cisão no Catolicismo porque discordavam de ter um representante máximo do seu deus na Terra. Eles continuaram com os patriarcas (reles mortais) como seus chefes.
(2) Os direitos autorais da expressão pertencem ao Professor André Setaro.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Sinistra armação?

Bem, eu não duvido... Principalmente porque o alerta partiu de uma fonte confiável. Segundo porque eu não duvido mesmo que do sinistro candidato (e seus articuladores) poderia sair algo no gênero.
Está bem, recebi milhares de e-mails falando de “armações” deste ou daquele candidato. Mas este por ser preparado para amanhã, justo no dia do debate da suspeitíssima Rede Globo, faz sentido. E muito. Transcrevo-o abaixo.
“Quando parecia que o bate-boca na campanha eleitoral já havia reduzido sua intensidade, uma nova denúncia promete esquentar a reta final da campanha. Ideóloga do PT, a filósofa Marilena Chauí diz que a campanha do PSDB pretende fazer uma armação no comício de Serra no próximo dia 29. A idéia é que militantes tucanos usem camisas do PT e comecem a simular brigas e confusão.
Em texto publicado no portal Rede Brasil Atual, mantido por sindicatos filiados à CUT, a professora da USP acusa o plano, que estaria sendo articulado para se tornar “um novo caso Abílio Diniz”, em alusão à prisão dos sequestradores do empresário, em 1989. Na ocasião, houve denúncia de que policiais os obrigaram a usar camisetas do PT, em plena campanha presidencial, na qual Lula acabou sendo derrotado.
‘A campanha tucana passou do deboche para a obscenidade e recrutou o que há de mais reacionário, tanto na direita quanto nas religiões’, disse Marilena Chauí ao portal. A denuncia ocorreu durante encontro entre estudantes e professores universitários e políticos, na USP.”
Pode até ser que não aconteça, mas caso ocorra, fica registrado!
A propósito, ontem assisti ao vivo e a cores o dito candidato ao ser inquirido sobre a abertura de sindicância pela possível fraude na licitação de obras (1) numa linha do metrô de São Paulo, respondeu que o caso não deveria ser averiguado. Quando o repórter perguntou “Por que?”, ele simplesmente respondeu: “Porque não!”.
Eu hein!

(1) O jornal Folha de São Paulo havia publicado em abril o resultado da referida licitação. E agora, quando da abertura dos envelopes, relembrou o fato republicando a matéria.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

De pirilampos e risadas

Apesar de pouco conhecido no Brasil, Herman José é um famoso comediante português que eu via na TV (RTP 1) nos três anos em que morei por aquelas bandas. Neste vídeo podemos conferir a sua comicidade e relaxar bastante. Vale a pena conferir.

domingo, 24 de outubro de 2010

Bolas e bolinhas de domingo

Lembro das Atualidades Francesas, um telejornal de cinema –na época em que estes eram exibidos nos telões das salas de projeção—que começava com uma música, a qual tornou-se marcante com a imagem do mundo (claro que uma bola) a ilustrar a famosa trilha musical.
Nestes tempos a TV ainda não exercia o poder que tem hoje, então dominado pela mídia impressa. Mas nos cinemas assistiam-se jornais nacionais e estrangeiros. Assim, as grandes distribuidoras, como a Metro, a Fox e outras tinham os seus. Não cheguei a conhecer muitos deles, porque na época já existiam os nacionais, como o da Atlântida ou o famoso Canal 100, que ficou marcado por bolas de futebol (1).
Mas de bola o Brasil entende. Que o diga o futebol. No rádio eram comuns programas como No Mundo da Bola. Outrossim, a expressão “este mundo é uma bola” era muito comum. Tambem se costumava exclamar “você é uma bola” quando alguem dizia coisas engraçadas.
Bolas à parte nos surpreendemos nesta última semana com uma bolinha de papel quicando na cabeça de um candidato à presidência. Viu-se nitidamente a tal bolinha bater na careca do dito cujo. Ninguem quase notou, mas minutos depois, após um telefonema em seu celular, viu-se tambem o mesmo candidato em cortes fotográficos sucessivos levar a mão à cabeça e, em seguida entrar numa van e correr a um hospital para fazer exames. E o mais engraçado é que, mesmo sendo careca, não ficou nenhuma marca. Apesar de correligionários do candidato afirmarem que outro objeto mais pesado o atingiu na ocasião.
Enquanto isto, sua adversária, segundo relatos de presentes ao local em que se encontrava, supõe-se, era “quase atingida” por sacos plásticos repletos de água. Mais bolas na jogada, às vésperas dos 70 anos de nascimento do Rei do Futebol (leia-se da bola), o senhor Edson Arantes do Nascimento.
Donde se pode concluir que, voltando à antiga expressão popular, esta eleição, alem de ser indubitavelmente a mais nojenta de todos os tempos, é mesmo uma bola... Murcha, ora bolas!

(1) O Canal 100 ficou muito conhecido por exibir sempre em seu grande final um jogo de futebol.

sábado, 23 de outubro de 2010

HOLOCAUSTO!

As denúncias contra o abuso de poder e a omissão de dados reais pelo governo estadunidense no Iraque reflete a que ponto chegou o governo Bush. E o de Obama, pois quem cala consente!
Práticas de extermínio de populações civis e de tortura, aliás, teem sido uma marca tambem no Afeganistão (vide matéria “Crimes hediondos” publicada no dia 1 deste mês). Agora, a ONU exige que a “autoridades” do governo dos EUA se explique perante aquele organismo, pois em nome daquela organização praticaram centenas, talvez milhares de atos de vandalismo e selvageria.
As denúncias que vieram do site WikiLeaks mostraram que as forças armadas ianques esconderam dados preciosos, tendo diminuído o número total de vítimas civis, ao mesmo tempo em que não revelaram a maioria dos casos de tortura física impostos à população daquele país invadido. Segundo a fonte, o ódio aos estadunidenses por parte de civis, aumentou com as desbaratadas e sádicas ações de marines e outras tropas, inclusive de outros países da OTAN.
O certo é que este verdadeiro holocausto tem que ser apurado. E que os culpados de tais atos teem que ser julgados e punidos.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

O tiro pode sair pela culatra



Transcrevo abaixo a matéria de Luciano Martins Costa publicada hoje no “Observatório da Imprensa” http://www.observatoriodaimprensa.com.br/index.asp sobre o “atentado” ocorrido ontem contra (ou a favor?) do candidato José Serra.

“COBERTURA ELEITORAL
O atentado de Campo Grande
Por Luciano Martins Costa em 21/10/2010
Comentário para o programa radiofônico do OI, 21/10/2010

Foi mais ou menos como num jogo de futebol: o zagueiro encosta no atacante, o atacante se atira dentro da área, rolando, se contorcendo, na esperança de que o árbitro apite um pênalti. Mas as câmaras são soberanas. Elas mostram que o zagueiro mal tocou no centroavante, que o atacante se atirou, que não está machucado, que está simulando. Ainda assim, alguns narradores gritam: "Pênalti!". E no dia seguinte, os analistas vão bater boca o dia inteiro: foi, não foi, o juiz acertou, o juiz roubou.
Na cena reproduzida pelo Jornal da Record, o candidato José Serra vem caminhando, sorridente, pela rua do comércio de Campo Grande, na Zona Oeste do Rio. Vem cercado de correligionários e seguranças. Mais adiante, seu caminho está bloqueado por uma passeata de petistas, que podem ser identificados por suas bandeiras vermelhas.
A comitiva do candidato oposicionista segue na direção dos adversários, arma-se um rápido entrevero, no qual um petista é agredido por três acompanhantes do candidato Serra, que está abrigado à porta de uma loja.
Apartam-se as brigas, Serra retoma a caminhada.
Então, alguma coisa o atinge na cabeça.
Pela câmara da TV Record, observa-se que o candidato apenas passa a mão na cabeça, constatando que não está ferido. É levado, então, por seus acompanhantes para um hospital.
Corta para o médico que o atendeu. A frase é clara: ele não tem nem um arranhão. A reportagem esclarece: o candidato foi atingido por um rolinho de plástico, um desses adesivos de campanha amarrotado.
Agora, a mesma cena no Jornal Nacional, da TV Globo: tudo quase igual, exceto no momento em que José Serra é atingido. Substitui-se, então, a imagem em movimento, que mostra apenas um susto da vítima, por uma fotografia, tirada de cima para baixo, de efeito muito mais dramático.
Quando chega o trecho da entrevista do médico, sua voz desaparece e em lugar da versão oficial do hospital entra o locutor, que apaga a informação de que o candidato não sofreu sequer um arranhão e a substitui por uma versão mais grave. A encenação se completa com o candidato sendo entrevistado, sob uma tensa luz azulada, com olhar de vítima.
Simulando uma contusão
O episódio, condenável sob todos os aspectos, deve, no entanto, ser visto como resultado da irracionalidade e radicalização da campanha eleitoral.
Mas as versões apresentadas pela imprensa merecem uma análise à parte.
Uma curiosidade: quem teria descido do Olimpo global para comandar a edição de tão importante reportagem? Que critérios do manual de ética e jornalismo da Rede Globo foram brandidos para justificar a transformação de um episódio banal, mais do que esperado no ambiente de conflagração que os próprios candidatos andaram estimulando, em uma crise republicana?
As evidentes diferenças nas edições do Jornal Nacional, muito mais dramático, e do Jornal da Record, que tratou o episódio com mais naturalidade, sem deixar de condenar os excessos de militantes, têm a ver com jornalismo ou com engajamento eleitoral?
No boletim online do Globo, distribuido às 14h18 da quarta-feira, "Serra é agredido durante enfrentamento de militantes em ato de campanha no Rio".
Na edição de papel, primeira página do Globo, "Serra é agredido por petistas no Rio". No complemento, a informação alarmante: por orientação médica, o candidato cancelou o resto da agenda e submeteu-se a uma tomografia num hospital da Zona Sul.
Título na primeira página do Estadão: "No Rio, petistas agridem Serra em evento".
Na Folha, em foto menos dramática, "Serra toca local em que foi atingido por um rolo de adesivos…"
Quanto pesa um adesivo de campanha enrolado? Cinco, dez gramas?
E a tomografia? É resultado da conhecida hipocondria do ex-governador ou parte da estratégia para transformar um episódio grotesco e banal em atentado político? Como uma bolinha de papel, dessas que os alunos atiram uns nos outros nas salas de aula, poderia virar motivo de comoção nacional?
Em seu artigo na edição desta quinta-feira [21/10] da Folha de S.Paulo, a colunista Eliane Cantanhêde transforma o projétil de papel em "bandeirada" na cabeça e afirma que José Serra, literalmente, apanhou na rua.
Quanto vale um jornalismo dessa qualidade?
A chamada grande imprensa perdeu completamente as estribeiras.”

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Debate? Como? Quando?

O mais incrível nestes debates entre Dilma e Serra é a falta de debate. Não se respondem às questões colocadas. Cada um fala para um lado ignorando perguntas e falando aquilo que lhes vem à cabeça. Por vezes fica impossível saber o que um candidato pensa do assunto colocado por seu adversário. São monólogos a dois.
Pelo menos nestes dois relativos ao segundo turno isto tem sido sistemático.
Por vezes me pergunto por que estou a assisti-los. Fica no ar uma sensação de vazio. São como se fossem dois autistas a falar de seu mundo como se o outro não existisse...
E assim seguem as campanhas de Dilma Serra e José Roussef.

domingo, 17 de outubro de 2010

De um domingo ao outro

Bem, esta semana não tive tempo mesmo de postar uma pensata sequer. Mas a verdade é que não tive tempo mesmo. Cheguei a pensar numa, cujo título seria “Segundo turno” e começava dizendo: “Quem será que ganha? Dilma Serra ou José Roussef?”. Sim, porque acho que a semelhança entre os pretendentes ao “cetro” se nivela pelo mais profundo de suas mediocridades.
Mas sigo falando sobre eleições neste simulacro de democracia que faz o povo acreditar que ela exista. O certo, porem, é que não pode ser o Serra. Até porque não é possível imaginar o PSDB de volta ao poder na atual conjuntura. Seria um retrocesso!
O que está claramente exposta é uma manipulação de pinça aos votos religiosos. Vide o “santinho” distribuído pelos tucanos enaltecendo Jesus... E o mais surpreendente é que 300 mil anos após o surgimento do Homo Sapiens ainda exista tanta força na religião. É a prova de que a humanidade em pleno século XXI ainda continua tão primitiva quanto naqueles idos, pois no meu entender, religião seria um assunto superado pelo progresso da ciência que derrubou tudo o que elas defendiam... E o pior: continuam a defender com suas devidas e oportunistas adaptações.
Mas não, a espécie continua a se agarrar a deuses, ou pior ainda a um deus único. E com o agravante de que, se no início era pela total ignorância do que acontecia ao seu redor, hoje a crença em poderes “superiores” é o fruto de organizações mafiosas que lhes impõem continuar acreditando neste “conto de fadas”. Prova de que a ignorância ainda domina a mente das pessoas.
O resumo da ópera é que a manipulação “espiritual” dos votos está clara.
Mas existem outras formas de fazê-la. Vejam a imagem acima (para amplia-la, clique nela). A manipulação já começa com a inversão no título. No quadro de um conhecido diário paulista, o correto seria se escrever: “Dilma sofreu maior baixa entre o evangélicos no Datafolha”. Da forma que está escrita induz ao raciocínio de que a queda foi nas pesquisas como um todo e não (no caso) entre os evangélicos. Alem disso na ilustração dos resultados da pesquisa colocam Serra em primeiro na ordem de leitura da esquerda para a direita. Apesar de que sutilmente ele está um pouco mais abaixo os índices numéricos estão no mesmo plano. O que tambem confunde os leitores.
E vejam bem, dona Marina que é “crente” citou até o termo “satanização” em recente pronunciamento sobre as eleições. Ridículo! E o mais grave é que as polêmicas em torno de religião estão no tema aborto. Ora, é sabido que o Brasil é um dos países mais atrasados do mundo na questão. E que um incontável número de mulheres morrem em consequência do aborto ilegal, este sim o que deveria ser combatido através da legalização.
Para finalizar, não me permito ser contra as pessoas manifestarem suas crenças. Apenas critico a impossibilidade que isto representa para a evolução da humanidade que prova estar se modificando muito pouco ao longo dos séculos e das evidências dos avanços e conquistas da ciência. Continuamos uns primatas!

domingo, 10 de outubro de 2010

Pensatinhas de domingo

Morreu em um zoológico na África do Sul, aos 52 anos, Charlie o “chimpanzé fumante”. Detalhe: a vida média da espécie é de cerca de 40 anos. O porta-voz da entidade, Qondle Khedama afirmou que o animal morreu apenas devido à idade avançada. Os antitabagistas radicais estão caladinhos... Hehehe!

Infeliz a declaração do Sr. da Silva no tocante à oposição de alguns jornais à candidatura da dona Dilma acusando-os de se comportarem como “partidos políticos”. Ora, na Europa os órgãos de imprensa assumem abertamente os seus candidatos preferidos. Aqui, o Estadão fez sua opção, enquanto os outros se manifestaram de forma indireta para um lado ou outro. Não é por aí Lula...

Só para atualizar, segundo o site icasualties (1), o número de soldados invasores mortos no Afeganistão superou (e muito) os do ano passado inteiro --de 521 no total. Em 2010 já alcançou os 572. Somente entre as tropas estadunidenses as quedas passaram de 317 para 375. E olha que ainda faltam alguns meses para o ano terminar.

As abstenções no primeiro turno destas últimas eleições totalizaram 24,6 milhões. Um recorde e um caso a pensar, pois acabou em terceiro lugar na contagem geral, à frente de Marina Silva. A abstenção quase vai para segundo turno, não é mesmo?

E por falar em Marina, a coisa está meio cinza entre ela e a reacionária direção dos verdes. Estes não gostaram dos comentários sobre o “apetite por cargos” e do apoio a Serra. Não lhes agradaram tambem as declarações dela sobre a possibilidade de neutralidade no segundo turno. O que eles se esquecem é que Marina teve os seus votos não por causa do partido, mas dela. Para alem disso, o “nanico” PV foi um fiasco em todas as outras áreas não elegendo sequer um governador ou senador (2) e ficando em 12º lugar na nova composição de deputados federais.

O governo “comunista burocrata stalinista” chinês, na verdade a segunda maior economia capitalista do mundo, não está nada satisfeito com a premiação de Liu Xiaobo com o Nobel da Paz. Afinal ele é um ferrenho e atuante dissidente do jurássico regime totalitário naquele país e encontra-se preso a cumprir uma pena de 11 anos de reclusão. Apesar de ser uma premiação questionável (3) o acontecimento é uma batata quente nas mãos dos governantes chineses.

Com Serra na reta final desta última etapa das eleições, surge novamente o fantasma das “doações” de estatais aos grupos monopolistas do capital “nacional” e internacional... Principalmente agora com a anunciada maior participação de FHC em sua campanha, a hedionda criatura que doou a lucrativa Vale do Rio Doce e tantas outras empresas a preços de banana. Vade retro. Espero que seja apenas um “fantasma”!

E o aborto? Os dois “finalistas” são a favor, mas ambos se declaram contra, tendo em vista captar votos do eleitorado religioso. Será que voltamos à Idade Média?

(1) Para consultas, acessar www.icasualties.org
(2) Até o PSOL elegeu um senador pelo Amapá.
(3) O prêmio já teve Henry Kissinger entre os seus agraciados...

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Deu coluna do meio

O primeiro turno das eleições teve lá as suas surpresinhas. Ou não? Aqui no Rio, o crescimento de Marina Silva foi um fenômeno que, de qualquer forma refletiu a surpresa que obteve nas urnas em nível nacional. Bem, o certo é que ela ficou em segundo lugar no estado, deixando Serra em terceiro.
Marina levou os votos dos descontentes e decepcionados com os escândalos na candidatura governista. Mas será que no segundo turno os votos que foram para ela vão seguir este curso? E o PSDB, vai apelar novamente para mais escândalos? Por seu lado, o PV é um partido mais alinhado à direita. Já no primeiro turno, Gabeira e grande parte da sua direção estavam em aliança aberta com o PSDB. Agora, de cara manifestaram seu apoio ao tucano.
Marina pediu um tempo de 15 dias para se definir. E apesar de sua tendência ser de acabar assumindo uma posição neutra na contenda, suas origens são petistas. Há uma grande parte de setores daquele partido que tem simpatias por ela até hoje. Estão jogando com possibilidades. É o tal caso: “quem dá mais?” São cargos e muitos mais interesses em jogo nesta aliança da segunda volta das eleições.
Apesar das especulações é um pouco cedo para se chegar a conclusões. A verdade, no entanto, é que um futuro muito breve dirá. Por enquanto o certo mesmo é que deu coluna do meio!

A ilustração acima foi publicada no jornal O Dia do Rio de Janeiro. Afinal como são parecidos. E no caso, qualquer semelhança não é mera coincidência.

domingo, 3 de outubro de 2010

Pensatas de domingo

No último domingo, falei aqui em revolução. Falei tambem da insanidade que é tentar este caminho dentro do sistema e com os instrumentos que o próprio sistema oferece. Mais uma vez falei ainda do quanto o stalinismo desviou as ideias de Marx para um caminho desastroso. Aliás, há muito tempo defendo justamente a tese de que esta distorção aconteceu a partir de 1917 na Rússia.
A realidade é que precisamos voltar algum tempo na história para tentar compreender melhor toda esta questão.
Marx viveu no século XIX. O capitalismo se desenvolvia de vento em popa com a classe burguesa no poder. Aparentemente o novo sistema trouxe progressos incontestáveis e maravilhosos. Como a máquina a vapor, a eletricidade, o motor a explosão e tantos outros, que, com o passar do tempo tornar-se-iam um verdadeiro desastre para a humanidade, e que culminariam com a destruição da natureza com que hoje convivemos, passados mais de dois séculos do início da revolução industrial.
Porem o sistema carregava em seu bojo aquilo que Marx determinou como a sua antítese: o proletariado. Acontece que o filósofo, mentor do Materialismo Histórico, viveu uma época de exploração abusiva por parte da burguesia. Para alem da extrema miséria das massas amontoadas em bairros sem a menor estrutura e higiene, do abuso sem freios do trabalho, inclusive o infantil, com jornadas de trabalho que alcançavam as 16 horas por dia... Ou mais.
A partir de 1917, quando os bolcheviques tomaram o poder na Rússia, e após a grande crise capitalista no final da década seguinte, a classe dominante cercou-se de alguns cuidados. Adotou a Internacional Socialista (II Internacional) e iniciou através de políticas social democratas reformistas alterações nas regras do sistema, tentando torna-lo mais “humano”. Na verdade era o medo, um pavor das consequências da revolução sobre as massas operárias de todo o mundo, que conforme previra Marx em seu “Manifesto Comunista” iria virar o planeta de ponta cabeça.
Mas o que Marx não podia prever em seu tempo era o posterior surgimento de uma aristocracia no seio do próprio proletariado. Uma camada privilegiada inserida na classe presumivelmente revolucionária. E muito menos que esta aristocracia iria se expandir progressivamente chegando ao ponto de, em finais do século XX, a classe operária não poder mais ser considerada um instrumento de derrubada da burguesia e, portanto, do capitalismo. O sistema minou e “comprou”aqueles que iriam substitui-los no poder de uma forma sutil e venenosa.
Chegamos ao ponto de perguntar: se vai haver alguma revolução, como será então? Quem a comandará? Ora, alguns pensadores já a partir da Escola de Frankfurt, principalmente Herbert Marcuse preocuparam-se um tanto com o fato chegando a apontar o lumpesinato e outros setores marginalizados da sociedade neste papel. Mas a verdade é que não há uma saída lógica nos dias em que vivemos. O fato é que apesar de o sistema estar falido, e, ao que parece, não ter muito o que oferecer alem do consumismo e da destruição do próprio planeta, está incólume e soberano já que nada se lhe opõe.
Voltemos a Marx. Creio que ninguem analisou e criticou o capitalismo como ele. O problema é que seus seguidores oficiais, oportunisticamente não ofereceram uma continuidade ao seu pensamento a partir das mudanças do próprio capitalismo em sua evolução. A burocracia soviética o estacionou de uma forma mecânica e rudimentar. O “marxismo oficial” tornou-se medíocre. Tão medíocre quanto aqueles que o manipulavam; e despencaram com a queda da chamada cortina de ferro.
Por seu lado o próprio pensador não enxergara que o capitalismo ao revirar e revolver a Terra sem limites, surgira para progressivamente destrui-la, realidade que no distante século XIX era de difícil avaliação.
Respostas para isto ainda não surgiram em definitivo, mas estão a ensaiar os seus passos na própria luta pela preservação da vida. O fato é que no decorrer da história deste século, se a raça humana não sucumbir nas mãos do capitalismo em sua sedenta (e sangrenta) busca pelo lucro a qualquer custo, surgirão caminhos, em que certamente, pelo seu valor histórico, estarão pesando muitas das valiosas ideias de Marx.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Crimes hediondos

“Médicos pesquisadores do governo dos Estados Unidos infectaram intencionalmente nos anos 1940 um grupo de 696 cidadãos da Guatemala com gonorreia e sífilis para a realização de estudo sobre a eficácia de medicamentos. A denúncia foi feita por Susan Reverby, pesquisadora do departamento de estudos de saúde da mulher da Faculdade Wellesley, estado de Massachusetts.” (1)
....
Quê que é isso minha gente?! Falou-se tanto dos crimes nazistas usando cobaias humanas... E aparece uma notícia dessas?
Imagino o quanto foi disseminado este tipo de experiência aqui no quintal dos Estados Unidos ao sul do Rio Bravo. Quantos de nós americanos fomos exterminados por estadunidenses em suas pesquisinhas?!
Ficam apenas as perguntas no ar.

(1) Texto extraído do UOL (01/10/2010 - 11:17 Daniella Cambaúva Redação)