O pior não é o desastre. O pior mesmo é a miséria.
Quando assistimos o que se passa no Haiti, constatamos que, infelizmente, não podemos impedir as forças da natureza em suas manifestações. Mas o que dói, no fundo da gente é presenciar que o que acontece naquele país é consequência direta da pobreza extrema em que se encontra. Da total falta de recursos e possibilidades para se levantar e se reconstruir.
É a nação mais pobre da América. Seus índices de miséria absoluta se aproximam de alguns dos piores países africanos. Uma história amarga, banhada em sangue por ditaduras cruéis e difíceis de imaginar possíveis. Os Duvalier (Papa Doc e Baby Doc) foram recentes. E estão em nossa memória a repressão e o terror imposto por sua cruel polícia, os Tontons Macoutes, cuja tradução mais literal é bichos papões.
Mas, no passado este pobre país já passou por outros governos tão violentos quanto estes. De 20 governantes do século XIX a início do XX, dois terços foram assassinados ou depostos. Sofreu uma intervenção militar por parte dos EUA durante mais de 15 anos na primeira metade do século XX. Hoje é uma nação sem governo (mesmo antes da tragédia), que sofre uma intervenção estrangeira para manter partes beligerantes um pouco mais distantes de um conflito aberto.
Por acaso um terremoto de tais proporções atingiu este paupérrimo país. É o cumulo do absurdo e da infelicidade. Corpos se estendem pelos escombros. As operações de resgate são feitas à mão, sem equipamentos... Uma tarefa árdua e quase impossível. E enquanto isso, a imprensa burguesa apenas explora o sensacionalismo e o sentimentalismo barato e lacrimogêneo para depois relegar tudo ao que sempre foi, mantendo o status quo vingente.
Daí, repito, o pior não é o desastre. O pior mesmo é a miséria. No cu do mundo.
Quando assistimos o que se passa no Haiti, constatamos que, infelizmente, não podemos impedir as forças da natureza em suas manifestações. Mas o que dói, no fundo da gente é presenciar que o que acontece naquele país é consequência direta da pobreza extrema em que se encontra. Da total falta de recursos e possibilidades para se levantar e se reconstruir.
É a nação mais pobre da América. Seus índices de miséria absoluta se aproximam de alguns dos piores países africanos. Uma história amarga, banhada em sangue por ditaduras cruéis e difíceis de imaginar possíveis. Os Duvalier (Papa Doc e Baby Doc) foram recentes. E estão em nossa memória a repressão e o terror imposto por sua cruel polícia, os Tontons Macoutes, cuja tradução mais literal é bichos papões.
Mas, no passado este pobre país já passou por outros governos tão violentos quanto estes. De 20 governantes do século XIX a início do XX, dois terços foram assassinados ou depostos. Sofreu uma intervenção militar por parte dos EUA durante mais de 15 anos na primeira metade do século XX. Hoje é uma nação sem governo (mesmo antes da tragédia), que sofre uma intervenção estrangeira para manter partes beligerantes um pouco mais distantes de um conflito aberto.
Por acaso um terremoto de tais proporções atingiu este paupérrimo país. É o cumulo do absurdo e da infelicidade. Corpos se estendem pelos escombros. As operações de resgate são feitas à mão, sem equipamentos... Uma tarefa árdua e quase impossível. E enquanto isso, a imprensa burguesa apenas explora o sensacionalismo e o sentimentalismo barato e lacrimogêneo para depois relegar tudo ao que sempre foi, mantendo o status quo vingente.
Daí, repito, o pior não é o desastre. O pior mesmo é a miséria. No cu do mundo.
4 comentários:
Ontem fiquei enojada com o Jornal Nacional falando sobre o Haiti e explorando apenas sensacionalismo e uma "piedade" gratuita que bate com a tua descrição do papel da imprensa marrom nestes acontecimentos.
Aliás este ano está um prato feito para eles.
Sim, o sensacionalismo é ostensivo.
Quanto à "piedade" ela não é tão gratuita assim, mas é piegas e inconsequente. Quer dizer não vai dar me nada... Absolutamente nada.
O terremoto do Haiti, dentro de alguns dias entrará no esquecimento assim que houver outra matéria que a substitua em desgraças ou escandalos.
E o pior, Senhor Olivieri, é que a imprensa burguesa não se refere ao período ditatorial do Haiti. Em particular à monstruosa besta fera Papa Doc e seus Tontons Macoutes, substituído, quando a Implacável veio lhe buscar para o inferno das almas (se é que ele existe) pelo abestalhado e débil mental Baby Doc.
Sim, é a miséria mesmo. Graham Greene tem um livro, 'Os comediantes', que relata a tragédia da ditadura de Papa Doc. Depois foi transformado em filme com Richard Burton e Elizabeth Taylor.
E Duvalier nós nos lembramos porque vivemos o seu tempo e acompanamos os relatos.
Mas Haiti tem uma história repleta de ditaduras terríveis.
"Os Comedientes" é um filme excelente. Asiti pela primeira vez em São Paulo. Mas o vi mais de uma.
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