domingo, 13 de maio de 2012

Pensatas de domingo


Mais de uma vez recebi nesta última semana telefonemas e mensagens no meu correio eletrônico comentando a vitória de François Hollande (Partido Socialista) sobre Nicolas Sarkozy como se fosse uma grande conquista da esquerda!
Gente, o que houve ali até foi mesmo uma vitória da esquerda sobre a direita. Mas, notem bem, no âmbito da direita... Para ser mais claro é algo como se os democratas vencessem uma eleição nos EUA. Em outras palavras, em essência não muda nada. Apenas algumas medidas pró ou anti “assistência social” modificam-se para mais ou para menos.
E isto era o que estava a apavorar a população francesa após as medidas de austeridade de Sarkozy tomarem um certo peso. Perder certas regalias e conquistas como uma boa aposentadoria e outras benesses sociais seria de fato um retrocesso que fez o eleitor se inclinar pelo voto no socialista.
Fora isso... Como disse aqui quando da eleição de Obama nos EUA, tambem agora não espero muito do novo governo de “esquerda” prestes a se instalar no poder... Fora discurso e medidas de fachada. Como historicamente sempre comprovou a social democracia.

E a CPI do Cachoeira? Como numa cascata foram sendo arroladas mais e mais personalidades do mundo político nacional numa progressão assustadora. Se é que possa haver alguma coisa que ainda assuste na vida política deste país.
O pior mesmo é a “cêra” para de fato se iniciar o tão decantado inquérito do bicheiro. Existem mais partidos envolvidos do que imagina a nossa vã filosofia. Daí... É o tal caso: ”se correr o ‘bicho’ pega, se ficar o ‘bicho’ come!”

O presidente grego, Karolos Papoulias, deu início neste final de semana ao último esforço para tentar formar um governo de coalizão. Com o seu fracasso, a Grécia não terá alternativa senão convocar novas eleições.
Enquanto isso o ministro das Relações Exteriores alemão, Guido Westerwelle, advertiu que a ajuda da UE (União Europeia) à Grécia poderá ser suspensa se esse país interromper o processo de reformas e descumprir os compromissos adquiridos. Tá feia a coisa na ponta mais pobre da Europa “unificada”.

Saiu na mídia que mais de 24% dos presos no Brasil estão ligados ao tráfico. Coi de loco!

E por falar em mídia, um movimento (minimamente divulgado) é o da “Primavera Global” que está a começar a partir de hoje e se estende até terça feira em várias cidades e países de todos os continentes.
Em Portugal, por exemplo, num ato de incitamento à "desobediência civil", o denominado Grupo de Transportes dos Indignados de Lisboa desafia a que, entre os dias 12 e 15 de maio, se viaje nos transportes públicos sem pagar.

Uma ação assim, a Occupy espalhou-se espontaneamente no ano passado por inúmeras cidades dos Estados Unidos. Mudou radicalmente o discurso e fustigou a elite econômica com sua desafiante defesa das maiorias. Foi, para Noam Chomsky, “a primeira grande resposta pública a trinta anos de guerra de classes”. Em seu livro mais recente, Occupy, Chomsky debate os principais temas, questões e reivindicações que estão levando cidadãos comuns a protestar. Como se chegou a tal ponto? De que modo o 1% de mais ricos influencia as vidas dos outros 99%? Como se pode separar Política de Dinheiro? O que seria uma eleição genuinamente democrática?

Há pelo menos duas formas de enxergar a conferência Rio+20, que começa em pouco mais de um mês.
Uma delas é preparar-se para denunciar seu provável “fracasso”. Ao terminar o encontro, em 22 de junho, os chefes de governo terão desenhado um plano para deter o aquecimento global ou as diversas formas de devastação da natureza? Em quase todo o mundo, a política institucional está cada vez mais amarrada aos grandes negócios e capitais. Estes buscam valorizar-se ou por meio dos circuitos financeiros, ou dos velhos padrões de “desenvolvimento”. Sua lógica é o lucro máximo: não inclui buscar novas relações, sustentáveis e harmônicas, entre ser humano e natureza.
Por isso, a mera denúncia é radical apenas na aparência. Ela permite apontar culpados, mas não ajuda a deter o crime. Durante alguns dias, a grande exposição do evento na mídia garantirá algum alarido e desgaste dos governantes insensíveis. Depois a rotina das relações de produção e consumo atuais voltará a se impor.

A exemplo da Lei da Ficha Limpa, a campanha SUS+10 pretende coletar a assinatura de 1,5 milhão de brasileiros em pelo menos cinco estados para endossar um projeto de lei de iniciativa popular que obrigue o governo federal a destinar 10% de suas receitas brutas no Sistema Único de Saúde (SUS). O valor representa algo em torno de R$ 33,5 bilhões a mais no orçamento do Ministério da Saúde. Neste ano, a pasta sofreu contingenciamento de R$ 5 bilhões, ficando com R$ 72,1 bilhões.

A presidente Dilma Rousseff anunciou nesta quinta feira (10) os sete integrantes da Comissão da Verdade que investigará crimes políticos nos chamados “anos de chumbo”.
Foram designados: Cláudio Lemos Fonteles, ex procurador geral da República; Gilson Langaro Dipp, ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ); José Carlos Dias, ex ministro da Justiça; o jurista José Paulo Cavalcante Filho; a psicanalista Maria Rita Kehl; o professor Paulo Sérgio de Moraes Sarmento Pinheiro, que participa de missões internacionais da Organização das Nações Unidas (ONU), inclusive a que denunciou recentemente violações de direitos humanos na Síria; e a advogada Rosa Maria Cardoso Cunha – que defendeu a presidente durante a ditadura militar.
Os nomes dos integrantes foram publicados no Diário Oficial da União (DOU) nesta sexta feira (11) e a Comissão deve ser instalada no próximo dia 16, às 11h, em uma cerimônia com a presença dos ex presidentes eleitos após a ditadura.

É importante tambem lembrar que dona Dilma vete o novo Código Florestal, que perdoa os latifundiários desmatadores, fruto do lobby da bancada ruralista.

3 comentários:

Joelma disse...

Gosto muito de suas pensatas com este formato de diversas questões.

André Setaro disse...

E o ataque de Dona Dilma ao 'system' financeiro em rede pública de tv na véspera do dia do trabalho?

Jonga Olivieri disse...

Dilma tem assumido algumas posições críticas quanto ao sistema financeiro no Brasil e no exterior.
Melhor do que nada!