domingo, 24 de março de 2013

Pensatas de domingo e a farsa de Obama em Israel


O presidente Barack Obama chegou na última quarta-feira a Israel para sua primeira visita oficial ao país desde que assumiu o poder, em 2009. O Air Force One, aeronave da presidência estadunidense, pousou por volta das 7h30m no aeroporto Ben Gurión, em Tel-Aviv. Obama havia visitado Israel em 2008, ainda durante a campanha eleitoral de seu primeiro mandato. O estadunidense dedicou seu primeiro dia de visita oficial a encontros com o presidente Shimon Peres e com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Naquela noite, Obama e Netanyahu concederam uma entrevista coletiva após uma reunião bilateral e antes de um jantar.
  
Aí começa a se estampar a grande farsa: a contradição entre o discurso e a prática de Obama. Era previsto e foi pequena a possibilidade de que Obama aproveitasse a viagem de quatro dias ao Oriente Médio para lançar uma proposta real pela retomada do processo de paz entre Israel e os palestinos. Apesar de retoricamente pronunciar em Jerusalém um discurso para jovens estudantes israelenses falando sobre o assunto, não propôs absolutamente nada!

Na verdade, o Irã foi o que dominou as conversações em Israel, diante das “suspeitas” ocidentais de que Teerã, segundo eles, está desenvolvendo uma arma nuclear sob a fachada de um programa atômico civil. Na realidade um grande pretexto para invadir e bombardear aquele país. Outro tema que ocupou sobremaneira as conversas foi o da guerra civil na Síria,dada inclusive a proximidade fronteiriça com o estado sionista.

Por outro lado, Obama conseguiu reaproximar Israel da Turquia, dois aliadíssimos dos EUA que estavam em rusgas.

Na semana passada, Obama disse à TV de Israel que seu objetivo era "escutar". Seguindo seu “roteiro turístico”, o presidente visitou na quinta-feira o Museu Nacional de Israel, antes de seguir para Ramallah, onde se encontrou com o presidente palestino, Mahmud Abbas, e o primeiro-ministro Salam Fayyad. Tambem sem propor nada, principalmente quanto à grave questão da invasão por Israel e as construções nos territórios palestinos. Resumindo, 80% dos israelenses entendem que com Obama, nos próximos quatro anos, não acontecerá qualquer avanço na questão com os palestinos.

Em meio a isso tudo os recentes acontecimentos de ataques a palestinos nos postos de controle militar, as demolições de casas e as prisões arbitrárias conduzidas por Israel são certamente escabrosas. Esta voluntária profanação dos pontos religiosos e da Mesquita de Al-Aqsa em particular foi violentíssima e omitida pela mídia internacional. Israel levou suas violações a novos níveis com uma torrente de incursões à Mesquita.

Não houve, entretanto, qualquer justificativa para a violência gratuita da semana passada, nem sequer ataques contra israelenses e suas propriedades. O único “crime” palestino foi o protesto contra o sacrilégio ao Corão por um soldado israelense, que foi filmado chutando o livro sagrado alguns dias antes. E Obama, como a mídia ocidental, tambem ignorou completamente o fato.

Para finalizar o “passeio turístico”, na sexta-feira, Obama depositou ramos de flores sobre os túmulos do fundador do sionismo, Theodor Herzl. Em seguida, foi ao Memorial do Holocausto, antes de seguir para a Cisjordânia, onde visitou a Igreja da Natividade, em Belém. À noite, Obama teve uma reunião com o rei Abdullah II da Jordânia, outro dos grandes aliados dos Estados Unidos na região. Antes de regressar aos EUA, na noite de sábado, Obama fez tambem, finalizando seu tour, uma viagem à famosa e bela Petra, uma cidade, como diz o seu nome, totalmente de pedra.

Durante o governo Bush, pelo menos era clara uma política de direita. O problema de Obama é que ele quer passar uma ideia de que é de esquerda e não é. Faz o jogo da direita sob uma máscara meramente marqueteira. Por isto mesmo é uma grande farsa, um engodo!

3 comentários:

Joelma disse...

Como você bem classificou, é um verdadeiro palhaço.

André Setaro disse...

O Bush escancarava as suas posições, como bem você diz, posições direitistas, homem mais afeito ao poder da riqueza e a sua proteção, mas Obama trabalha com panos quentes, disfarçando, na corda bamba, suas reais intenções e propósitos.

Mário disse...

E sou testemunha de que você acusa Obama de ser um embuste desde antes de sua primeira eleição. Parabens.