domingo, 3 de março de 2013

Pensatas dominicais




Algumas verdades sobre a renúncia de Bento 16

Os especialistas em assuntos do Vaticano afirmam que o Papa Bento XVI decidiu renunciar em março passado, depois de regressar de sua viagem ao México e a Cuba. Naquele momento, o papa, que encarna o que o diretor da École Pratique des Hautes Études de Paris (Sorbonne), Philippe Portier, chama “uma continuidade pesada” de seu predecessor, João Paulo II, descobriu em um informe elaborado por um grupo de cardeais os abismos nada espirituais nos quais a igreja havia caído: corrupção, finanças obscuras, guerras fratricidas pelo poder, roubo massivo de documentos secretos, luta entre facções, lavagem de dinheiro. O Vaticano era um ninho de hienas enlouquecidas, um pugilato sem limites nem moral alguma onde a cúria faminta de poder fomentava delações, traições, artimanhas e operações de inteligência para manter suas prerrogativas e privilégios a frente das instituições religiosas.

Segundo a revista italiana Panorama, o papa tomou a decisão de renunciar após conhecer o resultado de parte da investigação que havia ordenado para determinar como documentos pessoais dele acabaram nas mãos de jornalistas italianos e que escancararam a corrupção na Cúria. Na época, o caso foi apresentado como um ato isolado de um mordomo que queria expor a corrupção e alertar ao papa de coisas que ele não saberia. Mas uma investigação mais profunda entregue a Bento XVI no dia 17 de dezembro revelaria que a trama era bem maior.

"O relatório trazia uma imagem imperdoável da Cúria Romana", diz a revista. O resultado mostrou uma resistência generalizada contra as mudanças e à maior transparência exigida pelo papa. O roubo dos documentos poderia ter envolvido até 30 pessoas. Bento XVI teria ficado tão impressionado com o resultado da investigação que apenas comentou o caso com seu irmão. A revista aponta como isso acelerou sua decisão de renunciar.

Outro segredo bem guardado: a casa onde ele vai morar no Vaticano após a renúncia já estava selecionada pelo próprio papa desde outubro, quando uma ordem de freiras foi retirada do local e uma reforma foi iniciada. Poucos sabiam para quem era a reforma.

2 comentários:

Joelma disse...

O Vaticano procura uma saída para continuar poder existindo. Será que vai conseguir?
Sei não!

Mário disse...

E qual a saída?