sexta-feira, 29 de março de 2013

Tornando mais clara a doença e a morte de Chávez


Hugo Chávez era um político que sabia como era odiado por Washington em todas as questões políticas ou econômicas. Ele tratou com seriedade as ameaças vindas dos presidentes Bush e Obama, do Departamento de Estado, da CIA e do Pentágono. Ele sabia muito bem que os serviços especiais do ocidente possuiam um arsenal diversificado de meios para liquidar fisicamente seus adversários.
Fidel Castro compartilhou com ele essa experiência em mais de 600 tentativas de assassinato contra ele cometidas pela CIA e a inteligência militar dos EUA. Até mesmo um número limitado de documentos secretos tornados públicos recentemente provam que não havia limite para os serviços especiais, que usaram inclusive atiradores de elite e veneno para cumprir esta tarefa.
O presidente e os serviços de segurança estavam preocupados com a propaganda ocidental maciça que “demonizava” Chávez, apresentando-o como uma ameaça “ao mundo livre”.
No período entre 2009 e início de 2010, a missão de eliminar Chávez estava na lista de prioridades da inteligência dos EUA. Os métodos tradicionais, por exemplo, assassinatos cometidos por pessoas dementes, queda de aeronaves, e afins, foram descartados. O uso de venenos conhecidos também estavam fora de cogitação. Houve muitos casos de líderes latinoamericanos que foram neutralizados dessas maneiras.
Portanto, a contaminação que levou a uma doença incurável foi escolhida como a forma de se fazer o trabalho. Experimentos para obtenção de crescimento canceroso haviam sido conduzidos nos EUA por pelo menos 40 anos. Os laboratórios situados em Fort Detrick, Maryland, realizam pesquisas clandestinas sobre armas biológicas. O Laboratório Nacional de Pesquisa do Câncer, que funciona sob a supervisão da CIA e do Pentágono, é um exemplo disso. Como fontes da internet relataram, um programa especial do vírus do câncer foi desenvolvido com sucesso ali. O acesso ao DNA faz com que o vírus seja personalizado e mais eficaz. Isso nos remete a um documento publicado no WikiLeaks, com instruções do Departamento de Estado para a embaixada dos EUA no Paraguai para furtivamente obter DNA dos quatro candidatos à presidência. O documento menciona os quatro candidatos, mas o real interesse estava no candidato de esquerda Fernando Lugo, um aliado em potencial de Hugo Chávez. Dois anos após a eleição, Lugo adoeceu com câncer linfático, uma forma mais branda do que a que o falecido Chávez desenvolveu. Ele teve que vir ao Brasil para tratamento, enquanto o vice-presidente Federico Franco, o filho favorito da CIA e do Departamento de Estado, governou o país.
A epidemia de câncer na América Latina se espalhou acometendo presidentes de esquerda, fato que não poderia passar desapercebido. A morte de Hugo Chávez demonstrou as implicações que podem se seguir. Para quem não está convencido de que os EUA estão envolvidos em uma limpeza, tentando se livrar de líderes hostis, basta lembrar o destino de muitos políticos influentes em muitas regiões de importância estratégica.
Chávez advertiu sobre isso. Para ele, os Estados Unidos eram "um império do mal", um agressor, um Estado terrorista constantemente travando guerras para conquistar territórios ricos em recursos. Ele conclamou seus colegas na América Latina e Caribe para a criação de alianças com “força” para conter a política dos EUA. Ele pagou caro por isso. A liderança da Venezuela e os principais líderes da América que mantinham relações amigáveis com Chávez, não acreditam que ele tenha morrido por causas naturais. Os palpites de que tenha sido uma operação especial são expressos cada vez mais frequentemente.
No dia da morte de Chávez, o vice-presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse em um discurso à nação que "não há dúvida de que a saúde do Comandante Chávez foi atacada pelo inimigo". Ele disse que haviam bases sólidas para o lançamento de uma investigação. Segundo ele, "não há nem uma dúvida e, no momento adequado, vamos convocar uma junta médica para confirmar que Chávez foi atacado". Ele ligou o caso de Chávez ao caso do líder da Frente de Libertação da Palestina, Yasser Arafat, cuja morte, disse Maduro, foi causada por envenenamento pelos israelenses. De acordo com resultados de pesquisas de laboratório realizadas no Instituto de Radiophysique, em Lausanne, Suíça, Arafat foi envenenado por polônio-210.
Nicolás Maduro disse que foram coletadas amostras de tecido de Chávez para se fazer um diagnóstico. Sem revelar o nome do paciente, as amostras foram enviadas para o Brasil, China, Rússia e até mesmo os EUA. A resposta foi a mesma, as células cancerígenas têm características especiais, como intensidade incomum de propagação e multiplicação nunca antes encontrados na prática médica.

4 comentários:

Joelma disse...

O problema de Chavez é a imagem dele que foi tão distorcida, tão desgastada que as pessoas no fundo não dão a real importância a sua morte.
Mas eu não tenho a menor dúvida que os EUA mataram ele.

@Reginacelia disse...

Excelente reflexão, eu sempre tive essa impressão. A questão é que, além da demonização, os EUA encamparam uma campanha de descrédito contra Chávez. Uma grande perda para a América Latina.

Mário disse...

Isto tem que vir à tona, como disse Nicolás Maduro com muita seriedade.

André Setaro disse...

Então, Chavez morreu de ''morte matada'', como se diz nos confins da Bahia.