Crianças palestinas oram e choram, desprotegidos frente à violência do neofascismo sionista |
Por Jorge Vital de Brito Moreira
Nos dias 26 e 27 de dezembro
de 2016 (nas manhãs seguintes ao suposto dia do nascimento de Jesus Cristo numa
província do Império Romano) decidi ligar nosso televisor nos principais canais
de TV da mídia corporativa dos EUA (FOX
News, CNN, MSNBC, Headline News) para assistir às noticias e observar os
tipos de comentários que eles emitiam sobre a decisão da administração de
Barack Obama (presidente do Império Estadunidense), de abster-se de bloquear no Conselho de Segurança da ONU a “Resolução 2334” que condena a expansão dos assentamentos de Israel
nos territórios palestinos ocupados (1)
Como informei num texto
recente para Novas Pensatas, esta é a primeira vez que o atual governo de Barack
Obama decidiu enfrentar-se politicamente à sistemática humilhação que o governo
sionista e racista de Benjamin Netanyahu vem infligindo ao presidente dos EUA
durante os oito anos de sua administração governamental.
Mas, como fui capaz de me
antecipar (devido ao prévio conhecimento que adquiri lidando com a grande mídia
estadunidense), os canais de TV atacaram dura e impiedosamente a decisão do
governo do presidente Obama de abster-se de bloquear a “Resolução 2334”. Assim,
os apresentadores, comentaristas e analistas de TV, políticos, diplomáticos e
fanáticos representantes do lobby American Israel Public Affairs
Committee (AIPAC),
todos eles, opinavam furiosamente e tomavam
partido a favor do “apartheid israelense”:
a favor da sistemática invasão e ocupação dos territórios palestinos, realizada
desde 1967, pelos colonizadores de Israel.
Todos os críticos (mas,
sobretudo aqueles que trabalham para FOX
News), vomitavam furibundos slogans
contra o governo estadunidense ao tempo que manifestavam seu apoio
incondicional ao discurso raivoso e desequilibrado, de Benjamin Netanyahu contra o presidente Barack Obama,
identificando o como um “traidor” da amizade, dos valores e dos interesses de
Israel. Por seu lado, tanto o supremacista e racista Donald Trump (o eleito
presidente republicano dos EUA) como senadores republicanos e senadores
democratas pró-Netanyahu engrossavam o coro dos descontentes que atacavam como
traição a falta do veto da administração de Barack Obama para parar a “Resolução
2334”.
O mais interessante é que
nos dias 26 ou 27 de dezembro, enquanto assistia os ataques contra o governo de
Obama, eu não escutei nenhuma menção (por parte dos críticos na mídia
corporativa) ao destacado fato de que países como Inglaterra e/ou França
(tradicionalmente considerados grandes amigos de Israel) também não vetaram a
“Resolução 2334” no Conselho de Segurança da ONU.
Tampouco escutei nenhuma
menção ao fato de que o governo de Obama, durante os oito anos no poder, sempre
tinha estado do lado de Israel como sucedeu em 2011, quando Obama vetou uma
resolução semelhante do Conselho de Segurança que teria condenado a construção
de assentamentos por parte de Israel.
Porém, a abstenção dos
Estados Unidos na votação na sexta-feira continuou recebendo ataques de muitos
legisladores democratas e republicanos, tais como o ataque do próximo líder da
minoria do Senado para o Partido Democrata, Chuck Schumer, de Nova York, e o
ataque do senador Lindsey Graham da Carolina do Sul que agora está ameaçando de
cortar o financiamento dos EUA para as Nações Unidas.
Tampouco, assisti na mÍdia
corporativa dos EUA ou dos políticos pró Netanyahu nenhuma menção à escandalosa
ajuda militar (no valor de US$ 38 bilhões de dólares) que Israel obteve
recentemente do presidente Barack Obama para continuar expandindo a capacidade
destrutiva de Israel e prosseguir enriquecendo o capital judáico ligado ao Complexo
Industrial Militar estadunidense (2). Nem escutei nenhuma referência ao fato de
que Israel, com a ajuda dos EUA, é o único estado no Oriente Médio que já
possui mais de 100 bombas nucleares instaladas na região (3).
Apesar dos oito anos de
apoio do governo de Obama às politicas genocidas de Israel contra a população
palestina, o primeiro ministro, Benjamin Netanyahu, nazista por excelência, usou da sua conhecida retórica
terrorista para denegrir histericamente qualquer autoridade (começando
imediatamente a lançar injurias ao presidente Barack Obama, chamando-o de
traidor), qualquer nação, comunidade ou instituição que contrarie as suas
ambições colonialistas, declarando como “vergonhosa a resolução da ONU”, acrescentando
ainda que o Estado de Israel não acataria a resolução.
Mas como todos sabemos, não existe
nada de novo na declaração de Netanyahu, pois o Estado sionista de Israel
continua fazendo a mesma coisa (não acatar as resoluções da ONU sobre os
territórios palestinos) desde a primeira “Resolução
242” do Conselho de Segurança da ONU
(em 1967) até os nossos dias deste fim de ano de 2016.
Ainda que possamos entender
o fato de que muitos estadunidenses fiquem surpreendidos e/ou revoltados com a
traição dos grandes canais de TV da mídia corporativa dos EUA ao apoiar os
interesses de um pais estrangeiro (Israel) contra os interesses dos EUA, este
fato também revela que ainda existe uma grande ingenuidade por parte dos
estadunidenses ao esperar que a mídia corporativa capitalista seja capaz de
trabalhar para defender os interesses políticos dos EUA, contra os interesses
políticos de Israel. Sem dúvida, nós também ficaríamos surpreendidos com a
traição da mídia coorporativa estadunidense, se não soubéssemos, faz muito
tempo, que os grandes jornais (como Washington
Post, New York Times e outros),
que os poderosos canais de TV (como Fox
News, MSNBC, CNN e outros), e que Hollywood (a mais influente indústria de
diversão do planeta) são controlados pelo capital financeiro judáico-sionista
que impera nos EUA.
Na quarta feira, dia 28 de
dezembro, mesmo nauseado com tanta intriga, decidi ligar os canais
estadunidenses de TV referidos, para escutar a resposta de John Kerry, o
secretario de Estado dos EUA, às criticas furibundas de Netanyahu e de todos aqueles que apoiam irracionalmente as
demandas do estado terrorista de Israel. Em Washington, o secretario John
Kerry, respondeu criticando o governo de Israel e disse no seu discurso que a
implacável expansão dos assentamentos judaicos na Cisjordânia ocupada, ameaçava
a democracia em Israel e destruía as chances de alcançar uma solução de dois
Estados com os palestinos.
No entanto e mesmo com as
críticas acertadas (porém tardias), de John Kerry, tanto ao governo terrorista
de Netanyahu quanto à mídia
corporativa dos Estados Unidos, nada mais parece indicar que o demagógico
governo de Barack Obama seja capaz de ir além da abstenção dos EUA para punir
Israel. Punir Israel, não somente por dirigir e controlar a política americana
na região durante os oito anos de humilhação do governo de Obama, mas também
para entorpecer as vitórias do Partido Republicano no Congresso, no Senado, na
Suprema Corte de Justiça e à presidência dos EUA. Para realizar esta politica,
Obama acabou de inventar uma escabrosa difamação política com a finalidade de
denegrir a vitória de Donald Trump. Assim, tudo parece indicar que a sua recente
retórica, acusando a Rússia pela derrota do Partido Democrata nas eleições,
junto à sua decisão de expulsar os diplomatas russos do país (4), não passa de
mais uma nova desculpa (para encobrir a derrota dos ianques na guerra
terrorista na Síria) e o mesmo velho mecanismo autoritário para atropelar a
ascensão de Donald Trump como legitimo vencedor à presidência dos Estados
Unidos.
Mas apesar do labiríntico e
alucinante jogo político entre os chefes de governo dos EUA, de Israel, da ONU e
da Rússia, deveremos seguir lutando em 2017 para rejeitar Israel (como todos os seus aliados e cúmplices ocidentais)
em relação a todas as suas políticas, ações, acusações e desculpas pelos crimes
cometidos contra o povo palestino.
NOTAS
1)
Para os leitores mais jovens, gostaria
de informar que os territórios
palestinos ocupados e colonizados por Israel são áreas que foram
capturadas por Israel à Jordânia e à Síria,
durante a “Guerra dos Seis Dias” (junho de 1967). Os territórios palestinos
ocupados por Israel são Cisjordânia, Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental.
Atualmente, há mais de
seiscentos mil judeus ocupando terras palestinas mas o
governo de Netanyahu, apesar da oposição mundial, insiste em prosseguir na
construção de mais bairros judaicos além das fronteiras estabelecidas pela
Resolução 242 (de 1967) do Conselho de Segurança da ONU. Como sabemos, o
governo Netanyahu esta(va)
programando construir mais de cinco mil casas para assentar
aproximadamente quinze mil judeus
em terras palestinas, tanto em Jerusalém
como em outros locais.
2) Ver o artigo “EUA fecham acordo de ajuda militar para Israel no valor de US$ 38 bilhões”. http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2016/09/1813280-eua-fecham-acordo-de-ajuda-militar-para-israel-no-valor-de-us-38-bilhoes.shtml
Ver também o artigo “U.S. Finalizes Deal to Give Israel $38 Billion in Military Aid”. Aid. http://www.nytimes.com/2016/09/14/world/middleeast/israel-benjamin-netanyahu-military-aid.html?_r=0
3) Conforme a
informação oficial do ex-presidente James Carter. Ver “Jimmy Carter: Israel's Apartheid.”
Vídeo da entrevista a MSNBC a propósito de seu livro sobre a segregación racial
por parte dos judeus sobre a população palestina:
https://www.youtube.com/watch?v=Xscq2nIKLH
https://www.youtube.com/watch?v=Xscq2nIKLH
4) É impressionante que depois do fiasco causado pelas noticias mentirosas sobre as Armas de Destruição Massivas (WMD) de Saddam Hussein e do Iraque, a mídia corporativa dos EUA continue a propagandear noticias tão perigosas, sem as provas suficientes para fundamentar as graves acusações como a que atualmente atira contra a Rússia do presidente Vladimir Putin.
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2 comentários:
Bem amigo, andei fora do ar. E fora da "civilização", poder-se-ia dizer, pois fui fazer um trabalho em Roraima. Olha, quando falamos em Imperialismo comprovamos ali o significado do domínio ianque na AL. Têm regiões onde se fala o inglês, quase como língua oficial, e os que não falam aquela língua são barrados por seguranças particulares (onde estaria o exército brasileiro?) em determinados locais e horários. Algo extremamente suspeito
Na realidade os interesses econômicos dos países (ditos)- desenvolvidos põem a Amazônia sob constante ameaça de internacionalização e para que isso não venha a se concretizar, o Brasil precisaria tomar medidas urgentes e estratégicas. Atenta a esses movimentos, a "Seccional Rondônia da Ordem dos Advogados do Brasil" (OAB) elege a priorização da educação dos povos da floresta como fator primordial na manutenção da soberania e na preservação dos recursos naturais. A informação é do presidente da OAB Rondônia, advogado Hélio Vieira.
Este aponta a educação como uma das garantias da soberania nacional sobre a região. Segundo ele, sem educação, o povo que habita a Amazônia é facilmente enganado por estrangeiros que buscam usurpar tesouros da fauna e da flora brasileira. O acesso ao conhecimento pode inclusive diminuir o número de queimadas e derrubadas na região, proporcionando maior preservação da floresta tropical, explicou.
Para exemplificar o inegável interesse dos Estados Unidos sobre a floresta amazônica, lembra-nos o advogado que já no ano de 1850 o governo norte-americano suscitou a ideia de criar uma região (na Amazônia) como colônia para onde seriam enviados cerca de dois milhões de negros alforriados. Foi a Guerra da Secessão que atrapalhou os planos do governo dos EUA. E, de toda sorte, os negros americanos se recusaram a deixar os Estados Unidos para habitarem uma região remota, inóspita e desconhecida, observam historiadores.
Desculpe não comentar a postagem, mas fiquei tão chocada com tudo isso que tinha que escrever aqui sobre o fato!
Fiquei de voltar e cá estou euzinha de volta.
Olha, nesta postagem o Professor Jorge Vital de Brito Moreira aborda uma das mais polêmicas questões dos tempos atuais.
A verdade é que os EUA e Israel têm uma aliança (macabra) em deter o desenvolvimento das populações arábicas, estas sim, as legítimas donas do pedaço. E não há racismo ou qualquer outro tipo de preconceito quando afirmo isto! Os hebreus abandonaram a região e espalharam-se mundo afora até o surgimento do Sionismo, fundado pelo austríaco Theodor Herzl em finais do século XIX, que ganhara força após o famoso "caso Dreyfus".
Mas a realidade é que a fundação do Estado Judáico só foi possível graças à revolução no Egito e a ascensão de Nasser ao poder.
E aí entram os Estados Unidos. Por que? Guerra Fria meu nêgo! Gamal Abdel Nasser era superligado à URSS, que na época financiava a construção da represa de Assuã. E foi ele (Nasser) quem nacionalizou o Canal de Suez.
A aliança entre os EUA e Israel surgiu assim como um freio à influência "comunista" no Oriente Médio!
Agora, Obama... este foi o maior enganador da história recente dos EUA. Puro marketing, o agora quase ex-presidente apenas representou tudo o que não era. Uma espécie de "sim, nós podemos... enganar" (risos)
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