quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Números velados

Curiosas as cifras referentes ao total de soldados ianques que tombaram no Afeganistão. E digo isto porque andei a procurar tais números e somente aparecem 297, o total deste ano, quando, na realidade os EUA estão lá desde 2001. E os outros, onde foram parar?
Talvez a contagem no Iraque, bem mais aberta tenha influenciado um comportamento cauteloso das autoridades daquele país, mas a verdade é que os números são difíceis de encontrar. O fato é que em determinada matéria encontrei um total de 5.000, mas refere-se de forma não determinada às frentes no Iraque e no Afeganistão.
Outrossim, em outubro deste ano morreram 24 soldados dos EUA em apenas 48 horas. Alguns setores da imprensa referem-se ao mês como “outubro negro”, pois certamente que o restante das horas daquele mês supera este número. O recorde anterior, de 51 soldados, era em agosto passado.
Enquanto isso, Obama está a tentar cumprir a sua promessa em campanha eleitoral de reforçar o número de soldados no Afeganistão, que hoje está em torno de 68 mil. Sabe-se que o general Stanley McChrystal, chefe das forças estadunidenses naquele país solicita cerca de 40 mil, o que levaria à assustadora presença de mais de 100 mil...
E Alexandre (o Grande), com quantos mil guerreiros invadiu o Afeganistão? Ou a Rainha Vitória? Ou ainda mais recentemente a União Soviética? Os Estados Unidos já deram um verdadeiro vexame no Vietnam. Mas a história é irônica e nem sempre os teimosos aprendem com ela. Por enquanto, números confusos – velados mesmo –, tentam esconder uma realidade, mas o certo é que também está comprovado que o número de suicidas nas tropas ianques é altíssimo.

4 comentários:

André Setaro disse...

O patriotismo, é bom que se veja, anda mal das pernas. Antigamente, os cidadãos faziam questão de ir para a guerra defender e lutar pela sua pátria. Ao contrário dos dias atuais, quando os americanos preferem não ir para o 'front'. E se vão, vão tristes e acabrunhados. Lembro-me que, em 'A General', de Buster Keaton, o personagem feito por este brilhante comediante tenta por todos os meios se alistar para ir para o conflito bélico. Mas é recusado. Vergonha. Fica sem jeito para contar à namorada.

Outros tempos, Jaoli!

Jonga Olivieri disse...

Quando digo que a última "guerra justa" foi a segunda (1939/45), é porque de lá para cá todas teem sido visivelmente injustas.
No Vietnam já havia um número grande e suicidas entre as tropas ianques. Mas no Iraque e Afeganistão a coisa piorou ainda mais.
Falta de perspectiva em relação aos objetivos... Desmotivação por tratar-se de guerras cujo propósito não é claro, etc, são os fatores que determinam a atitude.

Ieda Schimidt disse...

Gostei demais do final desta tua postagem.
Será que após o vexame no Vietnam os EUA vão repetir no Afganistão?

Jonga Olivieri disse...

Tudo leva a crer...