domingo, 14 de fevereiro de 2010

Pensatas de domingo


Após as novas ofensivas no Afeganistão, a tendência é o aumento das baixas nas tropas ianques e da “coalizão” naquele país. Dito e certo. Até este sábado as baixas chegavam a um total de 70. Maior do que as ocorridas durante todo o ano entre 2001 e 2004 (veja quadro do iCasualties). É importante lembrar que ainda estamos na metade do segundo mês de 2010. E somente os estadunidenses somam 42 soldados mortos. Até ontem.
Coincidentemente, nesta última semana houve um forte ataque em massa na região de Marjah – no sul do país –, ainda dominada pelos Talebans, conduzido pelas tropas de Obama e seus “coligados”, acompanhados de forças nativas.

Falamos domingo passado de São Paulo, o “maior pinico do mundo”. Apesar de outros fatores influenciarem o fenômeno, sem dúvida que o crescimento assustador do número de veículos movidos a combustível fóssil tiveram uma importância significativa no acirramento do problema.
Referia tambem que a tendência acontece em outras capitais e cidades do país. Mas o mais curioso é que todas as capitais com aumento de frota superior à média estão fora do eixo Sul-Sudeste (1). Onze são do Norte ou Nordeste e são as que têm a pior renda. Teresina (a pior renda per capita do país), possui 10,6% mais carros do que tinha ao fim de 2008, ou 118,6 mil automóveis – um carro para cada seis habitantes.
O maior crescimento de frota durante a crise foi em Porto Velho, com expansão de 15,7%. Hoje são 59,7 mil carros nas ruas da cidade, um para cada seis habitantes.

Estive observando na TV algumas reportagens sobre o carnaval nos tradicionais centros em que acontece a festa que um dia foi popular e autêntica, e cheguei à conclusão de que a mais coerente mesmo ainda é a do Recife.
Os recifences e a população de Olinda ainda mantem alguma ligação com as suas origens. Na Bahia, os Mastodontes (ex-trios) elétricos e as ivetesangalos da vida, através do axé, acabaram com um carnaval que era original e divertido. Hoje, sobraram somente barulho e camarotes de luxo, deixando o povo na suadeira dos cordões empoeirados. Fazendo número para as câmeras... Apenas isto.
No Rio de Janeiro, nem se fala... Já é um caso perdido, apenas para inglês ver.

Falar em inglês e televisão, os Jogos Olímpicos de Inverno inauguram uma nova era no Brasil em matéria de transmissões exclusivas destas modalidades. Finalmente a Rede Globo, a famigerada herança viva da ditadura militar perdeu a exclusividade de transmissões, incluindo os Jogos de Inverno (Vancouver), inaugurados anteontem, os Panamericanos, as próximas Olimpíadas de Londres e até Rio de Janeiro. Ficamos livres tambem do “Chatão” Bueno e seus palpites estapafúrdios.
Pena que a Record (leia-se bispo Macedo) herdou o dito monopólio. Que fazer? Isto é Brasil. Aqui, os piores “tipos” dominam a comunicação de massa. Principalmente a televisiva. Caia em que mão venha a cair, não se tem muita esperança de uma mudança que signifique alguma melhora qualitativa.

Já no jornalismo impresso, a censura imposta ao Estadão a partir da iniciativa dos “honoráveis bandidos” (2), se aproxima dos 200 dias, pois hoje se completam 198.

Nota final: Este blogueiro se mantem no ar, apesar de cada dia que passa ter menos comentaristas em suas postagens, apesar de haver estacionado nos 20 seguidores. É tudo uma questão de persistir. E, de, apesar de tambem estar com menos tempo disponível, querer mantê-lo no ar. Nem que venha a ser apenas para um leitor. E mesmo que este leitor seja eu... E pelo menos como “Pensatas aos domingos”.
A propósito, tenho recebido no blogue uma série (grande) de mensagens insólitas, a misturar palavras em inglês, alemão, e outras línguas sem o menor sentido. Quero aproveitar para avisar o “comentarista” que pode continuar mandando porque não me custa nada recusá-las. Ou até, quem sabe, um dia desses publicá-las como exemplo. Ou seria um anti-exemplo?

A princípio, até o próximo domingo. Ou a qualquer momento em edição extraordinária.

(1) Fonte: Folha de São Paulo

(2) Título do livro de autoria do jornalista Palmério Dória (2009) que conta os bastidores do enriquecimento e tomada do poder pela família Sarney, e mostra os cenários e histórias protagonizadas por José Sarney, que foi presidente da República por acidente, e transformou o Maranhão no quintal de sua casa

9 comentários:

Ieda Schimidt disse...

As vezes vale a pena esperar uma semana para ler as tuas postagens.
Mas não te preocupe. São sempre menos os que comentam em relação ao número de leitores.

Jonga Olivieri disse...

Eu sei Ieda que você sempre está a companhar e comentar neste blogue.

André Setaro disse...

O livro de Palmério Dória é exemplar como uma investigação que desmascara o 'coronelete' travestido de democrata que um dia chegou a ser presidente da república do Brasil.

Mas mudando da água para o vinho, tenho, desde há um, dois meses, atrás, recebido também mensagens esquisitas em francês, inglês e até japonês. Mas as recuso na hora. O 'comentarista' perde tempo em postá-las. Recebi hoje uma que anuncia Viagra e dá o link referente. É o 'spam' a entrar no Blogspot.

Jonga Olivieri disse...

Este gaiato deve ser o mesmo. A de hoje (e havia) tambem fala em Viagra e tem um link. Já a havia recebido anteriormente.
Deve ser um sujeito que não tem o que fazer. Mas como você disse, ele que se dane.
Não li o livro de Palmério, mas muitas citações a ele. E acompanhei o "quebra-pau" que foi o seu lançamento em São Luis.

Jonga Olivieri disse...

Esqueci de dizer, André, que você é outro dos comentaristas frequentes e bem vindos.
E que me ajudam a prosseguir. Porque ninguem gosta de sentir-se flalando para as moscas...

André Setaro disse...

Na minha experiência de blogueiro, creio que a constância dos posts é que atrai os leitores. Tenho uma estatística, o Bravenet, que aponta os visitantes. Quando, por exemplo, fui ao Rio, e fiquei uma semana sem postar, os leitores diminuiram muito.

Jonga Olivieri disse...

Poda ser... Mas no de "casos" da propaganda, publico pouco e tenho sempre muitos comentários.

Stela Borges de Almeida disse...

Há na Carta Capital desta semana uma reportagem especial sobre as redes sociais, particularmente sobre o facebook, sob o título: O mundo nesta rede ( matéria de capa). Há também alguns textos em circulação na internet sobre a função dos blogs e formação das diferentes comunidades virtuais. Penso que este espaço deve prevalescer a despeito/ falta de respeito dos anônimos que por motivos que ignoro não sabem se expressar nem manter sequer um diálogo que dirá controvérsias. Dizendo isto para reafirmar que Novas Pensatas tem uma história e que me conste não me parece atrelada a modismos nem hedonismos. Vamos que Vamos!

Ah quase que ia esqueçendo de dizer, não me importa muito os seguidores, aliás parece coisa de seita fechada... Há alguns que lêem a informação e ficam em silêncio ( meditando se bebe água ou se prefere vinho) e jamais saberemos o que pensam sobre qualquer assunto( risos). Um grande abraço Jonga! Vamuquivamu!

Jonga Olivieri disse...

Você tem razão nas suas análises e conclusões, Stella. Achei demais o conceito de "seita"...
Vou continuando ou "indoqueindo" neste blogue, pois o considero importante para mim e os leitores que sei me acompanharem.
Tenho tido menos tempo e ânimo. Mas, creia, foi somente um desabafo numa pensata.
E... Vamuquivamu...