domingo, 28 de fevereiro de 2010

Pensatas dominicais

Vou começar a pensata de hoje com um assunto leve e engraçado. Uma historinha real que aconteceu com uma amiga de infância que sempre foi muito míope.
Acontece que a mãe dela começou a desconfiar do problema, e, um dia, no ponto do bonde resolveu fazer um teste.
- Mariana, qual o número do bonde que vem alí? Perguntou ela.
Mariana olhou, cerrou os olhinhos e respondeu que não podia ler. A mãe retrucou que lia perfeitamente e que era o 21.
Ela então observou à mãe que esta já era grande e enxergava melhor. E acrecentou:
- Quando eu crescer vou enxergar igualzinho a você...

“Batizado de Eytan (Forte, em hebreu) e desenvolvido em conjunto pelas Indústrias Aeroespaciais de Israel (Israel Aircraft Industries) e pela Força Aérea daquele país, uma aeronave sem tripulante, com 24 metros de comprimento e envergadura de 26 metros, tamanho comparável ao de um Boeing 737 e possui autonomia de voo de mais de 24 horas, o que lhe permite alcançar o Irã, inimigo assumido de Israel.”
Nestes termos foi anunciado o lançamento de uma arma mortífera. E ninguem diz nada, ninguém protesta. Pelo contrário, a imprensa estadunidense e de seus coligados reforça as notícias de que o Irã está a desenvolver mais intensamente suas pesquisas no campo nuclear. Em outras palavras, insinua “intensões” de uma bomba atômica naquele país, o que “justificaria” Israel de fabricar o avião.
Por enquanto a bomba iraniana está no mesmo patamar ficcional das famosas armas químicas de Saddam Hussein.
Mas será o Irã o único alvo do Eytan?

Falar em “guerras santas”, e atualizando dados (como venho fazendo nas últimas semanas), chegam hoje a 1.007 os estadunidenses tombados no Afeganistão. Somente os 61 de janeiro e fevereiro de 2010 já superam o número total de soldados e fuzileiros ianques mortos a cada ano entre 2001 (12) e 2004 (52).

A temperatura nas críticas ao metrô do Rio continua a aumentar desde o dia em que postei sobre o caso na última terça feira. Devido à superlotação dos vagões (sete pessoas por m2) e das estações, audiência na ALERJ (Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro) sugeriu fechar a venda de ingressos quando as estações estiverem superlotadas. A Opportrans alega que avisa os passageiros na entrada da borboleta. Ora, neste instante estes já compraram as passagens. Tem graça?
Outra coisa que está a se tornar insuportável e motivo de queixas frequentes é o defeito na aparelhagem de ar condicionado nos vagões, principalmente no “verãozão” brabo deste ano. Eu sou testemunha já tendo passado por isso.
A audiência na ALERJ teve momentos tensos. Doutor em engenharia de transportes, Fernando Mac Dowell chamou Joubert Flores (da concessionária) de mentiroso quando este explicava a junção de trilhos em “Y”. “Você não pode dizer que a chave de mudança de via é segura e pode evitar um acidente em caso de erro na sinalização, porque as maiores tragédias metroviárias do mundo foram causadas por falha nesta mesma chave”, garantiu (1).

A Opportrans mentiu em sua defesa ao declarar que “o metrô do Rio é o único no mundo com sistema de ar refrigerado”, quando existem diversos não só com refrigeração, como também calefação. Como o de Madrí, por exemplo.
A conclusão óbvia é que não se pode nem se deve privatizar um serviço de transporte de massas como o metrô. Isto deve ser uma responsabilidade pública sem fins lucrativos.

A crise das Malvinas agravou-se anos após a guerra com a Grã Bretanha em 1982. Aquela, motivada por militares de direita no poder naquele país platino como pretexto para enfrentar uma crise grave interna foi um verdadeiro desastre que deixou milhares de mortos.
Agora, diplomaticamente, a Argentina tem condições e respaldo para enfrentar os britânicos desde que estes começaram a explorar petróleo no arquipélago. Atividade não permitida pelos acordos internacionais.
Enquanto isto em reunião no México, países da América ao sul do Rio Bravo, finalmente decidiram criar uma organização de todos os países, excluindo os EUA e Canadá. Palmas para esta decisão!

E o jornal Estado de São Paulo? Chega a 212 dias de censura por causa dos Sarneys. Às vezes o Brasil parece deixar o terceiro mundo para entrar de cabeça no quarto.
Ou será este país um grande Maranhão?

(1) Fonte: O Dia Online

8 comentários:

André Setaro disse...

Vasto mundo, vasto mundo, se eu me chamasse Raimundo não seria uma solução. Sim, o páis parece ser, realmente, um grande Maranhão, o feudo de Sir Ney.E os americanos continuam a morrer no Afeganistão. Mas um império, como os Estados Unidos, tem que defender seus pontos estratégicos. Mas, com isso, não estou a defender a permanência das tropas no Afeganistão. Obama não podia mesmo mudar TODAS as regras do jogo.

Jonga Olivieri disse...

Mas seria uma rima.
Feudo de Sir Ney e seus asseclas. Isto é muito triste...
Obama caiu em popularidade porque está muito lento em mudar "regras do jogo" que poderiam beneficiar o povo estadunidense. Veja as reformas no campo da saúde... Tudo um fiasco, empacou em lobbys e negociações espúrias.
A grande mudança que seria um plano de saúde gerido pelo Estado e que freiaria a exploração nos demais já foi por águas abaixo. O resto é firula.
No Afeganistão... o império soviético já tombou por causa daquelas montanhas inóspitas. A Rainha Vitória empacou por ali. E até Alexandre da Macedônia, dito o Grande nada conseguiu por aquelas paragens.
Vamos aguardar.

Ieda Schimidt disse...

O metro do Rio está se tornando um caso muito, mas muito preocupante mesmo. Onde está o prefeito? E o Cabral?
O caso da tua amiguinha é muito engraçado.
E Israel pode ter tudo, inclusive a bomba. Imagina se este avião fosse iraniano?
Deixa pra lá, vivemos neste "grande Maranhão" e temos problemas bem mais graves.

Jonga Olivieri disse...

Este grande Maranhão é uma grande vergonha.

Stela Borges de Almeida disse...

Quando o diálogo começou, os marines estavam deitados, corpos colados num terraço. Eram duas da madrugada. Os minaretes iluminavam-se à luz intermitente dos bombardeios aéreos. Os foquetes voavam deixando uma rasteira de lampejos. Primeiro ouviram-se as vozes vindas das mesquitas, elevando-se acima do barulho da fuzilaria.

CRUZES!
Os americanos estão aqui.

Já assistiu o último filme da Katheryn Bigelow, que achou?

Jonga Olivieri disse...

Sei pouco sobre Katheryn Bigelow. Foi casada com James Cameron e deste filme "Estado de guerra" que ainda não assisti.
Mas obrigado pela dica. Vindo de sua parte é uma excelente indicação.

maria disse...

Estou em falta com este blog. Mas também voc~e tem escrito pouco e às vezes me esqueço de passar por aqui.
Mais uma pensata muito gostosa de ler.

Jonga Olivieri disse...

Obrigado Maria, mas realmente estou a publicar pouco, embora não tenha interrompido o blogue.
Mas aos poucos estou a tentar aumentar as postagens.
De vez em quando passe por aqui. Podem haver surpresas!