quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Um crime hediondo contra a humanidade!


A foto acima, de algo muito semelhante, foi tirada em um laboratório nazista
Ouvi a notícia ontem em um canal de TV. Procurei mais informações e encontrei esta publicada em outubro de 2010 na IstoÉ, com o título de “Indignação na Guatemala após notícia sobre cobaias humanas” que reproduzo abaixo e que provocou um “pedido de desculpas” formais por parte de Barack Obama em nome do governo dos EUA. Mas tanto tempo depois? Simplesmente porque somente foram confirmadas e divulgadas em outubro de 2010, e mesmo então, muito pouco difundidas pela grande mídia.

“Setores políticos e sociais da Guatemala reagiram com indignação neste sábado depois de ser revelado que cientistas americanos inocularam doenças venéreas em 1.500 guatemaltecos sem seu consentimento na década de 1940 para a realização de experimentos médicos.
‘Por mais que os Estados Unidos sejam uma superpotência, não podem fazer esse tipo de experimento. Usaram os guatemaltecos como ratos de laboratório, é importante que os familiares das vítimas recebam algum tipo de ressarcimento’, disse à imprensa o diretor do Escritório de Direitos Humanos do Arcebispado da Guatemala, Nery Rodenas.
Na mesma linha, a deputada da Frente Republicana Guatemalteca (FRG), Zury Ríos, advertiu que "não é suficiente dizer perdão". "Necessitamos de uma compensação como Estado, por exemplo, um programa sólido de saúde sexual e reprodutiva.
Os experimentos em humanos feitos por americanos na Guatemala vieram à tona após uma investigação da doutora Susan Reverby, do Wellesley College, que descobriu os documentos em arquivos do doutor John Cutler (morto em 2003), que liderou esse programa de ensaios.
Cutler dirigiu em 1946 uma série de investigações sobre reações de medicamentos contra a sífilis, gonorreia e outras doenças sexualmente transmissíveis, inoculando essas doenças em cerca de 1.500 guatemaltecos para observar suas reações aos tratamentos.
Os "porquinhos-da-índia" foram recrutados entre soldados, prostitutas, pessoas com doenças mentais e reclusos guatemaltecos, segundo informação dada por autoridades americanas, que na quinta-feira passada informaram ao presidente Alvaro Colom sobre esses fatos e pediram desculpas.
"Dá raiva saber dessa notícia. Isso só confirma que os Estados Unidos e o capitalismo deixam de lado os valores humanos", disse Cindy Aceituno, uma cidadã consultada pelo jornal Prensa Libre.
‘Desculpas não bastam. Isso demonstra o despreço que esta nação (EUA) têm com os países do terceiro mundo’, afirmou Bernal Ehlert, outro guatemalteco ouvido pela imprensa local.
Na sexta-feira, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, e a secretária de Saúde americana, Kathleen Sebelius, condenaram os experimentos médicos realizados sobre guatemaltecos entre 1946 e 1948 e qualificaram o fato de ‘claramente antiético’ e ‘condenável’.”

Logo eles que tanto acusaram os nazistas de atrocidades, mas foram os primeiros –e até hoje os únicos– a causar genocídios com bombas atômicas, além destas experiências narradas acima... Quantas mais terão omitido os estadunidenses?

4 comentários:

Mário disse...

É mesmo uma loucura que me lembra a "Ilha do Dr. Moreau".
E concordo com você na questão de "quantas mais eles omitiram" já que consideram a América Latina o seu quintal.
E as bombas de Hiroshima e Nagazaki, acho eu que nem seriam tão necessárias. Foram a vingança por Pearl Harbour, multiplicada por centena de vezes em seu poder devastador... e uma forma de avisar ao mundo no início da "Guerra Fria" que eles tinham o poder.

Jonga Olivieri disse...

Interessante a sua comparação com o romande de H. G. Wells... Mas, caindo na real me lembra mais "O ovo da serpente" de Bergman.
A maldade e a irresponsabilidade dos ianques para com a "sub raça" existente ao sul do Rio Bravo é um ato deseumano. E se as coisas fossem sérias teriam que parar no Tribunal de Haia.
Acontece que a ONU, hoje tão desmoralizada quanto a "Liga das Nações" em outras eras só serve aos interesses da potência imperial.

Anônimo disse...

E tu pode crer que eles fazem isso por aí a torto e a direito.
L.F.

Jonga Olivieri disse...

E nós não estamos livres disso não!