segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Crise Capitalista, Justiça Social e Ambiental


Este texto foi originalmente postado por Stela B. de Almeida em seu blogue “Cultura, Política e Cinema” (ver link ao lado).

ATIVIDADE REALIZADA NO FÓRUM SOCIAL TEMÁTICO
Porto Alegre e Região Metropolitana/RS Brasil
24 a 29 de janeiro 2012

Síntese: Atividade necessária e urgente na luta contra os agrotóxicos no mundo. Mostra de filmes apresentados na 38ª Jornada de Cinema da Bahia, em sintonia com o lema do evento: "Por um mundo mais humano". A mídia amordaçada não divulga as pesquisas que cientistas renomados fizeram da ação da Monsanto e similares no envenenando do mundo. O escritor uruguaio Eduardo Galeano, revela ser o Brasil o campeão do agrotóxico no mundo, onde cada brasileiro consome mais de 5 quilos de veneno por ano. Os filmes de Marie-Monique Robin, Silvio Tendler e Noilton Nunes levam a conclusões políticas mais aprofundadas onde somos convidados a mudar o modelo de produção antes da extinção da espécie humana. A necessidade de denunciar esse crime fez-nos decidir participar do FSTemático, movidos pela necessidade de tomar uma atitude e sinalizar para outras forças.
Cinema e Agrotóxico (1) As mudanças climáticas e a destruição da biodiversidade vêm sendo considerados hoje como os principais perigos que ameaçam a humanidade. Modificar urgentemente o modelo de produção dominante, determinado pelo atual modelo de globalização econômica, apresenta-se como uma exigência decisiva para não chegarmos ao limite do não retorno da vida humana no planeta. O cinema como instrumento de resistência e conscientização pode contribuir para a divulgação e reflexão de idéias contraponto da destruição do planeta e alerta das possíveis conseqüências para a humanidade.
As projeções nas últimas edições da Jornada de Cinema da Bahia vêm, sistematicamente, mostrando e denunciando estes perigos e divulgando os efeitos perversos do modelo de destruição do planeta TERRA. As principais denúncias e alertas trazidas pelos realizadores destes filmes, a nosso ver, merecem ampla divulgação e debate. Tomemos, dentre outros filmes produzidos recentemente, a síntese das principais denúncias que se encontram em: O Mundo segundo a Monsanto de Marie-Monique Robin.
O filme O Mundo segundo a Monsanto, precedido pelo lançamento do livro publicado pela Editora Radical Livros, São Paulo, foi lançado no Brasil mostrando o resultado de três anos de pesquisa e visita a vários países, entre eles, Grã Bretanha, Estados Unidos, Índia, México, Brasil, Vietnã, Noruega. O livro traduzido em 20 países, conta com mais de cem mil exemplares vendidos na França. O mundo segundo a Monsanto (Le Monde selon Monsanto) documentário apresentado para o canal franco-alemão Arte, foi exibido e debatido na Jornada Internacional de Cinema da Bahia, em setembro de 2011.
As principais conclusões apresentadas em livro e filme pela jornalista evidenciam que: Está provado que os transgênicos fazem mal a saúde. Várias pesquisas comprovam as conseqüências de populações que foram afetadas pela ação dos transgênicos.
As pesquisas sobre os transgênicos não chegam ao conhecimento da população. Há um boicote aos pesquisadores/cientistas que realizam as denúncias e mostram o efeito nocivo dos transgênicos.
Há vários casos de cientistas e suas equipes que perderam seus postos de trabalho e tiveram suspensos os financiamentos de suas pesquisas ou foram difamados em público quando denunciam os efeitos nocivos dos transgênicos. A Monsanto impede que os resultados das pesquisas sejam publicados em revistas científicas e pagam a outros cientistas para publicar artigos desmoralizando os resultados que mostram os efeitos nocivos no organismo humano. Os argumentos são de que nada prova que os transgênicos provoquem problemas e que não vale à pena pesquisar sobre eles. Para defender seus interesses comerciais a Monsanto vem bloqueando a pesquisa científica, investindo na destruição do trabalho e da reputação de cientistas que chegam a conclusões que prejudicam seus interesses de lucro.
Apesar de negar-se a divulgar resultado que contrariem seus interesses comerciais, a Monsanto afirma haver constatado diferenças no fígado, nos testículos e nos rins dos ratos, mas não atribui tais diferenças à manipulação genética. Porque tudo isso? O objetivo da Monsanto é o lucro, diz ela, conseguir que os agricultores sejam obrigados a usar suas sementes e seus herbicidas, mesmo que apresente conseqüências graves para a agricultura e para a humanidade, e mais grave, nas terras onde se planta uma vez transgênico, não se consegue plantar sementes orgânicas.

Alguns avanços tem-se conseguido: no Canadá consegui-se impedir a introdução do trigo transgênico; a existência de Campanhas de várias organizações de camponeses e do Greenpeace tem conseguido que as sementes transgênicas tivessem sua entrada barrada em alguns países da Europa; a pressão aos governos e órgãos públicos responsáveis pela fiscalização dos alimentos torne-se uma constante. Para finalizar, recomenda-se a checagem de dados em: www.combat-monsanto.org onde se encontra parte do que é denunciado no filme. O filme vai além, divulgando inúmeras entrevistas e visitas a vários países, convidando o leitor ao diálogo e denúncia da destruição da biodiversidade e do modelo de produção que coloca em perigo a humanidade (2).

1. O debate sobre os agrotóxicos precisa ser ampliado. Há uma produção considerável de trabalhos, estudos e pesquisas já divulgados e de conhecimento da população. Também, os Fóruns Sociais Mundiais tem- se pronunciado ao longo da sua história sobre o tema, mostrando a importância da questão no mundo moderno. Reavivá-lo tem o sentido de fortalecer tomada de posição e questionamento do modelo de exploração predatório da terra e das práticas de destruição do planeta.

2. O filme O veneno está na mesa de Sílvio Tendler e A terra sem veneno de Noilton Nunes, exibidos no FST2012 foram distribuídos na Atividade Autogestionária em cópia restrita, autorizada por seus realizadores.

5 comentários:

Anselmo de Castro Neves disse...

Está de parabens a Stela pela postagem. E voce por te-la publicado.

Joelma disse...

Excelente a postagem da Stela. Como aliás a sua ideia de republicar.

Mário disse...

A Monsanto tem sido muito pichada pelo que tem feito de agressões à ecologia.
Mas o pior é que não é só ela. Centenas de indústrias multiplicam as possibilidades de uma gravíssima crise que acabará por impedir que o homem possa continuar a sus existência neste planeta.
E o pior de tudo é que tenho a certeza de que não há mais tempo para recuperarmos o que já foi destruído.

Jonga Olivieri disse...

Anselmo e Joelma... Vocês são antenados, não?

Jonga Olivieri disse...

Sempre procuro pensar que ainda há uma esperança...
Apesar de por vezes pensar que realmente as causas avançaram demais!