domingo, 10 de novembro de 2013

Pensatas de domingo e um amigo na Academia




A Cadeira 23, fundada pelo primeiro presidente da ABL, Machado de Assis, e que já teve como ocupantes, entre outros, Jorge Amado e Zélia Gattai, agora tem Antônio Torres em seu lugar.
  
Nascido em 1940 em Junco (hoje Sátiro Dias), pequena cidade no sertão baiano, Antônio Torres estudou em Salvador, onde começou a trabalhar como repórter no Jornal da Bahia. Depois foi publicitário em São Paulo e no Rio de Janeiro, tendo sido diretor de criação na Denison e outras agências. Eu o conheci na Salles em 1981, quando ele me confessou que, sendo simplesmente um redator, teria mais tempo para se dedicar à escrita do que sendo diretor de criação.
  
Aliás sua estreia como romancista ocorrera nove anos antes, em 1972, com o romance Um Cão Uivando para a Lua. E desde então, publicou outras 15 obras, entre elas os romances Essa Terra (1976) e Um Táxi para Viena D'Áustria (1991), todos traduzidos para muitas línguas, entre elas o francês, o que lhe valeu a condecoração de Chevalier des Arts et Lettres, concedida em 1998 pelo governo francês.
  
Antônio Torres também recebeu outros prêmios literários, entre eles o Machado de Assis, da própria ABL, concedido em 2000. Os romances e livros de contos do escritor teem como cenários tanto o meio rural como a vida urbana ou ainda a história do Brasil, como é o caso de Meu Querido Canibal (2000), que relata a saga dos índios tamoios, na época da fundação da cidade do Rio de Janeiro.
  
Foi uma conquista que muito me alegrou e recordou nossas caminhadas semanais pelas praias de Copacabana e Ipanema, e os muitos almoços, nos tempos em que morava no Rio, e eu acompanhava com grande interesse o dia a dia de suas atividades literárias.

3 comentários:

Joelma disse...

Merecidamente pois sua obra tem valor e na última vez perdeu para Merval Pereira, um comentarista da Globo numa manobra política nojenta e escancarada!

André Setaro disse...

Baiano de Junco (hoje Sátiro Dias), interior da Bahia, Antonio Torres venceu pelo talento. Seus livros "Essa Terra" e "Um cão uivando para a lua" são de leitura obrigatória e obras quase primas.

Mário disse...

Parabéns!