domingo, 9 de março de 2014

Pensatas de domingo


No pano de fundo das confrontações estão as desigualdades na Ucrânia. O leste e o sul, junto à Rússia e ao Mar Negro são mais desenvolvidos e industrializados do que o oeste, mais pobre. O leste, de um modo geral, tem seu foco econômico voltado para a vizinha Rússia, de que depende o abastecimento de gás do país, vital para a indústria e para o aquecimento durante o inverno. Se a Rússia endurecer a questão do fornecimento de gás, cortando-o ou simplesmente cobrando o preço de mercado, a Ucrânia literalmente congela – em todos os sentidos. Entretanto para o oeste, mais  próximo da União Europeia, a aproximação com esta significaria em tese uma maior autonomia em relação ao governo central e às demais regiões do país, além de mais oportunidades de colher investimentos.
Se este é o pano de fundo , deve-se levar em conta o que acontece nos bastidores e também no palco da política ucraniana. Nos bastidores pairam as sombras dos grupos econômicos – assim como na Rússia liderados pelos chamados “oligarcas” – que se formaram depois do desmanche da União Soviética, dos processos de privatização generalizados, feitos a toque de caixa, e da independência. Estes grupos de oligarquias é que dão as cartas – o poder do dinheiro – para os que estão no palco, os políticos e seus partidos.  
No entanto, a firme postura da Rússia na atual crise ucraniana poderá ter surpreendido muitos analistas políticos acostumados a assistir às constantes capitulações diante do imperialismo ianque.
Os EUA que tripudiou impunemente do estado líbio, arrasando e saqueando uma nação inteira, sem ter encontrado uma única resistência internacional em oposição à sua investida assassina contra um país soberano, agora roga-se a julgar e tentar punir o “agressor”. Obama seguia tranquilo e impunemente a trilha política deixada por Bush, que invadiu o Iraque e Afeganistão sem que as outras duas potências militares mundiais, China e Rússia, movessem uma "única palha" para deter a sanha criminosa do imperialismo ianque.
Porém, a "águia imperial" quando já afiava suas garras para atacar a Síria, vítima da mesma estratégia da CIA de fomentar "revoluções democráticas" em países adversários, encontrou desta vez uma considerável "trave militar" formada pelo Irã e Rússia em socorro do regime Assad. Obama que já tinha anunciado em cadeia mundial o ataque à Síria, baseado em uma covarde provocação montada pelos "rebeldes", foi obrigado a recuar ante a possibilidade de deflagrar um conflito militar internacional envolvendo o poderio bélico russo.
Acontece que os abutres ianques se mostram muito "corajosos" quando se trata de agredir uma nação que sequer conseguiu colocar sua frota de caças no ar para se defender, como ocorreu na Líbia, mas quando a questão é combater em igualdade de condições os Mig ou Sukoy, os F16 ou F 18 norte americanos não demonstram a mesma "valentia".
Na Ucrânia os atuais "revolucionários" da praça Maidan em Kiev, amantes de Mussolini e Obama, não tiveram muita dificuldade para afugentar do governo o covarde Yanukovich, apesar das mortes que ocorreram em ambos os lados, mas quando Putin anunciou que não deixaria isolados os compatriotas da Crimeia, logo as milícias fascistas foram pedir ajuda ao Tio Sam que além de "espernear" e ameaçar a Rússia com sanções econômicas, não se mostrou disposto mais uma vez a enfrentar militarmente uma outra potência atômica.

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