domingo, 19 de agosto de 2012

Pensatas de domingo, ou... O palhaço quem é?


Foi notícia no New York Times. E no Guardian, no Corriere Della Sera, no Libération e até no Dalmacia News, diário de grande circulação dos Bálcãs: “Paulo Coelho vilipendiou Ulysses”. 

O controverso autor brasileiro, declarou em entrevista à Folha de São Paulo no sábado (dia 4), que o clássico de James Joyce é "só estilo" e que, se dissecado, "dá um tuíte", mexeu com leitores em todo o mundo. 

"É o maior insulto já sofrido por Joyce", sentenciou Jennifer Schuessler, jornalista do New York Times, que admitiu nunca ter lido Coelho. 
 
Ao contrário de Jennifer, Stuart Kelly, crítico de literatura do Guardian, leu quatro livros do escritor e mantém a réplica de pé: "Coelho tem direito à opinião dele e eu tenho à minha, de que a dele é tacanha, fácil e baseada em evidências questionáveis". 
  
Para Kelly, no "processo de 'emburrecimento' do mundo atualmente, vozes precisam se levantar em favor do oblíquo, do experimental e do complexo", como é o catatau irlandês de mais de mil páginas que narra um dia na vida de Leopold Bloom. 
  
A crítica a "Ulysses", partindo de um autor de longo alcance, seria um desserviço à literatura, segundo ele. Nas redes sociais, em que Paulo Coelho tem cerca de 15 milhões de seguidores, a questão tomou ares de disputa renhida. De um lado, súbitos leitores de "Ulysses". De outro, partidários de Coelho, segundo ele, "ofendidos nos últimos 25 anos por serem meus leitores". De todos os cantos, insultos voando.
  
Mas, se há algo a que "Ulysses" está habituado é a ataques. Isso ocorre desde o início de sua publicação em capítulos, a partir de 1918, na revista americana The Little Review. Ao falar de masturbação, Joyce foi acusado de obscenidade. O livro foi banido dos EUA e da Inglaterra. 
 
Naquele país, só voltou a ser publicado em 1934, sob protestos de puristas. É de se perguntar: 90 anos depois, ainda é preciso quem o defenda? Para Stuart Kelly, sim. "Livros como esse ajudam a compreender questões mais profundas da nossa existência, ao invés de oferecer paliativos e falsas soluções." 
 
E, afinal, "Ulysses" pode ser resumido em um tuíte? Na opinião de Idelber Avelar, professor de literatura da Universidade de Tulane (EUA), sim.
– "Hamlet” e “Guerra e Paz” também, disse ele, provocando os joyceanos contra o autor de "O Alquimista".

Palhaçadas “marqueteiras” de um oportunista “metido a besta” só porque, valendo-se da ignorância alheia tornou-se um dos autores mais lidos no Brasil... E, infelizmente no mundo!

5 comentários:

André Setaro disse...

Ainda que de difícil leitura, "Ulysses", de James Joyce, é uma revolução no processo de criação literária, assim como foi, talvez, "Cidadão Kane" para a evolução da linguagem cinematográfica. A interioridade do ser humano, suas ambiguidades, suas idiossincrasias, nunca foram tão bem exploradas nesse mergulho nos arcanos da mente do homem. O dito de Paulo Coelho é uma piada, pois um escritor medíocre e que se valeu de um público leitor místico e ignorante.

Jonga Olivieri disse...

Corretíssimo, meu caro professor Setaro!

Joelma disse...

Uma palhaçada mesmo. Gostei da imagem. Ela o define muito bem!

Mário disse...

Realmente ele pensa que é melhor do que na verdade é.
Apenas usou do esotérico enganando pessoas mais ignorantes ou espíritas que dão valor a essas coisinhas meio sobrenaturais.
Mas o pior é um autor mediocre do ponto de vista literário cair de pau num dos grandes referenciais da literatura mundial.
Como você bem o disse: é jogada de marketing. É para chamar a atenção.
Ele deve estar caindo nas vendas e apelou.
Só pode ser!!!

Anônimo disse...

Um enganador!
L.P.