domingo, 11 de novembro de 2012

Dulcoras de domingo


Os drops Dulcora eram saborosos e “enroladinhos em separado”, segundo a propaganda. Nos cinemas, para alem de saborosos, foram um sucesso, bem anterior aos “baldões” de pipocas de hoje... 



Sexta-feira (09) foi marcante no Festival “Noites de Chanchada” com a presença de Aloisio T. de Carvalho, diretor de “O Batedor de Carteiras” (1958), filme que assisti nos meus já longinquos 14 anos e do qual ainda lembrava de muitas cenas; como aquela em que Zé Trindade (o “Mão Leve”) mete a mão no bolso de um padre, e, ao retirar um terço, se benze, pedindo “a benção seu vigário” com aquela sua voz tão característica.
Mas o debate com o autor de 88 anos (que não parecem) foi muito rica em informações sobre aqueles tempos da “chanchada” e sobre sua obra que não se limitou ao gênero, pois tambem realizou dramas e documentários. Baiano como eu, claro que conheceu Walter da Silveira, que seguramente foi o maior connaisseur da 7ª arte neste país.


Anteontem preparei para mim Sardinhas Assadas Portuguesas, um dos meus pratos prediletos. Lembro até hoje, das noites de são João, nas ruas do Porto as sardinhas sendo assadas na brasa e a sua gordura a pingar sobre o fogo a creptar e aquele aroma inconfundível abrindo o apetite da gente e convidando para um vinho em caneca ou uma geladinha Super Bock (1).
Só que por estar em um apartamento, devido à fumaceira, não as fiz na brasa, mas no forno, e, apesar desta diferença, ficaram deliciosas, até porque as acompanhei com “pimentos” (como eles chamam pimentões), cebolas e tomates em rodelas.
Só houve um probleminha. O peixe estava limpo, sem as cabeças (deliciosas) e os excrementos intestinais. Aí então, descobri a falta que a merda faz!


Se fosse pelos maias esta seria a última pensata de domingo. Aliás, a palhaçada que tomou conta de setores da população, principalmente os esotéricos tem sido um tanto quanto incômoda, chegando às raias de absurdo.

A primeira vez que ouvi sobre o assunto foi no metrô, quando duas senhoras atrás de mim conversavam –por incrível que pareça– animadamente sobre o assunto. Ali já fiquei sabendo do dia, da hora, dos detalhes escalafobéticos do anunciado apocalipse indígena. E o pior, no início do ano elas já dominavam o assunto...
Uns dois meses depois li em algum jornal sobre o assunto.
Mas, falando um pouco das tradições religiosas dos maias, eles acreditavam na contagem cíclica natural do tempo. Os rituais e cerimônias eram associados a ciclos terrestres e celestiais que eram observados e registrados em calendários. Os sacerdotes maias tinham a tarefa de interpretar esses ciclos e fazer um panorama profético sobre o futuro.
Daí esta profecia tão longínqua... Tão distante que a sua própria civilização desmoronou 500 anos antes.
Quanto a mim, desejo a todos um bom domingo, uma boa semana e até a próxima pensata, domingo, 18 de novembro de 2012...
 

1. Marca de cerveja fabricada no Porto.


7 comentários:

André Setaro disse...

Oportunidade fabulosa de se ver/rever algumas chanchadas do rico período do cinema brasileiro. Esculhambadas pela crítica, as chanchadas, no entanto, são documentos preciosos de uma época e, atualmente, objetos de estudo de dissertações de mestrado e teses de doutorado. Nada como o tempo que passa para colocar as coisas no seu devido lugar.

Jonga Olivieri disse...

Norma Bengel declarou ao final da exibição de "O Homem do Sputnik" que a chanchada passou de "Lixo" a Cult"...
De fato uma colocação muito feliz.
E havia grandes diretores e muitos cuidados de produção em nível de Hollywood, uma Hollywood "pobre", mas caprichosa...
Quanto à sua fama, deve-a principalmente a Moniz Viana, que deveria estar por detrás de algum 'lobby' do cinema estadunidense frente ao avanço da platéia das comédias que viraram chanchadas...

Joelma disse...

Huum, o "Chef" Olivieri faz das suas na cozinha!

Mário disse...

Dulcora. Quantas saudades!
E sardinhas não conheço essas portuguesas. Só fritas à milanesa e gosto muito.

Patty disse...

Chi Mário, você precisa provar. São bem melhores.

Ana Paula Duarte disse...

Bom domingo pra você tambem.
E bons domingos, claro. Ou será que os Maias eram tão videntes assim?
Falar nisso, quem era este (ou estes) "Nostradamus" deles?

Anônimo disse...

Não é a tôa que o CESAR á MAIA.
Já acabou com o Rio há muito tempo. Kkkkkkkkkk......

KK