sábado, 17 de novembro de 2012

Um pouco de Florestan Fernandes


Ontem publiquei aqui um texto de Florestan Fernandes (1920/1995) extraído do excelente Marxismo21. Gostaria de falar um pouco mais sobre ele.
  
Segundo seus relatos, Florestan Fernandes teve, ainda criança, o interesse pelos estudos despertado, principalmente pela diversidade dos lugares onde passou sua infância. Afilhado de Hermínia Bresser de Lima, filha de Carlos Augusto Bresser, Florestan aprendeu com ela a dedicação aos estudos. Filho de mãe solteira, não conheceu o pai Começou a trabalhar, como auxiliar numa barbearia, aos seis anos de idade. Estudou até o terceiro ano do primeiro grau. Só mais tarde, voltaria a estudar, fazendo curso de madureza.
Em 1941, ingressou na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, formando-se em ciências sociais ciências. Iniciou sua carreira docente em 1945, como professor assistente na cadeira de Sociologia II. Na Escola Livre de Sociologia e Política, obteve o título de mestre com a dissertação "A Organização Social dos Tupinambá”.  Em 1951, defendeu, na Faculdade de Filosofía, Letras e Ciências Humanas da USP, a tese de doutoramento "A Função Social da Guerra na Sociedade  Tupinambá”, posteriormente consagrado como clássico da etnologia brasileira, que explora o método funcionalista.
Uma linha de trabalho característica de Florestan nos anos 50 foi o estudo das perspectivas teórico-metodológicas da sociologia. Seus ensaios mais importantes acerca da fundamentação da sociologia como ciência foram, posteriormente, reunidos no livro "Fundamentos Empíricos da Explicação Sociológica".. Seu comprometimento intelectual com o desenvolvimento da ciência no Brasil, entendido como requisito básico para a inserção do país na civilização moderna, científica e tecnológica, situa sua atuação na Campanha de Defesa da Escola Pública, em prol do ensino público, laico e gratuito enquanto direito fundamental do cidadão do mundo moderno.
Durante o período, foi assistente catedrático, livre docente e professor titular na cadeira de Sociologia, substituindo o sociólogo e professor francês Roger Bastide em caráter interino até 1964, ano em que se efetivou na cátedra, com a tese "A Integração do Negro na Sociedade de Classes". Como o título da obra permite entrever, o período caracteriza-se pelo estudo da inserção da sociedade nacional na civilização moderna, em um programa de pesquisa voltado para o desenvolvimento de uma sociologia brasileira.
Nesse âmbito, orientou dezenas de dissertações e teses acerca dos processos de industrialização e mudança social no país e teorizou os dilemas do subdesenvolvimento capitalista. Inicialmente no bojo dos debates em torno das reformas de base e, posteriormente, após o golpe de Estado, nos termos da reforma universitária coordenada pelos militares, produziu diagnósticos substanciais sobre a situação educacional e a questão da universidade pública, identificando os obstáculos históricos e sociais ao desenvolvimento da ciência e da cultura na sociedade brasileira inserida na periferia do capitalismo monopolista.

Fonte: Wikipédia


3 comentários:

Joelma disse...

Que currículo!

Mário disse...

Um pensador que acrescentou muito à cultura neste país.

Jonga Olivieri disse...

Sem dúvida nenhuma!