sábado, 24 de novembro de 2012

Uma decisão corajosa



Natan Blanc, 19 anos, nasceu em Haifa, cidade palestina ocupada por Israel em 1948. No dia 19 de novembro, ele se apresentou ao escritório de recrutamento do exército israelense, informando aos oficiais que se recusava a prestar serviço militar e foi preso. 
 
Essa atitude, é, em parte consequência da atual ofensiva sionista contra Gaza. A decisão já tinha sido tomada muito antes de Natan ter conhecimento do terrível assassinato de cinco mulheres e quatro crianças, resultado de mais um bombardeio israelense em Gaza.
  
Abaixo o depoimento de Natan:
  
“Comecei a pensar em não me alistar no exército durante a Operação Cast Lead (1), em 2008. A onda de militarismo agressivo que tomou conta do país na época, as expressões de ódio mútuo e a conversa vazia sobre esmagar o terror e criar um efeito de dissuasão foram os motivos principais da minha decisão.
  
Hoje, depois de quatro anos cheios de terror, sem um processo político (em relação a negociações de paz) e sem calma em Gaza e Sderot (cidade no sul de Israel onde as brigadas de Gaza atiram os foguetes Qassan de fabricação caseira), está claro que o governo de Benjamin Netanyhau, como o de seu antecessor Ehud Olmert, não está interessado em encontrar uma solução para a situação, mas sim em preservá-la. Do ponto de vista deles, não há nada errado em iniciar uma “Cast Lead 2” a cada três ou quatro anos (e depois a cada 3, 4, 5 e 6 anos): vamos falar em dissuasão, vamos matar alguns terroristas, civis dos dois lados serão mortos e prepararemos terreno para uma nova geração cheia de ódio, de ambos os lados.
  
Como representantes do povo, os membros do gabinete (do governo) não teem o dever de apresentar sua visão para o futuro do país e podem continuar com esse ciclo sangrento, sem término à vista. Mas nós, como cidadãos e seres humanos, temos o dever moral de recusar participação nesse jogo cínico. Por isso decidi me recusar a entrar para o Exército de Israel no dia de minha convocação, em 19 de novembro de 2012.”
  
Natan não é o único a recusar-se ao alistamento no exército israelense por rejeição aos crimes praticados contra os palestinos. A organização Breaking the Silence reúne pessoas que, por objeção de consciência, abandonaram as forças armadas sionistas.
  
No portal da entidade (http://www.breakingthesilence.org.il/) podem-se assistir a vídeos e ler documentos em que ex-soldados e ex-oficiais contam os horrores praticados pelo exército de Israel contra a população desarmada da Palestina.

1. Ofensiva militar de Israel, que matou quase 1,5 mil pessoas em Gaza; a maioria mulheres e crianças, e deixou centenas de milhares de feridos, além de mais de 50 prédios destruídos, entre 2008-2009


4 comentários:

Nun'Alvares disse...

Sem dúvido que foi um gajo de coragem!

Joelma disse...

É impossível compactuar com genocídios. O povo judeu não deseja isto. Os "sionistas" fascistas, sim!

Anônimo disse...

Bem, nem todos têm esta ousadia! Poruq caso tivessem só reatariam os fundamentalistas.
Tavim

Misael de Silva Costa disse...

E ai é o pior. Aqueles que vão, matam, matam, matam e ... morrem!