Jorge Vital de Brito Moreira
É absolutamente grave e alucinante constatar que a derrota da candidata
Hillary Clinton, do Partido Democrata e do presidente Barack Obama nas eleições
presidenciais; e que a luta antidemocrática das elites e dos eleitores
democratas para impedir que Trump tome posse como novo presidente dos EUA, poderiam
conduzir a um golpe de estado no estilo que os Estados Unidos impuseram
recentemente contra Honduras, Paraguai e Brasil.
Avaliando a situação a partir do surgimento do que parece ser um novo
surto de Macarthismo (1) no país, produzido
pela patética decisão do presidente Obama de exigir uma investigação da CIA
para culpar a Rússia pela derrota de Hillary Clinton, tudo parece indicar que o
governo está querendo criar um pretexto ficcional para aplicar um golpe institucional
para cancelar a eleição e a vitória de Donald Trump no país. Este seria um
golpe organizado por instituições como a CIA (e outras agências de espionagem)
com o claro objetivo de deslegitimar o próximo governo, acusando Trump de ser
um cúmplice de Rússia, o acusando de ser um traidor (2).
O mais
alucinante de toda essa situação criada pelo governo Obama é que não existe
nenhuma prova real para legitimar tal afirmação. Tudo que tem existido até
agora é uma vaga declaração feita durante as eleições presidenciais, pelo Director of National Intelligence (o Diretor de Inteligência Nacional),
James Clapper, já reconhecido por
suas declarações mentirosas aos senadores estadunidenses negando que houvesse
espionagem sobre os cidadãos n´s EUA (3). Depois disso, a imprensa
burguesa, a imprensa liberal, e a imprensa de centroesquerda (sobretudo
associadas ao Partido Democrata), estão envolvidas repetindo todas as acusações
de traição, conspiração russa, sem mostrar qualquer prova responsável ou
definitiva de tal acusação. Aliás este blog já mostrou a imagem e a fala de
Steve Pieczenik no Youtube
denunciando o golpe de estado preparado pela administração Obama e por Hillary
Clinton para impedir a vitória e a posse de Donald Trump à presidência dos
Estados Unidos (4). Nesta denuncia, traduzida para a língua portuguesa pelo blog Novas
Pensatas (5) Steve Pieczenik informa que todos os dados sobre a
corrupção da Fundação Clinton revelados por Julian Assange em Wikileaks, foram
proporcionados, não pela Rússia, mas pelos serviços de inteligência dos EUA,
que se opunham à corrupção da administração do atual presidente.
Observando a nova campanha
da mídia corporativa para culpar a Rússia pela vitória de Donald Trump, e
observando as novas marchas de protestos financiadas pelo renomado especulador
financeiro George Soros para impedir a posse de Donald Trump, podemos suspeitar que as
elites responsáveis pelo projeto expansionista Obama/Clinton estão planejando perpetrar
um golpe de estado nos EUA.
Como podemos constatar através das noticias diárias
da mídia coorporativa, o neo-Macarthismo, está sendo propagado pela persistente e escandalosa campanha jornalístico-midiática
da mídia contra Trump com o objetivo de preparar a opinião publica para a
realização de um golpe de estado a favor de Hillary Clinton.
Isso não será nenhuma novidade dentro da
administração do presidente Barack Obama pois já estamos informados por
documentos desclassificados sobre o papel da sua administração e Hilary Clinton,
em particular, nos golpes de estado em Honduras, no Paraguai, e mais recentemente,
no Brasil: o golpe de estado do PMDB (Michael Temer, Eduardo Cunha) e do PSDB (Aécio
Neves, José Serra, etc.) contra o governo constitucional da presidenta Dilma
Rousseff, que foi eleita pelos votos de 54 milhões de brasileiros.
Nos EUA, também podemos observar que a campanha Macarthista, está sendo liderada pelas cadeias de notícias (os
jornais Washington Post, New York Times, Los Angeles
Times, etc.) e pelas grandes emissoras de TV (MSNBC, CNN, Univisión,
Telemundo, etc), a favor de Hillary Clinton. Tampouco devemos esquecer que as
companhias de noticias acima mencionadas são as mesmas corporações de
desinformação (e manipulação) que foram responsáveis pela propagação das
mentiras que culpavam o Iraque e Saddam Hussein de possuírem bombas nucleares, Weapons of Mass Destruction (armas de
destruição massiva) para atirar contra os EUA.
Mentiras que provocaram a invasão e a guerra infame dos estadunidenses
contra o povo do Iraque.
A partir da publicação do artigo “Russian
propaganda effort helped spread ‘fake news’ during election” ("O esforço de
propaganda russa ajudou a espalhar 'notícias falsas' durante a eleição") de Craig Timberg, no Washington
Post (4) sobre as denominadas “fake news”
(notícias falsas), reiniciou-se a campanha (reproduzindo características das práticas
macarthistas) das cadeias de notícias da mídia corporativa onde elaboraram uma
lista com os nomes dos blogs e dos
jornalistas de oposição que tem tido a coragem de revelar não somente o
escândalo de corrupção da candidata Hillary Clinton (da sua Fundação Clinton e do Partido Democrata)
mas também de outras mentiras propagadas diariamente pela mídia corporativa
para denegrir a Rússia, Putin, China, Líbia, Síria, e Palestina.
Em
outras palavras, se a noticia não for publicada por The Washington Post (que antes era um
jornal decente que denunciou o escândalo Watergate,
porém hoje pertence ao grupo neoconservador de Jeff Bezos, o proprietário da
Amazon.com), por The New York
Times, ou por CNN, não pode ser verdade, será apenas “fake news” (falsas noticias). Assim,
estes grandes meios de (des)informação massiva, e a maioria das principais
plataformas das redes sociais tais como Google,
Facebook, Twitter são as fontes de
poder que reclamam o direito de autorizar ou desautorizar o que é “verdade” e o que “não
é verdade”, porque estes conglomerados multinacionais e corporativos serão, de
agora em diante, parte integrante da validação da informação (do que é verdade
e do que não é verdade). Em poucas palavras, estamos, mais uma vez, diante da “caça às bruxas”, ou seja, diante de uma
das mais infames técnicas de repressão, de amedrontamento e de censura
totalitárias proveniente da doutrina e prática do Macarthismo que pertence à história da inquisição nos EUA.
Dado
que Trump, o presidente eleito,
está respondendo à tentativa de golpe de estado, ocupando as posições e as
funções de poder no novo governo com a nomeação de militares e multimilionários
(para neutralizar as instituições que o presidente Obama tem lançado contra
ele), fica evidente, que existe uma luta de classes (dentro da classe dominante)
entre as elites dos EUA pelo controle do projeto imperialista dos Estados
Unidos.
Assim, voltamos a nossa pergunta
inicial sobre a função da volta do Macarthismo
nos EUA: triunfará o golpe de estado (no estilo latinoamericano) de Barack
Obama, de Hillary Clinton e do Partido Democrata contra a vitória e a futura presidência
de Donald Trump (5)?
NOTAS
1) Macarthismo (em inglês McCarthyism) é um termo que se refere à prática paranóica do senador
dos EUA Joseph McCarthy de acusar a determinados cidadãos de subversão ou de traição sem provas ou
respeito pelas evidências.
2) Acredito que, para evitar ambiguidades ou qualquer mal
entendido, necessitaria informar aos
novos leitores que nunca fui, nem tenho sido eleitor de nenhum candidato do Partido
Republicano ou do Partido Democrata. Acredito que, fora das pequenas diferenças
superficiais, não existe, no nível fundamental, diferenças significativas entre
os dois partidos. Em poucas palavras, tanto Hillary Clinton, do Partido Democrata,
quanto Donald Trump, do Republicano defendem integralmente os interesses da
plutocracia estadunidense (uma minoria de menos de 1% da população lçcal) e estão
a serviço da continuidade do capitalismo imperialista estadunidense. Portanto,
não me parece que exista nenhuma solução humana digna para a maioria da
população trabalhadora dos EUA ou do resto do planeta. seja com Hillary Clinton
ou com Donald Trump.
3) Dois
congressistas estadunidenses acusaram a James Clapper de perjúrio por declarar
a uma comissão do Congresso dos Estados Unidos (em março de 2013) que a National
Security Agency (NSA) não espionava ou recolhia qualquer dados
sobre milhões de estadunidenses. Um senador pediu a sua renúncia, e um grupo de
26 senadores exigiram respostas de Clapper durante um interrogatório.
Observadores dos meios de comunicação dos EUA, têm descrito Clapper como
mentiroso, por ter mentido sob juramento, ter
obstruída a justiça e ter prestado falso testemunho. Isto pode ser lido
no link: https://en.wikipedia.org/wiki/James_R._Clapper
4) A denúncia
de Steve
Pieczenik intitulada “The Hillary Clinton Takeover of the United States” pode ser vista nas imagens de Youtube.com no link: https://www.youtube.com/watch?v=ov5kvWSz5LM
5) A
denuncia de Steve Pieczenik (traduzida do inglês para
a língua portuguesa pelo blog Novas Pensatas), pode ser acessada no link:
6) Para
aqueles que queiram ampliar a informação e os dados sobre a possiblidade de um golpe de estado
nos EUA, vejam o artigo “Constitutional Crisis, Movement to
Undermine President-elect Donald Trump’s Accession to the White House?” do professor
canadense Michel Chossudovsky que foi publicado por Global
Research, em 9 de dezembro de 2016) e
que se encontra no link:
Também existe
uma tradução deste artigo para a língua portuguesa com o título de “Crise
constitucional e golpe para impedir que Donald Trump chegue à Casa Branca” que
se encontra no link:http://operamundi.uol.com.br/dialogosdosul/crise-constitucional-e-golpe-para-impedir-que-donald-trump-chegue-a-casa-branca/14122016
Clique para ampliar |
Um comentário:
Como disse muito bem dito o Professor Jorge Moreira: "não me parece que exista nenhuma solução humana digna para a maioria da população trabalhadora dos EUA ou do resto do planeta. seja com Hillary Clinton ou com Donald Trump."
Inclusive para se ter uma melhor avaliação do que pode representar um golpe desta natureza e o retorno de uma política anticomunistm no estilo macartista em que o senador, reivindicando o patriotismo, solicitava em forma de apelo para que a população delatasse quem desconfiasse ser comunista.
E o "terror" alcançou nomes como os de Charlie Chaplin, Albert Einstein, J. Robert Oppenheimer e Edward U. Condon estão entre os acusados que sofreram forte perseguição política pelas medidas desta política.
Outras pessoas que sofreram com o macartismo tiveram um fim trágico, muitas se suicidaram e outras ficaram na mais absoluta miséria.
Este fato, por sua vez, é fruto da política externa anti-soviética conhecida como "Doutrina Truman", do presidente Harry Truman (1945), o qual resultou em graves conflitos, como a Guerra da Coreia (1950) e a Guerra do Vietnã (1964).
A política anticomunista iniciada pelo macartismo reforçou vários desses conflitos, nos quais os norte-americanos acabaram envolvidos diretamente (com tropas militares) ou indiretamente (financiando ditaduras,tanto economica quanto belicamente). Cumo em 1950, na Coreia, que se encontrava dividida (Coreia do Norte sob influência chinesa e soviética; e a Coreia do Sul influenciada pelos Estados Unidos). Nesta guerra aproximadamente dois milhões de pessoas morreram e a situação territorial coreana continuou a mesma após a guerra.
Será que teremos tudo isto novamente?
Postar um comentário