Quando iniciei minha formação
marxista (em 1964), o primeiro livro que me caiu às mãos foi “A História da Riqueza do Homem” de
autoria de Leo Huberman (1903/1968), um respeitável pensador Materialista
Histórico de origem estadunidense.
Publicado no Brasil pela excelente
Editora Zahar transformou-se, naqueles duros e tenebrosos anos 1960, em um dos
livros mais vendidos do tema “história econômico-social” neste país.
Para alem deste, Huberman tambem teve
o seu “Nós o Povo. O Drama da América”
igualmente lançado pela mesma Zahar. Este contando a história dos EUA a partir
de um ponto de vista marxista.
Para alem disso, Leo Huberman em sociedade
com Paul Sweezy e Paul Baran, foram os responsáveis pelo lançamento (em 1949)
da mais importante publicação nos EUA, de orientação marxista, a Monthly Review. Como a publicação
continuou mesmo após as suas mortes, foi considerada a revista socialista por
mais tempo publicada nos Estados Unidos.
Desde a sua primeira edição, Monthly Review
atacou a premissa de que o capitalismo seria capaz de um crescimento infinito,
através da visão keynesiana. Ao invéz disso, os editores da revista e os
principais escritores permaneceram fieis à tradicional perspectiva marxista de
que as economias capitalistas continham contradições internas que acabariam por
levar ao deu colapso e a uma nova fase socialista.
Temas de interesse editorial incluíam a pobreza, o
racismo, o imperialismo nas relações entre países economicamente desenvolvidos
e menos desenvolvidos, e ineficiências na produção e distribuição, consideradas
endêmicas ao sistema capitalista.
Huberman e Sweezy argumentaram, já em 1952, que os
gastos militares maciços e em expansão eram parte integrante do processo de
estabilização capitalista, gerando lucros corporativos, aumentando os níveis de
emprego e absorvendo a produção excedente. A ilusão de uma ameaça militar
externa era necessária para sustentar esse sistema de prioridades nos gastos do
governo, argumentaram eles; em consequência, os editores tentaram desafiar o
paradigma dominante da Guerra Fria de "Democracia versus Comunismo"
no material publicado na revista..
Em sua linha editorial Monthly Review
ofereceu apoio crítico à URSS durante seus primeiros anos, embora ao longo do
tempo a revista tenha se tornado cada vez mais crítica da proposta Soviética
para a construção do “socialismo em um só país” e a “coexistência pacífica”
vendo o país como desempenhando um papel mais ou menos conservador em um Mundo
marcado por movimentos revolucionários nacionais.
Resenha mensal, manteve-se fiel a uma orientação independente ao
longo de sua história e nunca alinhou-se com qualquer movimento ou organização política específica. Muitos de
seus artigos foram escritos por acadêmicos, jornalistas e intelectuais
independentes, entre outros: Isabel Allede, Jean-Paul Sartre, Eric Hobsbawn,
Daniel Singer, Raymond Williams, Tariq Ali, Marilyn Buck, Samir Amin, Andre
Gunder Frank, Eduardo Galean, Che Guevara, Barbara Ehrenreich, Michael Klare,
Julian Bond, Saul Landau, Michael Parenti e Adrianne Rich.
Além da revista com sede em Nova Iorque, há outras
sete edições irmã da Monthly Review, publicados na Grécia; Peru;
Espanha; Coreia do Sul; Bem como edições separadas em inglês, hindi e bengali
na Índia.
A Editora Monthly
Review Press, foi lançada em 1951 em resposta à incapacidade do dissidente
de esquerda (jornalista I. F. Stone) encontrar uma editora para seu livro “A
História Secreta da Guerra da Coréia”. O trabalho argumentava que aquela guerra,
então em curso, não era um caso de uma
simples agressão militar, mas o produto do isolamento político, escalada
militar sul-coreana, e provocações de fronteira, tornando-se o primeiro título
oferecido pela editora, em 1952.
Títulos publicados pela imprensa em seus anos de
formação incluem: “O Império do Óleo” de Harvey O’Connor (1955), “A
Economia Política do Crescimento” de Paul Baran (1957), “Os Estados
Unidos, Cuba e Castro” do historiador William Appleman Williams (1963), “O Capital Monopolista” de
Paul Baran e Paul Sweezy (1966),
a tradução em Inglês de “Veias Abertas da
América Latina” de Eduaro Galeano (1973), “Desenvolvimento
Desigual” (1976) e “Eurocentrismo”
(1989) de Samir Amin.
Harry Braverman (autor de “Trabalho e Capital Monopolista”) tornou-se diretor da Monthly Review Press em 1967. O atual
diretor da Press é Michael D. Yates (autor
de “Nomear o Sistema”).
Nos anos posteriores, Monthly Review Press publicou títulos como: “Ecologia de Marx” de John Bellamy
Foster; “Discurso Sobre o Colonialismo” de Aimé Césaire; “A grande crise financeira"
de
Fred Magdoff e John Bellamy Foster/. M.R.
Press é também a editora estadunidense associada à The Socialist Register,
uma série anual de ensaios tópicos escritos por acadêmicos e ativistas de
esquerda.
Um comentário:
Desculpe querido. perdoa esta sua amiga enlouquecida pelo "cio" e pela total falta de tempo físico neste mundo doidamente consumista.
Mas, agora falando sério: está excepcionalmente bom este seu ensaio sobre o melhor do pensamento de esquerda naquele "shit country"
PA-RA-BÉNS....
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