É muito
importante que se diga que a luta contra preconceitos, desde os raciais até os
sexuais, passando pelos religiosos fazem parte importante no posicionamento das
esquerdas contra o capitalismo discriminatório e fascista em todo o mundo.
A matéria
abaixo fala de um personagem real que viveu em Curitiba. No momento estão
começando a construir uma nova praça naquela cidade (a Praça de Bolso da Gilda)
em homenagem à sua memória. E é necessário o apoio de todos nós, da esquerda
principalmente, para que esta praça torne-se uma realidade.
O Editor
Texto de Washington Cesar Takeuchi
(Circulando Curitiba)
“... a
mão estendida, um chute na cara...e nunca houve uma mulher como Gilda, um
trocado ou beijo na boca maldita...”
Esse é um trecho da música “Nunca houve uma mulher como Gilda” do grupo Curitibano “Lívia e os Piá de Prédio”, feita em homenagem a um dos personagens mais conhecidos de Curitiba da segunda metade da década de 1970 até início dos anos 1980: a Gilda, o travesti mais famoso que Curitiba já teve.
Boca Maldita |
Como morei no Edifício Asa
durante o reinado da Gilda na Boca Maldita, a via com frequência perseguindo
alguns passantes, para diversão dos que observavam na segurança das janelas e
marquises. Não raro, alguém combinava com ela um beijo surpresa num colega ou
num parente de fora, para depois, virar chacota de ter se tornado mais uma
vítima da Gilda.
Lançamento da “Praça de
Bolso da Gilda”
|
A melhor lembrança que tenho da
Gilda aconteceu num dia de muita chuva. Naquela tarde, enquanto todas as
pessoas surpreendidas pela chuva buscavam a proteção e se apertavam debaixo das
marquises, lá no meio da XV, no coração da Boca Maldita, sozinha estava a Gilda
de braços abertos, dançando e dando boas vindas à tempestade.
Morreu na miséria, doente, abandonada e enterrada como indigente no cemitério do Santa Cândida.
Morreu na miséria, doente, abandonada e enterrada como indigente no cemitério do Santa Cândida.
Procurando informações sobre a
Gilda na internet, encontrei uma crônica do Dante Mendonça) e a partir dessa
crônica, encontrei um curta metragem sensacional do diretor de cinema Yanko Del
Pino concluído em 2007 e que está disponível na internet no link¹. Ambos, a crônica e o curta são
imperdíveis para entender melhor a Curitiba e a Gilda dos anos 70/80.
Como não tenho fotos da Gilda, optei por postar fotos da Boca Maldita, palco de suas artes.”
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Um comentário:
Você foi no ponto certo Don Oliva. Se por um lado a luta está indo para este lado compete a nós de esquerda perceber isto. O problema é que infelizmente conheço pessoas que até hoje se espelham na (famigerada) revolução russa. E digo famigerada porque transformou-se no maior tiro pela culatra da história após o "18 de Brumário". Mss esta história, voê Trotsquista conhece com a palma da mão.
Quero falar é de papos atuais, quero flar da "DIVERSIDADE" palavra que ainda faz tremer boa parte de nossos camaradas bolcheviques.
Tenho um sobrinho casado com outro homem. Acho que boa parte os leitores tenham pelo menos um ou dois casos em suas famílias. Sexo, hoje, está mais longe de tabus e dogmas! Sexo hoje é o que é e fim de papo.
A direita, com muito mais viados enclausurados nos armários repele a mudança cultural. Justamente porque tem "roupa na corda". Mas a esquerda, berço das novas ideis e comportamentos deve apoiar porque o final dos tempos (nada a ver com religião) capitalista passa por aí.
Por um mundo socialista em que você ser´s você e fulano será ele mesmo!
ABAIXO O PRECONCEIT
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