quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Tempos para uma canção



Ontem, uma das habituais comentaristas deste blogue “relançou” uma frase célebre adaptada aos ocupantes de Wall Street e todas as cidades de mais de 80 países em que estão acontecendo movimentos de massas contra o capitalismo. A frase é: “Ocupantes de todo o mundo, uni-vos!”, obviamente uma adaptação da famosa frase de Marx e Engels no “Manifesto Comunista” (1848).
Fiquei entusiamado, pois acredito haver a necessidade de uma unificação de todos estes movimentos em torno de uma bandeira comum para que não desapareçam esmagados pela repressão da classe dominante.
Por isso estou postando hoje esta versão da Internacional (em português), assinada pelo PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado), um dos poucos partidos políticos (1) no Brasil, cuja origem Trotskista me inspira alguma confiança quanto à fidelidade da letra original (2), pois existem muitas versões deformadas que surgiram a partir de Stalin.
A título de informação, a Internacional foi composta em 18 de Junho de 1888 por Pierre Degeyter, operário anarquista de origem belga fixado com a sua família na cidade francesa de Lille. A sua letra foi de Eugéne Pottier, operário francês que participou da Comuna de Paris (1871).
Fundamentalmente a partir de 1896, após a realização do congresso do Partido Operário Francês realizado nesse ano, durante o qual foi tocado e cantado, o hino se espalhou pela França e depois por toda a Europa através dos delegados estrangeiros presentes.
A versão em russo serviu como hino da URSS de 1917 a 1941, quando foi trocada pelo Hino Nacional da União Soviética por Stalin, o grande traidor do movimento revolucionário mundial, com a criação da teoria do “socialismo em um só país” .

1. Se quiser conhecer um pouco mais do PSTU, o link para o site é:
http://www.pstu.org.br/principal.asp

2. Veja a original (em espanhol) em:
http://es.wikipedia.org/wiki/La_Internacional#Letra_de_La_Internacional

6 comentários:

André Setaro disse...

Se em Maio de 68, os jovens franceses convocavam à tomada do poder pela imaginação, quando o sonho 'lennoniano' ainda não havia terminado, e se acreditava na possibilidade real de uma mudança nas velhas estruturas da sociedade, atualmente, com a queda do Muro de Berlim, e o esfacelamento do chamado socialismo praticado pelos satélites da União Soviética (inclusive o desta), com a ascensão do império americano, nota-se, após décadas, uma tomada de consciência por boa parte dos jovens americanos.

Mais de vinte anos depois da queda do Muro, e a vigência de um pensamento único, o tempo, como diria Marx, encarregou-se de mostrar a falácia do capitalismo (a crise se espraia como metástase - vide os Estados Unidos, a União Europeia). O colapso do Lehmon Brothers, que deu início à grande crise, é sintomático do caos. O desemprego campeia, a bolha imobiliária estourou, causando falências múltiplas de bancos.

Um tempo novo irá chegar. Mas não se sabe como.

Jonga Olivieri disse...

Sim André. Não tenha dúvida que há progresso nas lutas por uma sociedade mais justa e que o povo estadunidense vai ter uma parficipação efetiva neste avanço.
O que é necessário é uma unificação de ações com um objetivo comum!
Quem sabe finalmente surja a V Internacional?

Joelma disse...

Fico feliz em saber que o inspirei pelo meu comentário de ontem!

Jonga Olivieri disse...

Sim, Joelma, você foi a fonte de minha inspiração!

Mário disse...

Este hino é bonito até hoje!
E eu não sabia que Stalin havia desconsiderado ele para instituir um hino (nacional) soviético!

Como você diz, ele foi um TRAIDOR da causa operária. Mesmo!

Jonga Olivieri disse...

Um "patriota"... hehehe!