quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Mais um capítulo no “caso” Assange


Manifestação em frente à embaixada do Equador em Londres
O “caso” de Julian Assange foi discutido ontem (26/09/2012) na ONU durante um ato organizado pelo Equador, no qual o fundador do Wikileaks pediu o fim de sua perseguição e o governo de Quito afirmou pela primeira vez que pode levar o caso para a justiça internacional. "O tempo das palavras terminou. Chegou a hora dos Estados Unidos terminaram com a perseguição ao Wikileaks, a nossa gente e às nossas fontes", disse Assange da embaixada equatoriana em Londres por meio de um de videoconferência. É bom lembrar que o ativista encontra-se há três meses refugiado naquela embaixada à espera de um salvo-conduto para poder sair do Reino Unido.

O australiano voltou a pedir garantias tanto de Londres como de Estocolmo de que não será extraditado aos Estados Unidos, país onde foi declarado "inimigo de Estado", algo que para o fundador do Wikileaks demonstra que sua vida pode correr perigo caso seja entregue a Washington.

Assange aproveitou a repercussão que significa falar nas Nações Unidas para denunciar, por um lado, a perseguição política que assegura estar sofrendo, e por outro as torturas e humilhações que Bradley Manning, soldado estadunidense acusado pelos EUA de ter vazado documentos secretos ao Wikileaks) estaria passando.

A cidade de Nova Iorque será nesta quinta-feira palco de uma nova aproximação entre as autoridades equatorianas e britânicas, que tentam encontrar uma solução "através do diálogo" para um conflito diplomático que segue sem solução e que ameaça se prolongar por mais tempo.
  
Os ministros das Relações Exteriores do Equador e do Reino Unido, Ricardo Patiño e William Hague, respectivamente, irão se encontrar a partir das 10h local (11h de Brasília) em um hotel de Nova Iorque. Mais uma vez, o salvo-conduto que Quito espera que os britânicos assinem será levado para a mesa de negociação.
  
Em declarações à Agência Efe, o chefe da diplomacia equatoriana disse que seu governo está disposto a esgotar a via diplomática para resolver o caso, embora tenha admitido pela primeira vez que não descarta a possibilidade de levar o caso para a via judicial, encaminhando o conflito para a Corte Internacional de Justiça (CIJ).

"Não há outra alternativa. O que querem? Que o senhor Assange fique 15 anos confinado em nossa sede diplomática?", perguntou Ricardo Patiño, que disse que "nem os ditadores da América Latina se atreveram a colocar em dúvida a figura do asilo político" e argumentou que acredita que Londres acabará concordando com isso.


5 comentários:

Joelma disse...

'Querem calar Assnage. Mas nós não vamos permitir', é uma frase que tem que se propagar aos 4 cantos do mundo!

Misael de Silva Costa disse...

Uma verdadeira perseguição, que aliás é o que os EUA sempre fizeram com aqueles que incomodam.
Na grande maioria das vezes executaram essas pessoas. Como no célebre caso/exemplo de Sacco e Vanzetti sobre cuja acusação sempre pairou a dúvida.
É impossível expressar toda a angústia daqueles acusados que ficaram presos sete anos, quatro meses e onze dias desde a data da captura; condenados a morte no dia 4 de julho de 1921, só em 23 de agosto de 1927 foram executados, tendo assim vivido mais de seis anos na antecâmara da morte, passando, de dia para dia, de semana para semana, de mês para mês, ao longo dos anos, da angústia mais dolorosa à mais louca esperança.
É uma sociedade sádica. Podes crer que vão maltratar Assange milímetro por milímetro. Terrível mesmo!

Mário disse...

Assange é uma vítima da coação política por parte dos Estados Unidos.
E vai ser difícil livra-lo disso.
Não vê que inventaram estes "assédios sexuais" e vão inventar qualquer outra coisa porque eles manipulam os fatos.
E transformam suas mentiras em verdades,
.

Anônimo disse...

“O tempo das palavras acabou”, disse Assange se referindo ao discurso do presidente Barack Obama, na Assembleia. “Chegou a hora dos EUA terminarem com a perseguição ao Wikileaks, a nossa gente e às nossas fontes. Chegou a hora dos EUA se juntarem às forças da mudança não em belas palavras, mas em boas ações”, acrescentou.
Segundo ele, os EUA não defendem a liberdade de expressão em suas ações; pelo contrário, perseguem aqueles que divulgam informações e apoiam os ditadores. “É um desrespeito aos mortos afirmar que os EUA apoiaram as forças de mudança”, afirmou Assange.
O fundador do Wikileaks contou a história de Bradley Manning, soldado norte-americano responsável pelo vazamento de documentos secretos para o site e que há mais de 800 dias, enfrenta abusos e torturas em prisões dos EUA. Assim como Assange, Manning pode ser condenado pela justiça do país a pena de morte.
Assange ainda acrescentou que é muito audacioso da parte de Obama afirmar seu apoio e colaboração à Primavera Árabe, quando o governo dos EUA amparou até o fim os regimes ditatoriais que o povo derrubou. O jornalista lembrou que durante as revoltas, a secretária de Estado, Hillary Clinton, e o vice-presidente, Joe Bidden, chegaram a descrever o governo de Hosni Mubarak no Egito de “estável” e “democrático”.
Para o fundador do Wikileaks, que considera a si mesmo um perseguido político pelas autoridades norte-americanas, os EUA construíram um “regime de segredos” que deve terminar.

L.P.

Anônimo disse...

Transcrito de "Opera Mundi".

L.P.