domingo, 1 de setembro de 2013

Pensatas de domingo e o fim de uma “relação especial”


Dois dias depois de o Parlamento britânico rejeitar o envolvimento do país numa intervenção na Síria, o tabloide "The Sun" publicou neste sábado um anúncio fúnebre ironizando a morte da "relação especial" entre o Reino Unido e os Estados Unidos.
A peça ocupou quase metade da capa do jornal, com circulação média de 2,2 milhões de exemplares diários. O obituário diz que a aliança morreu aos 67 anos e era a "filha amada" de Winston Churchill e Franklin D. Roosevelt, líderes dos dois países na Segunda Guerra Mundial.
Na página seguinte, o jornal diz que a França tomou o lugar do Reino Unido como o aliado mais próximo dos EUA na Europa. "Perdemos nosso lugar especial... para os franceses", lamenta o "Sun", favorável à ação na Síria.
Num quadro histórico, o jornal lembrou que Churchill cunhou a expressão "relação especial" em 1946, um ano depois da vitória dos aliados sobre a Alemanha nazista. Entre os principais momentos da aliança, foram citadas a união na Guerra Fria e a coalizão nas guerras da Coreia (1950-53) e do Iraque (2003).

Enquanto isso, o presidente Barack Obama, disse neste sábado (31) que os Estados Unidos vão realizar uma ação militar na Síria, com o apoio do “socialista” (???) François Hollande¹, atual presidente francês.... A ação militar dos EUA teria como desculpa/pretexto uma retaliação ao governo sírio, acusado de usar armas químicas contra civis no país.
Entretanto a maioria dos estadunidenses não querem que os EUA façam uma intervenção na Síria. Uma pesquisa Reuters/Ipsos feita nesta semana mostrou que apenas 20% acreditam que o país deveria tomar uma ação.

Por outro lado, o presidente russo, Vladimir Putin, desafiou os Estados Unidos a apresentarem à ONU as provas de que a Síria lançou de fato, no dia 21, um ataque químico contra opositores do regime, perto de Damasco. Putin afirmou que “não fazia nenhum sentido” o governo sírio provocar seus oponentes com ataques desse tipo. “Se há provas, deveriam ser mostradas. Se elas não são mostradas, não existem”, disse, acrescentando que o fracasso dos EUA em expô-las à comunidade internacional era “simplesmente um desrespeito”.
Aliado chave da Síria, a Rússia também alertou que “qualquer ação militar unilateral ignorando o Conselho de Segurança da ONU” seria uma “violação direta do direito internacional”.
Falando de Vladivostok, leste da Rússia, Putin conclamou Obama, como um ganhador do Nobel da Paz, a pensar sobre as vítimas futuras da Síria antes de recorrer ao uso da força. Ele também disse que era ridículo sugerir que Damasco seria o responsável pelo ataque, classificando-o de uma “provocação daqueles que querem arrastar outros países ao conflito sírio”.
“As tropas do governo sírio estão na ofensiva e cercaram a oposição em várias regiões”, disse. “Nessas condições, dar uma vantagem àqueles que pedem uma intervenção militar é totalmente sem sentido.”

1. O “socialista” François Gérard Georges Nicolas Hollande é o 24º presidente da França sendo tambem o 67º Co-Príncipe de Andorra.



 

4 comentários:

Joelma disse...

Obama é um cínico mesmo!

Mário disse...

Os EUA estão ficando mais isolados sem o apoio incondicional de seu aliado tradicional, que, por incrível que pareça teve uma "relação especial" mais intensa no governo "trabalhista" de Tony Blair, que de esquerda não tinha nada mesmo..
Este anúncio fúnebre sobre a morte da "relação especial" entre o Reino Unido e os Estados Unidos foi bastante irônico (rs-rs).
Não é à tôa que Marx e Engels já denunciavam o oportunismo dos chefes das 'Trade Unions' inglesas, ávidos para ingressar no parlamento no Século XIX.
Agora, já o “socialista” François Hollande, além de ser uma nova "relação especial" com os Estados Unidos, vir a ser um Co-Príncipe de Andorra, é meio que um certo exagero!

André Setaro disse...

Gostei da atitude do Reino Unido em não ser parceiro dos Estados Unidos nesta chamada "intervenção humanitária"

Anônimo disse...

O que mais deve preocupar Obama e sua camarilha é que a circulação deste tablóide tem cerca de 2,2 milhões de exemplares por dia!

Tavim