Pensatas de Domingo e a blindagem de Geiddel Vieira Lima para tentar salvar Temer

A ordem na Globo é blindar Geddel Vieira Lima para tentar salvar o governo de Michel Temer, do qual a emissora da família Marinho é a principal força de sustentação. "Pressionar outro ministro em causa própria deve ser vetado até na cartilha de ética dos Estados Unidos. Mas, como aqui é Brasil e Geddel é peça importante da articulação política do presidente Michel Temer no Congresso, está em curso a “Operação Segura Geddel”, diz o BR2Pontos, que detectou o fenômeno na GloboNews. Ali, a comentarista política Cristiana Lobo chamou o comportamento de Geddel, (que agiu em causa própria para liberar um empreendimento onde tem um imóvel de R$ 2,4 milhões), de apenas "inadequado". Nas redes sociais espalharam que Marcelo Calero deveria ter tentado resistir dentro do governo, ele pediu demissão do Ministério da Cultura nesta sexta-feira (18) e será substituído pelo deputado Roberto Freire (PPS-SP).
  

Editor do BR2Pontos, o jornalista Marco Damiani detectou um comportamento importante na Rede Globo, um movimento para blindar Geddel Vieira Lima. "Eticamente, não dá para segurar Geddel no cargo, cujo gabinete fica no Palácio do Planalto”. A comentarista Cristiana Lobo, da GloboNews, aparentemente participa de mais esta peça. Gaguejando, e sem se aprofundar, ao contrário do que fazia, seis meses atrás, antes do governo Temer ser instalado, ela procurou, na tarde deste sábado (19), por volta das 18:00 h, “suavizar ao máximo a situação", afirma Damiani.
  

Na GloboNews, ela definiu o comportamento de Geddel, que agiu em causa própria para liberar um empreendimento onde tem um imóvel de R$ 2,4 milhões, apenas como "inadequado". Nas redes sociais, Ricardo Noblat disse que Marcelo Calero deveria ter tentado resistir dentro do governo. Outros colunistas de peso ainda não se pronunciaram. Na Globo, a ordem parece ser mudar de assunto e tentar falar de Anthony Garotinho, tema de maior destaque na emissora e nos veículos do grupo.
  

Está pegando muito mal, a situação do ministro-chefe de Governo, Geddel Vieira Lima, é eticamente insustentável, mas está em curso a Operação Segura Geddel; na GloboNews, comentarista Cristiana Lobo pega levíssimo sobre o caso; "o ministro ter procurado outro ministro para tratar de um assunto de seu interesse pessoal é inadequado", suavizou ela; sobre a pressão ao extremo que Geddel fez sobre ex-ministro Marcelo Calero, ela passou a versão do chefão baiano de que teria sido apenas insistente com o então titular da Cultura; "É, mas tratar cinco vezes de um assunto pessoal...", gaguejou a jornalista que, como outros, tem Geddel como fonte de informação e respeito à linha política global, até aqui, de sustentação a Temer... verbas publicitárias foram aumentadas. Será que ai ficar por isso mesmo, doutor. constitucionalista?
  

Com 24 andares, o empreendimento La Vue da Ladeira da Barra só tem autorização do patrimônio histórico para ter 13 pavimentos. Geddel admitiu ter comprado, em 2009, o do 23º andar. Pelo prédio, de resto, o ministro baiano, no melhor estilo jagunço, brigou com futuros potenciais vizinhos, entre eles a família Mariani, de históricos banqueiros locais (cujo imóvel de moradia perderia a vista para o mar em razão da altura da torre defendida por Geddel), e vereadores soteropolitanos.
   

De cara, a colunista global comprou a versão de Geddel de que não teria pressionado, mas tratado civilizadamente do assunto com Calero. Mas nem para a, desta vez, tímida Cristiana deu para segurar. Reconhecendo que “procurar um ministro cinco vezes para tratar de um assunto de interesse pessoal pode ser visto como uma forma de pressão”, ela qualificou de “inadequado” o comportamento do ministro-chefe de Governo, jogando a decisão para o presidente Temer. Discreta e rapidamente, ela lembrou que Temer aceitou a demissão de Calero, só não disse que, pelos mesmos motivos (a pressão, a quebra de decoro, a desfaçatez como Geddel usou seu cargo para obter o concurso do ministro para acelerar a aprovação do empreendimento no Iphan), o presidente tem de, necessariamente, tirar Geddel de sua “honesta” equipe.
   

O comunista que virou suco, ops!, que virou ministro da Cultura, Roberto Freire, assumiu o cargo falando em mudar a Lei Rouanet, de financiamento cultural, e em ajudar as investigações sobre desvios em sua aplicação. Sobre as circunstâncias em que assume o cargo, é claro, o ex-partidão Freire não deu um pio, nem sobre o caso lhe foi perguntado pela Globo.

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