A situação atual da Venezuela e do
povo venezuelano é muito grave. Devido aos constantes ataques terroristas da
oposição de direita, antipatriótica e colonialista, contra o governo
democrático do presidente Nicolás Maduro, o professor Jorge Vital de Brito Moreira realizou uma livre tradução ao
português para o urgente e brilhante artigo do professor argentino Atilio A. Boron chamando a atenção do
leitor para a atual Guerra civil na Venezuela.
Atilio A. Boron
Seguindo o roteiro programado por
especialistas e estrategistas da CIA especializada em desestabilizar e derrubar
governos, a contrarrevolução da direita na Venezuela produziu um "salto
qualitativo": do aquecimento nas ruas, na fase inicial do processo,
passou-se a uma guerra civil não declarada como tal, mas disparada com uma
ferocidade assustadora. Já não se trata de guarimbas (lugares armados para
protestar), de escaramuças ocasionais ou de distúrbios violentos de rua. Os ataques
a escolas, a hospitais infantis e maternidades; a destruição de frotas inteiras
de ônibus; os saques e ataques às forças de segurança que inutilmente respondem
usando canhões de água e gás lacrimogêneo contra a ferocidade de mercenários da
subversão; o linchamento de um jovem aos gritos de "chavista e
ladrão", são sinais inconfundíveis que proclamam ruidosamente que na
Venezuela o conflito se transformou em uma guerra civil que já afeta a várias
cidades e regiões do país. Se algo faltava para nos darmos conta da gravidade
da situação sem precedentes e da determinação das forças subversivas de direita
para conduzir seus objetivos às ultimas consequências, o incêndio terrorista da
casa de nascimento do Comandante Hugo Chávez Frias colocou um final doloroso a
qualquer especulação sobre esta terrível situação.
Seria ingênuo e suicida pensar que a
dinâmica desta luta, projetada para gerar uma devastadora crise humanitária,
poderia ser algo diferente a um prólogo para uma "intervenção
humanitária" do Comando Sul dos Estados Unidos. Esta ameaça exige do
governo bolivariano uma resposta rápida e contundente, porque com o passar do
tempo as coisas vão piorar. O chamado patriótico e democrático do presidente
Nicolás Maduro para formar uma Constituinte só serviu para atiçar a violência e
selvageria da contrarrevolução. A razão é clara: a direita não quer uma solução
política para a crise que ela mesmo criou. O que a contrarrevolução pretende é
aprofundar a dissolução da ordem social, acabar com o governo Chavista e
aniquilar toda a sua liderança, impondo uma lição brutal ao povo venezuelano: que não tenha a audácia, dentro dos próximos
cem anos, de querer ser novamente o dono
do seu destino. As tentativas de concordar com um setor dialogável da oposição
falhou completamente. Não por falta de vontade do governo, mas porque (e essa é
uma realidade sinistra) a hegemonia da contrarrevolução, passou, na presente
conjuntura, para as mãos de sua facção terrorista e esta facção é comandada a
partir dos Estados Unidos.
Na Venezuela está se implementado,
com frieza metódica e sob a monitorização permanente de Washington, o modelo
que usaram na Líbia para a "mudança de regime" e seria fatal não
tomar conhecimento de suas intenções e suas consequências. O governo
bolivariano ofereceu inúmeras vezes o ramo de oliveira para pacificar o país.
Não só a sua oferta foi rejeitada, mas a direita golpista escalou suas
atividades terroristas. Diante disso, a única atitude sensata e racional que
ainda existe para o governo do presidente Nicolás Maduro consiste em proceder a
uma vigorosa defesa da ordem institucional atual, mobilizando sem demora a
todas as suas forças armadas para esmagar a contrarrevolução e restaurar a
normalidade da vida social. A Venezuela
é vítima não só de uma guerra econômica, de uma brutal ofensiva diplomática e
da mídia, mas sobretudo de uma guerra não convencional
que já custou mais de cinquenta mortos e causaram enormes danos materiais.
"Plano contra o plano", dizia Martí. E se uma força social declara guerra
contra o governo isso exige uma resposta militar. O tempo das palavras já
passou e os resultados são evidentes.
E isso é assim porque o que está em
jogo não é apenas a Revolução Bolivariana; é a mesma integridade nacional da
Venezuela, que está ameaçada por uma liderança antipatriótica e colonial que se
rasteja no esterco da história para implorar o chefe do Comando Sul e aos
figurões de Washington que ajudem a contrarrevolução. Se isso chegasse a triunfar, afogando em sangue o legado do
Comandante Chávez, a Venezuela desapareceria como Estado-nação independente e
se tornaria, de facto, no estado 51 dos Estados Unidos, apropriando-se, por
esta conspiração, da maior riqueza de petróleo do planeta. Seria ocioso parar
para elaborar sobre o tremendo retrocesso que tal eventualidade teria sobre
toda a nossa América. Há pouco tempo, dias apenas, para erradicar esta ameaça
mortal. A absoluta e criminal intransigência da oposição terrorista fechou
qualquer outro caminho que não seja a de sua total e definitiva derrota
militar. Infelizmente chegou a hora das armas falarem (como em seu tempo dizia Simón Bolívar) para evitar
que Chavismo tenha que reconhecer que ele também "semeou no oceano",
e que toda a sua empresa esperançosa e corajosa de emancipação nacional e
social foi explodida pelos ares,
desaparecendo sem deixar rastro.
Nenhum esforço deve ser poupado para
evitar um resultado tão desastroso.
Fonte: https://www.rebelion.org/noticia.php?id=227040
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