Postado no “Pensatas”, em maio de 2007.
Quando íamos para Barcelona – em viagem que fizemos de carro percorrendo praticamente toda a Espanha e que durou quase um mês –, minha intenção era ficar naquela cidade uns três dias. Visitar obras de Gaudí, ir à Fundação Miró, e conhecer algumas outras atrações da cidade que desconheciamos. Confesso que não deu, acabei ficando uma semana e ainda acho que foi pouco.
Barcelona é uma cidade encantadora. E, apesar de eu ter me perdido na chegada e me embrenhado pelos subúrbios completamente sem rumo, quando, finalmente cheguei à Gran Via, o efeito mágico começou. Não dava para negar o seu encanto. Foi uma paixão à primeira vista. Um caso de amor... irresistível.
Era verão e a cidade estava repleta de gente. Não havia hotéis disponíveis. Hostais (1), nem pensar. Acabamos ficando num hotel caríssimo na primeira noite. O Royal era um quatro estrelas, e sua grande vantagem é que ficava em plena Rambla. O que nos possibilitou chegar, tomar um banho, trocar as roupas e cair no que há de mais charmoso no local. Lembro-me bem que quando descemos do quarto, já era final da tarde e estava movimentadíssimo, com gente fervilhando a poucos passos de uma das estações de metrô mais movimentadas da cidade.
Com o horário de verão, no entanto, ainda estava muito claro. E, descendo a Rambla fomos parar em frente à estátua de Colombo apontando na direção de nosso continente: a América. Emocionante. Até porque recordei-me que em determinada ocasião, ao criar uma campanha publicitária para o Banco do Brasil, fizera um anúncio com aquele monumento, inclusive com uma belíssima ilustração do Benicio, já que as fotos de arquivo não eram muito boas.
Andamos meio que deslumbrados e sem muito critério pelas redondezas, descobrindo praças e construções belíssimas. A agitada Rambla tinha de tudo um pouco. A começar pelas estátuas humanas, que hoje já existem no Brasil, mas nos idos de 1991 eram completamente desconhecidas para nós. Um casal dançava tango com incrível maestria. Já havíamos visto um assim em Madri, no ano anterior, mas aquele, não sei se pelo “clima” reinante era mais envolvente, mais perfeito em seus passos maravilhosos. No final, lá pelas dez da noite, o sol começando a se pôr, sentamos em um barzinho e bebi aquele chope geladíssimo acompanhado de alguns tapas (2) para espantar o calor.
No dia seguinte, zarpamos daquele hotel. Na véspera havia ido a um hotel na Gran Via, justamente o Hotel Gran Via, cujo charme era indiscutível em uma construção típica dos anos 30. Na ocasião não havia vagas, mas eu deixei uma reserva para o dia seguinte. Por ser três estrelas, era mais barato do que o anterior. Estacionei o carro numa garagem subterrânea vizinha ao hotel. E partimos para as nossas caminhadas. Como sempre fiz em cidades maiores, a primeira coisa de que tratamos foi fazer um city tour. Maneira prática de marcar os lugares onde voltaríamos. Foi uma manhã maravilhosa, apesar de que na época Barcelona estava virada pelo avesso devido às obras para as Olimpíadas.
Daí em diante, foi voltar aos lugares imperdíveis como a indescritível Sagrada Família e outras obras fantásticas de Gaudí, ir ao bairro Gótico e visitar principalmente a Catedral e a antiga Prefeitura. Visitar a Fundação Miró, na qual passamos uma tarde inteira a admirar as obras do grande pintor. E, como o Gustavo não poderia deixar de ir, ao Zoológico, aliás belíssimo. Ao seu lado um parque maravilhoso com um Arco do Triunfo em estilo mourisco e o Museu de Arte Moderna, outra atração fantástica da cidade.
À noite, sempre jantávamos nos restaurantes da Rambla. A deliciosa comida catalã, regada a excelentes vinhos espanhóis. E ali mesmo passeávamos por longos momentos de prazer e descontração em meio a um dos povos mais alegres do mundo. Que viva España!
(1) Hostais são hotéis mais baratos existentes por toda a Espanha. Alguns, como o que ficamos em Toledo, de excelente qualidade.
(2) Tapas são acepipes, melhor dizendo tira-gostos. E os espanhóis são especialistas no assunto.
Quando íamos para Barcelona – em viagem que fizemos de carro percorrendo praticamente toda a Espanha e que durou quase um mês –, minha intenção era ficar naquela cidade uns três dias. Visitar obras de Gaudí, ir à Fundação Miró, e conhecer algumas outras atrações da cidade que desconheciamos. Confesso que não deu, acabei ficando uma semana e ainda acho que foi pouco.
Barcelona é uma cidade encantadora. E, apesar de eu ter me perdido na chegada e me embrenhado pelos subúrbios completamente sem rumo, quando, finalmente cheguei à Gran Via, o efeito mágico começou. Não dava para negar o seu encanto. Foi uma paixão à primeira vista. Um caso de amor... irresistível.
Era verão e a cidade estava repleta de gente. Não havia hotéis disponíveis. Hostais (1), nem pensar. Acabamos ficando num hotel caríssimo na primeira noite. O Royal era um quatro estrelas, e sua grande vantagem é que ficava em plena Rambla. O que nos possibilitou chegar, tomar um banho, trocar as roupas e cair no que há de mais charmoso no local. Lembro-me bem que quando descemos do quarto, já era final da tarde e estava movimentadíssimo, com gente fervilhando a poucos passos de uma das estações de metrô mais movimentadas da cidade.
Com o horário de verão, no entanto, ainda estava muito claro. E, descendo a Rambla fomos parar em frente à estátua de Colombo apontando na direção de nosso continente: a América. Emocionante. Até porque recordei-me que em determinada ocasião, ao criar uma campanha publicitária para o Banco do Brasil, fizera um anúncio com aquele monumento, inclusive com uma belíssima ilustração do Benicio, já que as fotos de arquivo não eram muito boas.
Andamos meio que deslumbrados e sem muito critério pelas redondezas, descobrindo praças e construções belíssimas. A agitada Rambla tinha de tudo um pouco. A começar pelas estátuas humanas, que hoje já existem no Brasil, mas nos idos de 1991 eram completamente desconhecidas para nós. Um casal dançava tango com incrível maestria. Já havíamos visto um assim em Madri, no ano anterior, mas aquele, não sei se pelo “clima” reinante era mais envolvente, mais perfeito em seus passos maravilhosos. No final, lá pelas dez da noite, o sol começando a se pôr, sentamos em um barzinho e bebi aquele chope geladíssimo acompanhado de alguns tapas (2) para espantar o calor.
No dia seguinte, zarpamos daquele hotel. Na véspera havia ido a um hotel na Gran Via, justamente o Hotel Gran Via, cujo charme era indiscutível em uma construção típica dos anos 30. Na ocasião não havia vagas, mas eu deixei uma reserva para o dia seguinte. Por ser três estrelas, era mais barato do que o anterior. Estacionei o carro numa garagem subterrânea vizinha ao hotel. E partimos para as nossas caminhadas. Como sempre fiz em cidades maiores, a primeira coisa de que tratamos foi fazer um city tour. Maneira prática de marcar os lugares onde voltaríamos. Foi uma manhã maravilhosa, apesar de que na época Barcelona estava virada pelo avesso devido às obras para as Olimpíadas.
Daí em diante, foi voltar aos lugares imperdíveis como a indescritível Sagrada Família e outras obras fantásticas de Gaudí, ir ao bairro Gótico e visitar principalmente a Catedral e a antiga Prefeitura. Visitar a Fundação Miró, na qual passamos uma tarde inteira a admirar as obras do grande pintor. E, como o Gustavo não poderia deixar de ir, ao Zoológico, aliás belíssimo. Ao seu lado um parque maravilhoso com um Arco do Triunfo em estilo mourisco e o Museu de Arte Moderna, outra atração fantástica da cidade.
À noite, sempre jantávamos nos restaurantes da Rambla. A deliciosa comida catalã, regada a excelentes vinhos espanhóis. E ali mesmo passeávamos por longos momentos de prazer e descontração em meio a um dos povos mais alegres do mundo. Que viva España!
(1) Hostais são hotéis mais baratos existentes por toda a Espanha. Alguns, como o que ficamos em Toledo, de excelente qualidade.
(2) Tapas são acepipes, melhor dizendo tira-gostos. E os espanhóis são especialistas no assunto.
9 comentários:
Aquela região da Espanha, a Catalunha em particular é inesquecível.
A-DO-REI Barcelona, mas ao seu redor existem locais também maravilhosos.
Também fiquei gamada com Valencia que fica em outro "país", mas é sensacional.
Por que não dizer: toda a Espanha é assim.
Excelente matéria. Mais uma que eu me lembro quando foi publicada.
Parabéns pelo post. Gostei muito de conhecer detalhes de Barcelona. Como as famosas Ramblas, a Catedral da Sagrada Família e tantas coisas mais.
Sim, Ieda, Valencia é uma cidade muito bonita.
E Barcelona eu costumo compará-la a Paris.
Sim, Ieda, Valencia é uma cidade muito bonita.
E Barcelona eu costumo compará-la a Paris.
Gente, desculpe só ter respondido hoje, mas ainda estou com problema na web (banda larga). Por acaso estou a usar o laptop do meu filho, mas o problema é ficar trabalhando com os dedos... ufa...
Mais tarde, quando corrigir eu posto um novo artigo... enquanto isso, aguardem.
Ok, JR, eu sei que você já leu. E obrigado pela fidelidade...
Jonga,
Fomos a Barcelona no feriado de Todos os Santos. Foi realmente fantastico. Alugamos um apê, o que ficou menos caro que um hotel, justamente perto da estatua de Colombo, no bairro gotico.
Vou ver se faço um post a respeito.Viagens boas ficam pro resto da vida, nao é?
Bises,
Eliana
Seria bom você publicar algo sobre Barcelona, Eliana, porque seu blogue é uma beleza. E a cidade merece!
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