quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Osama, de herói a Bandido

Postado anteriormente no Pensatas, não é uma crítica cinematográfica, embora esteja focado em um filme de 1987, direção de Jonh Glen, com suas ações estratégico-militares no Afeganistão.
Os filmes de James Bond, apesar de seu engajamento em defesa das potências capitalistas, sempre exerceram sobre mim algum tipo de atração. Seja pelo gênero aventuras, pelas cenas eletrizantes, pelo suspense ou pela mentirada em exagero, que até os torna cômicos.
Fora o meu período de pensamento mais radical e sectário, sempre os acompanhei. Quando surgiram eu era ainda muito jovem. Nessa época vi O Satânico Dr. No, e Goldfinger, por exemplo. Depois, assisti em VHS e posterirmente em DVD, muitos dos que perdi. Também os tenho acompanhado em retrospectivas pela TV.
Em 007 – Marcado para a Morte (The Living Daylights), o agente britânico, estrelado por Timothy Dalton, encontra um personagem de nome Kamran Shah - interpretado pelo ator Art Malik - que vem a ser uma alusão, a nada mais nada menos do que Osama Bin Laden.
Kamram (leia-se Osama) é apresentado como o “herói” simpático e amigo, com as mesmas artimanhas que hoje são execradas, à época exaltadas ao extremo. Ou seja, aquele que se esconde combate os “comunas maus” - devoradores insaciáveis de criancinhas - nas estepes e montanhas do Afeganistão. Em outras palavras um autêntico mocinho ou “bom da fita”.
É divertidíssimo ver todas essas contradições, observá-las ao vivo e a cores.
Até porque ela é verdadeira. Bin Laden, como Shah foi criado pelas potências capitalistas. Foi também desenvolvido e estimulado em sua guerra de guerrilhas contra o agressor estrangeiro, no caso a União Soviética. Seria um terrorista? Claro que não! Terroristas são somente aqueles que estão do lado de lá da cerca.
Por exemplo: quando os israelenses atacam a população civil palestina, incluindo crianças, não estão cometendo um ato terrorista. Estão sim a se defender dos “terroristas” árabes. Idem quanto às tropas dos Estados Unidos quando perseguem e matam no Iraque civis inocentes. Não, nada disso é terrorismo!
A visão maniqueísta incutida pela grande mídia em todo o mundo “ocidental cristão” é de que as “forças do bem”, façam o que fizerem, farão sempre “boas” ações isentas de qualquer tipo de maldade ou segundas intenções. Nem o lucro desenfreado inerente ao sistema, nem a necessidade de defender os interesse petrolíferos dessas potências. Isso passa batido, ninguém menciona.
Contrariamente, toda e qualquer coisa que atinja os “bons samaritanos” é obra da maldade, da perversidade, do terror. Inclusive as que partem de Osama Bin Laden. Ou melhor dizendo Kamran Shah.

8 comentários:

Anônimo disse...

Obama Bin Laden ou Barak Obama?

Anônimo disse...

Vi este filme, mas teria quye rever para situar melhor o personagem. Mas eu me lembro que tinha um árabe.
Otávio

Anônimo disse...

Demais este seu raciocínio, professor.

Jonga Olivieri disse...

Muita coincidência essa, não é mesmo?
Mas o pior é que ainda tem o jogador Obina...

Jonga Olivieri disse...

Pois reveja menino, Você encontra ele nas boas casas do ramo. Inclusive nas locadoras.

Jonga Olivieri disse...

Sim, Maria. Ficam a dizer que o sujeito é isso é aquilo depois que ele incomodou o lado de cá. Enquanto era por lá, podia fazer o que queria. Era para o "bem", né?

Ieda Schimidt disse...

Não sou lá muito afeita a assistir filmes de James Bond.
Mas, confesso que fiquei muito curiosa de assistir a este só para ver o tal personagem.
Mas é isto mesmo. Enquanto serve aos interesses, todos são bonzinhos. Basta veres o Sadam Hussein, que foi entronado pelos imperialistas no Iraque para combater os iranianos e virou o vilão quando invadiu o Kuwait.

Jonga Olivieri disse...

Sadam é um excelente exemplo de como os "heróis" viram "bandidos" da noite pro dia.