Postado anteriormente no Pensatas.
Fumar cachimbo é um vício – ou, até como defendem muitos, um hábito – muito diferente de fumar cigarro. Requer uma certa dedicação, uma atenção e um grande, revesamento de peças.
O cigarro, praticamente você nem se lembra quando ou porque o acendeu. É meio mecânico, impulsivo. Para fumar um cachimbo, tem-se que pensar em acende-lo, qual deles vai usar e até o tabaco que será apreciado, pois, quase sempre um cachimbeiro tem duas ou três marcas diferentes de fumo.
Outra coisa é a vontade que você tem de comprar um modelo novo. Quando voltei a fumar cachimbo, tinha dois. Depois de um ano, minha coleção já passava dos trinta. Dois anos depois, quase havia dobrado, pois possuia entre cinqüenta e sessenta.
Iniciar um cachimbo “virgem”, é tão excitante quanto possuir uma donzela em sua primeira noite (na Sicília, claro). O preparo para um cachimbo novo é um ritual, e requer uma técnica e paciência muito grandes. Nas primeiras fumadas deve-se ir enchendo o forno gradativamente até que se forme uma crosta inicial, que, na verdade ajuda a proteger a madeira da violência do fogo e da brasa que esta terá que se submeter o resto de sua existência.
E os modelos? Tem cachimbo curvo, meio-curvo, reto, longo, curto, com forno grande, com forno pequeno. São dezenas de modelos como buldog, apple, pocket, canadian, billiard, churchwarden, pot, bent... Fica difícil falar de todos eles. São ingleses, italianos, holandeses, franceses, gregos, dinamarqueses e até brasileiros. As marcas mais conhecidas são Dunhill, Butz Choquin, Dr. Plumb, BBB, Savinelli. Os nacionais, JCI, Bertoldi...
Os bons cachimbos são fabricados com briar, que vem a ser uma raiz de roseira selvagem que existe originalmente na região mediterrânea. Por isso, os cachimbos europeus são os melhores. A raiz é especial para a confecção das peças pela sua resistência ao calor. Mas existem também cachimbos de louça ou outros tipos de materias, como os de espuma do mar. Estes últimos, verdadeiras obras de arte esculpidas.
Quanto a tabacos, a variedade também é muito grande. Dunhill, Balkan Sobranie, Half & Half, Davidoff, Prince Albert (o primeiro importado que fumei), Captain Black, Mac Baren, Amphora, Borkum Riff. Geralmente são ingleses, holandeses, suecos. Têm também os brasileiros. São centenas de qualidades, cada uma com suas características bem marcantes. Sempre tive por hábito ter umas três marcas. Vario não apenas os cachimbos, como também os tabacos. Tenho sempre que posso um fumo nacional como Irlandês, Giovanella ou Dutch Fisherman e dois estrangeiros sendo os mais preferidos o Half & Half, Dunhill ou Amphora.
Os blends são muitos também. Chocolate, menta, whisky, maçã, rum, e outras misturas de fumos como o Burley, o Virginia, além das essências que lhes dão os sabores exclusivos.
E a questão é que a gente se apega mais a uns do que a outros. Têm cachimbos que você fuma poucas vezes e depois encosta. Outros, você não agüenta ficar muito tempo sem fumar. Se um daqueles quebra, você fica dias a lamentar o ocorrido. Não o joga fora de imediato, quase que esperando que a fada azul, como que por milagre o reconstrua, que você acorde e o veja inteirinho à sua espera.
Com o passar do tempo, fica-se mais relaxado quanto à limpeza e conservação dos mesmos. Mas, de quando em vez tem que limpá-los. E aí são dezenas de acessórios à disposição. Raspadores e calcadores de todo tipo. Tenho um raspador inglês, que, sai da frente! Limpa até a alma. Parece um trator, um tanque de guerra, um navio quebra-gelo. Não tem forno que resista, sujeira que fique por onde ele passa.
Hoje, fumo meu cachimbinho apenas em casa. Ou, quando viajo levo uns dois. Por outro lado, o anti-tabagismo já não permite que se fume em qualquer lugar. O fumante de cigarro, por incrível que pareça, ainda passa mais desapercebido. Aquilo faz parte da paisagem. Já o cachimbo, chama mais atenção.
Em suma, fumar cachimbo é uma curtição. Há mais de vinte anos tenho o hábito de fazê-lo. Mas, um dia desses eu falo mais sobre isso.
Fumar cachimbo é um vício – ou, até como defendem muitos, um hábito – muito diferente de fumar cigarro. Requer uma certa dedicação, uma atenção e um grande, revesamento de peças.
O cigarro, praticamente você nem se lembra quando ou porque o acendeu. É meio mecânico, impulsivo. Para fumar um cachimbo, tem-se que pensar em acende-lo, qual deles vai usar e até o tabaco que será apreciado, pois, quase sempre um cachimbeiro tem duas ou três marcas diferentes de fumo.
Outra coisa é a vontade que você tem de comprar um modelo novo. Quando voltei a fumar cachimbo, tinha dois. Depois de um ano, minha coleção já passava dos trinta. Dois anos depois, quase havia dobrado, pois possuia entre cinqüenta e sessenta.
Iniciar um cachimbo “virgem”, é tão excitante quanto possuir uma donzela em sua primeira noite (na Sicília, claro). O preparo para um cachimbo novo é um ritual, e requer uma técnica e paciência muito grandes. Nas primeiras fumadas deve-se ir enchendo o forno gradativamente até que se forme uma crosta inicial, que, na verdade ajuda a proteger a madeira da violência do fogo e da brasa que esta terá que se submeter o resto de sua existência.
E os modelos? Tem cachimbo curvo, meio-curvo, reto, longo, curto, com forno grande, com forno pequeno. São dezenas de modelos como buldog, apple, pocket, canadian, billiard, churchwarden, pot, bent... Fica difícil falar de todos eles. São ingleses, italianos, holandeses, franceses, gregos, dinamarqueses e até brasileiros. As marcas mais conhecidas são Dunhill, Butz Choquin, Dr. Plumb, BBB, Savinelli. Os nacionais, JCI, Bertoldi...
Os bons cachimbos são fabricados com briar, que vem a ser uma raiz de roseira selvagem que existe originalmente na região mediterrânea. Por isso, os cachimbos europeus são os melhores. A raiz é especial para a confecção das peças pela sua resistência ao calor. Mas existem também cachimbos de louça ou outros tipos de materias, como os de espuma do mar. Estes últimos, verdadeiras obras de arte esculpidas.
Quanto a tabacos, a variedade também é muito grande. Dunhill, Balkan Sobranie, Half & Half, Davidoff, Prince Albert (o primeiro importado que fumei), Captain Black, Mac Baren, Amphora, Borkum Riff. Geralmente são ingleses, holandeses, suecos. Têm também os brasileiros. São centenas de qualidades, cada uma com suas características bem marcantes. Sempre tive por hábito ter umas três marcas. Vario não apenas os cachimbos, como também os tabacos. Tenho sempre que posso um fumo nacional como Irlandês, Giovanella ou Dutch Fisherman e dois estrangeiros sendo os mais preferidos o Half & Half, Dunhill ou Amphora.
Os blends são muitos também. Chocolate, menta, whisky, maçã, rum, e outras misturas de fumos como o Burley, o Virginia, além das essências que lhes dão os sabores exclusivos.
E a questão é que a gente se apega mais a uns do que a outros. Têm cachimbos que você fuma poucas vezes e depois encosta. Outros, você não agüenta ficar muito tempo sem fumar. Se um daqueles quebra, você fica dias a lamentar o ocorrido. Não o joga fora de imediato, quase que esperando que a fada azul, como que por milagre o reconstrua, que você acorde e o veja inteirinho à sua espera.
Com o passar do tempo, fica-se mais relaxado quanto à limpeza e conservação dos mesmos. Mas, de quando em vez tem que limpá-los. E aí são dezenas de acessórios à disposição. Raspadores e calcadores de todo tipo. Tenho um raspador inglês, que, sai da frente! Limpa até a alma. Parece um trator, um tanque de guerra, um navio quebra-gelo. Não tem forno que resista, sujeira que fique por onde ele passa.
Hoje, fumo meu cachimbinho apenas em casa. Ou, quando viajo levo uns dois. Por outro lado, o anti-tabagismo já não permite que se fume em qualquer lugar. O fumante de cigarro, por incrível que pareça, ainda passa mais desapercebido. Aquilo faz parte da paisagem. Já o cachimbo, chama mais atenção.
Em suma, fumar cachimbo é uma curtição. Há mais de vinte anos tenho o hábito de fazê-lo. Mas, um dia desses eu falo mais sobre isso.
6 comentários:
Delícia estes teus papos de cachimbeiro.
Você é muito gentil, gauchinha!!!
Teve uma época em que fumei cachimbo. Era charmoso e a gente tirava uma chinfra com as minas. Depois saiu de moda. Mas é uma boa forma de eu diminuir o cigarro.
Mas o mundo era muito mais charmoso, JR! Não era só o cachimbo. Tudo tinha um certo borogodó.
E não é papo de véio não, é porque realmente as coisas ficaram rasteiras demais.
Oxêm, quanto mais eu leio, masi vontade eu tenho de fumar cachimbo. Têm uns femininos bonitos que só vendo.
Menina, você sabia que na Europa as mulheres fumam cachimbo. É um dado cultural. E têm mesmo modelinhos lindos e femininos... só vendo.
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